quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Marta, a nova Marina da direita?

Por Fernando Castilho


Marta Suplicy detonou Dilma Rousseff em seu artigo publicado na Folha de São Paulo.

Entre muitos escritos que lí sobre o assunto, um chamou minha atenção: o comentário de ninguém menos que o pitbull da Veja, Reinaldo Azevedo.

O homem escreveu: ''Aguardem. Nesta terça, o PT procurará fazer picadinho de Marta nas redes sociais. Vai tachá-la de dondoca deslumbrada, de riquinha enjoada, de perua descompensada. As características que antes eram vendidas como virtudes serão vistas como vícios. Mais do que se juntar a antigos adversários, o PT sabe mesmo é enlamear a reputação dos dissidentes.''

Tá certo. É mais ou menos o que também farei aqui.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Je ne suis pas manipulable

Por Fernando Castilho


Já ouví e lí de tudo um pouco sobre o massacre dos cartunistas do Charlie Hebdo.

Muitos compararam o jornal com o antigo O Pasquim.
Algumas semelhanças, tantas diferenças...

O O Pasquim, como o Charlie, era um jornalzinho (sem desmerecimento) satírico, com muitas charges, de esquerda e que ousava muito.

As semelhanças param por aí.
Ao contrário do Charlie, o O Pasquim era uma resistência à ditadura. Criado pelo cartunista Jaguar e os jornalistas Tarso de Castro e Sérgio Cabral, mais tarde teve a participação de nomes como Ziraldo, Millôr, Prósperi, Claudius e Fortuna. Colaboradores não lhe faltavam, como Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa, Carlos Leonam, Sérgio Augusto, Ruy Castro, Fausto Wolff, Chico Buarque, Antônio Callado, Rubem Fonseca, Odete Lara, Gláuber Rocha e diversos outros intelectuais cariocas. Deu pra sacar a qualidade?

O Brasil vivia o regime militar, e em novembro de 1970 a redação inteira do O Pasquim foi presa depois que o jornal publicou uma sátira do célebre quadro de Dom Pedro às margens do Ipiranga, (de autoria de Pedro Américo).

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Apocalípse now?

Por Fernando Castilho


Sim, eu lí ''Inferno'' de Dan Brown.
No livro, Robert Langdon, o mesmo personagem de ''O Código da Vinci'', tenta evitar uma catástrofe que envolverá toda a humanidade, desvendando obras relacionadas ao épico poema de Dante Alighieri, a "Divina Comédia".

O que mais chama atenção no livro é a obsessão de um dos personagens, Bertrand Zobrist em mostrar que a população da Terra está em um número acima de sua capacidade em fornecer recursos. Para esse personagem, a situação da Terra seria como uma população de algas num lago se reproduzindo sem um predador. A população aumentaria exponencialmente até que faltariam nutrientes e oxigênio, causando a extinção em massa das algas.

Embora haja uma significativa diferença entre seres humanos e algas, uma vez que estas não produzem seu próprio alimento, há que se levar Zobrist em consideração, principalmente quando ele fala no crescimento exponencial da população já alertado no fim do século XVIII por Thomas Malthus no livro ''Ensaio sobre o princípio da população''.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Oração do carreirista bem sucedido na grande mídia brasileira

Por Fernando Castilho
Texto de Nilson Lage

Tem mais uns 4 times como esse
Abro os jornais e leio a notícia que assustou toda nação dando conta de que as ações da Petrobrás haviam despencado, induzindo os leitores a crer que a empresa estava falida, principalmente devido aos desvios que estão sendo investigados pela Operação Lava Jato. Pesquiso sobre o assunto e descubro que as ações de todas as grandes petrolíferas caíram praticamente na mesma proporção que as da Petrobrás.

Evidente a má intenção da mídia, principalmente a Rede Globo que prega o fim do regime de partilha do pré-sal e é a favor da privatização da companhia, motivo pelo qual Dilma Rousseff falou de ''predadores internos e externos'' em seu discurso de posse.

Pior é em seguida ler os colunistas opinarem a respeito da notícia. Hoje em dia 90% dos que escrevem nos jornalões, o fazem em consonância com o pensamento de seus donos (interpretem como donos dos jornais ou donos dos colunistas, tanto faz, é a mesma coisa).

sábado, 3 de janeiro de 2015

O oportuno discurso de Dilma

Por Fernando Castilho

Sobre o discurso de Dilma Rousseff em 1º de janeiro de 2015, o blogueiro pinçou algumas frases e gostaria de comentá-las.

A presidenta reeleita falou de tudo um pouco. Com rara (para ela) boa oratória, soube reafirmar compromissos de campanha, desabafar aquilo que estava na garganta e dar um tapa com luva de pena de ganso na oposição, na mídia e nos eternos predadores, sempre interessados em vender o país por quantias módicas, desde que garantido o seu.

Aos que saíram às ruas em junho de 2013:
''Isso que era tanto para uma população que tinha tão pouco, tornou-se pouco para uma população que conheceu, enfim, governos que respeitam e que a respeitam, e que realmente se esforçam para protegê-la. (...)

Por isso, a palavra mais repetida na campanha foi mudança e o tema mais invocado foi reforma. Por isso, eu repito hoje, nesta solenidade de posse, perante as senhoras e os senhores: fui reconduzida à Presidência para continuar as grandes mudanças do país e não trairei este chamado. O povo brasileiro quer mudanças, quer avançar e quer mais. É isso que também eu quero.''

