Marta Suplicy detonou Dilma Rousseff em seu artigo publicado na Folha de São Paulo.
Entre
muitos escritos que lí sobre o assunto, um chamou minha atenção: o
comentário de ninguém menos que o pitbull da Veja, Reinaldo
Azevedo.
O
homem escreveu: ''Aguardem. Nesta terça, o PT procurará fazer
picadinho de Marta nas redes sociais. Vai tachá-la de dondoca
deslumbrada, de riquinha enjoada, de perua descompensada. As
características que antes eram vendidas como virtudes serão vistas
como vícios. Mais do que se juntar a antigos adversários, o PT sabe
mesmo é enlamear a reputação dos dissidentes.''
Tá
certo. É mais ou menos o que também farei aqui.
Lembro-me
de uma assembleia no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (não me
lembro o motivo), por volta de 1990, onde compareceram Eduardo
Suplicy e sua então esposa Marta.
Lembro-me
do afável, respeitoso e humilde Eduardo, que devia estar em campanha
para o Senado (a memória me falha mais uma vez) e Marta, nariz
empinado, aparentemente desconfortável diante da peãozada, que à
época acho que estava participando de um programa de televisão como
sexóloga.
A
primeira impressão é a que fica, dizem.
E
ficou.
Posteriormente
Marta se elegeu deputada, e mais tarde, prefeita de São Paulo.
E
foi boa prefeita. Trabalhou muito para a periferia, ficando conhecida
pelos CEUS que implantou.
Mas
uma capa da Veja deu o tom na época.
O panfleto da direita, Veja |
Sim,
Marta Suplicy nasceu, assim como seu ex-marido, Eduardo, na elite. E
aí param as semelhanças.
Azevedo
tem razão. Marta é dondoca deslumbrada, riquinha enjoada, perua
descompensada.''
E
deu amostras disso.
Porém,
ao ler seu texto na Folha, percebe-se algo escapou às críticas que
tem recebido do PT.
Marta
cita a falta de água, o trânsito congestionado e os ônibus e
metrôs entupidos. Tem razão.
O
recado é claro para Alckmin e Haddad.
Marta,
em sua crítica à Dilma, não está de toda errada como querem os
petistas, dilmistas, lulistas, enfim. E, democraticamente, tem o
direito de falar.
Realmente
há que se criticar a presidenta com relação à composição de seu
ministério e com as medidas adotadas assim que tomou posse. Há que
se criticá-la também por certa falta de transparência. Até por
seu centralismo. Afinal, o PT também está fazendo isso. Petistas
nas redes sociais também a criticam. Blogueiros idem.
Porém,
ao fazê-lo utilizando-se da grande mídia, Marta define o lado em
que quer estar.
Colunistas
da grande mídia, antes críticos seus desde os tempos de sexóloga,
agora vêem nela sua nova Marina Silva.
Sim,
agora Marta é a rainha da direita, aquela que se libertou dos
grilhões que o PT e a esquerda lhe impuseram, e que está disposta a
enxovalhar o governo. Muito útil.
Não
há dúvidas de que Marta Suplicy sabe o que está fazendo. Aos 69
anos, é em 2017 ou nunca sua oportunidade de voltar a administrar
São Paulo, ou em 2019, o Estado...
Porém,
já percebeu que dentro do PT, dentro das disputas normais que
ocorrerão dentro do partido, visando a indicação do candidato à
prefeitura, suas chances não são muito grandes. Além disso, o
antipetismo da cidade e do estado são muito fortes.
Quem
sabe, abraçada calorosamente pela oposição, consiga seu intuito.
Haddad,
se se candidatar, terá que fazer muito esforço para se reeleger e
Alckmin não poderá disputar novamente. Haverá, portanto um
importante nicho vazio a ser ocupado.
Por
que não ela?
A
mulher parece que aprendeu a enxergar longe, não?
Relaxa
e goza, Marta.
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