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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

O editorial de O Globo e seus indisfarçáveis objetivos

Por Fernando Castilho





O contrato do Válter chegara ao fim e Seu Durval foi convidado a voltar para salvar a empresa, enquanto o larápio fugia para não ser preso pelas falcatruas que cometeu. O chefe, Irineu, pôs toda a culpa no Válter e recebeu cinicamente Seu Durval com um grande abraço.

Seu Durval ficou assustado com o que encontrou. As finanças todas fora de ordem, planilhas inconsistentes ou faltando, documentos extraviados, fluxo de caixa zerado, enfim, um caos.

 

Seu Durval, um autodidata e gênio da contabilidade, trabalhou por anos numa grande empresa onde teve a oportunidade de levantar suas finanças e fazê-la crescer e prosperar. Era um homem que se fez por seu próprio esforço.

Um dia, sentindo que já tinha cumprido sua missão, decidiu que era hora de se retirar.

Sua sucessora, Matilde, alguns anos depois, acabou sendo demitida devido a uma trama de seu subordinado puxa-saco, que assumiu seu lugar. Ele não ficou muito tempo no cargo e acabou sendo substituído pelo Válter, numa trama urdida por Irineu, o chefe.

Seu Durval ainda tentara voltar, pois sabia que a empresa ia mal das pernas, mas o Irineu, que nunca gostara dele, empenhou-se pelo Válter. Na verdade, ele sempre desejou que um amigo próximo, totalmente sem experiência, assumisse o cargo, porque assim, ele poderia comandá-lo como a um fantoche e mandar no caixa da empresa. Poderiam juntos combinar certos esquemas que não seriam possíveis com Seu Durval.

Sem Seu Durval na parada, chegara a hora do Válter ser admitido no cargo.

Como era inexperiente, incompetente e totalmente inepto, o chefe passou a disfarçar os balanços escondendo os prejuízos, mas sempre levando algum por fora.

A diretoria, aos poucos, começou a perceber o mal que o Válter causava à empresa, mas ele era autoritário e ligado a elementos perigosos e isso intimidava a todos.

Mas o contrato do Válter chegara ao fim e Seu Durval foi convidado a voltar para salvar a empresa, enquanto o larápio fugia para não ser preso pelas falcatruas que cometeu. O chefe, Irineu, pôs toda a culpa no Válter e recebeu cinicamente Seu Durval com um grande abraço.

Seu Durval ficou assustado com o que encontrou. As finanças todas fora de ordem, planilhas inconsistentes ou faltando, documentos extraviados, fluxo de caixa zerado, enfim, um caos.

O trabalho de reparação dos males causados pelo Válter demoraria vários meses e a diretoria foi informada disso.

Porém, Irineu, ainda sonhando com a volta do Válter para retomarem os esquemas de falcatruas, começou a atacar Seu Durval cobrando-lhe resultados.

“Onde estão os lucros? Não era para levantar a empresa que você voltou?”

Seu Válter tentou explicar que o caos que encontrara era maior do que pensara e que mudanças profundas teriam que ser feitas. Além disso, havia um amigo do Válter, o Campos, no departamento financeiro, que sabotava as medidas que precisava tomar.

Irineu, então, bradou: “Em vez de ficar reclamando, você deveria apresentar resultados! Saiba que o cara de quem você reclama atua de maneira independente dentro da empresa!

“Você deveria fazer avançar a agenda de crescimento pro[1]metida quando assinou contrato!”

Seu Válter estava há apenas 40 dias no cargo e sabemos que é concedido aos novos funcionários um prazo de 3 meses para experiência, mas o chefe não quis nem saber disso. Queria seu protegido de volta ao cargo porque assim manteria seus lucros.

A última frase entre aspas proferida por Irineu está no editorial de hoje, 08/02, de O Globo.

 


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

O PT e um projeto para além do de governo

Por Carlos Fernandes



Após reunião com Lula, Márcio França desiste de candidatura e afirma que estará junto na campanha de Haddad.

O interior conservador de São Paulo, ninguém nega, é um fator a ser superado por qualquer chapa progressista de esquerda.

Justamente por isso, o apoio de Alckmin e Márcio França a Haddad são suportes que ajudam e muito a superar esse direitismo e antipetismo tão enraizados.

