domingo, 7 de setembro de 2014

A bala de prata da Veja passou raspando?

Por Fernando Castilho


É sempre assim.

Em todas as retas finais de eleição, quando o PT está à frente, a mídia dá um jeito de colocar camisas do partido em sequestradores, como nas eleições de 1989, ou editar o vídeo de um debate entre Collor e Lula no mesmo ano, ou ainda, transformar uma bolinha de papel atirada em Serra num atentado, em 2010. Agora não foi diferente. Sempre há um golpe preparado por ela, bandida e escroque por natureza.

A revista Veja, panfleto semanal do PSDB, não se fez de tímida na reta final destas eleições. Publicou uma matéria em que o ex-diretor da Petrobrás, demitido em 2012 pela presidente da companhia, Graça Foster, Paulo Roberto Costa, preso há seis meses, denunciou em delação premiada, vários políticos da base aliada do governo Dilma Rousseff, como participantes de um amplo esquema de corrupção.

O panfleto em que mais da metade das páginas é de publicidade e o resto é de ódio e mentiras, não apresenta uma prova, uma fonte e nenhum depoimento sequer.


Como sempre, certamente a mídia agora utilizará essa denúncia como sua bala de prata contra Dilma. Mais tarde, findas as eleições, pode ser até que as denúncias sejam consideradas vazias, já que está mexendo com alguns cachorros grandes, mas o estrago já estará feito.

Eduardo Campos, apesar de estar na lista, não deverá atingir Marina. Esta continuará a falar frases sem sentido, e não explicará nada.

Para ela, a bomba é outra. Poderá ter algo a ver com o avião de Eduardo CamposSerá estourada em seguida, ou estará reservada para o 2° turno, caso a mídia logre êxito em destruir Dilma, o que é improvável diante dos históricos 34% de índice do PT. Tudo vai depender se Aécio aproveita a ajuda da revista ou não.

Parece que a análise da conjuntura das eleições presidenciais feita por este blog em 3 de setembro caminha no sentido certo. No texto Aécio ainda é o plano A da mídia, o blogueiro elencou as razões pelas quais, apesar de Marina Silva se esforçar para parecer aos olhos da mídia e de seu novo deus, o mercado financeiro, como a alternativa confiável a assumir o posto do tucano, esta não convence. E acertou ao dizer que vinha algo por aí.

É totalmente certo que não querem Dilma. Mais ainda, a odeiam, e ao PT, afinal, embora há quem diga que não há mais diferença entre direita  esquerda no país, para a mídia, está claro que há sim. A razão do ódio é a grande redução da desigualdade social ao longo de 12 anos, em que 30 milhões de pessoas saíram da linha da miséria. Inaceitável...

É certo também que para eles, Aécio representa a bóia salvavidas do PSDB, uma vez que sua derrota, além da perda do governo de Minas Gerais para Fernando Pimentel do PT, transformarão os tucanos em um partido quase nanico. Isso tem que ser impedido.

Logo após a morte de Eduardo Campos, Marina Silva foi inflada além da conta. Ao invés de tirar votos de Dilma, tirou votos de Aécio, o que justamente a mídia não queria.
Foi um tiro no pé.

Agora torna-se fundamental tentar corrigir o erro.


É a isso que veio a matéria de Veja.

Editora Abril

Nenhum comentário:

Postar um comentário