Mas neste caso, como as peças no tabuleiro de xadrez tem sido movimentadas com certa previsibilidade, há que analisar e opinar.
É muito delicado entrar neste assunto, até porque o Japão ostenta o título de pacifista há 70 anos.
Primeiro
um pouquinho de História para entender a origem de tudo.
Em
1938 o Japão invadiu a China, entrando oficialmente na Segunda
Guerra Mundial.
Com
uma alta população em relação ao seu pequeno território, aliada
à dificuldade na agricultura pela existência de muitas montanhas, o
país do sol nascente sentiu que precisava se expandir
economicamente. Como?
A
solução veio de empresas como a Mitsubishi, que desejava fabricar
tanques de guerra, aviões e submarinos, a Mitsui que cresceu durante
a Primeira Guerra, fabricando munições e mais tarde, atuando no
fornecimento de uniformes e também em capitalizações, a Sumitomo,
empresa de capitais e a Yasuda, atuando no ramo de seguros, que
vieram a compor um cartel poderosíssimo chamado de Zaibatsu, que
viria a ser extinguido após a derrota do Japão, pelo General
MacArthur.
O
mesmo aconteceu na Alemanha de Hitler quando empresas como Siemens,
Mercedes Benz ou Bayer lucraram muito.
Embora
o Zaibatsu oficialmente tenha sido extinto, as empresas em questão
são hoje gigantes no mundo inteiro.
Indo
para os dias atuais
Não
é segredo para ninguém que o Japão vive uma recessão desde 1992,
com alguns anos melhores, outros piores.
Embora
ainda seja um dos maiores fornecedores ao mundo de veículos e
eletrônicos, o país vê a cada dia seus lucros diminuirem,
principalmente devido à concorrência coreana e agora chinesa.
Não
tem jeito, a dívida externa é uma das maiores do mundo, o PIB segue
sempre fraquinho, a Previdência está quebrada, etc..
É
preciso uma fórmula para sair dessa crise e voltar a crescer.
Como?
Reeditando
a mesma receita dos tempos da Segunda Guerra.
Vamos
explicar
Estacionado
no porto de Yokosuka, no Japão, e escoltado por dois cruzadores,
duas fragatas, um navio antissubmarino e possivelmente um submarino
nuclear dotado de mísseis, está o gigantesco porta-aviões nuclear
americano USS George Washington.
Alguém
sabe dizer o custo disso?
Associações
como a Não a Bases Militares no Japão, denunciam que no país
"existem 135 bases estadunidenses com cerca de 54 mil soldados",
dos quais 75% se concentram em Okinawa.
Cifras
divulgadas nesse sentido detalham que os japoneses pagam custos
adicionais para o realinhamento das instalações militares dos
Estados Unidos por cerca de 26 bilhões de dólares.
Os
custos ao orçamento americano não são divulgados, mas devem ser
estratosféricos.
Dennis
Kucinich, congressista americano, chega a afirmar que "não
temos dinheiro para ser polícias do mundo e devemos deixar de fingir
que o fazemos".
Por
outro lado, tanto Tóquio como Washington mantêm sob estrito segredo
os depósitos de armas nucleares em Okinawa e o sistema de apoio
logístico que permite controlar vastos espaços aéreos na Ásia.
Onde
quero chegar
O
Japão, do Primeiro Ministro Shinzo Abe do Partido Liberal Democrata,
de direita, acaba de modificar sua Constituição, mais precisamente
o Artigo 96, estabelecido logo após a rendição em 1945, que proibe
o país de ter um exército regular que lhe permita guerrear em
território estrangeiro. Até então, o Japão só poderia contar com
uma força de auto-defesa bastante limitada.
Tão
limitada que os Estados se encarregariam de, em caso de agressão,
defender seu aliado.
As
ameaças hoje vêm da Coreia do Norte e da China, principalmente,
devido ao litígio pelas Ilhas Senkaku.
Esta
semana foi divulgado que o ministro da Educação japonês enviou
ofício às universidades do país determinando que o ensino de
Ciências Humanas, ou seja, humanidades seja abolido ou seriamente
restringido.
As
universidades de Tóquio e Quioto, as mais importantes do país,
imediatamente se negaram a cumprir a determinação.
A
Universidade de Shiga, através de seu reitor, se manifestou
claramente contrária.
Takamitsu
Sawa compara este momento atual com o período da Segunda Guerra,
quando o ensino de humanas foi também desvalorizado. Leia aqui seu artigo. Naquela época,
professores e alunos foram taxados de comunistas porque se
indispuseram contra a guerra. Alguns foram presos, torturados ou
assassinados. Outros tinham que servir chá para os militares ou
lavar suas latrinas.
É lógico que por si só, o fato de acabar com o ensino de humanas não significa que um país esteja para entrar em guerra com outros. Apenas enfatizo a coincidência de fatos, e a estranheza, pois não há uma explicação de motivos pelo governo.
Agora
alinhavo
É
certo que o Japão quer voltar a crescer como antes e não hesitará
em lançar mão dos mesmo recursos do passado.
Quer
que suas indústrias voltem a crescer. Hoje, não só Mitsubishi, mas
também Toyota, Honda, Nissan devem já estar elaborando projetos de
moderníssimos tanques, aviões ou submarinos.
A
Sony, a Panasonic, Toshiba, Sharp, etc., devem estar se esmerando na
eletrônica embarcada desses veículos de guerra.
Os
Estados Unidos estão com uma batata quente nas mãos. O crescimento
econômico da China, que está reconstruindo a rota da seda (não
mais com seda, mas com outros produtos), deve estar deixando Obama
com os cabelos em pé.
Deixar
que o Japão faça o serviço sujo é bem conveniente, não?
Portanto,
parece que o jogo da política, WAR, o real, está bem combinado
entre os aliados Estados Unidos e Japão.
Alguém pode achar que por ser na Ásia, não tem muito a ver com o que acontece no Ocidente, mas no mundo globalizado, uma crise mulitar tem reflexos sérios no mundo todo, inclusive no Brasil.
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