Ainda que outras variáveis como a influência - via poder econômico, inclusive - que o atual governo do estado irá exercer na campanha devam ser incluídos nessa complexa conta, é impossível negar que estamos construindo a mais sólida e provável oportunidade de vitória do campo da esquerda de todos os tempos no maior colégio eleitoral do país e estado mais importante da federação.

O PT parece ter aprendido, a duras penas, que não basta apenas um projeto de governo, mas também, e principalmente, de um projeto de poder.

E São Paulo é parte fundamental para esse segundo projeto.

Lutar pontualmente ao lado de inimigos históricos, num contexto político envolto a uma série de derrotas, visando a construção de algo muito maior e mais duradouro é exemplo típico da mais tática, estratégica e responsável luta política, dada as atuais circunstâncias.

Para além de livrarmos o estado de São Paulo de mais de 3 décadas de hegemonia tucana e liberal, pavimentamos a estrada para uma verdadeira revolução de curto, médio e longo prazo jamais vista nesse país.

E os primeiros tijolos a serem assentados via análise concreta da realidade é a deposição de Jair Bolsonaro e João Dória da vida pública brasileira.

A isso chamamos política. Todo o resto é brincadeira juvenil de pseudos-revolucionários.


sábado, 12 de fevereiro de 2022

Sentado numa pedra, para respirar

Por Valter Moraes



Nessa semana, dois eventos do meu entorno me tiraram as forças. No primeiro, um amigo não entendeu uma ironia (em que eu depreciava a mim mesmo) e foi de uma grosseria doentia; noutro, uma pessoa querida demais me vem com um "nem Lula nem ... (aquilo lá).

Apesar de o primeiro caso ter me deixado bem chateado (é uma pessoa que admiro e respeito), aceitei com o tempo. Estamos todos meio malucos mesmo e é um erro falar com contatos virtuais como se estivéssemos num bar tomando chope. Vida que segue.

O segundo, porém, abriu um ralo sob meus pés e fez o ânimo escoar. Já é muito difícil para mim, aceitar que 1/4 da população ainda apoie esse inferno que vivemos, mas o flagelo aumenta quando vemos que há ainda pessoas - esclarecidas! - que ponham no mesmo nível um homem comum e um ser que representa o fascismo. "É pacabá!"

Eu sou petista, mas não tenho energia para militar do modo tradicional, tentando convencer quem quer que seja de uma obviedade desse tamanho.

Meu Deus, não se trata de gostar desse ou daquele líder, é uma questão de princípios, de História, de ciência. De um lado, a democracia; de outro, o Fascismo; de um lado, uma pessoa que pode não agradar; de outro, um verme que flerta com a morte desde o começo; de um lado, uma pessoa que perdeu várias eleições e respeitou o jogo democrático; de outro, uma escória que só se elegeu por meio de mentiras!

Eu nem gosto de pensar no vice do Lula, me dá náuseas, mas isso é política. Porém, se o Ciro - que eu detesto - fosse a opção contra esse pesadelo, seria ele a saída. Não se trataria de política, mas da manutenção de conquistas por que gerações antes da minha tanto lutaram. Muita gente foi torturada e morreu por isso!

O cara que se me mostrou arrogante e me destratou é mais velho do que eu; a pessoa que sugeriu se abster de escolher entre fascismo e democracia, mais jovem. Acho que isso também diz muito acerca do meu cansaço. Ele se soma ao medo do que pode vir: é só a ponta do iceberg.

O amigo nervoso deve ser ateu. Ao menos no caso dele, há uma possibilidade de tudo ficar bem e voltar ao normal. No outro cenário, o desalento: não sei até que ponto montagens de quinta categoria de Lula fazendo pacto com o demônio estão contaminando a mente dessa minha tão querida.

Mas já nem quero saber: nem de uma coisa, nem de outra. Preciso sentar numa pedra, respirar, tomar fôlego e ir deixando tudo para trás. Seguir adiante, sei que não estou só.

 


segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

O paradoxo de Lula: um programa de esquerda na base de um amplo arco de alianças

Por Mauro Lopes


Lula surpreende e aponta para um programa à esquerda como base para uma política de alianças com o centro, a centro-direita e a direita, escreve Mauro Lopes


Nesta altura do campeonato, tudo caminha para uma chapa Lula-Alckmin. Apenas um evento inesperado de impacto poderá alterar o que, conforme Lula e a direção do PT têm sinalizado, está politicamente decidido, faltando apenas sacramentar e operacionalizar.

