Mostrando postagens com marcador Biden. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Biden. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Só Lula quer o fim da guerra?

Por Fernando Castilho



Washington não vai assistir passivamente um mundo mandarinizado e indexado pelo Yuan em vez do dólar.


Quando Lula propôs a criação de um clube de nações que se empenhariam em discutir e encontrar soluções para o conflito entre Rússia e Ucrânia, Joe Biden torceu o nariz e Reino Unido e União Europeia ouviram atentamente, mas, como sempre, acabaram indo a reboque do pensamento dos EUA, fazer o quê? Afinal, os americanos mandam no mundo há décadas e ninguém tem a coragem de desafiá-los, até porque eles detêm o maio arsenal de armas do planeta. Por isso, invadem países, provocam guerras híbridas que derrubam governos e desrespeitam sem cerimônia resoluções da ONU desfavoráveis a embargos econômicos como o imposto a Cuba.

Biden nunca vai apoiar qualquer iniciativa de encerramento desse conflito por 2 razões muito simples. A primeira é conhecida de todos: são os americanos que mais lucram com a guerra produzindo e vendendo armamentos pesados.

A segunda razão está na geopolítica americana.

A China, ainda chamada de economia emergente, está empenhada em refazer a rota da seda, desta vez não com esse produto, mas com tecnologia e indústria, principalmente.

O G7, em reunião em Hiroshima, condenou o país de Xi Jinping por estender seus tentáculos pelo mundo como se os EUA nunca tivessem feito isso pela violência. A China o faz com comércio.

A supremacia mundial, econômica e militar dos americanos vem sendo ameaçada pelo País do Centro e as projeções já apontam que nas próximas décadas ela deixará de existir. Teremos um mundo mandarinizado e indexado pelo Yuan em vez do dólar.

Washington não pode assistir passivamente à sua derrocada, por isso, elaborou um plano de ataque.

A OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, ampliou significativamente sua presença nos países que estão próximos à Rússia e se empenha ativamente para construir uma base na Ucrânia, sonho que povoa obsessivamente a mente de seu presidente, Volodymyr Zelenski.

Se essa base for construída, mísseis poderão atingir Moscou em apenas 8 minutos, o que inviabiliza qualquer tentativa de defesa.

Claro que a OTAN não fará isso e nem talvez tenha essa intenção. O objetivo é o de manter uma ameaça muito próxima.

Foi por isso, tão somente que Vladimir Putin iniciou a guerra. Não poderia assistir à essa ameaça passivamente, sob pena de ver seu país, na sequência, ser obrigado a ceder a qualquer exigência dos americanos, já que possuiria uma arma apontada para sua cabeça o tempo todo.

Putin, e, principalmente, Xi Jinping, sabem que uma vez curvada a Rússia, o próximo objetivo seria a China.

Diante de um gigantesco poderio, restaria à China ser subjugada, retornando o comando mundial aos EUA, ou resistir através de uma guerra de proporções inimagináveis.

Diante de uma possibilidade de consequências catastróficas que podem incluir a aniquilação total do planeta devido ao uso de armas nucleares, caberia a uma das duas forças ceder para evitar o desfecho final da humanidade.

O mundo ocidental não hesitaria em escolher seu inimigo preferencial, o Oriente e o lado escolhido na batalha seria o dos americanos, pois estes jogam sempre pesado.

Não restaria à China outra alternativa que a rendição e submissão aos interesses ocidentais.

A íntegra do discurso de Lula no G7 de Hiroshima pode ser lida nas entrelinhas como a certeza de que é esse o plano dos americanos e é por isso que ele criticou tão duramente o próprio grupo e a ONU, tão habituada a ceder aos interesses de Washington.

O convite a Lula para ir ao G7 foi uma tentativa de armadilha para que ele, de alguma forma, se posicionasse a favor da Ucrânia, o que comprometeria sua posição pela busca da paz e fortaleceria os interesses de Biden e da OTAN. Mas o ex-líder metalúrgico, habituado a inúmeras tentativas de colocá-lo contra a parede, inverteu o jogo e criticou duramente o próprio G7 e a ONU.

