Li
o Programa de Governo de Marina Silva.
Buscando um sinal da Providência |
Logicamente
não vou me estender em detalhes sobre tudo que lá está escrito.
Para quem se dispuser a fazer uma leitura detalhada, vai aqui o
link: http://marinasilva.org.br/programa/
Trata-se
de uma tarefa cansativa, uma vez que se repetem muitas vezes frases
inteiras de conteúdo abstrato e de significado inacessível aos
comuns dos mortais. E talvez seja essa mesma a intenção, o que
explicaria o por quê de muitos marinistas não terem ainda se dado
ao trabalho.
Além
de tudo o que já foi escrito sobre o plano, (independência do Banco
Central, políticas LGBT, etc.) o blogueiro pinçou algumas coisas
interessantes. .Em outro texto, pinçará outras
Em
todos os temas tratados, como Saúde, Educação, Cultura, Ciência e
Tecnologia, etc., a proposta em comum é, adivinhem, AUMENTAR OS
INVESTIMENTOS. Isso tudo sem falar nos custos próprios da
implantação de novas estruturas e subprogramas previstos.
Mas
não se esclarece de onde virão os recursos. Parece aquela pessoa
que acaba de comprar uma casa além da sua condição social, e sai
comentando com os amigos, que irá contratar um decorador...Ótimo,
como pagará?
Já
se falou tanto das idas e recuos, das contradições, das
ambiguidades em várias áreas abordadas no programa. Hoje vamos
comentar dois temas que não foram muito abordados: Saúde e
Educação.
Embora
o programa demonstre que os investimentos em Saúde evoluíram de
12,21 bilhões (1,73% do PIB), em 1995 para 77,5 bilhões (1,61% do
PIB) em 2013 (!), Marina defende aumento nos investimentos. Esquece-se de
dizer que 25% dos recursos do pré-sal irão justamente para a Saúde.
Aliás,
sobre o pré-sal, praticamente nada. Se você fizer uma busca pelo
termo ''pré-sal'', encontrará isto: ''Aplicar
os repasses à educação de parcela dos royalties do petróleo das
áreas já concedidas e das do pré-sal.'' Mas isto já está
previsto em lei.
Sobre
o Programa Mais Médicos, pasmem, Marina Silva o apóia, mas como um
programa emergencial (Dilma também), que deve evoluir para
especialidades (Dilma também), e que deve ser levado à regiões
onde realmente haja carência de médicos (Dilma também).
Na
área da Educação, Marina Silva comete um ''deslize'', ou seria
maquiagem de dados?
Estampar
um gráfico de GASTOS COM EDUCAÇÃO em vários países, onde se
misturam investimentos públicos e privados, e colocar o Brasil em
13° lugar, com um asterisco (pelo menos isso), alertando que no caso
de nosso país, somente se contabilizaram gastos públicos, não é
querer dar uma enganada geral em quem dá somente uma olhada rápida,
para depois sair comentando que o Brasil não investe nada em
educação?
A
presidenta Dilma Rousseff sancionou o Plano Nacional de Educação
(PNE). Sabe o que isso significa? Que os investimentos equivalerão a
10% do PIB. Interessante é que Marina cita isso em seu programa, mas
diz que é preciso elevar os gastos (!?)
Desta
vez não menciona que 75% dos recursos provenientes do pré-sal irão
para a Educação.
O
gráfico publicado no plano de governo da Marina não deixa dúvidas
de que o acesso às faculdades aumentou muito em 10 anos. E olha que
o gráfico vai até 2010! Parabéns para Lula!
Marina
diz que é insuficiente. Descobriu a América? É óbvio que é
insuficiente, mas estamos num processo. O gráfico é uma reta
ascendente, e, a continuarem as políticas acertadas do atual
governo, chegaremos com certeza a patamares mais significativos nos
próximos 4 anos.
Quanto
ao Plano de Valorização do Professor, Marina é realmente bem
intencionada: ''Implementar
um programa federal para que a União apóie financeiramente estados e
municípios a fim de que aumentem o piso nacional dos professores em
quatro anos.''
Parabéns!
É o que todos desejamos, afinal é inconcebível que professores
continuem a receber tão baixos salários. Isso interfere claramente
na qualidade de ensino. Esquece-se, porém, de dizer que quem
determina o piso salarial dos professores, são os governadores dos
estados.
''Compor
o valor final do salário de duas formas. A primeira metade da
majoração salarial será implantada gradualmente, na proporção do
crescimento do orçamento federal para educação em relação ao
PIB, em conformidade com o PNE. A segunda metade será vinculada ao
cumprimento de metas de desempenho em sala de aula, aos resultados do
Exame Nacional para Docentes, à participação em cursos de formação
continuada e à docência em escola integral.''
Um
tanto cruel para com uma classe tão desvalorizada há décadas, é
condicionar parte do reajuste salarial a cumprimento de metas. O piso
deveria, com os recursos previstos no PNE, ser imediatamente
aumentado, para compensar toda a injustiça cometida com os
profissionais de educação. Mais tarde, se poderá falar em melhora
de desempenho, cursos, etc..
A
impressão que fica a quem lê o programa de governo de Marina Silva,
é que, ela é obrigada a reconhecer os avanços em todas as áreas
nos últimos 12 anos. Fica só o discurso vazio de aumentar
investimentos e melhorar o que já está sendo melhorado.
Fica também a impressão de que os assessores de Marina imaginam que, para Dilma, já está tudo pronto, acabadinho. Que ela já se dá por satisfeita com tudo aquilo que fez. Não pensam que tudo faz parte de um processo a ser continuamente melhorado. Ou não pensam. Ô cabecinhas!
Fica também a impressão de que os assessores de Marina imaginam que, para Dilma, já está tudo pronto, acabadinho. Que ela já se dá por satisfeita com tudo aquilo que fez. Não pensam que tudo faz parte de um processo a ser continuamente melhorado. Ou não pensam. Ô cabecinhas!
As
palavras mais encontradas no programa são: ''ampliar'' (o que já vem sendo ampliado),
''consolidar'' (o que já está sendo consolidado) , ''apoiar'' (?), ''garantir'' (?), e, é óbvio, ''aumentar''
(investimentos).
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