Mostrando postagens com marcador Rússia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Rússia. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Só Lula quer o fim da guerra?

Por Fernando Castilho



Washington não vai assistir passivamente um mundo mandarinizado e indexado pelo Yuan em vez do dólar.


Quando Lula propôs a criação de um clube de nações que se empenhariam em discutir e encontrar soluções para o conflito entre Rússia e Ucrânia, Joe Biden torceu o nariz e Reino Unido e União Europeia ouviram atentamente, mas, como sempre, acabaram indo a reboque do pensamento dos EUA, fazer o quê? Afinal, os americanos mandam no mundo há décadas e ninguém tem a coragem de desafiá-los, até porque eles detêm o maio arsenal de armas do planeta. Por isso, invadem países, provocam guerras híbridas que derrubam governos e desrespeitam sem cerimônia resoluções da ONU desfavoráveis a embargos econômicos como o imposto a Cuba.

Biden nunca vai apoiar qualquer iniciativa de encerramento desse conflito por 2 razões muito simples. A primeira é conhecida de todos: são os americanos que mais lucram com a guerra produzindo e vendendo armamentos pesados.

A segunda razão está na geopolítica americana.

A China, ainda chamada de economia emergente, está empenhada em refazer a rota da seda, desta vez não com esse produto, mas com tecnologia e indústria, principalmente.

O G7, em reunião em Hiroshima, condenou o país de Xi Jinping por estender seus tentáculos pelo mundo como se os EUA nunca tivessem feito isso pela violência. A China o faz com comércio.

A supremacia mundial, econômica e militar dos americanos vem sendo ameaçada pelo País do Centro e as projeções já apontam que nas próximas décadas ela deixará de existir. Teremos um mundo mandarinizado e indexado pelo Yuan em vez do dólar.

Washington não pode assistir passivamente à sua derrocada, por isso, elaborou um plano de ataque.

A OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, ampliou significativamente sua presença nos países que estão próximos à Rússia e se empenha ativamente para construir uma base na Ucrânia, sonho que povoa obsessivamente a mente de seu presidente, Volodymyr Zelenski.

Se essa base for construída, mísseis poderão atingir Moscou em apenas 8 minutos, o que inviabiliza qualquer tentativa de defesa.

Claro que a OTAN não fará isso e nem talvez tenha essa intenção. O objetivo é o de manter uma ameaça muito próxima.

Foi por isso, tão somente que Vladimir Putin iniciou a guerra. Não poderia assistir à essa ameaça passivamente, sob pena de ver seu país, na sequência, ser obrigado a ceder a qualquer exigência dos americanos, já que possuiria uma arma apontada para sua cabeça o tempo todo.

Putin, e, principalmente, Xi Jinping, sabem que uma vez curvada a Rússia, o próximo objetivo seria a China.

Diante de um gigantesco poderio, restaria à China ser subjugada, retornando o comando mundial aos EUA, ou resistir através de uma guerra de proporções inimagináveis.

Diante de uma possibilidade de consequências catastróficas que podem incluir a aniquilação total do planeta devido ao uso de armas nucleares, caberia a uma das duas forças ceder para evitar o desfecho final da humanidade.

O mundo ocidental não hesitaria em escolher seu inimigo preferencial, o Oriente e o lado escolhido na batalha seria o dos americanos, pois estes jogam sempre pesado.

Não restaria à China outra alternativa que a rendição e submissão aos interesses ocidentais.

A íntegra do discurso de Lula no G7 de Hiroshima pode ser lida nas entrelinhas como a certeza de que é esse o plano dos americanos e é por isso que ele criticou tão duramente o próprio grupo e a ONU, tão habituada a ceder aos interesses de Washington.

O convite a Lula para ir ao G7 foi uma tentativa de armadilha para que ele, de alguma forma, se posicionasse a favor da Ucrânia, o que comprometeria sua posição pela busca da paz e fortaleceria os interesses de Biden e da OTAN. Mas o ex-líder metalúrgico, habituado a inúmeras tentativas de colocá-lo contra a parede, inverteu o jogo e criticou duramente o próprio G7 e a ONU.

Desta forma, quem saiu fortalecido de Hiroshima foi Lula e o governo brasileiro.


terça-feira, 5 de abril de 2022

Como propagou-se a Covid pelo mundo?

Por Fernando Castilho





A imprensa ocidental deixou de falar das armas biológicas norte-americanas encontradas pelos russos em laboratórios ucranianos. Por quê?