Desta forma, quem saiu fortalecido de Hiroshima foi Lula e o governo brasileiro.


sexta-feira, 4 de março de 2022

Ainda não há uma guerra de fato, mas pode haver

Por Fernando Castilho




Estranhou o título?

Será possível que Putin esteja planejando reeditar a União Soviética, como dizem?

Duas questões.

Vamos raciocinar um pouco.

Antes do conflito, Joe Biden vinha afirmando todos os dias que a Rússia iria invadir a Ucrânia, ao passo em que Wladimir Putin negava.

Não deu outra, Moscou avançou com tanques sobre Kiev.

Começava a guerra.

Mas será que o termo “guerra” está mesmo correto?

O embaixador da Rússia na ONU, Gennady Gatilov, sustenta que não. Segundo ele, “trata-se de uma operação militar especial”.

Ele pode ter razão.

Até agora, pelo menos, Putin enviou somente tanques e soldados, poupando a Ucrânia de ataques de caças e helicópteros que poderiam lançar bombas e mísseis com poder destruidor muitas vezes maior do que o que está sendo utilizado. Até agora contabiliza-se poucas centenas de mortos, quando era de esperar, após mais de uma semana de conflito, milhares.

Além disso, as intervenções russas parecem ser cirúrgicas. Foram destruídos uma antena de televisão (o que impede a transmissão de informação ou desinformação), uma usina nuclear, um edifício do governo, uma fábrica de tanques e alguns poucos prédios de apartamentos. Lembrando que a Usina Nuclear de Chernobyl também foi tomada.

Quem se lembra da invasão dos Estados Unidos no Iraque, certamente recordará que em poucos dias, a capital, Bagdá foi quase que totalmente destruída pelos mísseis americanos, resultando em 600 mil civis mortos. Tornou-se um amontoado disforme de escombros. Portanto, pode ser que realmente ainda não haja uma guerra de fato.

Mas Biden acertou quando previu que a Rússia invadiria a Ucrânia, não vamos questionar.

Agora o Ocidente novamente prevê que Putin planeja anexar outros países para reeditar a URSS.

Isso é de uma estupidez monumental.

Putin é um capitalista. Jamais pensaria em ressuscitar o comunismo por aquela parte da Europa.

Mas talvez queira somente anexar e aumentar o domínio da Rússia?

Pode até ser. Utilizando alguns países como escudo, poderia instalar bases nesses territórios e fazer um contraponto à OTAN. Mas notaram o tamanho do território russo? É enorme. Cabem quase que exatamente dois Brasis na Rússia! Bastaria instalar bases por todo o país.

A tarefa de anexar territórios seria extremamente árdua e arriscada, pois jamais a OTAN permitiria que sua hegemonia fosse ameaçada. A operação poderia resultar numa terrível guerra com consequências devastadoras para a humanidade.

Voltando ao embaixador, ele garante que “a Rússia não quer ocupar a Ucrânia. Isso está fora de questão", disse. "O que queremos é desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia".

Na verdade, o intento de Putin é impedir que Zelensky torne seu país membro da aliança, o que fragilizaria a Rússia.

Se Zelensky quiser colocar Putin à prova e desmascará-lo, bastaria aceitar seus termos. Caso o presidente russo, mesmo assim, não se retirasse, ficaria provado junto à comunidade mundial que a invasão é um pretexto para intenções maiores.

Então, na verdade, está fácil acabar com o conflito. O problema é que o Ocidente e Zelensky não querem porque o plano é realmente o ingresso da Ucrânia na OTAN e o cerco a Rússia como Putin denuncia.

Biden se reuniu com o grupo dos quad, EUA, Japão, Índia e Austrália para discutir a possível invasão da China a Taiwan, coisa em que o presidente americano aposta.

Caso tenha razão, o que poderão fazer? Cercar a China? Bombardeá-la?

Não poderão fazer nada, nem militarmente, nem economicamente através de sanções. Temos que lembrar que a China é fortíssima militarmente e credora poderosíssima dos EUA.

