sábado, 24 de junho de 2017

FHC X Doria, a briga dos fakes

Por Fernando Castilho


Imagem: internet


Briga entre tucanos fakes esquenta em São Paulo. Mas será isso também mais um fake?


FHC X Dória, a briga dos fakes

Em palestra em São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou o prefeito de São Paulo, João Dória, afirmando que este sabe muito bem manipular (tirando o celular do bolso) isto.

O que ele quis dizer? Ora, que Dória usa a comunicação para tentar parecer o que não é aos olhos da população de São Paulo. Ou seja, o gestor é puro marketing e mais nada. É apenas um out-door ambulante de si mesmo.

Dória rebateu dizendo que FHC precisa visitar mais São Paulo. Não sei se foi uma indireta ao ex-presidente que costuma ir muito a Paris onde possui um apartamento na Avenida Foch, no edifício mais caro e chique da cidade luz.

O fato é que os tucanos estão se bicando. E não é de hoje.

FHC tem história na esquerda, sobressaindo-se como um dos mais importantes intelectuais de sua época. Depois, quando assumiu a presidência, pediu que esquecêssemos tudo o que escreveu e passou a vender o Brasil numa onda de privatizações que prejudicou enormemente o país.

Recentemente FHC se reafirmou como sendo de esquerda. Apenas um fake porque sendo de esquerda não poderia ser neo-liberal, convenhamos.

O ex-presidente é conhecido nos meios intelectuais por ter se apoderado da Teoria da Dependência de Ruy Mauro Marini. Além disso se autoproclamou autor do plano Real.

Doria, por sua vez, nas redes sociais é referido como prefake, ou seja, um falso prefeito porque não cria, não inova, não administra, não equaciona nem resolve problemas da cidade. Somente faz marketing pessoal de si mesmo, talvez visando galgar postos mais altos no futuro. A impressão que dá é que iniciou campanha eleitoral já no dia 1o de janeiro de 2016.

Mas se FHC e Dória são fakes, seu próprio partido também não deixa de ser.

O PSDB, que se originou de uma dissidência de esquerda dentro do MDB, adotou o nome de Partido da Social Democracia Brasileira, ou seja, se deslocou do centro para a esquerda, configurando-se como centro-esquerda.

Mas ao se deixar converter ao neoliberalismo, os tucanos se posicionam já há algum tempo à direita, portanto, o nome “Social” agora não tem mais nada a ver com o partido que defende a reforma trabalhista que prejudicará enormemente os trabalhadores e a reforma da previdência que porá fim à aposentadoria de grande parte dos brasileiros.

Então, nada mais lógico do que termos dois políticos fakes protegidos pelas asas de um partido também fake.

Portanto, eles não deveriam brigar, deveriam se congratular.


Ou essa briga também é fake?

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Temer morreu mas se esqueceu de deitar

Por Fernando Castilho



Imagem: foto Folha



Qual o futuro de um presidente golpista e traidor?
Não poderia ser outro senão o desprestígio e o desprezo.

Que horas ele cai?


Terça, 20, o governo golpista de Michel Temer sofreu derrotas seguidas que indicam sem sombra de dúvida que está prestes a cair. Como se diz na linguagem popular, morreu mas se esqueceu de deitar.

Em sua viagem à Rússia (que na agenda presidencial contava como República Socialista Federativa Soviética da Rússia), Temer sequer foi recepcionado pelo presidente Putin, sendo recebido por um funcionário de segundo escalão, fato impensável numa diplomacia e que demonstra seu enorme desprestígio junto aos principais líderes mundiais.

Hoje vejo pelo noticiário que o golpista não foi recebido por ninguém na Noruega. Será que a diplomacia brasileira não previu isso ou simplesmente colocou temer numa posição vergonhosa para empurrá-lo de vez pro abismo?

A Rede Globo divulgou que o presidente teve cheques da OAS e da JBS depositados em sua conta corrente, tamanha era sua certeza de impunidade.
Mas o que mais impressionou ontem foi a derrota da Reforma Trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais, a CAS pelo placar de 10 a 9.

Vale aqui destacar alguns pontos importantes.

O Senador Ronaldo Caiado (DEM – GO), apoiador das reformas não compareceu à sessão, o que pode indicar que preferiu não entrar em dividida com o governo.
Já o voto do Senador Eduardo Amorim (PSDB – SE), contrário à reforma, demonstrou que os tucanos estão realmente divididos e que podem debandar do governo a qualquer momento.

Interessantes foram os votos dos peemedebistas Renan Calheiros (PMDB – AL) e Hélio José (PMDB – DF) que também votaram contra.

