sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

A mãe do capitão

Por Fernando Castilho


"Com pesar o passamento da minha querida mãe. Que Deus a acolha em sua infinita bondade."

Foi assim que o presidente Jair Bolsonaro reagiu nas redes sociais ao ser informado do falecimento de sua mãe, Olinda Bolsonaro.

Ela estava com 94 anos e não reconhecia mais seus filhos.

O Capitão Morte visitou sua mãe pela última vez em agosto do ano passado e, durante seus dias de folga remunerados ilegalmente, pois não passou o cargo para seu vice, Hamilton Mourão, não se dignou a dar uma passadinha para ver como ela estava. Preferiu se esbaldar em pescarias, jet-ski e cavalos de pau.

Na segunda-feira, graças a complicações na saúde já debilitada, dona Olinda foi internada às pressas no hospital de Registro, distante de sua cidade, Eldorado.

Na quinta-feira Bolsonaro embarcou para o Suriname para discutir acordos de cooperação com um país que tem nada ou quase nada a oferecer ao Brasil com seu PIB equivalente à metade do PIB do estado de Roraima (3,8 bilhões). A viagem funciona mais como um passeio pago pelo contribuinte.

Portanto, ao embarcar, o capitão já sabia das complicações de saúde de sua mãe, mas como empatia não é seu forte, manteve a inútil viagem.

Hoje foi às redes sociais proferir a frase inicial deste texto.

A Folha reproduziu as mensagens de vários políticos ligados a Bolsonaro, inclusive seus filhos. Todas tinham conteúdo maior que a do presidente.

É de se estranhar que a Folha e, por enquanto, nenhum de seus colunistas, esboçou sequer um pequeno comentário sobre a atitude fria do capitão em relação à sua mãe. Atualmente a grande mídia parece estar poupando o presidente de críticas, afinal, se a terceira via não vier, talvez para ela ele seja um mal a suportar por mais quatro anos.

Bolsonaro volta hoje para o funeral.



 


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