A mídia ocidental, capitaneada por agências como a Reuters, tem procurado mostrar a versão que mais agrada este lado do planeta acerca dos acontecimentos relativos ao conflito Rússia-Ucrânia.

Todos os dias temos lamentado a destruição e as mortes no país de Volodymyr Zelensky, alimentado nosso ódio pelo invasor, Vladimir Putin, mas esquecendo-nos de verificar quais seriam as razões para a invasão e, muito menos, ouvido e visto o que relata a imprensa do lado de lá.

Ontem mesmo, vimos revoltados os cerca de 300 corpos de pessoas assassinadas pelo exército russo, espalhados pelas ruas destruídas da cidade de Bucha.

Numa situação dessas, temos duas opções: acreditar piamente nas imagens ou desconfiar delas, afinal, há uma guerra de informações. A primeira é a mais cômoda e a segunda é a mais trabalhosa. Opto pela segunda.

Zelensky, como de costume, fez com muita competência um teatro em cima do fato, mas a Rússia nega veementemente que tenha cometido esse crime terrível.

Bem, neste contexto atual em que a Rússia, seus costumes, sua cultura e suas artes estão sendo canceladas pelo restante do mundo, vale perguntar qual seria a razão para jogar ainda mais a opinião pública planetária contra ela? Qual o simbolismo e qual a utilidade para a guerra desses 300 corpos?

Estive pensando o dia todo nisso quando me veios às mãos um vídeo mostrando os mesmos corpos deitados nas ruas acenando para tropas ucranianas que passavam de caminhão. Muito estranho.

Porém, da mesma maneira que desconfiamos dos vídeos de Zelensky, também desconfiamos desse.

A imprensa ocidental deixou de falar das armas biológicas norte-americanas encontradas pelos russos em laboratórios ucranianos. Por quê?

Por que a ONU não enviou uma missão para investigar esses laboratórios? A Rússia vai ficar falando sozinha na ONU? Ninguém tem interesse em verificar a veracidade das gravíssimas afirmações?

Agora me deparo com Ignacio Ramonet,  jornalista e diretor do sério jornal Le Monde Diplomatique em versão espanhola, acaba de fazer uma denúncia gravíssima.

O texto que compartilho aqui começa com a palavra Urgente e afirma que a Rússia não esperava descobrir, como parte da sua campanha militar, “aves numeradas“ criadas por laboratórios biológicos e bacteriológicos na Ucrânia, financiados e supervisionados pelos organismos militares dos EUA.

Outra “surpresa”, foi anunciar as localizações dos laboratórios norte-americanos que fabricam e ensaiam armas biológicas em 36 países do mundo (um aumento de 12 países em relação à sessão anterior).

Mas afinal o que são estes “pássaros numerados”, tratados por Ramonet como “Aves de destruição em massa”?

Depois de estudar a migração das aves e observá-las ao longo das estações, os especialistas ambientais e os zoólogos puderam conhecer o caminho que estas aves tomam a cada ano na sua viagem sazonal,incluídas as que viajam de um país para outro e até de um continente para outros.

(isso já sabíamos)

Aqui entra em ação o papel dos serviços de inteligência das organizações que conduzem um plano de “segurança estratégica” dos EUA. Um grupo destas aves migratórias são “detidas”, digitalizadas e providas de uma cápsula de germes e patógenos que levam um chip para serem controlados através de computadores, como se fossem drones vivos. A seguir são libertadas de novo para unirem-se às aves migratórias nos países onde se planeja efetuar a contaminação.

Sabe-se que estas aves tomam um caminho desde o mar Báltico e o mar Cáspio até o continente africano e o sudeste asiático, assim como outros dois voos a partir do Canadá para a América Latina na Primavera e no Outono. Durante o seu longo voo monitora-se o seu deslocamento passo a passo por intermédio de satélites e determina-se a sua localização exata. Se querem, por exemplo, prejudicar a Síria ou o Brasil, o chip é destruído quando o pássaro está nos seus céus. Mata-se o pássaro que cai levando a epidemia. Assim, as doenças se espalham neste ou naquele país. Dessa forma, o país inimigo é prejudicado sem nenhum custo militar, econômico e político para o imperialismo ianque genocida.

