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sexta-feira, 10 de outubro de 2025

GRANDE IMPRENSA COMEÇA A DESEMBARCAR DE TARCÍSIO

Por Fernando Castilho

 


Quando, em 2023, um colunista da Folha resolveu cunhar o termo “bolsonarista moderado” para definir Tarcísio de Freitas, muita gente torceu o nariz. Mas a senha estava dada: a grande imprensa, sempre ávida por um novo rosto palatável à elite, adotou o governador de São Paulo como seu queridinho para a sucessão de Lula. Afinal, nada como um “moderado” para manter o bolsonarismo.

Logo depois, foi a vez do mercado. Pesquisas mostravam que, embora os empresários estivessem nadando em lucros, o desprezo pelo governo Lula atingia níveis olímpicos. Já Tarcísio era visto como a joia rara — aquele que promete entregar o Estado em fatias generosas e, de quebra, mandar os pobres para o rodapé da história.

O tempo passou e o barco de Tarcísio navegava em águas calmas. Nenhuma onda, nenhuma notícia negativa. Nem mesmo as mortes causadas pela truculência policial conseguiram furar o bloqueio midiático. Tudo seguia conforme o script.

Mas eis que o julgamento de Jair Bolsonaro se aproximava, e o filho 03, Eduardo, resolveu cobrar fidelidade explícita de Tarcísio. O bolsonarismo, sempre faminto por lealdade cega, virou-se contra o governador. Tarcísio, então, fez o que qualquer político com ambições faria: colocou tudo na balança. De um lado, a moderação que agradava à imprensa. Do outro, os votos do bolsonarismo raiz.

Foi nesse clima que estourou uma operação revelando conexões entre o crime organizado e a Faria Lima — com possíveis ramificações que chegavam até o governador. A imprensa, que até então fazia vista grossa, entrou em pânico. Até quando esconder o escândalo? Continuar apoiando Tarcísio significaria, mais cedo ou mais tarde, parecer cúmplice.

Então veio o movimento audacioso: Tarcísio declarou que, se eleito presidente, seu primeiro ato seria conceder indulto a Jair Bolsonaro, em perfeita sintonia com o que preconizava o filho 01, Flávio. Ora, todos sabem que esse indulto seria barrado pelo STF por inconstitucionalidade. Mas Flávio já havia avisado: se isso acontecer, o presidente herdeiro do legado bolsonarista deve usar a força contra o tribunal.

Tarcísio, por sua vez, afirmou não reconhecer Justiça no Brasil. Para bom entendedor, isso soa como um aviso: seu governo, tal como o de Jair, seria pautado pelo confronto com o STF — e quem sabe até pela destituição de ministros ou pelo fechamento do tribunal, como sonha Eduardo.

Não por acaso, os editoriais dos grandes jornais agora estampam críticas ferozes a Tarcísio. A lua de mel parece que acabou. Nenhum desses veículos vive apenas de imprimir jornais — são conglomerados de mídia com interesses em tecnologia, publicidade, entretenimento e serviços digitais. O Globo, Estadão e Folha de S.Paulo pertencem a grupos empresariais que dependem de estabilidade econômica e previsibilidade institucional. E, convenhamos, uma ditadura não costuma ser boa para os negócios — a menos que se esteja do lado certo da baioneta.

O que se vê no horizonte é preocupante. Se Tarcísio conseguir libertar Jair em meio a uma crise com o Judiciário, quem governaria de fato? E qual seria o tamanho da insegurança jurídica que isso provocaria?

Por ora, os ventos sopram a favor da grande mídia, graças ao crescimento econômico. Mas será que ela está disposta a trocar estabilidade e previsibilidade por caos, só para manter um flerte com o bolsonarismo?

Hora de desembarcar da candidatura Tarcísio — antes que o barco afunde e leve junto a democracia.

 

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Ignorância ou mau-caratismo? Ou os dois?

Por Fernando Castilho

Reprodução: redes sociais


Tarcísio avisou que a extrema-direita e Bolsonaro seriam derrotados e acertou. A grande mídia ficou eufórica com ele por despontar como uma alternativa a um quarto mandato de Lula.


