Por Fernando Castilho
Já
escrevi neste blog o que penso da grande mídia do Brasil. Ela
funciona como um partido político clandestino. Leia
aqui.
De
certa forma, usando uma relação matemática de razão e proporção,
eu diria que a mídia está para o PSDB assim como a Rede
Sustentabilidade de Marina Silva está para o PSB. Com a diferença
de que aquela jamais romperá com os tucanos...
Como
todo cidadão preocupado com o que se passa no país, e sobretudo,
com seu futuro, costumo ler diariamente os jornalões.
Porém
existem duas maneiras distintas de se ''informar'' pelas leituras de
jornais:
A
primeira é a tradicional. Ler todo o conteúdo, inclusive as colunas
de opinião, e sair por aí demonstrando ''conhecimento'' e repetindo
tudo a todos, pessoalmente, ou por meio das redes sociais. Não me alinho à esta.
A
outra maneira é utilizar o conteúdo dos jornais apenas como um
balizamento ou um termômetro sobre tudo o que acontece. É fazer uma
leitura crítica. É ler desconfiando da notícia, dos dados
publicados, das opiniões dos colunistas.
Por
que? Simplesmente porque o conteúdo não é confiável. É
direcionado liminar ou subliminarmente a criar uma massa crítica
favorável a um projeto político.
Esse
projeto político é o de manter o Brasil como era antes da eleição
de Lula. Um país atrasado, com grande desigualdade social, muita
miséria, fome, falta de moradia, de médicos, etc..
À
época do governo de Fernando Henrique Cardoso, um país cheio de
indícios (que nunca chegaram a se transformar em denúncias através
da imprensa) e denúncias de corrupção que nunca chegaram a ser
apuradas, ora porque o Procurador Geral da República à época,
Geraldo Brindeiro, as engavetava todas, ora porque a base governista
impedia a criação de CPI's.
Um
país em que a sanha de privatizar era tanta, que chegou-se a vender
a Vale do Rio Doce por módicos 3,3 bilhões de reais em
1997 sendo que o valor estimado na época do leilão era de R$ 92 bilhões de
reais, ou seja, valor 28 vezes maior do que o que foi pago pela
empresa,
com a desculpa de que o dinheiro seria utilizado para pagar a dívida
pública. Mas a rapinagem falou mais alto e a dívida só cresceu.
parte
do dinheiro utilizado pelas empresas para a compra da Vale foi obtida
por meio de empréstimos ao Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES). E ficou no ar a sensação de que foi um
jogo de cartas marcadas.
Leia mais
aqui.
Hoje
a Vale tem um valor de mercado de 287 bilhões de reais.
Foi
realmente uma privataria, como relatado pelo jornalista Amaury
Ribeiro Jr. Em seu livro ''A Privataria Tucana'' da Geração
Editorial.
E
como ela não pode ser registrada como partido político, nem quer um
mandato presidencial, utiliza-se de sua grande ferramenta para
atingir seus objetivos: o PSDB.
Quanto
mais as eleições se aproximam, mas a mídia ousa em fazer sua
própria propaganda política fora do horário eleitoral, 24 quatro
horas por dia, 7 dias por semana.
E
agora ela já nem se preocupa mais em esconder que é um ''partido
político clandestino'', base de apoio dos tucanos.
Em
recente entrevista do Ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante à
Folha/UOL, ficou demonstara essa tese. Mercadante conversou com a
Folha como se estivesse conversando com o PSDB! E a Folha não
rejeitou esse papel! Saiu do armário nessa entrevista. Leia
aqui.
Citando apenas algumas estratégias de manipulação usadas recentemente pela
Folha:
Tratar
a falta de água em São Paulo como sendo decorrente apenas da
vontade ou má vontade de São Padro, poupando o Governador Geraldo
Alckmin de qualquer responsabilidade no fato;
Cobrir
protestos contra a Copa do Mundo no Brasil inteiro, dando destaque e
volume até a pequenas manifestações, insuflando assim um clima de
guerra durante o evento esportivo;
Criar
um sentimento de ojeriza quanto à administração da Petrobrás,
visando abrir caminho para, num eventual governo tucano,
privatizá-la;
Insuflar
a instalação de uma CPI da Petrobrás, noticiando denúncias
diariamente. Depois recuar e não noticiar mais nada já que os
escândalos à época do governo FHC viriam à tona;
Tentar
ligar o nome do candidato a governador do Estado de São Paulo,
Alexandre Padilha com o doleiro Alberto Youssef e o laboratório Labogen. Deixar de noticiar
qualquer coisa sobre o caso depois que se verificou que o doleiro tinha ligações com o candidato ao governo de Minas pelo PSDB, Pimenta da Veiga, e o laboratório
tinha contrato no governo José Serra;
Noticiar
dia sim e dia também qualquer coisa sobre José Dirceu. Denunciar
que Dirceu tinha utilizado celular na Papuda, mas deixar de falar
sobre o assunto quando foi comprovado o contrário;
Noticiar
que após vistoria feita por 5 deputados da Comissão de Direitos
Humanos da Câmara à Papuda, foi constatado por 2 dos parlamentares
que Dirceu gozava de privilégios. Mas não noticiar a impressão dos
outros 3, que afirmaram em relatório não terem constatado regalias.
Publicar
diariamente uma opinião de qualquer economista, além dos colunistas
da casa, dando conta que o Brasil está à beira de um caos, a
inflação está nas alturas, o desemprego aumenta, a Petrobrás
falida, etc..
Noticiar o escândalo dos trens de São Paulo como sendo suspeita de cartel, deixando de mencionar os cardeais do PSDB como participantes diretos na corrupção.
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Poderia
escrever muito mais sobre isso, mas já basta.
Fica
evidente que não podemos a todo momento aceitar sem juízo crítico,
e muito menos compartilhar tudo o que a mídia publica.
É fundamental que, para que haja mais isenção, que a Lei de Meios comece a entrar em discussão.
Para
que tenhamos um projeto político para o país, que atenda as
necessidades reais da população, e não dessa elite que governou o
Brasil por 502 anos.
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