A numeração das aves migratórias é considerada um delito pelo direito internacional, porque são aves que penetram o céu e o ar de outros países, e podem espraiar contaminação. Se o laboratório lhes abastece de vírus e germes, então esta ave converte-se numa arma de destruição maciça. Portanto, no direito internacional, considera-se proibida a utilização de aves para lançar ataques mortais contra um país oponente. Porém, a pandemia não foi uma guerra convencional contra uma determinada nação, mas uma operação econômica para tentar resgatar o regime capitalista de sua crise terminal, gerando lucros trilionários para a Big Pharma, que agora no mercado financeiro só fica atrás da indústria armamentista.

O país que comete um ato tão imoral e criminoso, em tese seria punido pelo regimento da ONU. Acontece que os EUA não tremem diante de nenhuma punição internacional, pois os governos burgueses não se atrevem a castigá-los. Mas agora serão imputados diante do estigma que acompanhará a sua existência como um Estado terrorista, inclusive perante os seus submissos aliados.

O governo Putin têm uma forte “carta na manga”, quando afirma que capturou as “aves numeradas” . Isto quer dizer que os ianques foram agarrados com as mãos na massa, com todos os pormenores contidos que provam uma condenação decisiva por um organismo científico independente.

Isto obriga a pensar na possibilidade real de que todos os vírus que infectaram humanos neste século, especialmente os últimos, como o ébola que afetou a África, o antrax, a gripe porcina e aviar, e atualmente o Covid-19, provenham todos de laboratórios militares financiados e administrados pelos EUA.

E foi isto que fez com que a China apresentasse uma solicitação urgente, séria e estrita para realizar uma investigação internacional sobre o surgimento repentino do coronavírus. É muito provável que o imperialismo ianque tenha utilizado aves migratórias para primeiro matar cidadãos da China e depois no mundo todo, para potencializar seu sistema financeiro.

 

Embora não se possa chancelar essa opinião como verdadeira, não se pode simplesmente descartá-la e, muito menos desqualificar o seu autor, um jornalista sério, com muitos anos de história e com muitas fontes fidedignas.

Infelizmente, talvez o mundo nunca consiga comprovar a veracidade do que afirma o jornalista porque os EUA ainda são um império que manda em seus aliados, mas esse estado de coisas não é eterno, já que está em curso declínio de seu domínio com a crescente ascensão da China e da própria Rússia.

Talvez, daqui há alguns anos, possamos conhecer a verdade.


Abaixo, o texto original de Ramonet, em espanhol, extraído do Diario 16.


«… Urgente*

En una ruidosa reunión en el Consejo de Seguridad de la ONU, realizada a pedido de Rusia, sobre el desarrollo de armas biológicas estadounidenses en sus fronteras dentro de Ucrania, quedó en evidencia lo siguiente:

1- El delegado ruso entregó documentos y pruebas para que quedaran en el acta de la sesión que confirman lo siguiente:

*Financiamiento oficial del Pentágono para un «aparente» programa de armas biológicas en Ucrania

*Nombres de personas y empresas estadounidenses especializadas en las pruebas y documentos involucrados en este programa.

*La ubicación de los laboratorios en Ucrania y los intentos realizados hasta ahora para ocultar las pruebas.

2- Anunciar otra sorpresa del representante de Rusia en las ubicaciones de los laboratorios estadounidenses que fabrican y prueban armas biológicas en 36 países del mundo (un aumento de 12 países con respecto a la sesión anterior).

3- El delegado ruso específicó las enfermedades y epidemias, los medios de su liberación, los países en los que se están probando y cuándo y dónde se llevaron a cabo los experimentos con o sin el conocimiento de los gobiernos de estos países.

4- El delegado ruso confirmó públicamente que entre los experimentos y efectos está el virus responsable de la actual pandemia y la gran cantidad de murciélagos utilizados para transmitir este virus.

5- Estados Unidos lo niega, Francia y Gran Bretaña aliados con ella (y el eco entre los pueblos de estos países es muy violento), y tienden a creerse esta novela bajo la presión psicológica que la pandemia ha dejado sobre todos.

6- La Organización Mundial de la Salud niega su conocimiento de la existencia de experimentos biológicos en Ucrania y dice: Toda nuestra información es que son laboratorios de investigación médica para combatir enfermedades (y Rusia prueba con evidencia la correspondencia regular y visitas de expertos de la Organización Mundial de la Salud) a los laboratorios estadounidenses sospechosos en todo el mundo.

7- China ataca a todos, y le dice al delegado de USA: Mientras niegues y estés seguro de tu inocencia, ¿por qué te niegas desesperadamente. a permitir la realización de una investigación por parte de especialistas para averiguar la verdad, especialmente con documentos y pruebas contundentes?

