Paulo Nogueira do DCM garante:
''NÃO
vai ter golpe.
2015
NÃO é 54 e nem 64.
Espinha
ereta, espinha ereta!''
Tranquilos
todos? Eu não.
Respeito
muito o jornalista pela sua grande experiência e conhecimento das
coisas da política, além de curtir Beatles, mas este blogueiro, mesmo sem o brilho do Paulo,
vem alertando há meses sobre o golpe que se desenha.
No
começo, pouco depois das eleições foram somente manifestações e
um Aécio derrotado e inconformado que pediam o impeachment da
presidenta.
Se
parasse por aí, não haveria mais o que temer. Mas a partir da
sensação de que poderia haver apoio de milhares de pessoas, a
direita se reuniu e definiu uma agenda.
A
orquestração é bem evidente. Numa ponta o juiz Sérgio Moro
comanda o espetáculo da Operação Lava Jato, extorquindo delações
premiadas através de 7 meses de prisões de empresários sem
denúncia formalizada.
Quando
criminosos confessos, delatores como Paulo Roberto Costa e Alberto
Youssef (este já passando pela delação premiada pela segunda vez,
sendo reincidente) citam tucanos, o juiz simplesmente ignora, mas
quando petistas são citados, apesar do segredo de justiça, a
notícia é imediatamente liberada para os jornais que se encarregam
de publicá-la em manchetes garrafais, às vezes com redações
iguais.
A
Polícia Federal que contra a lei já não se submete à hierarquia
do governo, preferindo correr em raia própria, como ficou claro
depois da entrevista de seu diretor, qual sabujo ensinado, fareja todos
os petistas tentando chegar em Dilma (sua chefe acima do ministro
Cardozo) e em Lula.
A
mídia tenta criminalizar as doações legais e declaradas que o
Instituto Lula, assim como o Instituto FHC, recebe de empresas,
''esquecendo-se'' que Lula não tem cargo público.
Um
rapaz se hospedou no mesmo hotel de Dilma e sua comitiva nos EUA,
conseguindo romper o esquema de segurança que deveria ser rígido,
mas ao que parece, facilitou sua aproximação. O moço passou a
xingá-la à vontade sem que se esboçasse nenhuma reação. Se
estivesse armado, podem ter certeza que este texto não existiria.
Nem a presidenta.
O
TCU (Tribunal de Contas da União) vai se pronunciar sobre a
criminalização da presidenta no que se refere às pedaladas
fiscais, coisa que foi rotina no governo de FHC. Se Dilma for
condenada, poderá perder o cargo. No final o caso pode ir para o
STF, onde já se sabe que o voto decisivo ficará a cargo de Luís
Fux...
Não
se trata aqui de justificar atos errados comparando-os com os de
outro governo. Mas pau que bate em Chico, também bate em Francisco.
Não era pra ser assim, Janot?
Na
Câmara dos Deputados, seu presidente, Eduardo Cunha, faz sua parte
ao colocar em votação duas vezes qualquer projeto contrário ao
pensamento do governo que tenha sido derrotado na primeira votação,
em desobediência ao Regimento Interno e à Constituição.
O
PSDB falou que sangraria Dilma. E é o que está fazendo já durante
6 meses. Enquanto isso, a mídia trata de preparar corações e
mentes para que a deposição de Dilma passe facilmente pela goela. E
está dando resultado. Nunca se viu tanto ódio contra a presidenta e
ao PT.
O
aumento exponencial de manifestações fascistas, seja contra o
ex-ministro Guido Mantega, seja através dos comentários políticos
de colunistas e de seus leitores que repercutem esses comentários na
imprensa, seja nos espetáculos homofóbicos patrocinados por
deputados retrógrados na Câmara, em viagem de senadores para
promover factóides na Venezuela ou nas expressões de racismo contra
a apresentadora Maju é mais que evidente. Todo esse pessoal já está
mais que preparado para quando vier um golpe.
E
adiantando-se, ou seja, nem bem o cadáver esfriou, mais que isso,
nem há cadáver ainda, os tucanos de alta plumagem já começaram a
brigar pela vaga de Dilma.
Há
gente confiando demais no STF, por ser ele o grande defensor da
Constituição. Deveria ser assim, mas não é, não se iludam. Lá
tem ministro que deu habeas corpus a Salvatore Cacciola, ministro que
mandou soltar o médico estuprador Roger Abdelmassih, ministro que
deu liberdade a Daniel Dantas, etc..
O
que resta saber é se o STF vai perceber a seriedade de sua decisão.
Sabemos
que o Brasil está dividido. Embora pesquisas indiquem decepção com
o governo Dilma, há um contingente nada desprezível daqueles que
querem que seu voto seja respeitado.
Que
Dilma não está acima da lei, como qualquer cidadão, é pacífico,
mas não
vai ser fácil, no caso de uma decisão do STF desfavorável a ela, sem as devidas provas, sem o respeito ao princípio da equidade,
conter a revolta dos movimentos populares (que tanto a presidenta
desprezou) dos eleitores do PT e da esquerda responsável que agora
se aglutinam na chamada Frente Brasil.
O
líder do MST, Gilmar Mauro, já avisou que “não haverá golpes
nesse país sem resistência de massa nas ruas porque os nossos
movimentos não formaram covardes”
A
oposição, o juiz Moro e a mídia estão brincando com fogo.