O que Biden pretende, na verdade, é melhorar sua aprovação, que está em baixa, pelos americanos, ao mesmo tempo em que pode dar uma implementada na economia de seu país através da produção e comercialização de armas pesadas.

Nessa ambição, o risco a que expõe o mundo que assiste à essa briga de cachorro grande, é o de iniciar guerras de verdade, guerras que podem levar a humanidade à sua extinção.

Esse é o grande risco.


(sugiro a leitura de "Será que já dá pra entender melhor a guerra da Ucrânia?)

https://bloganaliseeopiniao.blogspot.com/2022/03/sera-que-ja-da-pra-entender-melhor.html


quarta-feira, 2 de março de 2022

Será que já dá pra entender melhor a guerra da Ucrânia?

Por Fernando Castilho

 

Foto: Alexey Furman


O que pode ligar o apoio de Wladimir Putin à eleição de Donald Trump, a acusação de que o filho de Biden tem negócios escusos na Ucrânia, o gasoduto Nord Stream 2, o avanço da OTAN pela Europa, a guerra e o comércio de armas pesadas?

Antes de tudo, é sempre um pisar em ovos escrever sobre o conflito da Ucrânia com a necessária imparcialidade, já que se trata de uma guerra e guerras significam retrocesso no processo civilizatório da humanidade.

Wladimir Putin é um presidente autoritário, misógino, homofóbico, cruel, insensível. Cometeu crime internacional ao invadir a Ucrânia. Que um dia seja punido por isso.

Volodymyr Zelensky é um presidente que tolera grupos neonazistas como o Svoboda e, segundo matérias jornalísticas anteriores à guerra, apoia o Batalhão Azov, o principal deles, com ramificações inclusive no sul do Brasil.

Esclarecido? Então vamos prosseguir.

Depois que a guerra começou, com a invasão da Ucrânia pela Rússia, foi preciso um tempo para acompanhar as informações que chegavam, quase que na totalidade, do Ocidente, para poder detectar possíveis linhas soltas que podem, caso amarradas, tecer uma rede para uma melhor compreensão dos fatos históricos que estamos vivenciando.

1 – Segundo a BBC, "o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ajudou o então candidato republicano Donald Trump a vencer as eleições nos Estados Unidos. A informação é do relatório de uma investigação liderada pelos serviços de inteligência americanos, divulgado em janeiro de 2017.

Conforme o documento, o líder russo "encomendou" uma campanha com o objetivo de influenciar a eleição.

Foto: Mikhail Klimentyev/Sputnik/AFP

Ainda de acordo com o relatório - de 25 páginas -, o Kremlin desenvolveu uma "preferência clara" por Trump. Os objetivos da Rússia com isso seriam "minar a fé do povo americano" no processo democrático do país e "denegrir" a imagem da adversária democrata Hillary Clinton, prejudicando sua candidatura e possível mandato".

Quem quiser mais informações, pode acessar https://www.bbc.com/portuguese/internacional-38525951

Parecia claro o interesse de Vladimir Putin em desestabilizar a democracia americana, através de Trump. O objetivo em parte foi alcançado quando o ex-presidente se negou a aceitar sua derrota nas eleições de 2020 e insuflou seus seguidores a invadir o Capitólio, num claro atentado à Democracia.

 

2 – Segundo o site Poder 360, "Joe Biden, candidato à Presidência dos EUA, teria influenciado nas relações comerciais de seu filho Hunter Biden com o grupo Burisma. A empresa é uma grande produtora de gás natural sediada na Ucrânia. As informações foram obtidas de uma troca de e-mails existente em 1 laptop que Hunter Biden teria deixado para consertar em uma loja de Delaware, nos EUA, em abril de 2019. O aparelho não foi buscado pelo dono e o conserto nunca foi pago. A informação foi publicada pelo jornal New York Post na 4ª feira (14.out.2020).