A los que quieran saber cuáles son los pájaros numerados… y como América mata al mundo sin un sólo tiro… Aquí les dejo la información:

Aves de destrucción masiva..

Rusia no esperaba descubrir, como parte de su campaña militar en Ucrania, aves numeradas producidas por laboratorios biológicos y bacteriológicos en Ucrania financiados y supervisados por los Estados Unidos de América.

¡¿Pero qué son los pájaros numerados?!

Después de estudiar la migración de las aves y observarlas a lo largo de las estaciones, los especialistas ambientales y los zoólogos podrán conocer el camino que toman cada año estas aves en su viaje estacional, incluidas. lasque viajan de un país a otro o incluso de un continente a otros.

Aquí entra el papel de la inteligencia de las partes que llevan un plan malévolo, un grupo de estas aves migratorias son «arrestadas», digitalizadas y provistas de una cápsula de gérmenes que llevan un chip para ser controlados a través de computadoras, luego son liberadas de nuevo para unirse a las aves migratorias a los países donde se planea el daño.

Se sabe que estas aves toman un camino desde el mar Báltico y el mar Caspio hasta el continente africano y el sudeste asiático, y otros dos vuelos desde Canadá a América Latina en primavera y otoño. Durante su largo vuelo, se monitorea su desplazamiento paso a paso a por intermedio de satélites, y se determina su ubivación exacta, si quieren, por ejemplo, dañar a Siria o Egitpo, el chip se destruye cuando el pájaro está en sus cielos. Se mata el pájaro y cae llevando la epidemia, y las enfermedades se esparcen en tal o cual país. Así, el país enemigo ha sido dañado sin ningún costo militar, económico y político.

La numeración de las aves migratorias es considerada un delito por el derecho internacional, porque son aves que penetran el cielo y el aire de otros países, y si se les provee de gérmenes, entonces esta ave se convierte en un arma de destrucción masiva. Por lo tanto, en el derecho internacional, se considera prohibido el uso de aves para lanzar ataques mortales contra un oponente, y quien comete un acto tan inmoral e inhumano es castigado, y esto es lo que hizo que América no temblara ante ningún castigo (nadie se atreve a castigarlos a ellos) sino del estigma que acompañará la vida de todos ellos y de excluirlo por completo como país creíble, incluso de sus aliados.

Los rusos tienen una fuerte carta de presión, cuando dicen que han capturado las aves, quiere decir que los americanos están agarrados con las manos en la masa, con todos los detalles que contiene que prueban la condena decisiva. Esto obliga a pensar en la posibilidad de que todos los virus que han infectado a humanos en este siglo, especialmente los últimos, como el ébola, que afectó a África, ántrax, gripe porcina y aviar, y actualmente el Covid-19, todos provengan de laboratorios financiados y administrados por los Estados Unidos de América, y esto es lo que hizo que China presentara una solicitud urgente, seria y estricta para realizar una investigación internacional sobre la aparición repentina del coronavirus, es muy probable que Estados Unidos haya utilizado aves migratorias para matar ciudadanos de China.

Lo importante es que los escándalos de América del Norte van en aumento, y ahora ha comenzado a rebajar su tono hostil hacia Rusia y trata de reconectarse con ella, con la esperanza de que lleguen a un acuerdo político con los rusos que la proteja del mal de sus acciones y para que no represente ninguna amenaza para Rusia en el futuro.

 


sábado, 26 de março de 2022

Torne o Nazismo Grande Novamente

Por Pepe Escobar




O alvo supremo é a mudança de regime na Rússia, a Ucrânia é apenas um peão no jogo – ou pior, uma mera bucha de canhão.

Todos os olhos estão postos em Mariupol. Na noite de quarta-feira (23), mais de 70% das áreas residenciais estavam sob controle das forças de Donetsk e da Rússia, enquanto os fuzileiros russos, o 107º batalhão de Donetsk e o checheno Spetsnaz, liderado pelo carismático Adam Delimkhanov, haviam entrado na instalação Azov-Stal – o QG do batalhão neonazista Azov.

Ao Azov foi enviado um ultimato: rendição até a meia-noite – ou então, um caminho sem prisioneiros ao inferno.

Isso implica uma grande mudança no campo de batalha ucraniano; Mariupol está finalmente prestes a ser completamente desnazificada – já que o contingente Azov esteve há muito tempo entrincheirado na cidade e usando civis como escudos humanos como sua força de combate mais endurecida.