O ponto de indefinição é apenas qual será o partido ao qual Alckmin se filiará. O movimento em curso guarda semelhança com o realizado em 2002. Na época, José de Alencar era filiado ao PMDB e deixou o partido, que tinha aliança com o PSDB, para abrigar-se no PL. Agora, Alckmin deixou o PSDB e estão em andamento as conversas sobre qual será seu destino partidário.

Foto: Ricardo Stuckert

Da mesma forma que com José de Alencar, não se trata de uma aliança partidária nos moldes tradicionais, mas de um acordo político-social com capacidade de sinalizar ao país o espírito do governo que virá, se as urnas o confirmarem. 


No caso do PT, a presença de Alckmin terá a virtude extra de auxiliar na campanha para eleger Haddad em São Paulo. Para Lula, governar com um apoio do líder do estado-país que São Paulo representa, terá uma potência inédita. De quebra, começa-se a construir a “passagem do bastão” interna no partido. 

Um dos elementos mais relevantes -e até surpreendentes- da operação política em curso foi captado pelo cientista político Mathias Alencastro no programa Giro das 11 da TV 247 da última terça-feira (25): “ “Fiquei surpreso quando em plenas férias de janeiro, o PT colocou na mesa dois temas estruturantes e difíceis: o teto de gastos e a reforma trabalhista. Foi um movimento perfeito, porque o PT sinalizou para a esquerda que a política de alianças será feita com base num programa de esquerda para o governo.”

Isso é inovador e, de fato, surpreendente. Uma política de alianças ampla, com setores do centro, centro-direita e até direita tradicional que terá como pano de fundo um programa de governo que deve ser o mais à esquerda das quatro eleições que levaram Lula e Dilma ao Planalto. 

De fato, em suas entrevistas, Lula tem indicado que não fará concessões neoliberais no programa de governo para receber Alckmin na chapa ou articular mais amplamente as alianças eleitorais. A entrevista de Lula à CBN Vale do Paraíba nesta quarta (26), foi exemplar deste ponto de vista. Nela, Lula foi ainda mais explícito quanto a Alckmin: "“Eu tenho confiança no Alckmin. Fui presidente por oito anos, tive relações com Alckmin e sempre foram relações de respeito, institucionais. Se der certo da gente construir essa aliança, eu tenho certeza que vai ser bom para o Alckmin, vai ser bom para mim, vai ser bom para o Brasil e sobretudo deve ser bom para o povo brasileiro”.

Com sensibilidade, o professor Alencastro pontuou algo de aparência paradoxal: quanto mais for sendo construído e consolidado um programa de governo à esquerda, mais haverá espaço para ampliação da política de alianças, pois a bússola estará apontando para o norte, mesmo com uma tripulação de alta diversidade no navio eleitoral de Lula.

Estaremos ao mar, até as eleições. 


Mauro Lopes é jornalista e editor da TV 247


quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

O PT precisa ajudar Lula a vencer no primeiro turno

Por Fernando Castilho




Muita gente está questionando se o ex-presidente estará vivo após quatro anos de mandato. A dúvida tem sua razão, afinal, Lula completará 76 anos no mês do primeiro turno e estará com 80 ao final do mandato, se vencer.


Lula fechou questão sobre Geraldo Alckmin como seu vice na chapa à candidatura de presidente em 2022.

Imediatamente vieram as mais variadas críticas de várias vertentes do PT e da esquerda em geral.

Logicamente Alckmin não é o vice dos sonhos de ninguém que deseje que o país se recupere da destruição levada à cabo por Jair Bolsonaro e avance nos programas necessários a promover o cidadão brasileiro e reduzir as terríveis desigualdades entre as pessoas.

Mas será que Lula vê o ex-governador de São Paulo dessa forma também?

É preciso entender que há uma guerra a ser vencida. Precisamos enxotar os facínoras que se instalaram no Palácio do Planalto e na Esplanada dos Ministérios porque ninguém aguenta mais tantos desmandos e atitudes genocidas contra o povo brasileiro. E não podemos correr o risco de composições serem urdidas durante a campanha para o segundo turno.

