Ciência! Sempre gostei de Ciência.
A Ciência nos mostra como a vida acontece, como ela se desenvolve, como ela atinge seu esplendor, e morre.
A Biologia é um dos ramos mais fascinantes da Ciência. Nela, observamos que a vida, mesmo que seja de pequenos animais, é um microcosmo onde não raramente encontramos paralelo com nossa vida cotidiana.
Desta vez vamos mostrar as incríveis estratégias de sobrevivência de alguns parasitas.
Parasitas
são organismos que vivem em associação com outros dos quais
retiram os meios para a sua sobrevivência, normalmente prejudicando
o organismo hospedeiro e manipulando-o segundo a sua conveniência, num processo conhecido por parasitismo.
Vamos lá!
Enquanto
a maioria dos parasitas simplesmente vive em seu hospedeiro até que
ele morra, alguns encontram estratégias de sobrevivência mais
“criativas”, mudando radicalmente o comportamento do pobre animal
infectado. Confira:
12. Hymenoepimecis argyraphaga (“Faça uma teia!”)
Essa
vespa encontrada na Costa Rica é o terror da aranha Plesiometa
argyra: na fase de procriação, ela encontra, paralisa e põe um ovo
no abdômen da aranha. A larva nasce e se alimenta do sangue do
hospedeiro durante algumas semanas.
Quando
cresce, injeta uma substância química no corpo da aranha, fazendo
com que ela teça uma teia seguindo um padrão específico. Terminado
o trabalho, o hospedeiro é morto com veneno e devorado e, por fim, o
parasita aproveita a teia para construir um casulo e passar para a
próxima fase do seu ciclo de vida.
11. Toxoplasma gondii (“Atrás do gato!”)
Ratos
naturalmente reconhecem o odor da urina de gatos e se escondem. A
menos, é claro, que sejam infectados pelo parasita unicelular T.
gondii, que faz com que eles se sintam na verdade atraídos por ela.
Isso aumenta as chances de o rato ser devorado por um gato, que se
torna o novo hospedeiro do T. gondii.
10. Dicrocoelium dendriticum (“Suba na grama… mas só à noite!”)
Quando
adulto, o D. Dendriticum vive e se reproduz no fígado de vacas ou de
outros mamíferos de pasto. Seus ovos são eliminados junto com as
fezes do animal e comidos por um caracol. No novo hospedeiro, o
parasita sai do ovo e se move até a superfície do animal, que o
elimina soltando uma bola de muco.
Se
uma formiga desavisada come a bola de muco, o parasita invade seu
corpo e começa a “controlar sua mente” (!), fazendo com que ela
suba em folhas de grama e aumente suas chances de ser devorada por um
animal de pasto – isso só ocorre à noite; durante o dia, a
formiga age normalmente, evitando se expor ao sol.
9. Myrmeconema neotropicum (“Imite uma fruta, já!”)
Formigas
da espécie Cephalotes atratus devem tomar cuidado com esse parasita:
se forem infectadas, seu traseiro cresce e fica vermelho, o que as
torna mais propensas a ser devorado por pássaros.
8. Spinochordodes tellinii (“Afogue-se!”)
O
S. Tellinii é outro parasita que transforma seu hospedeiro (grilo ou
gafanhoto) em suicida: por meio de substâncias químicas liberadas
no cérebro do inseto, ele faz com que o hospedeiro pule no lago ou
poça mais próximo e se afogue, e em seguida escapa do corpo do
animal para poder iniciar um novo ciclo.
7. Glyptapanteles sp. (“Proteja-me!”)
Vespas
desse gênero depositam seus ovos em indefesas larvas da
lagartaThyrinteina leucocerae. Parasita e hospedeiro crescem juntos
e, quando deixa sua antiga “casa” e passa para a fase de pupa, a
futura vespa é protegida pela lagarta, que deixa de se alimentar e
cria um casulo em torno da pupa – além de protegê-la diretamente
contra insetos predadores.
6. Leucochloridium paradoxum (“Brilhe!”)
Depois
de se desenvolver no interior de pássaros, o L. Paradoxum bota ovos
no sistema digestivo do animal, que são eliminados junto com as
fezes e consumidos por caracóis azarados.
Na
fase de larva, o parasita se desloca até o trato digestivo do
caracol e se transforma em um esporocisto, crescendo até sair por um
dos olhos do hospedeiro (por alguma razão, geralmente é pelo
esquerdo). Além de chamar a atenção por causa das suas cores (que
se assemelham às de certos tipos de lagartas), o parasita faz com
que o caracol se exponha a predadores e seja devorado por um pássaro
– que acaba infectado.
5. Ophiocordyceps unilateralis (“Stop!”)
O
fungo P. unilateralis, basicamente, é capaz de manipular a mente de
formigas: quando uma é infectada, é levada a se pendurar na parte
de baixo de uma folha e ficar ali até morrer de fome – o P.
unilateralis, que é esperto para um fungo, se alimenta do inseto,
deixando apenas as estruturas necessárias para que o corpo da
formiga não se desprenda da folha. Algumas semanas depois, começa a
liberar esporos e infectar mais formigas, o que, pelo menos para
elas, é quase um “apocalipse zumbi”.
4. Sacculina carcini (“Cuide de mim!” ou “Vire fêmea!”)
Quando um crustáceo S. Carcini fêmea encontra um caranguejo fêmea, se prende em seu casco, cria “tentáculos” para absorver nutrientes do hospedeiro e começa a crescer. Depois de ser fecundada por um S. carcinimacho que esteja passando por perto, o parasita põe ovos, que são devidamente protegidos pelo hospedeiro.
Mas
e se o caranguejo for macho? Sem problemas: o parasita induz a
produção de certos hormônios que modificam o corpo e o
comportamento do hospedeiro para que ele não apenas se pareça com
uma fêmea, mas aja como uma. No fim das contas, o caranguejo fica
estéril, praticamente muda de sexo e ainda acaba cuidando dos ovos
do parasita.
3. Schistocephalus solidus (“Vamos esquentar as coisas!”)
Em
sua fase adulta, o S. Solidus se reproduz no intestino de pássaros
comedores de peixe e (adivinhem) bota ovos que são eliminados nas
fezes da ave. Se cair na água, os ovos eventualmente se prendem em
pequenos crustáceos da classe Copepoda, que são comidos por um
certo tipo de peixe.
Uma
vez em seu novo hospedeiro, ele altera o comportamento do animal,
fazendo com que vá para águas mais quentes e que facilitam o
crescimento do parasita – que pode ficar mais pesado do que o
peixe. Para continuar o ciclo, ele faz com que o hospedeiro fique
mais isolado e, assim, chame a atenção de seus predadores.
2. Euhaplorchis californiensis (“Dance!”)
O
ciclo de vida do E. Californiensis começa no organismo de certos
tipos de caracóis encontrados em águas salgadas no sul da
Califórnia (EUA). Depois de crescer e se reproduzir, ele deixa o
caracol e vai em busca de uma determinada espécie de peixe,
invadindo seu organismo através das brânquias e eventualmente
chegando ao cérebro do animal. Uma vez lá, ele produz substâncias
químicas que alteram o sistema nervoso do hospedeiro, fazendo com
que o peixe comece a “dançar” e seja devorado por pássaros –
e, a essa altura do campeonato, você provavelmente já consegue
adivinhar o resto do ciclo.
1. Heterorhabditis bacteriophora (“Você é meu!”)
Fonte: Hypesciense http://hypescience.com/12-parasitas-com-incriveis-poderes-de-manipulacao/
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