Isto também significa que as 14 mil mortes em Donbass nos últimos 8 anos devem ser atribuídas diretamente aos Excepcionalistas. Quanto aos neo-nazis ucranianos de todas as linhagens, eles são tão dispensáveis como os “rebeldes moderados” na Síria, sejam eles da Al-Qaeda ou ligados ao Daesh. Aqueles que podem eventualmente sobreviver podem sempre se juntar a Neo-Nazi Inc., o remix espalhafatoso da Jihad Inc. dos anos 80 no Afeganistão. Eles serão devidamente “Kalibrados”.

Uma rápida recapitulação neonazista

Até agora, apenas os cérebros mortos em toda a OTAN – e há hordas deles – não estão cientes do Maidan em 2014. No entanto, poucos sabem que foi o então Ministro do Interior ucraniano Arsen Avakov, um ex-Prefeito de Kharkov, que deu luz verde para um grupo de 12 mil paramilitares se materializarem a partir dos hooligans de futebol da Sect 82 que apoiavam o Dínamo de Kiev. Esse foi o nascimento do batalhão Azov, em maio de 2014, liderado por Andriy Biletsky, conhecido como Führer Branco, e ex-líder da gangue neo-nazi Patriots da Ucrânia.

Junto com o agente ‘stay-behind’ da OTAN Dmitro Yarosh, Biletsky fundou o Pravy Sektor, financiado pelo padrinho da máfia ucraniana e bilionário judeu Ihor Kolomoysky (mais tarde o benfeitor da meta-conversão de Zelensky de comediante medíocre para presidente medíocre).

O Pravy Sektor foi, por acaso, raivosamente anti-UE – diga isso a Ursula von der Lugen – e politicamente obcecado em ligar a Europa Central e os Países Bálticos em um novo e  barulhento Intermarium. De modo crucial, o Pravy Sektor e outras quadrilhas nazistas foram devidamente treinadas por instrutores da OTAN.

Biletsky e Yarosh são, naturalmente, discípulos do notório colaborador nazista da Segunda Guerra Mundial, Stepan Bandera, para quem os ucranianos puros são proto-germânicos ou escandinavos, e os eslavos são uns ‘untermenschen’ (subumanos, em alemão).

O Azov acabou absorvendo quase todos os grupos neonazistas na Ucrânia e foram enviados para lutar contra Donbass – com seus acólitos ganhando mais dinheiro do que os soldados regulares. Biletsky e outro líder neonazista, Oleh Petrenko, foram eleitos para a Rada. O Führer Branco ficou sozinho. Petrenko decidiu apoiar o então presidente Poroshenko. Logo o batalhão Azov foi incorporado como Regimento Azov à Guarda Nacional Ucraniana.

Eles foram em um esforço de recrutamento de mercenários estrangeiros – com pessoas vindas da Europa Ocidental, Escandinávia e até mesmo da América do Sul.

Isso foi estritamente proibido pelos Acordos de Minsk garantidos pela França e pela Alemanha (e agora de fato extintos). O Azov montou campos de treinamento para adolescentes e logo chegou a 10 mil membros. Erik “Blackwater” Prince, em 2020, fez um acordo com os militares ucranianos que permitiria que seu grupo, renomeado para Academi, supervisionasse o Azov.

Foi nada mais nada menos que a sinistra distribuidora de biscoitos do Maidan Vicky “F**a a UE” Nuland que sugeriu a Zelensky – ambos, a propósito, judeus ucranianos – nomear o confesso nazista Yarosh como conselheiro do Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Ucranianas, Gen Valerii Zaluzhnyi. O alvo: organizar uma blitzkrieg sobre o Donbass e a Crimea – a mesma blitzkrieg que a SVR, a inteligência estrangeira russa, concluiu que seria lançada em 22 de fevereiro, impulsionando assim o lançamento da Operação Z.

Tudo isso, na verdade apenas uma rápida recapitulação, mostra que na Ucrânia não há nenhuma diferença entre os neonazistas brancos e os pardos da Al-Qaeda/ISIS/Daesh, tanto quanto os neonazistas são tão “cristãos” quanto os takfiri Salafi-jihadis são “muçulmanos”.

Quando Putin denunciou um “bando de neonazistas” no poder em Kiev, o comediante respondeu que isso era impossível porque ele era judeu. Bobagem. Zelensky e seu patrono Kolomoysky, para todos os efeitos práticos, são Sio-nazis.

