sexta-feira, 16 de maio de 2014

Gente, deu na Folha: ''O Mundo Acabou!''

Por Fernando Castilho

Já escrevi neste blog o que penso da grande mídia do Brasil. Ela funciona como um partido político clandestino. Leia aqui.

De certa forma, usando uma relação matemática de razão e proporção, eu diria que a mídia está para o PSDB assim como a Rede Sustentabilidade de Marina Silva está para o PSB. Com a diferença de que aquela jamais romperá com os tucanos...


Como todo cidadão preocupado com o que se passa no país, e sobretudo, com seu futuro, costumo ler diariamente os jornalões.

Porém existem duas maneiras distintas de se ''informar'' pelas leituras de jornais:
A primeira é a tradicional. Ler todo o conteúdo, inclusive as colunas de opinião, e sair por aí demonstrando ''conhecimento'' e repetindo tudo a todos, pessoalmente, ou por meio das redes sociais. Não me alinho à esta.


A outra maneira é utilizar o conteúdo dos jornais apenas como um balizamento ou um termômetro sobre tudo o que acontece. É fazer uma leitura crítica. É ler desconfiando da notícia, dos dados publicados, das opiniões dos colunistas.

Por que? Simplesmente porque o conteúdo não é confiável. É direcionado liminar ou subliminarmente a criar uma massa crítica favorável a um projeto político.
Esse projeto político é o de manter o Brasil como era antes da eleição de Lula. Um país atrasado, com grande desigualdade social, muita miséria, fome, falta de moradia, de médicos, etc..

À época do governo de Fernando Henrique Cardoso, um país cheio de indícios (que nunca chegaram a se transformar em denúncias através da imprensa) e denúncias de corrupção que nunca chegaram a ser apuradas, ora porque o Procurador Geral da República à época, Geraldo Brindeiro, as engavetava todas, ora porque a base governista impedia a criação de CPI's.

Um país em que a sanha de privatizar era tanta, que chegou-se a vender a Vale do Rio Doce por módicos 3,3 bilhões de reais em 1997 sendo que o valor estimado na época do leilão era de R$ 92 bilhões de reais, ou seja, valor 28 vezes maior do que o que foi pago pela empresa, com a desculpa de que o dinheiro seria utilizado para pagar a dívida pública. Mas a rapinagem falou mais alto e a dívida só cresceu. parte do dinheiro utilizado pelas empresas para a compra da Vale foi obtida por meio de empréstimos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). E ficou no ar a sensação de que foi um jogo de cartas marcadas. Leia mais aqui.

Hoje a Vale tem um valor de mercado de 287 bilhões de reais.

Foi realmente uma privataria, como relatado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. Em seu livro ''A Privataria Tucana'' da Geração Editorial.

 A mídia cumpriu seu papel de dar o devido suporte à rapinagem, preparando diariamente corações e mentes para a ''necessidade'' que o país tinha de se tornar um Estado mais enxuto, alinhado com o frescor dos ventos neoliberais que sopravam do norte.

E como ela não pode ser registrada como partido político, nem quer um mandato presidencial, utiliza-se de sua grande ferramenta para atingir seus objetivos: o PSDB.

Quanto mais as eleições se aproximam, mas a mídia ousa em fazer sua própria propaganda política fora do horário eleitoral, 24 quatro horas por dia, 7 dias por semana.

E agora ela já nem se preocupa mais em esconder que é um ''partido político clandestino'', base de apoio dos tucanos.

Em recente entrevista do Ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante à Folha/UOL, ficou demonstara essa tese. Mercadante conversou com a Folha como se estivesse conversando com o PSDB! E a Folha não rejeitou esse papel! Saiu do armário nessa entrevista. Leia aqui.

Citando apenas algumas estratégias de manipulação usadas recentemente pela Folha:

Tratar a falta de água em São Paulo como sendo decorrente apenas da vontade ou má vontade de São Padro, poupando o Governador Geraldo Alckmin de qualquer responsabilidade no fato;

Cobrir protestos contra a Copa do Mundo no Brasil inteiro, dando destaque e volume até a pequenas manifestações, insuflando assim um clima de guerra durante o evento esportivo;
Criar um sentimento de ojeriza quanto à administração da Petrobrás, visando abrir caminho para, num eventual governo tucano, privatizá-la;

Insuflar a instalação de uma CPI da Petrobrás, noticiando denúncias diariamente. Depois recuar e não noticiar mais nada já que os escândalos à época do governo FHC viriam à tona;

Tentar ligar o nome do candidato a governador do Estado de São Paulo, Alexandre Padilha com o doleiro Alberto Youssef e o laboratório Labogen. Deixar de noticiar qualquer coisa sobre o caso depois que se verificou que o doleiro tinha ligações com o candidato ao governo de Minas pelo PSDB, Pimenta da Veiga, e o laboratório tinha contrato no governo José Serra;

Noticiar dia sim e dia também qualquer coisa sobre José Dirceu. Denunciar que Dirceu tinha utilizado celular na Papuda, mas deixar de falar sobre o assunto quando foi comprovado o contrário;

Noticiar que após vistoria feita por 5 deputados da Comissão de Direitos Humanos da Câmara à Papuda, foi constatado por 2 dos parlamentares que Dirceu gozava de privilégios. Mas não noticiar a impressão dos outros 3, que afirmaram em relatório não terem constatado regalias.

Publicar diariamente uma opinião de qualquer economista, além dos colunistas da casa, dando conta que o Brasil está à beira de um caos, a inflação está nas alturas, o desemprego aumenta, a Petrobrás falida, etc..

Noticiar o escândalo dos trens de São Paulo como sendo suspeita de cartel, deixando de mencionar os cardeais do PSDB como participantes diretos na corrupção.
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Poderia escrever muito mais sobre isso, mas já basta.

Fica evidente que não podemos a todo momento aceitar sem juízo crítico, e muito menos compartilhar tudo o que a mídia publica.

É fundamental que, para que haja mais isenção, que a Lei de Meios comece a entrar em discussão.

Para que tenhamos um projeto político para o país, que atenda as necessidades reais da população, e não dessa elite que governou o Brasil por 502 anos.


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