terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Ao espírito de Star Wars, um texto muito maniqueísta

Por Fernando Castilho





Como Anakin Skywalker, todos desejaram ser maiores do que eram.

Numa analogia com o mito cristão-judaico da criação, como Lúcifer, todos ousaram ser mais luminosos que o Criador.


Nestes tempos de Star Wars poderíamos pensar que todos aqueles figurões (jedis?) que um dia perfilaram nas fileiras do PT ou participaram de um governo federal do PT e que acabaram por sair rancorosos, indo para o outro lado (da Força?) transformaram-se em Darth Vaders por aí.

Dentro de um modo maniqueísta e fantasiosa de ver as coisas, já que não afirmo aqui que o PT seja o lado bom da Força (não a do Paulinho), ok?

Mas se a fantasia imita a vida, a vida também pode imitar a fantasia, não é certo?

Vejam só, Hélio Bicudo, Marta Suplicy, Marina Silva, Cristovam Buarque e, por que não citar também Michel Temer? Todos eles saíram rancorosos do PT ou do governo. A lista é enorme, (Heloísa Helena, Eduardo Jorge, etc.) mas vamos nos concentrar nestes que já está de bom tamanho.

O que une todos esses nomes tão diferentes, além do rancor comum a todos eles?

Ambição pelo poder. e inveja.

Como Anakin Skywalker, todos desejaram ser maiores do que eram.

Numa analogia com o mito cristão-judaico da criação, como Lúcifer, todos ousaram ser mais luminosos que o Criador.

Maniqueísmo demais? Vejamos.

O jedi Hélio Bicudo, vinha de uma luta feroz contra os sith que compunham o Esquadrão da Morte. Derrotou a todos, inclusive seu líder, o delegado Fleury, torturador na ditadura.

Após ganhar certa fama no PT, imaginou que poderia chantagear o presidente Lula e que este, em troca iria conceder-lhe mais poder dentro da sigla. Não conseguiu e saiu do PT, rancoroso.

Poderia chamar o PT de Conselho dos Jedi ou Lula de Mestre Yoda, mas não vamos ser piegas pois todos estão muito longe dos altos ideais daqueles cavaleiros. Procuro não ir longe demais na analogia com a franquia para que não fique chato demais.

Marta Suplicy fez uma boa gestão à frente da Prefeitura de São Paulo, virou senadora e ministra mas não repetiu o mesmo êxito e a fama. Imaginou-se uma princesa Leia quando quis voltar a disputar o cargo mas perdeu para Fernando Haddad. Na impossibilidade de disputar a prefeitura em 2016 pelo PT, bandeou-se para o PMDB, sentando-se ao lado do trono de Cunha Vader. (concedam-me esta licença)

Marina Silva é outro caso de síndrome de princesa Leia.

Foi ministra do Meio-Ambiente. Não conseguiu muito êxito à frente do ministério em parte por um certo descaso de Lula que queria porque queria desenvolvimento rápido para o Brasil, o que acabou por se chocar contra as políticas ambientalistas. Mas também em grande parte pela sua falta de foco e de tomada de decisões, sua hesitação em vários momentos e uma certa visão ''poética'' em relação à um tema tão complexo.

Saiu do PT com uma grande dose de rancor e ciúmes da então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, a preferida de Lula. Disputou a presidência justamente com ela em 2010 e perdeu.

Novamente em 2014 mediu forças com Dilma, perdendo novamente no primeiro turno.

Não se fez de rogada e passou, aí sim, para o lado escuro da Força, Aécio Neves, no segundo turno.

Digo ''aí sim'' porque, mesmo que com visão maniqueísta, como queiram, considero que, por estar há um ano tentando derrubar uma presidente eleita democraticamente além de sabotando o governo, criando crise política destinada a aumentar a crise econômica que prejudicará mais aos pobres, Aécio Neves, hoje, é certamente o lado escuro da política.

Michel Temer, ao escrever uma carta endereçada a Dilma, demonstrou também todo seu rancor por deixar de ser o que nunca foi, protagonista no governo. Um imperador Palpatine bem menos talentoso em seu golpismo, vamos dizer.

E por fim, agora aparece Cristovam Buarque reclamando com o presidente de seu partido, o PDT, por estar sendo preterido como o candidato da legenda à presidência em favor de Ciro Gomes, recém-chegado.

Como se sua relativa antiguidade dentro do partido lhe conferisse a primazia automática de ser seu candidato. Um predestinado, em sua visão.

Cristovam Buarque foi ministro de Educação no primeiro governo Lula.

Em 2004, enquanto cumpria férias em Portugal, foi demitido do cargo por telefone pelo então presidente.

"Quero ministros para apresentar resultados, não para ficar com tese, com conversa'', teria dito Lula, já cansado de muita retórica e poucos resultados.

Buarque então saiu do PT, para variar, rancoroso e foi para o PDT.

Sua vaidade agora aflora novamente.

Precisamos unir o país.

Precisamos combater a crise e não aumentá-la.

Precisamos de menos vaidades e mais altruísmo.

Precisamos que essas figuras matreiras sejam excluídas pelos leitores, democraticamente, da vida política do país.

Precisamos que essa força desperte, enfim.



Um comentário:

  1. Isso é uma verdadeira radiografia do que acontece na Politica, muito bom esse texto é escancarar as feridas dos imbecis que veem a Politica como uma Piramide para o sucesso financeiro e pessoal!

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