Mauricio
Macri assumiu o governo da Argentina com a faca neoliberal entre os
dentes.
Vai
passando o trator em tudo que os Kircher fizeram ao longo de anos de
governo, fazendo o país voltar aos tempos em que era dominado por
uma elite retrógrada.
No
Brasil, caso Aécio Neves vencesse, estaríamos numa crise muito
pior, mas estejam certos de que a mídia nos faria acreditar que tudo
estaria muito bem, obrigado.
Em
2014 Dilma Rousseff foi reeleita presidenta com 54,5 milhões de
votos. O candidato derrotado, Aécio Neves, obteve 51 milhões. A
diferença, embora seja considerada pequena, equivale à população
inteira do Uruguai.
Há
muito tempo que o PT, partido de Dilma, não é de esquerda, na pura
definição da palavra, porém, são notáveis os avanços nas
políticas sociais dos últimos 13 anos.
Mas
há obrigatoriamente que se considerar que ao iniciar o novo governo
em 2015, houve uma clara guinada à direita com a nomeação de
Joaquim Levy para a Fazenda, nome que se encaixaria perfeitamente num
governo neoliberal de Aécio.
Não
se sabe se Levy entrou para apaziguar os ânimos de uma direita que
desde o anúncio da vitória de Dilma já pedia seu impeachment sem
nenhum motivo, ou se a presidenta realmente achava que naquele
momento ele era necessário.
Pois
bem, Levy já pegou seu boné e o governo Dilma, agora mais tranquilo
com o impeachment se distanciando no horizonte, dá ares de que
tenderá um pouco mais à esquerda.
Mas
se Aécio perdeu no Brasil, seu ''alter-ego'', Mauricio Macri, venceu
Cristina Kirchner na Argentina.
Podemos
muito bem olhar para a Argentina e ver o que Aécio Neves faria no
Brasil caso tivesse sido eleito.
Após
13 anos de PT no Palácio da Alvorada, a direita representada pelos
partidos de oposição, entre eles PSDB e DEM e a grande mídia estão
com a faca entre os dentes.
Esforçaram-se
para que grande parte da população grite ''FORA PT'', fazendo com
que, aos olhos dela, que não percebe a jogada midiática, cada
petista aparente ostentar um carimbo ''CORRUPTO'' na testa.
Nisto,
o colunista Reinaldo Azevedo se esmerou cunhando o termo
''petralha''.
Quem
consegue se libertar desses grilhões e se informa em outras fontes
sabe que dentre os políticos corruptos envolvidos na Lava Jato, os
petistas são minoria. Fora os tucanos que são blindados e nunca são
presos.
Caso
Aécio Neves vencesse no Brasil, a mídia faria uma grande festa
assim como aconteceu na Argentina com a vitória de Macri.
Ao
mesmo tempo, Aécio respaldado por essa mídia daria vazão a todas
as taras neoliberais reprimidas em 13 anos.
Macri
assumiu o governo e já tratou de nomear juízes que lhe garantirão
apoio no Supremo por decreto, algo que se Dilma fizesse, seria
crucificada. Mas a imprensa de lá e também a de cá não abriram o
bico.
Macri
também desvalorizou o peso em 40%, o que já está causando grande
aumento dos preços dos produtos e acabará por gerar inflação.
Quem pagará o pato será o povo. O que diria a Fiesp por aqui?
Macri
acabou com o órgão responsável pela regulação da Lei de Meios,
desalojando com força policial seu presidente. Afirma que por
enquanto a Lei continua, mas certamente ela já está com seus dias
contados. Porque o acordo com a grande mídia já foi feito antes das
eleições.
Além
disso tudo, Macri acabou com a Senado TV, um importante canal para
que as pessoas se informassem sobre o desempenho de seus senadores,
violando o convênio com o Parlatino (Parlamento Latino-Americano),
organização regional de Parlamentos, que possui o canal Parlatino
Web TV.
Ou
seja, Macri está indo com tudo, assim como Aécio também faria.
O
povo na Argentina já começa a perceber em que pau amarrou sua égua
e os protestos já começam a pipocar, sendo repreendidos pela
polícia.
Enquanto
isso, as mídias argentinas e brasileiras não se cansam de
euforicamente destacar os grandes feitos do novo presidente,
escondendo os fatos negativos.
Dilma
e o PT não são nenhuma maravilha, mas certamente com a oposição
no poder as coisas certamente seriam piores.
Logicamente
não se deseja uma perpetuação do PT no poder, mas sim o
prosseguimento de uma política direcionada preferencialmente aos
pobres.
O
desejável seria até que uma nova força política genuinamente de
esquerda se formasse, mas enquanto isso não acontece, o PT é o que
temos para hoje.
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