Os veículos de comunicação brasileiros estão esperando alguém morrer graças ao clima de ódio que ajudam a criar. Aí, então, começarão a publicar matérias sobre "tolerância" pra se isentarem de culpa.
Em
um momento de lazer, Chico Buarque de Hollanda foi cercado no meio da
rua por um grupo de jovens ligados ao PSDB e insultado por "defender
o PT".
Aparentemente,
estes projetos de fascistas não compreendem que TODOS temos o
direito de expressar nossas opiniões políticas, agradem estas ou
não. Chico, que nem político é, foi agredido por se manifestar
como cidadão - algo que os veículos da mídia manchetearam como
(acreditem) "Chico bate boca defendendo o PT no meio da rua:
cantor retrucou grupo que atacou o partido".
Não,
jornalixo brasileiro, o grupo não "atacou o partido";
atacou CHICO num momento de lazer e no meio da rua. E ele não "bateu
boca pelo PT"; foi cercado e insultado por estranhos e defendeu
sua posição ideológica.
O
cara é um patrimônio cultural do país, um senhor de mais de 70
anos de idade, é cercado e insultado por um bando de moleques
fascistas e a mídia trata isto não só com normalidade, mas ainda
tentando atribuir a ELE a falta de civilidade da situação à qual
foi submetido.
Os
veículos de comunicação brasileiros estão esperando alguém
morrer graças ao clima de ódio que ajudam a criar. Aí, então,
começarão a publicar matérias sobre "tolerância" pra se
isentarem de culpa. (Não à toa, um colunista demitido de Veja
publicou foto malhando e dizendo que se preparava para a "única
forma de dialogar com petista", num estímulo irresponsável à
violência e à agressão como forma de "debate".)
A
verdade é que esses caras têm alma fascista. Não suportam mais a
distância do poder e usam "corrupção" como um chavão
que disfarça seu propósito real: o não à inclusão social.
Se
a questão fosse mesmo "corrupção", não abraçariam
Cunha como aliado. Protestariam também contra a privataria tucana, o
aecioporto e a roubalheira no metrô de São Paulo.
Mas
não, o panelaço é seletivo: Alckmin pode fechar 100 escolas;
Haddad não pode abrir a Paulista. São milhões de Cunha; já Chico
é um "merda".
Aplaudem
Macri na Argentina, que indica ministro de Supremo por decreto, mas
atacam o STF brasileiro por defender a Constituição numa
interpretação que ganhou apoio de praticamente todos os juristas de
relevo ao barrar os abusos do presidente da Câmara.
Acham
absurdo o bolsa-família que ajuda o povo mais pobre a COMER, mas
aplaudem que os ricos paguem impostos ridículos, significativamente
menores do que o restante da população.
Querem
uma desregulamentação completa do mercado e depois vêm colocar
avatarzinho triste por Mariana.
Dizem
que vivemos numa "ditadura petista" enquanto cercam um
músico de 71 anos na rua para insultá-lo por se expressar como
cidadão.
Saem
pedindo impeachment no aniversário do AI-5 e se espantam quando são
chamados de golpistas.
Acusam
a esquerda de "burrice", mas usam "pão com mortadela"
e "chola mais" como argumento.
Abraçam
a bandeira brasileira e colocam "PATRIOTA!!!" na bio, mas
são os primeiros a diminuir o país num viralatismo constante diante
do mundo, além de adorarem falar mal do Cinema brasileiro - que
conhecem só de ouvir falar.
Amam
quando um comediante chama negro de "macaco", gays de
"vitimistas" e mulheres de "vadias", mas dizem
que os homens brancos cis heterossexuais sofrem preconceito.
Dizem
que a esquerda prega "luta de classes", mas chamam
esquerdistas de "pão com mortadela" e "esquerda
caviar".
Adoram
se dizer éticos, mas acham natural que o líder do MBL peça doações
em sua conta pessoal.
Acham
certo a PM espancar manifestantes (mesmo adolescentes), que chamam de
"vagabundos", mas só conhecem a PM que tira selfie na
Paulista.
Por
isso tenho orgulho de ser de esquerda. De fazer críticas ao governo
que se afastou dos movimentos sociais, mas de defendê-lo contra o
golpe - pois, mesmo com todas as suas graves falhas, AINDA enxergo
nele uma preocupação com os excluídos sociais que JAMAIS serão
abraçados por esta oposição.
Uma
oposição que prega que quem manda é o "deus mercado".
Não, me desculpem, mas prefiro bem mais quem enxerga no
desenvolvimentismo a opção mais humana.
Para
encerrar - e com a maquiagem borrada pelas lágrimas - digo: "LEAVE
CHICO ALONE!".
E
viva o debate saudável.
Esses fascistas se julgam mais brasileiros que os demais 200 milhões." Vai trabalhar vagabundo/ Vai trabalhar criatura/ Deus permite a todo mundo uma loucura"...
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