Será
que o STF vai contribuir para botar fogo no Brasil?
Convulsão
social não interessa a ninguém agora.
Um
país estraçalhado social, política e economicamente não interessa
a ninguém, nem mesmo à oposição.
Será
que vem daí a tranquilidade de Paulo Nogueira?
A
ver.
P.
S. Contra o golpe, assine este manifesto.
Para
incluir sua assinatura no manifesto, mande email para
assinaturamanifesto@gmail.com.
Manifesto
Brasil
Nós,
militantes de movimentos populares, sindicais, pastorais e partidos
políticos, manifestamos o que segue:
1.
Não aceitaremos a quebra da legalidade democrática, sob que
pretexto for.
2.
O povo brasileiro foi as urnas e escolheu, para um mandato de quatro
anos, a presidenta da República, 27 governadores de estado, os
deputados e deputadas que compõem a Câmara dos Deputados e as
Assembleias Legislativas, assim como elegeu para um mandato de 8 anos
1/3 do Senado Federal. Os inconformados com o resultado das eleições
ou com as ações dos mandatos recém-nomeados têm todo o direito de
fazer oposição, manifestar-se e lançar mão de todos os recursos
previstos em lei. Mas consideramos inaceitável e nos insurgimos
contra as reiteradas tentativas de setores da oposição e do
oligopólio da mídia, que buscam criar, através de procedimentos
ilegais, pretextos artificiais para a interrupção da legalidade
democrática.
3.
O povo brasileiro escolheu, em 1993, manter o presidencialismo. Desde
então, a relação entre o presidente da República e o Congresso
Nacional já passou por diversas fases. Mas nunca se viu o que se
está vendo agora: a tentativa, por parte do presidente da Câmara
dos Deputados, às vezes em conluio com o presidente do Senado, de
usurpar os poderes presidenciais e impor, ao país, uma pauta
conservadora que não foi a vitoriosa nas eleições de 2014. Contra
esta coalizão eventual que no momento prevalece no Congresso
Nacional – disposta a aprovar uma reforma política conservadora, a
redução da maioridade penal, a violação da CLT via aprovação do
PL 4330, a alteração na Lei da Partilha, dentre tantas outras
medidas – convocamos o povo brasileiro a manifestar-se, a
pressionar os legisladores, para que respeitem os direitos das
verdadeiras maiorias, a democracia, os direitos sociais, os direitos
dos trabalhadores e trabalhadoras, os direitos humanos, os direitos
das mulheres, da juventude, dos negros e negras, dos LGBTT, dos povos
indígenas, das comunidades quilombolas, o direito ao bem-estar, ao
desenvolvimento e à soberania nacional.
4.
A Constituição Brasileira de 1988 estabelece a separação e o
equilíbrio entre os poderes. Os poderes Executivo e Legislativo são
submetidos regularmente ao crivo popular. Mas só recentemente o
poder Judiciário começou a experimentar formas ainda muito tímidas
de supervisão, e basicamente pelos seus próprios integrantes. E
esta supervisão vem demonstrando o que todos sabíamos desde há
muito: a corrupção, o nepotismo, a arbitrariedade e os altos
salários são pragas que também afetam o Poder Judiciário, assim
como o Ministério Público. O mais grave, contudo, é a disposição
que setores do Judiciário e do Ministério Público vem
crescentemente demonstrando, de querer substituir o papel dos outros
poderes, assumir papel de Polícia e desrespeitar a Constituição.
Convocamos todos os setores democráticos a reafirmar as liberdades
constitucionais básicas, entre as quais a de que ninguém será
considerado culpado sem devido julgamento: justiça sim, justiceiros
não!
5.
A Constituição Brasileira de 1988 proíbe o monopólio na
Comunicação. Apesar disto, os meios de comunicação no Brasil são
controlados por um oligopólio. Contra este pequeno número de
empresas de natureza familiar, que corrompe e distorce cotidianamente
a verdade, a serviço dos seus interesses políticos e empresariais,
chamamos os setores democráticos e populares a lutar em defesa da
Lei da Mídia Democrática, que garanta a verdadeira liberdade de
expressão, de comunicação e de imprensa.
6.
Um consórcio entre forças políticas conservadoras, o oligopólio
da mídia, setores do judiciário e da Polícia trabalham para
quebrar a legalidade democrática. Aproveitam-se para isto de erros
cometidos por setores democráticos e populares, entre os quais
aqueles cometidos pelo governo federal. Os que assinam este Manifesto
não confundem as coisas: estamos na linha de frente da luta por
mudanças profundas no país, por outra política econômica, contra
o ajuste fiscal e contra a corrupção. E por isto mesmo não
aceitaremos nenhuma quebra da legalidade.
7.
Concluímos manifestando nossa total solidariedade à luta do povo
grego por soberania, democracia e bem-estar, contra as imposições
do capital financeiro transnacional.
Em
defesa dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras!
Em
defesa dos direitos sociais do povo brasileiro!
Em
defesa da democracia!
Em
defesa da soberania nacional!
Em
defesa das reformas estruturais e populares!
Em
defesa da integração latino-americana!
Brasil,
1 de julho de 2015
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