Começou
a série de mini entrevistas de 15 minutos com os presidenciáveis no Jornal Nacional.
Pelo
sorteio, o primeiro a ser entrevistado foi Aécio Neves.
Assisti.
E depois li muitas impressões de grandes blogueiros sobre o
desempenho de William Bonner, Patrícia Poeta e o tucano.
Gente
do gabarito de Renato Rovai ou de Fernando Brito, por exemplo, se surpreendeu com as perguntas, que, longe de serem mamão com
açúcar, ou de servirem de oportunidade para Aécio fazer comício
em rede nacional, colocaram o tucano em maus lençóis.
Em
parte, concordo. O senador teve um desempenho muito ruim. Foi às
cordas e não teve como sair. Até parecia que a dupla estava
entrevistando Dilma. Aliás, tenham certeza de que quando chegar a
vez dela, vai ser um rolo compressor sem tamanho, e somente com bastante preparo, a
petista pode se sair bem.
Pois
bem, na opinião deste blog, Aécio não foi mal somente porque não
soube responder às perguntas. Ou porque a pegada foi forte demais para ele.
O
tucano vem cavando a própria cova.
Ao
ser perguntado por Bonner se iria proceder ao aumento de tarifas e do
valor do petróleo, esquivou-se dizendo que seria preciso antes
analisar a situação como um todo para depois tomar as medidas
necessárias. Passou pelo vexame de levar um pito do apresentador por
não ter respondido à questão.
Vejam
que ele próprio tem o tempo todo afirmado que o preço da gasolina
está contido, mas que depois das eleições, Dilma aplicará um
tarifaço. Foi ele que provocou este tipo de pergunta incômoda para
ELE MESMO responder. Tivesse ele se manifestado mais discretamente
sobre o assunto, talvez a pergunta nem fosse feita.
Patrícia
Poeta lhe perguntou: se ele não questionava a ação dos governos
petistas na área social, por que então mudar?
Aécio
responde então que os programas Bolsa Família e outros foram
criados, sob outros nomes, pelo PSDB na gestão de FHC, e que Lula e Dilma só os vem
aperfeiçoando. E o que ele fará é continuar aperfeiçoando e
ampliando os programas. Poeta então lhe inquire sobre se isso não
significa dar continuidade ao que Dilma está fazendo. Ora, se ele
não pretende mudar, a que veio? Mais ou menos isso.
O
candidato engoliu em seco e não conseguiu responder.
Poeta
perguntou sobre Eduardo Azeredo. Perguntou se ele não ficava
constrangido de receber apoio do réu. Aécio disse que não pode
condenar alguém que sequer fora julgado. Mas ele pré julgou os
petistas do mensalão. Ou não?
"O
que vale mais, candidato: uma fazenda com um aeroporto ao lado ou sem
um aeroporto ao lado?", perguntou com um sorrisinho maroto, William
Bonner. O tucano disse que não se sentia incomodado em usar o
aeroporto e reclamou do “aparelhamento” da Agência Nacional de
Aviação Civil (Anac). É muito fraco esse rapaz. O problema não
está na Anac.
Como
Bonner havia prometido, o candidato teve direito a mais ou menos 1
minuto e meio para apresentar suas propostas e projetos de governo.
Em que pese que o tempo é escasso, dificultando e muito uma
explanação como essa, o que Aécio disse? Que queria governar para
Dona Branda e Seu Severino. Patético.
Interessante
e sintomático ver que em apenas 15 minutos, um candidato não
consegue se explicar sobre nada daquilo que ele próprio afirmou ou
fez.
Tivesse
ele não dito tanta bobagem em seu afã de ser eleito, e tivesse ele
mantido uma conduta ética enquanto governador, não teria que se
engasgar ao tentar explicar o inexplicável no caso do aeroporto.
Mas,
e se no lugar de Aécio estivesse Serra?
Será
que seu desempenho seria tão ruim?
Claro
que não.
Serra
não teria cometido tantos erros ao atacar uma presidenta com tantas
mentiras, tendo depois que explicar se em seu governo faria
diferente.
Serra,
embora possa padecer de falta de ética e envolvimento no trensalão
tucano, uma bobagem dessas, de construir um aeroporto na fazenda do
tio-avô, para uso próprio, que é de uma pequenez tão grande,
certamente não teria feito.
Agora,
cabe aqui analisar o comportamento da Rede Globo.
Até
os passarinhos sabem que a Globo não quer a reeleição de Dilma.
Vai fazer o possível e o impossível para bombardeá-la até as
eleições. Vai criar vários factoides do tipo do caso da Wikipedia
e Míriam Leitão. Coisas sem importância, mas que podem assumir
valor de escândalos conforme o tom e a expressão utilizados pelos
apresentadores ou comentaristas políticos e econômicos.
Mas,
para o blogueiro, ficou claro que Aécio também não é sua opção.
Se fosse, teria aproveitado a oportunidade para levantar-lhe a bola.
Daí, era só ele cortar.
A
opção também não é o Eduardo campos. Se fosse, este já estaria
tendo uma cobertura privilegiada. E nem há mais tempo para investir
nele.
A
opção da Rede Globo, e também do resto da mídia, pois todos
sabemos da grande influência da vênus platinada, na modesta opinião
deste pequeno blogueiro, é Serra, como defendi no texto
Serra vem aí? de
2 de agosto.
Em
política as coisas podem mudar muito rapidamente.
A
continuar tendo um desempenho pífio, tanto nas pesquisas, quanto nas
entrevistas, até 15 de setembro, data limite para substituição de
candidatos em caso de renúncia ou inelegibilidade, não tenhamos
dúvidas que Aécio será devidamente defenestrado.
E
o horário eleitoral, em que Dilma, com maior tempo, terá
oportunidade de expor todas as obras que a imprensa não mostra,
ainda nem começou.
Nem
a mídia, nem a oposição vão assistir de camarote Dilma levar no
primeiro turno.
Não
vão mesmo.
Prezado, você confirma a impressão que tive. A Globo ficou democrática, de repente? Não mesmo. Mas eles sabem que, com Aécio, perdem feio. Então, querem ir de Serra, mais uma vez.
ResponderExcluire alguém acha que a substituição pelo serra deixaria aécio quieto? os próximos capítulos prometem..
ResponderExcluirAécio, Serra, Alckmin, FHC. Esse quarteto é só amor um pelo outro. Se der as costas por um segundo, leva punhalada.
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