domingo, 24 de abril de 2016

Afinal, assistimos ao fim da corrupção no Brasil?

Por Fernando Castilho





Aquele espetáculo horroroso em que deputados que enfrentam processos na Justiça votaram a favor do impeachment de Dilma não fez com que a maioria das pessoas que queriam a deposição da presidenta mudassem de opinião, o que convenhamos, seria o caminho mais lógico e ético a seguir.

Quando começou a corrupção no Brasil? Agora?

Não, há 516 anos atrás, navegantes aventureiros portugueses aportaram nestas terras e encontraram índios, seres humanos em seu estado mais puro de consciência. Com espelhinhos ficou fácil corrompê-los e fazê-los crer que estavam diante de seres mais desenvolvidos.

Alguns dizem que a corrupção no Brasil deixou de existir durante o regime militar simplesmente porque nenhuma notícia aparecia nos jornais. Mas é justamente por causa da censura que as notícias sobre corrupção, que talvez tenha sido a maior da História, não apareciam nos jornais.

Às vezes acontecia um furo na rígida censura imposta à mídia. Por exemplo, quando um viaduto construído no Rio de Janeiro, obra superfaturada, simpesmente ruiu. A imprensa não noticiou mas a dupla Aldir Blanc e João Bosco tratou de denunciar e eternizar na musica O bêbado e a equilibrista.

Momento semelhante o Brasil viveu no período do governo Fernando Henrique Cardoso, quando o procurador geral da República, Geraldo Brindeiro simplesmente engavetava toda e qualquer denúncia contra o governo FHC.

Candidatos à presidência como Marina Silva se comprometeram a acabar com a corrupção. Seria por decreto? A partir de hoje ninguém mais será corrupto no Brasil!
Para quem acredita, Moisés voltou com uma tábua contendo dez mandamentos que ninguém nunca seguiu.

Os governos Lula e Dilma foram os mais empenhados em combater a corrupção, liberando Ministério Público, Polícia Federal e Procuradoria Geral da União para que investigassem todo e qualquer indício de crime, não podemos negar.

E no resto do mundo a corrupção acontece nos mesmos níveis do Brasil?

Não há dados confiáveis. Há países que minoraram o problema, mas a maioria, e isso é muito importante, mascara os índices exatamente como fez FHC.

Mas a corrupção no Brasil é sistêmica e não adianta querer combatê-la puntualmente.

Assisti a uma palestra em que o professor citava um exemplo.

Um pai e um filho estavam na fila de um brinquedo num parque de diversões.

Se o menino tivesse menos de oito anos, entraria sem pagar.

Então o funcionário perguntou ao pai a idade do menino. Sete!

O menino, corretamente disse ao pai: já tenho oito, pai.

O pai então deu um tapa no filho e disse: quando eu digo que você ainda tem sete anos, é porque tem!

Começa com os pais e passa aos filhos.

Dito isto, já posso afirmar que as pessoas que saíram às ruas pelo impeachment de Dilma Rousseff são falsas e hipócritas. Nunca se posicionaram realmente contra a corrupção.

Isto é facilmente demonstrado após a votação da Câmara que se posiciomou majoritariamente pelo impeachment.

Aquele espetáculo horroroso em que deputados que enfrentam processos na Justiça votaram a favor do impeachment de Dilma não fez com que a maioria das pessoas que queriam a deposição da presidenta mudassem de opinião, o que convenhamos, seria o caminho mais lógico e ético a seguir.

O fato de Eduardo Cunha, o presidente, bandido comprovado, da Câmara ter conduzido o processo tampouco impressionou essas pessoas.

Além disso, o vice-presidente, Michel Temer, que já se posiciona como mandatário da Nação, descumpre todas as regras mínimas da Ética, o que já revela muito do que pode vir pela frente em seu eventual governo.

Por último, o ex-presidente do STF, Ayres Brito afirmou que o que está acontecendo é uma pausa na Democracia para uma arrumação.


Ao ouvir isso de alguém que chegou lá, chegou ao topo de uma carreira e se aposentou, mas mesmo assim depõe contra a Democracia, percebemos que a corrupção, na verdade, está mais enraizada do que imaginamos. 

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