O presidente dos EUA à época, Donald Trump, fez acusações relacionadas ao caso. O ex-vice-presidente, por sua vez, negou qualquer atuação que teria influenciado os negócios de seu filho." Mais em https://www.poder360.com.br/internacional/entenda-a-historia-sobre-a-possivel-ligacao-de-joe-biden-e-de-seu-filho-com-a-ucrania/

Pode haver, embora Biden negue, uma ligação entre o rpesidente norte-americano e a construção do gasoduto Nord Stream 2, a menina dos olhos de Putin.

 

3 – De acordo com a Deutsche Weller, “o Nord Stream 2 é o segundo gasoduto de gás natural entre o oeste da Rússia e o nordeste da Alemanha, passando sob o Mar Báltico. Assim como o Nord Stream 1, inaugurado em 2011, ele tem uma capacidade de transportar 55 bilhões de metros cúbicos de gás natural por ano. Ao todo, as duas instalações enviariam 110 bilhões de metros cúbicos de gás natural anualmente à Alemanha. Desde o início dos planos, os Estados Unidos e vários parceiros europeus da Alemanha se posicionaram contrários ao Nord Stream 2 e pressionaram o governo da então chanceler federal alemã Angela Merkel a desistir do acordo.

© Sputnik / Sergei Guneev

Os aliados alertaram que o Nord Stream 2 tornaria a Europa dependente demais do gás russo, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, poderia usar essa dependência como ferramenta de persuasão e pressão em disputas com o Ocidente.

Atualmente, grande parte do gás natural da Europa chega ao bloco via Ucrânia, que recebe taxas de trânsito de Moscou. 

Cerca de 18 empresas europeias desistiram, incluindo a alemã Wintershall, por medo de sanções financeiras. A russa Gazprom declarou que continuaria a instalação do gasoduto, e o projeto foi concluído, apesar das ameaças americanas.”

Leia mais em https://www.dw.com/pt-br/nord-stream-2-e-a-luta-pelo-poder-entre-ocidente-e-r%C3%BAssia/a-60662250

Os EUA ainda não engoliram a construção do gasoduto e ela só não foi sabotada por agentes americanos por causa das fortes vigilâncias da Rússia e da Alemanha. 

Com a entrada em operação do Nord Stream 2, vários países da Europa passarão a comprar gás russo, o que significará fortalecimento do comércio e entrada de grandes divisas na Rússia.

 

4 – Segundo a CNN, “a República Tcheca se comprometeu no sábado a realizar um “envio de armas para a Ucrânia” no valor de mais de US$ 8,5 milhões para um “local de escolha dos ucranianos”.

A Holanda fornecerá à Ucrânia 200 mísseis antiaéreos Stinger. Outros materiais de defesa já estão a caminho”, tuitou o conselheiro de defesa e relações exteriores do primeiro-ministro, Geoffrey van Leeuwen.

O governo holandês também fornecerá 50 armas antitanque Panzerfaust-3 e 400 foguetes, disse o ministério em uma carta ao parlamento.

O país também está considerando em conjunto com a Alemanha enviar um sistema de defesa aérea Patriot para um grupo de batalha da OTAN na Eslováquia. É nosso dever apoiar a Ucrânia tanto quanto pudermos nos defender contra o exército de invasão de Putin. Portanto, entregaremos 1.000 armas antitanque e 500 mísseis Stinger para nossos amigos na Ucrânia”, disse o chanceler alemão Olaf Scholz”.

Leia mais em https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/paises-da-europa-enviam-reforcos-para-a-ucrania-em-meio-a-invasao-da-russia/

Portanto, vários países da Europa estão enviando armamento pesado para a Ucrânia, burlando as próprias normas da OTAN que proíbem estados membros de interferir em guerras entre países que não fazem parte da aliança. E esse número ainda vai crescer com a adesão da Finlânia, Suécia (não membros ainda) e de outros.

O resultado disso é que esses países, por estarem sendo desfalcados de suas armas, estão propondo revisão de seus orçamentos de guerra a seus parlamentos para que possam renovar seus estoques.

Pergunto: comprarão de quem?

Bingo! Você acertou! Comprarão dos EUA, o país responsável por 36% das exportações de armamentos pesados no mundo e, de longe, os mais sofisticados e mortíferos.

 

Agora, outras pontinhas captadas nos noticiários locais. E por que elas?