Mesmo quando os ramos do governo dos Estados Unidos admitiram os neonazistas entrincheirados no aparelho de Kiev, a máquina excepcionalista fez desaparecer os bombardeios diários do Donbass durante 8 anos. Estas milhares de vítimas civis nunca existiram.

A grande mídia dos Estados Unidos chegou a aventurar-se na estranha peça ou reportagem sobre os neonazistas Azov e Aidar. Mas então uma narrativa neo-Orwelliana foi gravada em pedra: não há nazistas na Ucrânia. A CIA começou até a apagar registros sobre o treinamento de membros do Aidar. Recentemente uma rede de más notícias promoveu devidamente um vídeo de um comando do Azov treinado e armado pela OTAN – complementado com a iconografia nazista.

Por que a “desnazificação” faz sentido

A ideologia Banderanista remonta a quando esta parte da Ucrânia era de fato controlada pelo império austro-húngaro, o império russo e a Polônia. Stepan Bandera nasceu na Austro-Hungria em 1909, perto de Ivano-Frankovsk, no – então autônomo – Reino da Galiza.

A Primeira Guerra Mundial desmembrou os impérios europeus em pequenas entidades frequentemente não viáveis. Na Ucrânia ocidental – uma intersecção imperial – inevitavelmente levou à proliferação de ideologias extremamente intolerantes.

Os ideólogos banderanistas lucraram com a chegada dos nazistas em 1941 para tentar proclamar um território independente. Mas Berlim não apenas o bloqueou, mas os enviou para campos de concentração. Em 1944, embora os nazistas tenham mudado de tática: eles libertaram os banderanistas e os manipularam para o ódio anti-russo, criando assim uma força de desestabilização na URSS ucraniana.

Portanto, o nazismo não é exatamente o mesmo  dos fanáticos de Banderastão: eles são, de fato, ideologias concorrentes. O que aconteceu desde Maidan é que a CIA manteve um foco para incitar o ódio russo por quaisquer grupos marginais que ela pudesse instrumentalizar. Portanto, a Ucrânia não é um caso de “nacionalismo branco” – para dizer de forma branda – mas de nacionalismo ucraniano anti-russo, para todos os fins práticos manifestado através de saudações ao estilo nazista e símbolos do estilo nazista.

Assim, quando Putin e a liderança russa se referem ao nazismo ucraniano, isso pode não ser 100% correto, conceitualmente, mas soa um acorde em cada russo.

Os russos rejeitam visceralmente o nazismo – considerando que praticamente toda família russa tem pelo menos um antepassado morto durante a Grande Guerra Patriótica. Da perspectiva da psicologia da guerra, faz total sentido falar de “ukro-nazismo” ou, direto ao ponto, de uma campanha de “desnazificação”.

Como os anglos amavam os nazistas

O governo dos Estados Unidos liderando abertamente os neonazistas na Ucrânia dificilmente seria uma novidade, considerando como apoiou Hitler ao lado da Inglaterra em 1933 por razões de equilíbrio de poder.

Em 1933, Roosevelt emprestou a Hitler um bilhão de dólares de ouro, enquanto a Inglaterra lhe emprestou dois bilhões de dólares de ouro. Isso deve ser multiplicado 200 vezes para chegar aos valores atuais. Os anglo-americanos queriam construir a Alemanha como um baluarte contra a Rússia. Em 1941 Roosevelt escreveu a Hitler que se ele invadisse a Rússia, os EUA estariam do lado da Rússia, e escreveu a Stalin que se Stalin invadisse a Alemanha, os EUA apoiariam a Alemanha. Falemos sobre uma ilustração gráfica do equilíbrio de poder Mackindersiano.

Os britânicos tinham se preocupado muito com a ascensão do poder russo sob Stalin enquanto observavam que a Alemanha estava de joelhos com 50% de desemprego em 1933, se contarmos os alemães itinerantes não-registrados.

Até mesmo Lloyd George tinha dúvidas sobre o Tratado de Versalhes, enfraquecendo insuportavelmente a Alemanha após sua rendição na Primeira Guerra Mundial. O objetivo da Primeira Guerra Mundial, na visão de mundo de Lloyd George, era destruir juntos a Rússia e a Alemanha. A Alemanha estava ameaçando a Inglaterra com o Kaiser construindo uma frota para tomar conta dos oceanos, enquanto o Czar estava muito perto da Índia por conforto. Por um tempo a Britânia venceu – e continuou a governar as ondas.