Há várias definições para ignorância: desconhecimento, desinformação e inocência são algumas delas. Todas aludem a um estágio anterior ao conhecimento e parecem sugerir que a pessoa ignorante é aquela que não teve acesso ao conhecimento, razão pela qual não se pode atribuir culpa a ela por isso.

Já, para o mau-caratismo, há também inúmeras definições: cafajestismo, canalhice e desonestidade são algumas delas. Todas remetem a um comportamento inadequado dentro de um determinado grupo social. Aquele que exibe mau-caráter é aquele que busca incessantemente enganar ou ludibriar o outro para obter vantagens em detrimento dele.

Na semana passada vimos como a ignorância e o mau-caratismo quase se amalgamam, embora este último predomine sobre o primeiro.

Foi o caso da reunião do Partido Liberal (PL), em que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi hostilizado, não só por uma plateia raivosa, mas também pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Tarcísio, aliado por 4 anos do capitão, entendia que a reforma tributária proposta por Fernando Haddad, ministro da Fazenda, seria algo benéfico para o país, mas seu ex-patrão (e é aqui que entra a ignorância), sem ter lido uma linha sequer da proposta, incitou os presentes a atacarem o governador. Além disso, como se fosse o presidente do partido, praticamente ordenou que os deputados do PL votassem contrariamente ao projeto simplesmente porque (e é aqui que entra o mau-caratismo) seria algo que daria pontos ao governo Lula.

A reforma tributária não é a reforma dos sonhos dos progressistas, mas é a reforma possível e, com certeza, será muito benéfica para o país, pois, dentre inúmeros avanços como a unificação de alguns impostos que beneficiarão as empresas, pela primeira vez os jatinhos, helicópteros, iates, lanchas e jet-skis dos milionários pagarão impostos. Além disso, os produtos da cesta básica não serão mais taxados, o que barateará a alimentação dos mais pobres.

À parte a possibilidade de uma estratégia de Tarcísio para romper o cordão umbilical com Bolsonaro e se apresentar aos brasileiros como uma direita de sapatênis, aproveitando o vácuo deixado por João Doria, o governador que tenta herdar o espólio dos tucanos demonstrou que de ignorante não tem nada. É muito astuto. Previu e avisou que a extrema-direita e Bolsonaro seriam derrotados e acertou. A grande mídia parece ter ficado eufórica com Tarcísio por despontar como uma alternativa a um quarto mandato de Lula.

Os vídeos com as falas de deputados bolsonaristas, tanto no plenário da Câmara, como em seus canais, logo irromperam numa torrente de mentiras (é aqui que também entra o mau-caratismo) em que não faltaram acusações de que o projeto é comunista (o conceito que atualmente serve para tudo aquilo que contraria o extremismo de direita) e que iria levar o país para o abismo. Na verdade, estávamos à beira do abismo, ou até dentro dele, até o fim do governo Bolsonaro. Agora, passados 6 meses de governo Lula, o ambiente já está consideravelmente mais despoluído e um bom futuro começa a ser construído para a nação.

Se há várias formas de definir o mau-caratismo, mais uma pode ser incorporada: a maldade.

Um dos maiores representantes da prática da maldade para atingir objetivos próprios é o senador Magno Malta. Em vídeo, transparece a quem não é incauto, (outra possível definição de ignorante) essa maldade. Esse senhor, cuja marca da maldade parece estar estampada em sua testa, NÃO QUER um bom futuro para as pessoas mais pobres do país, mas tão somente, fazer crescer seu nome para conseguir mais rebanho (rebanhos são ignorantes, puros, incautos, inocentes conduzidos por alguém mais esperto).

Um demônio incorporado numa figura humana, assim como seu mito.

Outro que parece tentar passar uma imagem de ignorante é Eduardo Bolsonaro. Ao afirmar em evento de defensores do armamento que professores são piores que traficantes, não passou somente por ignorante no assunto educação, mas expôs todo seu mau-caratismo além de seu posicionamento fascista. Todos sabemos que fascistas odeiam a educação, a cultura e a ciência.

Ah, quase ia me esquecendo, a reforma tributária foi amplamente aprovada pela Câmara. Vitória dos bons.