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sábado, 22 de janeiro de 2022

O que minha netinha teria a ensinar para Paulo Guedes



Por Fernando Castilho


A TV estava noticiando a tragédia de Brumadinho, quando a barragem da empresa mineradora Vale se rompeu causando mais de duzentas mortes ao longo do tempo.

A menina logo perguntou o que estava acontecendo.

Sophia, minha netinha, tinha apenas 5 anos à época.

Com muita paciência e procurando as palavras mais simples para lhe explicar, certamente perdi vários minutos, mas fui cada vez me sentindo mais encorajado a continuar porque ela foi ficando cada vez mais interessada.

Nos dias que se seguiram as notícias sobre Brumadinho continuavam. Invariavelmente Sophia parava imediatamente o que estava fazendo, ia para a frente da TV e ficava ali, parada, em pé, compenetrada, tentando compreender o que os narradores explicavam.

Hoje, com 8 anos, Sophia veio passar as férias em casa.

Durante o almoço contou que na escola municipal onde cursa o Fundamental I há crianças que às vezes não levam o lanchinho das 10:00 por suas mães não terem o que preparar.

A escola fornece uma espécie de complemento aos lanchinhos levados pelas crianças, geralmente salada e às vezes macarrão.

Sophia disse que costuma dividir sua merenda com a Tífani, uma das coleguinhas carentes. Revelou que as duas ficam muito felizes com isso. Para meu espanto, ela sabe a diferença entre estar sentindo fome e viver a fome.

Este texto não é para mostrar as qualidades de minha netinha, mas para falar sobre o que nossas crianças estão passando.

Provavelmente os pais de Tífani estão desempregados como milhões pelo país. Se estiverem, a probabilidade de que, se não conseguirem emprego logo, tenham que passar fome, entregar a casa onde moram e ir para a rua, no pior cenário, é alta.

Não há nada mais triste que isso.

E não há nada, absolutamente nada, que o governo esteja fazendo para resolver essa situação. Aliás, o ministro da Economia, Paulo Guedes ainda não voltou da férias e anda sumido. Ao contrário de Tífani e de Sophia, ele não tem a menor ideia do que é fome. Já chegou a defender  que se distribua restos de comida aos pobres, aquilo que antigamente chamávamos de lavagem. Isso num país que produz alimentos para todo o mundo.

Ah, mas Bolsonaro criou o Auxílio Brasil de 400 reais por família carente em substituição ao Bolsa Família, não é?

Sim, criou, mas somente neste ano eleitoral de 2022. Se vencer as eleições, provavelmente extinguirá o programa do qual é inimigo declarado (lembram de quanto ele execrava o Bolsa Família por considerar que o programa gerava vagabundos). Se perder, ficará para o próximo governante resolver sobre a continuidade ou não do auxílio.

O fato é que a economia está entregue aos cidadãos do país. Cada empresário que se vire. Cada empregado ou desempregado que se vire.

O Estado como instituição está totalmente ausente.

Não há uma política sequer de geração de empregos. Nada.

O pior é que assistimos a este estado de coisas inertes, como que paralisados diante das estupefações diárias a que somos expostos.

Felizmente, no momento em que escrevo, faltam 9 meses, cerca de 270 dias para voltarmos a ter esperança de que o Brasil, enfim, possa voltar a ser uma Nação e seu povo, alimentado.

Sophia ficará feliz, com certeza.

 

 


quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

A terceira via e a fome

 Por Fernando Castilho


Nossa grande imprensa é incrivelmente hipócrita e cara-de-pau.

Durante os governos FHC, Veja, IstoÉ, Folha, Estadão e Globo faziam matérias o tempo todo denunciando a fome e a enorme desigualdade social no Brasil.

Lula entrou em 2003 e imediatamente começou a combater a fome, afinal, havia prometido que nenhuma família iria ficar sem três refeições diárias.

E cumpriu! O Brasil saiu do mapa da fome da ONU e 35 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza.

Qual o destaque? Praticamente nenhum.

Os feitos de Lula e Dilma foram solenemente ignorados pelos grandes veículos da imprensa.

Durante o segundo governo Dilma, interrompido por um golpe de estado levado a efeito pelas tradicionais oligarquias do país, atingimos o pleno emprego, mas a mídia, mais uma vez, preferiu ignorar isso.

Agora, durante o desastroso governo do capitão morte, a grande imprensa volta a fazer matérias contra a fome, mostrando-se indignada ao ver nossos irmãos tendo que comer restos para sobreviver.

Mas de Lula não querem nem ouvir falar. Preferem buscar freneticamente uma terceira via, algum candidato de direita, como se esses fossem mover uma palha para alimentar os brasileiros famintos.

Ou alguém acredita que Moro esteja preocupado com isso?

As recentes pesquisas demonstram que a maioria da população acredita que o único candidato que realmente se preocupa com a fome no Brasil é Lula.