O ex-presidente tem também o governo de São Paulo em mente. Se Alckmin, o favorito nas pesquisas para o Palácio dos Bandeirantes, desistir da disputa, o caminho estará aberto para que Fernando Haddad seja o primeiro petista a morar lá.

É por isso que Lula vem trabalhando arduamente na costura de alianças, tentando trazer figuras como o senador Randolfe Rodrigues, por exemplo e acenando com Alckmin para a elite financeira do país para mostrar que a terceira via está a vista de todos.

Lula tem pressa.

Muita gente está questionando se o ex-presidente estará vivo após quatro anos de mandato. A dúvida tem sua razão, afinal, Lula completará 76 anos no mês do primeiro turno e estará com 80 ao final do mandato, se vencer. 

Se Lula vier a falecer durante seu mandato, Geraldo Alckmin assumirá a presidência. Este deve estar pensando nisso.

Mas Lula, com certeza, já avaliou sua condição física. Não vai jogar o Brasil numa aventura que ninguém sabe no que vai dar e comprometer sua história. Ele deve confiar que termina o mandato.

E a reeleição?

Acho que isso já foi pensado também.

Por isso que Lula quer Haddad governador. São Paulo pesa muito numa disputa presidencial e se Haddad fizer um bom governo, se cacifa para a presidência em 2026. Lula não deve estar pensando em dois mandatos.

Como Lula vem trabalhando muito já há alguns meses nessas costuras, seria mais lógico e até humano que as arestas entre os petistas fossem aparadas.

É imprescindível que agora todos unam forças contra o mal maior e trabalhem de maneira positiva para a eleição de Lula/Alckmin.

O projeto de Lula é maior que o PT neste momento.

É o projeto de salvação do país e de nosso povo.

É só nisso que ele pensa.




 

 


quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Lula, um mito?

 Por Fernando Castilho


Conheci Lula quando ele surgiu ainda como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo.

Passei a admirá-lo quando, em sua casa no Bairro Ferrazópolis em SBC, ele, entre amigos deu a fórmula simples (que segue até hoje) para alavancar a economia do Brasil:

1 - aumentar salário mínimo melhorando o poder de compra do trabalhador;

2 – trabalhador com mais dinheiro consome mais;

3 – consumindo mais, o comércio compra mais produtos e contrata mais para atender à demanda;

4 – para atender à maior demanda do comércio, a indústria produz mais;

5 – para produzir mais, a indústria precisa contratar mais gente;

6 – com mais gente empregada, aumenta o consumo. E assim vai.

A admiração cresceu depois do grande comício na Vila Euclides que o consagrou como a maior liderança operária a desafiar a ditadura militar.

Depois Lula fundou o PT, disputou sua primeira eleição a presidente e perdeu para o Collor porque este aplicou-lhe um golpe ao tocar em assunto de sua vida privada. Como se não bastasse, a Rede Globo arrematou ao fazer uma edição altamente desfavorável do debate apresentada no Jornal Nacional. Lula não se abateu e concorreu ainda mais outras vezes sem reclamar, até que venceu em 2002. Como não admirar esse homem?

Lula foi presidente por dois mandatos e, por mais que os órgãos de imprensa tentem esconder dos mais novos ou tentem negar, foi ele o único presidente que realmente reduziu a desigualdade social tirando o Brasil do mapa da fome.

Porém, com a idade ficamos mais resistentes a ídolos tendendo também a criticar aqueles que mais admirávamos no passado, afinal, falsos ídolos têm pés de barro.

Lula também tem suas falhas como todo ser humano.

Analisemos o passado e as falas e propostas dos atuais candidatos a presidência do Brasil em 2022. TODOS são adeptos do neoliberalismo, embora o coronel parisiense tente disfarçar. E NENHUM fala em combater a desigualdade e a fome. Um até pretende continuar sua obra de destruição.

Como toda regra deve ter uma exceção, essa voz distinta é de Lula, o único que fala em combater a fome, a desigualdade social e incluir o pobre no orçamento. O ÚNICO!

Portanto, não se trata aqui de escolher o mito da ocasião, o salvador da pátria da vez.

Trata-se de optar por aquele que já demonstrou na prática como se faz. Sem messianismo, sem idolatria.

O resto é... o resto.