O primeiro já vinha dando mostras da disposição de trair Temer devido ao receio de perder bases eleitorais em seu estado. Além disso, seu filho será candidato à reeleição para governador em 2018.

O segundo foi voto de minerva e surpreendeu o plenário por isso.

Há que se destacar o discurso de Gleisi Hoffman que demonstrou a enorme incoerência de Marta Suplicy que tem um histórico de defesa das mulheres mas que, ao apoiar o projeto demonstra que se esqueceu das causas pelas quais sempre lutou no passado.

Interessante também foi a inversão de papéis entre a ruralista Kátia Abreu que teoricamente deveria defender as reformas e Marta Suplicy que deveria, também teoricamente, ser contrária. As duas chegaram a bater boca defendendo suas novas posições.

Temer afirma que vencerá no plenário mas o que se depreende da votação de ontem é que as bases do presidente estão começando a abandoná-lo porque, embora tardiamente, já perceberam que a canoa está furada e afundará.

Mesmo com a saída de Temer a reforma poderia prosseguir, seja pelas mãos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, seja sob o comando de Henrique Meirelles, caso a eleição do sucessor seja por via indireta, mas o dado mais importante a se considerar é que as eleições de 2018 estão próximas e muita gente não vai querer ter que enfrentar suas bases nos estados e tentar explicar porquê optou por ficar contra os trabalhadores.

Outro fator que pesará, e no caso de Renan já ficou claro, é Lula.

Ninguém pode ignorar as pesquisas que dão ampla vantagem ao ex-presidente.
Caso Lula possa disputar o pleito do ano que vem, é altamente recomendável que os deputados e senadores colem sua imagem à dele.

E isso em política é quase lei.


terça-feira, 20 de junho de 2017

Por que a saída para Moro está na absolvição de Lula?

Por Fernando Castilho


Imagem: internet

Tanto o MPF quanto a defesa de Lula já entregaram suas alegações finais ao juiz Sérgio Moro.
Por que agora a melhor saída para ele é a absolvição do ex-presidente?

O Ministério Público Federal e a defesa de Lula já entregaram suas alegações finais ao juiz Sérgio Moro mas ainda não há data certa para o julgamento do caso do triplex do Guarujá.

Imagino como deve estar a cabeça do juiz neste momento.

Por um lado há uma esperança enorme por parte daqueles que querem ver o ex-presidente entre as grades e veem em Moro aquele algoz apto a acionar a guilhotina.

De outro lado há advogados e juristas preocupados e apreensivos quanto ao desrespeito ao Estado de Direito e à Constituição, que torcem para que o juiz represente, enfim, imparcialmente seu papel.

Além desse corpo jurídico há cerca de 50 a 60% da população (os índices variam de acordo com as pesquisas) que votariam em Lula para presidente em 2018 e que não querem vê-lo preso. Encabeçando essas pessoas há os sindicatos, o MST e os demais movimentos sociais que saem às ruas contra as reformas de Temer e pelas Diretas Já.

Moro tem a oportunidade de passar para a História nesse julgamento.

Se decretar a condenação de Lula, terá contra si a responsabilidade de ter criado uma convulsão social.

Se optar pela absolvição fica a dúvida se será chamado de vendido ou covarde pela outra parte.

Há, porém, um caminho mais simples para Moro: o do estrito respeito à legalidade.

Ficou comprovado nas últimas semanas que a verdadeira quadrilha de corruptos do Brasil está no governo e no congresso. Lula só é acusado de possuir um triplex que, na visão de Paulo Maluf são três Minha Casa Minha Vida um sobre o outro, o que não valeria a pena.

O MPF, em suas alegações finais facilita a decisão de Moro ao afirmar que não conseguiu provas contra Lula e a defesa do ex-presidente conseguiu prova de que o apartamento realmente pertence a OAS, uma vez que a empreiteira usa o imóvel como garantia em empréstimos, inclusive da Caixa.

Ora, se apesar de tudo isso Moro ainda insistir no lawfare contra Lula, estará sendo pouco inteligente. Ele se meteu numa sinuca ao persistir na perseguição contra um só partido e contra Lula enquanto uma quadrilha imensa, e no dizer do dono da JBS, Joesley Batista, a mais perigosa do Brasil, roubava o país em encontros em garagens nas madrugadas.

Acho que deu na vista para aquele brasileiro médio, ainda não contaminado pelo ódio ao PT disseminado pela grande mídia, que Moro perdeu tempo ao querer prender Lula.

Portanto, se Moro realmente quiser salvar sua biografia de juiz incorruptível e isento, haverá de inocentar Lula e passar a observar os verdadeiros ladrões do país.

Mais simples do que parecia. Que Moro perceba que sua saída está na absolvição de Lula.