Depois a construção da Alemanha para lutar contra a Rússia tornou-se a prioridade número um – completada com a reescrita da História. A união dos alemães austríacos e Alemães dos Sudetos com a Alemanha, por exemplo, foi totalmente aprovada pelos britânicos.

Mas depois veio o problema polonês. Quando a Alemanha invadiu a Polônia, a França e a Grã-Bretanha ficaram de lado. Isso colocou a Alemanha na fronteira da Rússia, e a Alemanha e a Rússia dividiram a Polônia. Era exatamente isso que a Grã-Bretanha e a França queriam. Os dois haviam prometido à Polônia que invadiriam a Alemanha do Ocidente enquanto a Polônia lutava contra a Alemanha do Oriente.

No final, os poloneses foram duplamente traídos. Churchill até elogiou a Rússia por invadir a Polônia. Hitler foi avisado pelo MI6 que a Inglaterra e a França não invadiriam a Polônia – como parte de seu plano para uma guerra germano-russa. Hitler tinha sido apoiado financeiramente desde os anos 20 pelo MI6 por suas palavras favoráveis sobre a Inglaterra no Mein Kampf. O MI6 de fato encorajou Hitler a invadir a Rússia.

Corte rápido para 2022, e aqui vamos nós de novo – como uma farsa, com os anglo-americanos “incentivando” a Alemanha sob o fraco Scholz a voltar a se unir militarmente, com 100 bilhões de euros (que os alemães não têm), e criando em tese uma força europeia renovada para mais tarde ir à guerra contra a Rússia.

Sugestões para a histeria russofóbica na mídia anglo-americana sobre a parceria estratégica Rússia-China. O medo anglo-americano mortal é Mackinder/Mahan/Spykman/Kissinger/Brzezinski, todos enrolados em um só: Rússia-China como gêmeos concorrentes assumem a massa terrestre eurasiática – a Iniciativa Cinturão e Rota encontra a Parceria da Grande Eurásia – e assim governam o planeta, com os EUA relegados ao status de ilha inconseqüente, tanto quanto a anterior “Rule Britannia”.

A Inglaterra, a França e mais tarde os americanos tinham impedido quando a Alemanha aspirava fazer o mesmo, controlando a Eurásia lado a lado com o Japão, desde o Canal da Mancha até o Pacífico. Agora é um jogo completamente diferente.

Portanto, a Ucrânia, com suas patéticas quadrilhas neonazistas, é apenas um peão – dispensável – no esforço desesperado para deter algo que está além do anátema, da perspectiva de Washington: uma Nova Rota da Seda totalmente pacífica entre alemães, russos e chineses.

A Russofobia, impressa maciçamente no DNA do Ocidente, nunca desapareceu realmente. Cultivada pelos britânicos desde Catarina, a Grande – e depois com o “The Great Game”. Pelos franceses desde Napoleão. Pelos alemães, porque o Exército Vermelho libertou Berlim. Pelos americanos porque Stalin forçou neles o traçado da Europa – e depois continuou e seguiu durante toda a Guerra Fria.

Estamos apenas nos estágios iniciais do impulso final do Império moribundo para tentar deter o fluxo da História. Eles estão sendo enganados, já estão sendo superados pelo poderio militar mais alto do mundo, e receberão o xeque-mate. Existencialmente, eles não estão equipados para matar o Urso – e isso dói. Cosmicamente.


Pepe Escobar é jornalista e correspondente de várias publicações internacionais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


domingo, 20 de março de 2022

De quem será a responsabilidade sobre uma terceira guerra mundial?

Por Fernando Castilho


Foto: Sergei SUPINSKY / AFP


Está comprovado que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é mesmo um bom ator e deveria cobrar cachê a cada aparição virtual


O conflito entre Rússia e Ucrânia já dura quase quatro semanas e algumas coisas interessantes que a mídia ocidental insiste em tentar manter submersas, longe do campo de visão das pessoas contrárias às guerras, começam a emergir à superfície desse mar agitado.

Está comprovado que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é mesmo um bom ator e deveria cobrar cachê a cada aparição virtual em reuniões da União Europeia, do parlamento alemão e em outros fóruns internacionais, onde todos os presentes se levantam e o aplaudem em pé. Só falta gritarem BRAVO! e pedirem bis. Aqui mesmo no Brasil, a senadora Eliziane Gama está em tratativas para lhe garantir um palco em nosso senado.

Mas se essa fosse a única característica do líder ucraniano, menos mal.