Porque às vezes é nas entrelinhas que conseguimos captar alguma informação importante.

 

5 – No Jornal Nacional da última segunda-feira, a correspondente na Itália, Ilze Scamparini, rompeu, deliberadamente ou não, o padrão do noticiário totalmente alinhado ao Ocidente, que deveria ser jornalístico e imparcial.

A repórter afirmou que a Itália não possui nenhuma ogiva nuclear, mas, por ser integrante da OTAN, há em seu território quatro bases da aliança, leia-se, Estados Unidos, com um total de 50.

Imagem: Partners-LA STAMPA

Fica claro que, quando um país ingressa na aliança, automaticamente permite que os EUA construam bases e instalem armas nucleares. A OTAN confunde-se com os Estados Unidos.

Dá pra sentir a insegurança de estar cercado por 14 dos 30 países integrantes da OTAN, espalhados e cada um com muitas ogivas nucleares? Mais em https://www.youtube.com/watch?v=RV_uF5U36Oc

 

6 – Um jornalista brasileiro que está na Ucrânia, Gabriel Chaim, aproveitou que a Rede Globo não enviou, por questões de segurança, nenhum correspondente àquele país e decidiu vender material jornalístico à emissora.

No Jornal Nacional da segunda-feira, mostrou em vídeo a população ucraniana e as, segundo ele, milícias, se armando. Essas milícias são as nazistas alimentadas pelo presidente Volodymyr Zelensky que nega seguir essa ideologia por ser judeu. Mais em https://www.youtube.com/watch?v=RV_uF5U36Oc 

Batalhão Azov - Foto: Azov.org.ua

 

7 – Zelensky conclamou a que a população se arme e defenda seu país. Imagino como seria um confronto entre cidadãos e soldados russos fortemente treinados e armados com metralhadoras.

Segundo o JN, “Volodymyr Zelensky afirmou nesta segunda-feira (28) que vai soltar prisioneiros com experiência militar que estiverem dispostos a se unir à luta contra a Rússia”. Leia mais aqui https://g1.globo.com/mundo/ucrania-russia/noticia/2022/02/28/ucrania-vai-soltar-prisioneiros-que-aceitem-lutar-contra-a-russia-diz-presidente.ghtml

Imaginem prisioneiros de todos os graus de periculosidade portando armas? Isso não funciona mais como retórica para tentar demonstrar ao mundo que o povo ucraniano é heróico e está disposto a morrer por seu país?

 

8 – Conforme noticiou o Midiamax do UOL, “o tanque apontado como russo nas redes sociais, que aparece atropelando um carro nas ruas de Kiev é, na verdade, ucraniano. Um vídeo que circula nas redes sociais mencionava que um tanque russo havia passado por cima do carro na capital da Ucrânia. Mas o correspondente de guerra, Elijah J Magnier, que tem 37 anos de janela cobrindo conflitos no Irã, no Líbano, na Síria e outros país, disse se tratar de um Tanque Estrela 10 ucraniano. “E o motorista não estava prestando atenção, então passou por cima de um carro que vinha do outro lado”, relatou.

Em seu perfil no Twitter, o correspondente fez diversas postagens comentando o conflito e respondeu a um internauta, que havia mostrado o suposto vídeo. “Ainda não há tanques russos nas ruas de Kiev. 1.780 retuítes e 2.353 curtidas O motorista do carro sobreviveu ao acidente. Cuidado com as informações (falsas) nas redes sociais”, escreveu". Para ler mais, acesse https://midiamax.uol.com.br/mundo/2022/video-tanque-que-atropelou-carro-em-kiev-era-ucraniano-e-nao-russo

 

9 – Ainda na segunda-feira, houve uma reunião de representantes da Rússia e da Ucrânia em Belarus para negociar o fim da guerra.

De acordo com o Jornal Nacional “os ucranianos colocaram na mesa o objetivo deles para o encontro: um cessar-fogo imediato, mas não só. Também a retirada de todas as tropas russas, incluindo da Crimeia, península anexada pela Rússia oito anos atrás, e também da região de Donbass, dominada por separatistas russos e reconhecida como independente por Vladimir Putin.