Com esse parágrafo, Dilma reafirma que reconhece o movimento que saiu às ruas e quer ser a condutora das mudanças reinvindicadas por ele, uma vez que a oposição jamais compreendeu o sentido dos protestos e jamais procurou assumir um papel diante deles, talvez porque as mudanças tenham obrigatoriamente que passar por uma reforma política, para ela, o horror dos horrores.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Sobre dois extremos: esquerda caviar e esquerdopata

Por Fernando Castilho


Esquerda caviar. Duas palavras que ultimamente tem visitado minha mente, de forma recorrente.

Derivado do termo ''esquerda festiva'', esquerda caviar é uma expressão pejorativa utilizada para se referir às pessoas que, mesmo socialistas, não abrem mão dos confortos do capitalismo. O jornalista Mino Carta define a ''gauche caviar'' como "representantes do chique radical".

Este termo, utilizado pelo neolib Rodrigo Constantino, colunista de Veja e uma das expressões do Instituto Millenium, clubinho da direita mais reacionária do país, tem incomodado muita gente de esquerda que se defende dizendo que a postura pró combate às desigualdades sociais não implica necessariamente em voto de pobreza.

Será?

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O Obamolulodilmopetismo americano

Por Fernando Castilho



A charge que serve paras duas ocasiões
Cuba, apesar de ter conquistado sua independência da coroa espanhola e ter proclamado sua república em 1902, teve negada sua soberania, através da Emenda Platt, que concedia aos Estados Unidos o poder de intervir em seus assuntos internos.

Em 1934, os americanos impuseram à Cuba um ditador títere. Fulgêncio Batista, com mão de ferro, governou a ilha até 1959. Nesse período, Cuba foi transformada em uma espécie de playground dos marmanjos americanos que iam à ilha para jogar, se divertir com prostitutas, traficar e consumir drogas e estuprar mulheres e crianças.

Ainda nesse período, a desigualdade social, o desemprego, a fome e a miséria aumentaram exponencialmente, o que acabou culminando em 1956 no aparecimento de um grupo de guerrilheiros liderado por Fidel Castro, empenhados em derrubar o regime.

Castro, que percorria a ilha de ponta a ponta, amealhando adesões e lutando contra a forte repressão do governo, em 1959 logrou derrotar o ditador, assumindo o poder e implantando reformas de cunho socialista.

Foi aí que começou o conflito com os Estados Unidos e a aproximação com a União Soviética, em plena guerra fria.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

PSDB - Partido da Social Dissimulação Brasileira

Por Fernando Castilho

Mas como é dissimulado esse partido, não?

Inconformado com a derrota para Dilma Rousseff nas últimas eleições, Aécio Neves esperneou, esperneou, e acabou por afirmar que o PSDB, partido do qual é presidente, iria fazer uma oposição sem adjetivos, sem diálogo com o governo.

Num outro dia afirmou que faria o governo Dilma sangrar. Já pensou?

Após seu vice, Aloysio Nunes, comparecer à uma manifestação pelo impeachment e pela volta da ditadura, foi a vez de Aécio convocar a população para uma passeata dos impeachloides, a qual não compareceu. Porém, hipocritamente condenou aqueles que pedem a volta do regime militar, pois o remédio poderia ser amargo demais para ele.

Ao mesmo tempo em que condena o impedimento da presidenta, à socapa, o PSDB tenta de várias maneiras, derrubá-la.

sábado, 13 de dezembro de 2014

A Comissão da Verdade, os patetas e Bolsonaro

Por Fernando Castilho


Latuff
Interessante como os fatos se conectam, não?

Em meio às manifestações pedindo impeachment e a volta da ditadura, enfim foi divulgado o Relatório da Comissão da Verdade.

Embora o teor do relatório já fosse conhecido pela esquerda, seus detalhes, como os métodos hediondos empregados nas torturas, chocam, e muito. Foi um verdadeiro show de horrores.

Este blogueiro não chegou a ser torturado naquela época, mas apanhou no corredor polonês e teve uma arma apontada a seu ouvido.

Porém, colegas de faculdade não tiveram a mesma sorte...

O Brasil fora dominado por uma insanidade geral. Prendia-se e torturava-se como atos corriqueiros do dia a dia.

Há quem ache que as pessoas que pedem a volta da ditadura não sabem exatamente o que é isso. Algumas realmente não sabem. Outras sabem, e muito. É só observar as fotos dos manifestantes e ver que sim, há idosos no meio. Eles viveram a época.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

E o golpe deu chabú

Por Fernando Castilho

Devolve, Gilmar 
O blog, juntamente com os grandes Eduardo Guimarães e Luís Nassif, no texto de 9 de dezembro, alertava para o golpe que estava se desenhando.

Escolhido para julgar as contas de campanha da Presidenta Dilma Rousseff, Gilmar Dant... ops, Mendes, já apregoava que havia razões para impugná-las. Se isso acontecesse, o processo de impeachment poderia ser iniciado.

A Folha de São Paulo chegou a publicar que os técnicos do TSE já se manifestavam por pequenas irregularidades nas contas.

Porém, os textos de Guimarães e Nassif, ao se adiantarem à decisão de Mendes, produziram uma espécie de vacina aos malfeitos do malfeitor.