sexta-feira, 4 de março de 2016

Adeus, senhora Democracia

Por José Luiz Teixeira




Adeus, senhora Democracia! Nesses 30 e poucos anos em que convivemos juntos, você não foi lá essas coisas, pois a sua mãe, a dona Abertura, sempre foi lenta, gradual e segura. Foi ela que a deixou assim, meio claudicante.


Meu amigo, José Luiz Teixeira, escreveu um texto muito conciso e que considero perfeito para descrever o atual momento em que Lula foi conduzido coercitivamente a depor.


Adeus, senhora Democracia! Nesses 30 e poucos anos em que convivemos juntos, você não foi lá essas coisas, pois a sua mãe, a dona Abertura, sempre foi lenta, gradual e segura. Foi ela que a deixou assim, meio claudicante. 

Mas sempre te vi como uma boa companhia. Por alguns momentos, graças a você, o povo pode falar, votar e escolher gente como a gente. 

Os miseráveis deixaram de sentir fome, a classe média viveu seus dias de princesa e a burguesia emburguesou mais ainda.

Mas a sua presença, cada vez mais constante no dia a dia dos cidadãos da classe econômica, começou a incomodar demais aquela turma da classe executiva, já obrigada a dividir aeroportos e até barrinhas de cereais. 

Sua filha mais velha, a Urna, sempre contrariava a vontade dos que tinham coisas mais importantes para fazer do que ficar estabelecendo cotas, criando bolsas, gerando empregos e oportunidades em plena crise mundial. Em 2014, ela foi caprichosa. 

Debochada. Aqueles 3% de diferença foi demais pra eles! E o Golpe, de tanto ser cutucado pelos inconformados, despertou do seu sono profundo. Dormiu de farda e acordou de toga.

Veio com uma fome que nem me contem. E uma sede de anteontem. Quem é da minha época e o conhece bem, deve pedir aos mais jovens para não ceder aos seus encantos nos momentos iniciais. 

Irá torturá-los lá na frente. Basta lembrar que até hoje só dá erva daninha no chão que ele pisou. 

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