Já os diplomatas russos não divulgaram os objetivos de Putin nessa conversa. O encontro terminou com o anúncio de que haveria uma segunda rodada de negociação Ou seja, de combinado mesmo, só que eles vão continuar se falando. E foi só as conversas terminarem para as sirenes voltarem a soar em Kiev”. Veja mais em https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/02/28/ucrania-e-russia-se-reunem-pela-primeira-vez-para-negociar-a-paz-nova-reuniao-e-marcada.ghtml

 

10 - No mesmo dia, segundo o UOL, “o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, assinou nesta segunda-feira (28) um pedido para que o país faça parte da União Europeia. A informação foi divulgada pelo canal verificado do governo no Telegram. Nas imagens divulgadas pelo país, Zelensky assina o documento. Mais cedo, ele havia pedido que a UE admitisse "urgentemente" a entrada do país no bloco". Veja mais em https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2022/02/28/zelensky-ucrania-entrada-uniao-europeia.htm

Telegram/Reprodução

Essa é a atitude de quem deseja o fim imediato da guerra?


O objetivo deste texto, embora alguns possam não reconhecer, não é definir por um lado de uma questão geopolítica extremamente complexa, mas mostrar que em todo conflito sempre há dois lados, e que neste momento só um deles nos está sendo mostrado pelos veículos de imprensa. Seria extremamente salutar que a cobertura jornalística fosse profissional abrangendo as razões que causaram a guerra em sua origem.

Ainda muita água vai rolar e em breve teremos mais informações.

Continuamos a ficar atentos a todas os noticiários de nossa imprensa ocidental, afinal como dizia William Shakespeare, há mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens possa imaginar.

Fonte: BBC


Publicado também em Piauí Hoje

https://piauihoje.com/blogs/e-o-que-eu-acho/sera-que-ja-da-pra-entender-melhor-a-guerra-da-ucrania-393115.html


 

 

 

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

A galhofa mundial a que Bolsonaro nos expõe

Por Fernando Castilho


Túmulo do soldado desconhecido, em Moscou. (Foto: Vladvictoria/Pixabay)


Os assessores do capitão sempre temeram muito que ele cometesse alguma gafe, tipo cachorrinho quando levanta a patinha e faz xixi na perna do anfitrião

O presidente Jair Bolsonaro, aquele que em visita aos Estados Unidos de Donald Trump, bateu continência à bandeira norte-americana, seguindo à risca as orientações do filho Carluxo e do ex-chanceler Ernesto Araújo, originárias das “aulas” do astrólogo Olavo de Carvalho, queria ver o diabo, mas não a Rússia e a China, tidas como nações comunistas.

Mantendo a coerência, jamais pisaria por aquelas terras vermelhas que impregnariam seus sapatos capitalistas.

Mas bastou um convite, um apenas, de Vladimir Putin, e para lá foi célere o capitão.

Lógico que, para quem não gosta de trabalhar, visitar a Rússia acompanhado daquele séquito de sempre que inclui o ministro do turismo (ou ministro que só faz turismo), o filho Dudu e o deputado Hélio Negão e, poder passear, tirar fotos para a campanha irregular e torrar dinheiro do cartão corporativo secreto em compras milionárias, era muito tentador. Quem sabe, encontrar algum frango com farofa pra comer na Praça Vermelha?

Mas Putin mandou (a palavra é essa mesmo) reduzir a comitiva e incluir militares, aqueles mesmos que ainda defendem que a ditadura foi uma revolução popular e nos defendem do perigo comunista que nos espreita.

E para lá foram Bolsonaro, generais Ramos, Heleno e Braga Netto, acompanhados dos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

O Capitão Morte, que se recusa a mostrar o comprovante de vacinação, teve que se sujeitar a usar máscara ao desembarcar e permanecer por 24 horas confinado a um quarto de hotel. Nem Macron, nem Scholz precisaram passar por isso.

No dia seguinte teve que se deslocar pela Praça Vermelha (Praça Vermelha, gente!) e comparecer ao monumento onde jazem alguns heróis comunistas da Segunda Guerra e visitar o túmulo do soldado desconhecido onde há uma pira sempre acesa sobre uma estrela. Ao fundo há um capacete de um soldado com a estrela, símbolo do regime comunista da União Soviética e ao lado, uma foice e um martelo, o ícone histórico máximo do comunismo no mundo inteiro. O protocolo exigia que prestasse uma homenagem ao monumento. E ele o fez. Olha o simbolismo disso!

Alan Santos/PR

O que terá se passado nas cabeças do Capitão Morte e de seus generais nesse momento? Será que não pensaram que estavam no lugar errado? Será que não sentiram que estavam dentro de um inferno no qual nunca imaginaram entrar? Sentiram-se humilhados?

Confesso que eu, anti-Bolsonaro praticante, consegui sentir a humilhação.

Mas, por incrível que pareça, seus seguidores, não. Pelo menos não confessaram.

Expus essa indignação na página do Planalto no Facebook, mas fui chamado de burro porque não consegui entender a genialidade do presidente que teria dado um nó político e estratégico em Putin. Imaginem.

Mais tarde, Bolsonaro e Putin se reuniram por poucos minutos para a foto e o vídeo tradicionais que iriam para a imprensa.

Os assessores do capitão sempre temeram muito que ele cometesse alguma gafe, tipo cachorrinho quando levanta a patinha e faz xixi na perna do anfitrião.

Ele não decepcionou. Afirmou, sem que Putin solicitasse, que o Brasil é solidário a Rússia.

Solidário em quê, cara-pálida?

Por acaso a Rússia está enfrentando a fome, o desemprego, a alta dos combustíveis, a carestia em geral e o desgoverno, como o Brasil?

Ou será que se referiu ao impasse com a Ucrânia, o que seria mais grave?

Colocou o Brasil como apoiador da Rússia? Tomamos lado no conflito?

Na reunião marcada a acontecer com cada um dos presidentes sentando-se às extremidades daquela mesa gigante, outro enorme simbolismo, Bolsonaro só se fará acompanhar de um intérprete. Os assessores ficarão de fora cruzando os dedos para que ele não fale nenhuma bobagem costumeira, como piadinhas de mau gosto. Mas ele, novamente, não se conterá.

Imagino o seguinte diálogo:

Bolsonaro: ô Putin! Por acaso sua filha é chamada de filha do Putin? Hahahaha! Sacou? Filha do Putin!

O intérprete permanece calado e Putin pergunta o que o capitão falou. Ele só o cumprimentou, presidente. Esse é um costume brasileiro, diz ele.

Por mais que se especule, ainda é uma incógnita o motivo do convite de Putin a Bolsonaro.

Mas, se ele tencionava expor um líder fascista ao ridículo e à humilhação, já conseguiu, embora ainda haja mais acontecimentos por vir.

Que Bolsonaro e seus generais se exponham dessa forma à galhofa por parte de um dos maiores líderes mundiais, é problema deles.

Mas, arrastar também todos nós, o povo brasileiro, a nação brasileira, é inaceitável.

Imagem: Evaristo Sá/AFP



Publicado também em Piauí Hoje
https://piauihoje.com/blogs/e-o-que-eu-acho/a-galhofa-mundial-a-que-bolsonaro-nos-expoe-391765.html

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Por que odiamos a Rússia?

Por Fernando Castilho


Foto: Sputnik/Kremlin via Reuters


"Se a Ucrânia se juntar à OTAN e tentar recuperar a Crimeia por meios militares, os países europeus serão arrastados para uma guerra contra a Rússia, na qual não haverá vencedores.”


A Rússia está a um passo de invadir a Ucrânia! É o que as agências ocidentais de notícias, replicadas pela nossa imprensa, divulgam todos os dias.

O país remanescente da comunista União Soviética estaria sedento por invadir outros países e anexá-los porque... bem, porque Vladimir Putin, seu presidente, é um homem mau.

Vejam o que afirmou a porta-voz do governo Joe Biden: “a Rússia é um país conhecido por invadir outros”. Não, na verdade, são os Estados Unidos que são conhecidos por invadir outros. A lista é enorme.

Mas para tentar entender o que está acontecendo é preciso voltar aos tempos da Guerra Fria.

Para combater o comunismo, os Estados Unidos, junto com outros países da Europa, criaram a OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, enquanto a União Soviética, que compreendia muitos países comunistas, se organizaram no Pacto de Varsóvia.

De lá pra cá muita coisa mudou. O muro de Berlim foi derrubado e as duas Alemanhas se juntaram numa só; A União Soviética se fragmentou em vários países independentes e ela própria deixou de ser comunista, passando a ser uma democracia federal, baseada num sistema de Estado de Direito sob a forma de República.

Com o tempo, alguns outros países fronteiriços, como Polônia, República Tcheca, Hungria, foram aderindo à OTAN, fazendo com que ela se aproximasse cada vez mais da Rússia, acendendo um alerta amarelo.

Seria perfeitamente natural que esses países aderissem e passassem a desfrutar do comércio com a União Europeia, mas o que está acontecendo é uma união de caráter militar.

O risco colocado por Putin é o da aproximação e cerco militar cada vez maior a seu país. Ele ilustra muito bem ao perguntar se os Estados Unidos aceitariam de bom grado que a Rússia colocasse armas na Venezuela ou em Cuba, países muito próximos dos americanos.

No dia 7 de fevereiro Putin recebeu o presidente da França, Emmanuel Macron e durante a coletiva para a imprensa francesa, falou o mais francamente possível.

"Se a Ucrânia se juntar à OTAN e tentar recuperar a Crimeia por meios militares, os países europeus serão arrastados para uma guerra contra a Rússia, na qual não haverá vencedores.”

Embora tenha afirmado que o potencial militar da OTAN não possa ser comparado com o da Rússia, Putin lembrou que seu país é uma das maiores potências nucleares.

"Perguntem a seus leitores se eles querem combater a Rússia.

Não haverá vencedores.

Vocês serão arrastados para esse conflito contra sua vontade.

Vocês nem terão tempo de piscar antes de começarem a cumprir o artigo 5º do Tratado de Roma."

O que diz esse artigo?

Artigo 5º Crimes da Competência do Tribunal 1. A competência do Tribunal restringir-se-á aos crimes mais graves, que afetam a comunidade internacional no seu conjunto. Nos termos do presente Estatuto, o Tribunal terá competência para julgar os seguintes crimes:

a) O crime de genocídio;

b) Crimes contra a humanidade;

c) Crimes de guerra;

d) O crime de agressão.

2. O Tribunal poderá exercer a sua competência em relação ao crime de agressão desde que, nos termos dos artigos 121 e 123, seja aprovada uma disposição em que se defina o crime e se enunciem as condições em que o Tribunal terá competência relativamente a este crime. Tal disposição deve ser compatível com as disposições pertinentes da Carta das Nações Unidas.

Não se trata aqui de defender Putin, um homem homofóbico e autoritário, uma espécie de Bolsonaro inteligente, porém, verdadeiramente patriota. Trata-se de tentar compreender os acontecimentos à luz do outro lado, ou seja, o da Rússia.

Na semana passada um submarino norte-americano foi interceptado pela marinha russa em águas daquele país, uma provocação de Biden.

O presidente norte-americano diz que não quer guerra e que procura negociar, mas, na verdade, usando Macron como escudo, tem interesse no conflito e trabalha nos bastidores para isso, já que uma guerra agora, com o poder de fogo que a OTAN ostenta, teria o poder de dar uma alavancada na supremacia americana no mundo, ameaçada pela China.

Faltou só combinar com os chineses que estão propensos a se aliar com a Rússia.

Se isso acontecer, Biden recuará por medo de ser o responsável histórico pelo maior conflito mundial de todos os tempos.

É sempre muito salutar pesquisar em várias fontes para poder entender o mínimo da geopolítica na região e se definir por um lado num possível conflito.

Além disso, uma dose de empatia sempre ajuda.

 

imagem:Thibault Canus/pool via Reuters