Adeus, senhora Democracia! Nesses 30 e poucos anos em que convivemos juntos, você não foi lá essas coisas, pois a sua mãe, a dona Abertura, sempre foi lenta, gradual e segura. Foi ela que a deixou assim, meio claudicante.
Meu
amigo, José Luiz Teixeira, escreveu um texto muito conciso e que
considero perfeito para descrever o atual momento em que Lula foi
conduzido coercitivamente a depor.
Adeus,
senhora Democracia! Nesses 30 e poucos anos em que convivemos juntos,
você não foi lá essas coisas, pois a sua mãe, a dona Abertura,
sempre foi lenta, gradual e segura. Foi ela que a deixou assim, meio
claudicante.
Mas sempre te vi como uma boa companhia. Por alguns
momentos, graças a você, o povo pode falar, votar e escolher gente
como a gente.
Os miseráveis deixaram de sentir fome, a classe média
viveu seus dias de princesa e a burguesia emburguesou mais ainda.
Mas
a sua presença, cada vez mais constante no dia a dia dos
cidadãos da classe econômica, começou a incomodar demais aquela
turma da classe executiva, já obrigada a dividir aeroportos e até
barrinhas de cereais.
Sua filha mais velha, a Urna, sempre
contrariava a vontade dos que tinham coisas mais importantes para
fazer do que ficar estabelecendo cotas, criando bolsas, gerando
empregos e oportunidades em plena crise mundial. Em 2014, ela foi
caprichosa.
Debochada. Aqueles 3% de diferença foi demais pra eles!
E o Golpe, de tanto ser cutucado pelos inconformados, despertou do
seu sono profundo. Dormiu de farda e acordou de toga.
Veio com uma
fome que nem me contem. E uma sede de anteontem. Quem é da minha
época e o conhece bem, deve pedir aos mais jovens para não ceder
aos seus encantos nos momentos iniciais.
Irá torturá-los lá na
frente. Basta lembrar que até hoje só dá erva daninha no chão que
ele pisou.
muito bom
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