Era 6 de junho de 2013.
O
movimento Passe Livre saíra às ruas para protestar contra o
aumento de 20 centavos na tarifa dos ônibus. Arnaldo Jabor no Jornal
da Globo foi duro naquela noite. Disse que não era possível tolerar
tamanha baderna, que era necessária a repressão, e blá, blá, blá.
Já
no dia seguinte o mesmo colunista, certamente orientado pelo patrão
que enxergara ali a oportunidade de forçar a queda da alta
popularidade da presidenta Dilma, passou a apoiar o movimento.
A
mídia tratou então de fazer cócegas no gigante.
O
gigante então acordou.
Saiu
às ruas e disse que não era pelos 20 centavos.
Era
por mais. (continue a ler)
O
que o gigante queria?
Melhor
saúde, educação, segurança, transporte público, maior
participação popular e reforma política.
Durante
toda a campanha pela reeleição, Dilma Rousseff procurou esclarecer
que saúde e educação são competências compartilhadas com estados
e municípios, e que o governo federal só tem feito aumentar os
investimentos nessas áreas.
Dilma
esclareceu ainda, que segurança é competência exclusiva dos
governadores dos estados.
A
presidenta lembrou também que o transporte público, apesar de ser
responsabilidade de estados e municípios, vem recebendo especial
atenção do governo federal, uma vez que fazem parte do PAC,
Programa de Aceleração do Crescimento.
Restaram
então a participação popular e a reforma política.
Pois
bem, o projeto de participação popular acaba de ser rejeitado pela Câmara dos Deputados, onde não faltou comemoração dos parlamentares pela sua
derrubada.
A
mídia, contrária desde o início ao projeto, pouco destaque deu.
Não quis desta vez saber de acordar o gigante novamente.
A
imprensa trata agora de tentar caracterizar o projeto como sendo
bolivarianista, um passo para o comunismo. Certamente o gigante,
influenciado pela mídia, tratará agora de rejeitar aquilo que pediu
em junho.
O
mesmo ocorre com a reforma política.
A
quem interessa?
Às
grandes empresas, que fazem doações aos partidos em época de
eleição, certamente não. Elas querem usufruir de benesses depois.
Querem continuar a fazer girar a roda da corrupção, que lhes é
favorável.
Procurando
ligar as iniciativas do governo a um suposto projeto bolivarianista,
a mídia trata de preparar terreno para repudiar o que considera seu
maior algoz: a regulação econômica da mídia.
Certamente
haverá de martelar dia e noite que todos esses projetos fazem parte
de uma agenda destinada a fazer o Brasil avançar rumo ao comunismo.
Não
faltarão patetas a cerrar fileiras com a mídia, achando que com
isso estarão cumprindo se dever patriótico.
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