segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O dia do tudo 13. Zagallo tem razão?

Por Fernando Castilho




A micareta acabou.

Programada para acontecer no dia 13 às 13 horas, referência ao número do PT, também lembrou, intencionalmente ou não, o triste dia 13 de dezembro de 1968, data do famigerado Ato Institucional número 5, acabando por gorar em todo o país.

Rapidamente analisando os motivos, podemos elencar entre outros, justamente o AI-5. Acho houve pessoas que não quiseram ter seu nome associado a esse dia.

Além disso, já deve estar claro pra muita gente que se deixou enganar ingenuamente pela mídia, pelos revoltadões online e Kataguiris da vida, de que o que essa gente quer realmente não é o fim da corrupção, mas tão somente o golpe para derrubar a presidente de um partido que promoveu os pobres.

Pessoas também já devem ter enfim percebido que Dilma é honesta, enquanto o presidente da Câmara, Eduardo Cunha é bandido e Aécio Neves seu aliado em promover o golpe.

Os estudantes secundaristas de São Paulo acabaram também por demonstrar que nem toda a injustiça será tolerada e que haverá forte resistência em caso de golpe.

E agora, o que fazer?

Primeiramente as manifestações contrárias ao golpe e em defesa da democracia que acontecerão em 16 de dezembro têm que ser muito, mas muito mais grandiosa e eloquente que a de domingo.

Estabelecida a supremacia dos democratas (não aquele partideco antidemocrático), as coisas mudarão de figura.

Dilma ganhará uma força e energia que não teve até agora para governar.

Se o Supremo ainda hesitava, será a oportunidade de ouro para enfim mandar prender Eduardo Cunha.

Na esteira, o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot poderá enviar ao STF pedido de abertura de investigações sobre Aécio Neves, citado pelo delator Alberto Youssef como beneficiário de propinas de Furnas e Aloysio Nunes e Álvaro Dias citados pelo delator Paulo Roberto Costa na corrupção da Petrobras.

Michel Temer voltará alegremente a gozar de seu não-protagonismo enquanto vice-presidente e enfim haverá fôlego para o governo tratar do que realmente interessa à população brasileira: a crise econômica.

Esse dia 13 foi realmente carregado de simbologia.

À um só tempo, o AI-5 e os fascistas que querem fazer voltar o passado perderam.

Parece que o número 13 é forte mesmo, como dizia Zagallo.


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