Por Fernando Castilho
Sim, nós, homens e mulheres brancos ou quase brancos, somos na verdade, negros e o estudo do DNA demonstra que as diferenças entre as raças são tão ínfimas que sequer podem ser consideradas.
Antes
dos primeiros Homo Erectus que viveram no Pleistoceno entre 2 e 4 milhões de anos
atrás, evoluírem para Homo sapiens, a cor da pele, por viverem entre as copas
das árvores, protegidos pelas sombras das folhagens, era escura, mas num longo
processo evolutivo, foi se tornando negra, já que ficavam expostos ao sol do
continente africano, notadamente na região onde hoje se localiza a Etiópia.
Era
uma época em que o recente ser humano se organizava em tribos nômades que se
deslocavam à procura de regiões com fartura de caça e de alimentos coletáveis.
Aos
poucos, algumas tribos lograram atingir as regiões onde hoje se localizam os
países da Europa. O ambiente e o clima mais frio foram gradativamente tornando
suas peles mais claras, já que não havia mais tanta necessidade da proteção
garantida pela pele negra.
Na
Europa já havia outros hominídeos que também evoluíram de um ancestral em
comum, chamados de Neandertais. Estes já possuíam, devido ao ambiente, a pele
clara.
Hoje
a Ciência já sabe que, muito embora os Sapiens, por sua capacidade de
cooperação, eliminaram muitos indivíduos neandertais, mas também acasalaram com
eles, produzindo mestiços de pele mais clara.
Os
indivíduos com a pele negra que viviam na África possuíam grande resistência a
intensa radiação solar e conseguiam extrair dela adequada quantidade de vitamina
D, responsável pelo cálcio que fortalece ossos e dentes. Por isso, somente
aqueles que possuíam pele mais escura conseguiram sobreviver e passar adiante
essa característica.
Mas,
uma vez num ambiente com menos radiação solar como a Europa e a Eurásia, a pele
negra se tornou inadequada para a obtenção da vitamina D. Era preciso que a
pele se tornasse mais receptiva e, portanto, mais sensível a escassez dessa
vitamina.
Desta
vez, somente aqueles indivíduos que possuíam a pele menos negra conseguiram
passar adiante essa característica e, aos poucos (estamos falando de muitos
milhares de anos) foram se tornando brancos.
Esta
história é muitíssimo mais complexa do que este texto, mas, de maneira muito
simples, é ilustrativa de como alguns seres humanos se tornaram ignorantes de
sua própria origem e de como reagem de maneira criminosa à vista de um
semelhante que carrega consigo na pele as característica originais da espécie.
Sim,
nós, homens e mulheres brancos ou quase brancos, somos na verdade, negros e o
estudo do DNA demonstra que as diferenças entre as raças são tão ínfimas que
sequer podem ser consideradas.
Se
há um milhão de anos atrás, seres alienígenas chegassem a Terra, classificariam
os negros como os legítimos representantes da espécie humana neste planeta.
Portanto,
agressões como as feitas contra o jogador de futebol Vini Jr, além de
inaceitáveis, demonstram o quão os seres humanos são ignorantes de sua origem.