quinta-feira, 22 de junho de 2017

Temer morreu mas se esqueceu de deitar

Por Fernando Castilho



Imagem: foto Folha



Qual o futuro de um presidente golpista e traidor?
Não poderia ser outro senão o desprestígio e o desprezo.

Que horas ele cai?


Terça, 20, o governo golpista de Michel Temer sofreu derrotas seguidas que indicam sem sombra de dúvida que está prestes a cair. Como se diz na linguagem popular, morreu mas se esqueceu de deitar.

Em sua viagem à Rússia (que na agenda presidencial contava como República Socialista Federativa Soviética da Rússia), Temer sequer foi recepcionado pelo presidente Putin, sendo recebido por um funcionário de segundo escalão, fato impensável numa diplomacia e que demonstra seu enorme desprestígio junto aos principais líderes mundiais.

Hoje vejo pelo noticiário que o golpista não foi recebido por ninguém na Noruega. Será que a diplomacia brasileira não previu isso ou simplesmente colocou temer numa posição vergonhosa para empurrá-lo de vez pro abismo?

A Rede Globo divulgou que o presidente teve cheques da OAS e da JBS depositados em sua conta corrente, tamanha era sua certeza de impunidade.
Mas o que mais impressionou ontem foi a derrota da Reforma Trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais, a CAS pelo placar de 10 a 9.

Vale aqui destacar alguns pontos importantes.

O Senador Ronaldo Caiado (DEM – GO), apoiador das reformas não compareceu à sessão, o que pode indicar que preferiu não entrar em dividida com o governo.
Já o voto do Senador Eduardo Amorim (PSDB – SE), contrário à reforma, demonstrou que os tucanos estão realmente divididos e que podem debandar do governo a qualquer momento.

Interessantes foram os votos dos peemedebistas Renan Calheiros (PMDB – AL) e Hélio José (PMDB – DF) que também votaram contra.

O primeiro já vinha dando mostras da disposição de trair Temer devido ao receio de perder bases eleitorais em seu estado. Além disso, seu filho será candidato à reeleição para governador em 2018.

O segundo foi voto de minerva e surpreendeu o plenário por isso.

Há que se destacar o discurso de Gleisi Hoffman que demonstrou a enorme incoerência de Marta Suplicy que tem um histórico de defesa das mulheres mas que, ao apoiar o projeto demonstra que se esqueceu das causas pelas quais sempre lutou no passado.

Interessante também foi a inversão de papéis entre a ruralista Kátia Abreu que teoricamente deveria defender as reformas e Marta Suplicy que deveria, também teoricamente, ser contrária. As duas chegaram a bater boca defendendo suas novas posições.

Temer afirma que vencerá no plenário mas o que se depreende da votação de ontem é que as bases do presidente estão começando a abandoná-lo porque, embora tardiamente, já perceberam que a canoa está furada e afundará.

Mesmo com a saída de Temer a reforma poderia prosseguir, seja pelas mãos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, seja sob o comando de Henrique Meirelles, caso a eleição do sucessor seja por via indireta, mas o dado mais importante a se considerar é que as eleições de 2018 estão próximas e muita gente não vai querer ter que enfrentar suas bases nos estados e tentar explicar porquê optou por ficar contra os trabalhadores.

Outro fator que pesará, e no caso de Renan já ficou claro, é Lula.

Ninguém pode ignorar as pesquisas que dão ampla vantagem ao ex-presidente.
Caso Lula possa disputar o pleito do ano que vem, é altamente recomendável que os deputados e senadores colem sua imagem à dele.

E isso em política é quase lei.


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