Pessoal, agora é oficial. Marina Silva praticamente já é a candidata do PSB.
Mas não vamos nos enganar.
Mas não vamos nos enganar.
Marina
Silva já havia dado uma ''perdida'' quando não conseguiu registrar
seu partido, a Rede Sustentabilidade, reaparecendo de repente, sem
consultar seus seguidores, ao lado de Eduardo Campos. Essa é uma
parte do perfil da moça.
Após
a morte de Campos, quem, mais que ninguém queria Marina como cabeça
de chapa do PSB?
Ficou
muito claro nas manchetes e nos comentários dos colunistas, que a
preferência da mídia é realmente pela acreana.
Ficou
evidente na entrevista do Jornal Nacional, que os jornalões já
descartaram Aécio Neves, até então seu preferido. Desde o episódio
da denúncia pela Folha de São Paulo, da reforma do aeroporto de
Cláudio, que já se ensaiava essa defenestração.
A
queridinha agora é Marina. Por que?
Em
que pese a existência de uma possibilidade técnico-jurídica de
José Serra substituir o senador mineiro até 15 de setembro, sabe-se
que há uma enorme dificuldade para que isso se viabilize. Aécio é
vaidoso e não largará o osso.
E
se a coisa continuar do jeito que está, provavelmente Dilma levará
no primeiro turno.
Para
a mídia isso é inaceitável. É necessário que haja um segundo
turno para que se tenha tempo para uma tentativa de virada de jogo. E
aposta agoras é em Marina.
Mas
Marina conseguiria ir para o segundo turno? Será que ela dispõe dos
mesmos 20 milhões de votos de 2010? Acho que não. Se dispusesse,
esse legado já teria beneficiado Eduardo Campos nas pesquisas.
Marina não tem mais a força que tinha.
Vamos
analisar a hipótese de Marina ir para o segundo turno. Iria com
quem? Certamente ela roubaria mais votos de Aécio, além de usufruir
de uma grande parcela de indecisos ou que votariam nulo, justamente
aqueles que estão descontentes ou desiludidos com a política
''tradicional'', geralmente jovens sem a devida vivência do que foi
a política em outros tempos no país. E a mídia faria um esforço
sobrenatural para que isso acontecesse, podem estar certos.
Marina
iria com Dilma para o segundo turno, mas, ao contrário de Eduardo
Campos, a acreana seria alvo fácil para Dilma, devido à várias
contradições em sua biografia antes e mesmo agora. Contradições
que chegam às raias do puro oportunismo.
E
se Marina vencer as eleições? Qual seria o quadro em 2015?
Ora, segundo a Folha , para viabilizar seu nome como cabeça de chapa, em reunião em sua casa com dirigentes do PSB e da Rede, Marina abriu mão da nova política, abriu mão de sua resistência
em dividir palanques com candidatos como Geraldo Alckmin do PSDB,
abriu mão de seu discurso ambientalista para se alinhar ao discurso
desenvolvimentista. O agronegócio já não teme mais Marina Silva. Pode haver uma reviravolta na reunião marcada para quarta-feira, mas parece que já está tudo azeitado.
Ou
seja, Marina, a morena se pintou.
Agora
ficou claro que Marina Silva passou para o lado escuro da Força.
Tudo em nome de sua ambição pelo poder. A direita pode comemorar.
E
o PSB comete um erro do qual irá se arrepender amargamente ao
permitir que Marina saia para a Rede Sustentabilidade assim que ela
quiser ou puder, como foi decidido.
Estejam
certos que se Marina se eleger, será dominada pelas forças
conservadoras, e experimentaremos um retrocesso neoliberal a níveis dos tempos
de FHC. É isso que a elite e a mídia querem. Desde cedo apoiaram a
ex-senadora pois já sabiam que bastaria acenar com bijuterias para
que ela encampasse seu projeto.
Talvez
não valha a pena o PSB vencer uma eleição nessas condições.
A
grande resistência ao nome de Marina, o novo presidente Roberto
Amaral, que nunca engoliu a aliança feita por Eduardo Campos,
capitulou diante da pressão.
Chegaram
a circular boatos de que Luíza Erundina poderia ser a escolhida.
Erundina
poderia ser o nome de fato pois está há muitos anos no PSB,
alinhada de certa forma ao partido, já foi prefeita de São Paulo e,
embora não tenha sido reeleita, muita gente ainda acha que ela fêz
uma boa administração.
Mas
Luíza Erundina, embora pudesse enriquecer o debate político, representava um perigo maior que Marina. Além da
continuidade dos programas sociais, é possível que ela quisesse ir além,
sem essa certa timidez que Dilma e Lula às vezes aparentam.
Erundina
não é uma boa para as elites. E nem para a mídia, já que ela é
defensora da democratização dos meios de comunicação.
Erundina
não se venderia por bijuterias baratas.
Se
o partido não houvesse já se decidido por Marina, na opinião do
blogueiro, o caminho mais seguro para o PSB seguir seria já
articular uma composição com o PT, passando a fazer parte do
próximo governo, aliás como desejava Roberto Amaral antes da
aventura de Campos com Marina.
Outra
possibilidade, talvez para não fazer ''feio'' agora, capitulando,
teria sido colocar como cabeça de chapa um nome sem grande
expressividade. Se Dilma levasse no primeiro turno, o PSB passaria a
fazer parte do governo. Se passasse para o segundo turno, o PSB a
apoiaria.
De
qualquer forma, o PSB resolveu o imbróglio da pior forma possível.
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