Por Fernando Castilho
Foto: O Globo |
Nos governos Lula a opção para o ministério da defesa sempre foi um civil, de Aldo Rebelo a Nelson Jobim. E deu certo.
Bolsonaro
nomeou um militar, o general Paulo Sérgio, mais pela sua inclinação a capacho
do que à sua isenção necessária como ministro de estado e não de um governo.
O
militar cumpriu à risca o que lhe foi determinado por um presidente às voltas
com suas contradições, devaneios e intenções golpistas. Uma marionete nas mãos
de um tirano insano.
A missão
era se infiltrar no sistema eleitoral e buscar pelo em ovo, ou seja, encontrar
algum indício, por menor que fosse, de fraude no voto eletrônico, consagrado há
décadas.
Enquanto
isso, Bolsonaro incitava seus seguidores contra o processo eleitoral, já se
precavendo de uma possível derrota nas urnas. Não faltaram ataques virulentos
ao TSE e, principalmente, a seu presidente, Alexandre de Moraes.
As
eleições do segundo turno começaram e logo surgiram as notícias de que a PRF
estaria barrando eleitores, principalmente do Nordeste, onde Lula tinha amplo
favoritismo, de chegar aos locais de votação.
A
vantagem de Lula poderia ser maior, caso não houvesse a interferência da PRF, à
mando do presidente.
Lula
venceu e Bolsonaro se manteve calado e recluso, não reconhecendo o vencedor.
Aguardava o relatório do ministro Paulo Sérgio para se rebelar contra o
resultado das urnas, ao mesmo tempo em que insuflaria seus seguidores para um
golpe.
O
relatório, como esperado, não conseguiu contestar a eleição de Lula porque não
houve fraude por parte dele, mas sim do próprio presidente.
Mas
o capacho, general Paulo Sérgio, pressionado por Bolsonaro, agora um reles
capitão que já não vale mais nada porquanto derrotado, não deixou de colocar uma
pulguinha na orelha daqueles que acreditam em teorias da conspiração ao
concluir que há lacunas e que muita coisa precisa ser aperfeiçoada no processo
eleitoral. Só não disse o quê.
Paulo
Sérgio conseguiu rebaixar as Forças Armadas à categoria de um exército
humilhado, incapaz de compreender a democracia e o estado de direito. Mas nem
todos os militares são assim.
Os
aloprados ficaram decepcionados, pois esperavam um relatório que atestasse as
fraudes e agora devem voltar pra casa.
Bolsonaro
também deve ter ficado descontente e deverá se resignar à sua insignificância
ou talvez fugir do país, já que tem cidadania italiana, para tentar se livrar
dos processos que virão.
Lula,
vem trabalhando muito com sua equipe de transição e, mesmo que escolha um
militar como ministro da justiça, este não será golpista e tratará de
harmonizar as Forças Armadas.
Lula
começou muito bem e já trabalha muito mais que o capitão.
As
nuvens negras estão se dissipando.
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