Aécio Neves gravou um vídeo convocando os indignados a comparecerem no sábado ao vão do Masp para a manifestação contra Dilma Rousseff e o PT.
Imediatamente
nas redes sociais foram publicadas chacotas sobre o senador
derrotado, sugerindo que ele próprio não iria à manifestação,
ocupado que estaria em uma das belas praias do Rio de Janeiro.
E
não é que ele não foi mesmo? Afinal, com aquele sol, aquele mar, e a esticada mais tarde na balada...
Lobão
também se queixou da ausência de Aécio Neves: "Cadê os
parlamentares? Só tem 'inimigo' aqui. Cadê o Aécio, o Caiado? Se
eu passo aqui e vejo esse pessoal, acho que é tudo a mesma coisa.
Estou pagando de otário."
José
Serra, o sabotador do trem-bala, também fez uma convocação em
vídeo. Compareceu e, em meio aos cartazes pedindo a volta da
ditadura (que o obrigou a sair do país e se exilar após o golpe de
1964), discursou afirmando que merecia ter sido condecorado com a
medalha da Ordem do Ipiranga por ter atuado contra o trem-bala.
Mas
o que acontece com a oposição?
Às
vésperas da possibilidade de ter nomes tucanos apresentados pela
Polícia Federal como participantes do esquema da Operação Lava
Jato, Aécio, Serra e FHC (foi no governo deste senhor que a coisa
começou a tomar vulto) tratam de tentar se blindar.
Mas
há uma percepção no ar, de que as pessoas comuns que se informam
somente através de jornais e noticiários de TV já sabem que o PSDB
está enrolado até o pescoço na Operação.
Além disso, a Polícia Federal indiciou 33 pessoas por envolvimento no cartel
metroviário que desviou dinheiro público em São Paulo entre 1998 e
2008.
Sobre tudo isso, segue aqui o texto esclarecedor de Antonio Lassance:
Aécio
entra para a galeria dos personagens obtusos
Por Antonio Lassance
O
Senador Aécio Neves terá que engolir sua afirmação de que foi
derrotado por uma organização criminosa.
Grande
parte dos políticos corruptos que receberam propina do esquema que
saqueou a Petrobrás, citados por um dos delatores, apoiou sua
campanha, desde o primeiro turno.
Ainda
conforme os próprios delatores, o envolvimento de cada um deles com
essa organização criminosa data do governo do presidente Fernando
Henrique.
Já
basta desse lenga-lenga de Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e
Roberto Duque.
Os
brasileiros querem saber os nomes dos políticos que receberam
dinheiro de propina do esquema que assaltou a Petrobrás.
O
que se espera agora é que as informações já vazadas sejam
confirmadas no inquérito da Polícia Federal, se os delegados
fizerem o trabalho de delegados e não de cabos eleitorais de
distintivo.
O
que se quer é que todos sejam imediatamente julgados pelo STF ou
fujam logo de seus mandatos para serem processados em primeira
instância, como fizeram os acusados Eduardo Azeredo e Clésio
Andrade, mensaleiros amigos de Aécio Neves.
Quando
os nomes ligados a Aécio nas eleições de 2014 e que constam da
delação premiada forem qualificados como parte do esquema, Aécio
terá uma organização criminosa para chamar de sua.
No
PP, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), ao que consta, um dos
citados na delação, organizou o apoio de todo o Diretório do
Partido Progressista do Rio de Janeiro ao presidenciável tucano.
Outro
citado, João Pizzolatti, presidente do PP de Santa Catarina,
articulou o apoio desse diretório a Aécio e ao chapão em aliança
com o PSDB no estado, incluindo o apoio à candidatura do tucano
Paulo Bauer, a governador, e de Paulo Bornhausen ao Senado, pelo PSB
- também apoiador de Aécio.
Mesmo
no PMDB, muitos dos nomes citados estiveram oficialmente associados à
oposição, como o atual presidente da Câmara, Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN), o senador Romero Jucá, de Roraima, e o deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A
recomendação ética de Aécio aos membros prediletos dessa que
acusa de ser uma organização criminosa foi: "suguem mais um
pouquinho e depois venham para o nosso lado".
A
consequência da baixaria do senador e presidente do PSDB é que ele
próprio, ao nivelar por baixo o debate político, ao invés de agir
como líder da oposição, incorporou o discurso e vestiu a camisa de
chefe de um bando desqualificado de extrema direita que pretende
levar a disputa política para as vias de fato.
A
partir de agora, Aécio torna-se responsável direto por qualquer ato
que fuja do controle do processo democrático e revele a face não
apenas golpista e autoritária, mas violenta desse bando.
O
que se viu nas galerias do Congresso (terça, dia 2) é apenas o
começo de algo que, na República, sempre teve um fim triste e
personagens obtusos.
Aécio
acaba de entrar para a essa galeria de personagens obtusos.
Antonio
Lassance é cientista político.
Aécio copia Serra |
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