Este blogueiro já vem, de uns tempos pra cá, alertando para o golpe que está se desenhando. Um dos textos falando disso é: ''Notícias do front: o golpe avança!''
Embora
o blog seja pequeno, o texto obteve muita aceitação.
Um
dos blogueiros mais importantes da blogosfera, Eduardo Guimarães, no
seu Blog da Cidadania, vem também alertando sobre o golpe já há
algum tempo.
Porém,
Guimarães tem recebido críticas e comentários de leitores e
jornalistas que discordam dessa possibilidade. Para eles, Guimarães
está sendo alarmista. Tudo o que está acontecendo, estaria dentro
da normalidade, e logo mais as coisas esfriariam. Esquecem-se de que
o blogueiro é pessoa muito articulada, que recebe informações de
fontes confiáveis.
Outro
que também alerta sobre o golpe que está por vir é Luís Nassif,
homem de grande credibilidade na blogosfera.
Luíz
Carlos Azenha, o experiente jornalista é uma das vozes discordantes,
embora não use o adjetivo ''alarmista''. Porém, não possui os mesmos
ricos argumentos de Guimarães e Nassif.
Leia aqui o texto de Azenha
Às
vezes sinto que estamos a nos comportar como o sapo que, dentro de
uma panela de água a esquentar no fogão, acomoda-se à situação e
acaba morrendo fervido.
Que
o golpe está desenhado, já não há dúvidas. Resta saber o que
fazer para combatê-lo e analisar a conjuntura após sua deflagração.
Vamos
ao texto de Eduardo Guimarães, que elucida muito bem tudo o que pode
estar por vir.
Se o golpe no TSE vingasse, todos perderiam
Por
Eduardo Guimarães no Blog da cidadania
Já
que os fatos finalmente estão mostrando que jamais foi “alarmismo”
denunciar (com muita antecedência) que a análise das contas de
campanha de Dilma pela Justiça Eleitoral iriam produzir os devaneios
golpistas que estão produzindo, pulemos a parte do “eu avisei”
para a parte sobre “o que fazer”, que, no frigir dos ovos, é o
que interessa a todos.
Na
semana passada, surgiu o primeiro sinal concreto de que as contas de
campanha de Dilma seriam alvo do que estão sendo. Denúncia de um
dos empreiteiros envolvidos na operação Lava Jato afirmou que o PT
recebeu doações legais nas campanhas eleitorais de 2008, 2010 e
2012 que, na verdade, provieram de dinheiro de corrupção.
Aquele
foi um balão de ensaio do que estava por vir. Exposta a teoria de
que dinheiro do caixa 1 da campanha de Dilma teria ligação com
corrupção justamente no momento em que o relator dessas contas
eleitorais – Gilmar Mendes, inimigo notório do PT – mobilizou
TCU, Receita etc. para que passassem um pente-fino nelas, agora a
mídia trataria de denunciar uma irregularidade nessas contas.
Na
sexta-feira 5, a Folha de São Paulo publica a primeira matéria
apontando irregularidade nas contas da campanha petista, antes de
qualquer anúncio oficial. O vazamento da informação precederia
outro, que seria feito na última segunda-feira, dizendo que
“técnicos” anônimos do TSE teriam encontrado irregularidades em
cerca de 4% das receitas de campanha de Dilma e em cerca de 14% das
despesas.
O
roteiro da TENTATIVA de golpe, a partir desse ponto, já está sendo
amplamente veiculado. Suponhamos, então, que dê certo.
Gilmar
Mendes terá que decidir se acolhe o pelo em ovo encontrado pelos
técnicos aos quais delegou a tarefa de encontrá-lo. Será uma
surpresa e um ineditismo se, pela primeira vez, o ministro tucano no
TSE e no STF decidir alguma coisa a favor do PT. Desse modo,
suponhamos que ele acolha a recomendação dos “técnicos” e
rejeite as contas de campanha de Dilma.
Suponhamos,
agora, que, no TSE, os ministros João Otávio Noronha, Gilmar
Mendes, Luiz Fux e Dias Tóffoli cumpram o script e, por maioria de
quatro a três, rejeitem as contas de campanha de Dilma.
Nesse
momento – ou, talvez, até antes –, que ninguém tenha dúvida de
que movimentos sociais, sindicatos e muitos militantes autônomos ou
filiados ao PT sairiam às ruas exigindo respeito à vontade das
urnas, ao que seriam confrontados pelos militantes tucanos, inclusive
pelos que querem a volta da ditadura militar.
Como
se sabe, Lula já está se preparando para enfrentar um golpe no TSE
que ainda há quem diga que é delírio.
Nesse
processo, não é difícil imaginar que protestos pró e contra a
perda de mandato de Dilma acabariam se encontrando e produzindo uma
guerra campal de magnitude imprevisível, podendo gerar até mortos e
feridos.
A
essa altura, o país já estaria parado. As empresas estariam não
apenas postergando investimentos, mas, também, apelando à boa e
velha prática de “demissões preventivas”. A incerteza sobre
quem iria governar o país derrubaria as ações das empresas, faria
a inflação explodir, desencadearia demissões em massa etc.
Nesse
momento, o PT estaria recorrendo ao STF contra a decisão do TSE,
assim como fez durante a campanha eleitoral a revista Veja, que
conseguiu cassar no Supremo o direito de resposta que a Corte
eleitoral concedera ao partido.
Suponhamos,
então, que, no STF, Gilmar Mendes, Dias Tóffoli, Celso de Mello,
Marco Aurélio Mello, Luiz Fux, Carmem Lúcia e Rosa Weber
derrotassem Ricardo Lewandowski, Teori Zavascki e Luís Roberto
Barroso – a inspiração para compor esse quadro se baseia no
julgamento do mensalão.
Com
a hipotética derrota também no STF, Dilma perderia o mandato e
novas eleições seriam convocadas.
O
país, nesse momento, estaria conflagrado e afundando economicamente.
A radicalização de parte a parte racharia a sociedade, o
eleitorado. Com Dilma impedida, Lula se candidataria, a menos que
prevalecesse a sugestão do Reinaldo Azevedo e o PT fosse colocado na
ilegalidade, em pleno século XXI.
Como
aí já é demais, pois seria a volta da ditadura militar, suponhamos
que Lula não seria preso e o PT não seria posto na ilegalidade.
Assim,
com o país conflagrado, a economia afundando, Aécio Neves e Lula
disputariam uma nova eleição. O mais provável é que Lula
venceria, mas mesmo se perdesse e Aécio fosse eleito, ele receberia
um país conflagrado e uma oposição tão feroz quanto a que está
comandando.
Será
que vale a pena herdar um governo assim? Será que vale a pena atirar
o país em tal buraco achando que não será cobrado pelo que os
brasileiros vierem a passar?
Só
o que já se pode garantir é que, até lá – e até o país se
recuperar disso tudo –, você, cidadão comum que odeia o PT, se
não for ligado a políticos provavelmente estaria desempregado e com
a vida virada de cabeça para baixo. E é possível garantir que a
mídia e o PSDB não resolveriam os seus problemas pessoais só por
você odiar o PT.
A
pergunta que fica, pois, é a seguinte: vale a pena correr tal risco
só por marra da oposição e da mídia, só porque não querem
aceitar uma derrota nas urnas e esperar a próxima eleição? Você
tem certeza de que é isso o que quer? Vale a pena afundar um país
só por birra? Você, que apoia essa aventura, tem certeza de que
sabe o que está fazendo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário