Duas
lendas circulam por aí.
Uma
delas diz respeito a um certo ideograma (kanji) chinês que significa
tanto ''crise'' quanto ''oportunidade'', tentando fazer-nos crer que
é nos momentos de crise que enxergamos as maiores oportunidades. Não
é verdade.
Outra
é antiga. Faz alguns minutos que foi criada e passará a circular
como verdade daqui pra frente. Ensina-nos que um grupo de peregrinos
viajava quando, inadvertidamente, caiu de um precipício. Morreram
todos. Porém, os espíritos de alguns despertaram mais cedo e
percebendo rapidamente a situação de crise, trataram de aproveitar
a oportunidade, chamando o diabo para oferecer-lhe aquelas almas que
ainda não haviam sido despertadas em troca de um lugarzinho mais
confortável no inferno.
Para
onde enviar aqueles que compraram ações da Petrobras em baixa
trabalhando
agora ferozmente para que seu governante caia
lucrando
assim com os dividendos da euforia?
Dante
seria assomado dessa grande dúvida
Entre
o oitavo e nono círculo, ele diria.
O
mesmo vale para os especuladores que compraram da Chevron, ações.
Apoiam
freneticamente a entrega do pré-sal pelo Serra.
Dante
avaliaria como antiéticas suas especulações.
Se
são traidores da Pátria, devem ir direto para o nono círculo
E
não fazer mais parte desta Terra.
Mas
antes do fim de seus dias
uma
multidão de bajuladores vai prestar homenagens aos expertos.
Que
visão! Que raciocínio! Fizeram do limão uma limonada!
Ninguém
lhes jogará na cara que o que fizeram não é certo.
E
que de caráter eles não tem nada.
Os
bajuladores dos corruptos saem às ruas contra a corrupção.
Quedarão
refastelados se derrubarem a governante legalmente eleita.
Mas
a governante nunca foi corrupta.
E
se hoje podem alegremente sair às ruas
isso
se deve em grande parte à sua luta.
Querem
tirar a voz do velho governante mais querido pelo povo.
Transformá-lo
em monstro, bandido, o mal em si.
Não
suportam um país mudado, melhorado, evoluído.
É
preciso forçar uma volta ao passado já esquecido
e
que o país volte a ser uma república das bananas de novo.
Neste
mundo de pós-modernidade
que
já escapa pelas minhas mãos
pouca
coisa ainda me desafia a continuar.
Ao
invés do bem, impera a iniquidade
e
a luta é agora quase sempre em vão.
Mas
se as adversidades me obstam à luta
Novas
energias me fluem do não sei de onde
a
criar novas forças para a luta
a
defender o que acredito
que
é a igualdade entre nossos irmãos.
muito bonito, e diz respeito a mim também, bom, a todos nós.
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