No domingo, 20 de março, Zelensky partiu para algumas ofensivas, no mínimo, preocupantes.

Nada menos que 11 partidos, a maioria de esquerda, que ele considera terem laços com a Rússia, tiveram suas atividades suspensas, numa atitude claramente ditatorial. Vale lembrar que partidos nazistas não foram incomodados.

Além disso, determinou que todas as emissoras de televisão se unifiquem numa única plataforma de comunicação estratégica que funcionará 24 horas por dia. Imaginem Globo, Record, SBT e Band tendo que abrir mão de suas programações normais para transmitir somente as notícias relativas ao front, numa hipotética guerra, interessantes a nosso presidente.

Claro que há, neste momento, uma lei marcial que impõe medidas duras neste período difícil, mas não há como esconder a personalidade autoritária do presidente, que se aproveita da comoção internacional que o conflito desperta, para ganhar notoriedade, se promover e tentar se tornar um dos principais atores mundiais.

Há ainda que se comentar a manifestação irresponsável de Zelensky ao afirmar que, se as negociações de paz com a Rússia falharem, há a possibilidade de uma terceira guerra mundial.

Ora, primeiro vamos considerar o que a Rússia exige para se retirar da Ucrânia.

Putin não deseja anexar o país ao seu, até porque, se isso for feito, a nova configuração do território vai colocar a Rússia mais próxima das vizinhanças dos países membros da OTAN.

A análise que alguns comentaristas fazem de que Putin quer reeditar a antiga União Soviética está mais para delírio do que possibilidade séria, pois a geopolítica e a atual configuração da Eurásia tornam a hipotética tarefa praticamente impossível, já que a maioria dos países que compunham o bloco já fazem parte da OTAN.

O que Moscou exige é que Zelensky assine um acordo de que não participará da aliança. Somado a isso, quer que ele reconheça a independência dos territórios separatistas de Donetsk e Luhansk, além de aceitar que a Criméia faz parte da Rússia.

Pelas recentes medidas, fica claro, porém, que ele insistirá em não assinar nenhum acordo, preferindo continuar a investir no armamento da população civil e dos mercenários, inclusive brasileiros, que para lá chegam todos os dias para enfrentar até a morte os preparados e super armados soldados russos. Agora nenhum homem com idade entre 18 e 65 anos pode sair do país, sendo obrigado a lutar como soldados. Vemos diariamente pela TV que os ucranianos já enfrentam terrível escassez de alimentos e muitos nem têm como fugir para outros países.

É preciso dizer que, ao contrário do que a imprensa ocidental vem dizendo todos os dias, não há como a Ucrânia vencer essa guerra diante do enorme poderio militar russo. Vimos o desempenho do famoso míssil hipersônico contra o qual não há defesa.

Portanto, é de se perguntar, se a estratégia de Zelensky é mesmo uma estratégia e se sua postura é de sensatez ou de crueldade contra seu próprio povo.

Para que um conflito de proporções mundiais ocorra, é necessário que a OTAN entre na guerra, mas, felizmente, apesar do empenho de Zelensky nesse sentido, a aliança vem dando demonstrações de que não vê a disposição de Putin como um blefe, preferindo distanciamento e cautela para não avançar o sinal.

A insistência para que Joe Biden envie caças à Ucrânia também parece não estar surtindo efeito, já que o presidente americano prefere que os outros batam cabeça enquanto seu país lucra com a venda de armas.

Biden tem se limitado a ofender Putin chamando-o de ditador sanguinário e criminoso de guerra. Moscou tem respondido com ameaças de ruptura, mas isso deve se limitar a apenas retórica.

Após tudo o que foi exposto, será que evitar a terceira guerra mundial está mais nas mãos de Zelensky ou nas de Putin?

 

 

 


quinta-feira, 10 de março de 2022

A mídia ocidental fez de Putin um boneco de vodu

Por Fernando Castilho




Enquanto aguardava que lhe trouxessem o café quente, tentou se acalmar e refletir. Precisava extravasar sua ira, exorcizar os demônios que tinham tomado conta de sua mente naquela manhã. O dedinho inchado do pé doía muito e alguém precisava pagar por isso.

De repente, gritou: JÁ SEI! UCRÂNIA!


Era uma típica manhã de inverno em Moscou. O céu estava encoberto e o vento frio e cortante, castigava as pequenas e blindadas janelas do Kremlin.

Vladimir Putin havia dormido bem naquela noite. Sonhara que era verão, estava de bermudas, o Sol já estava alto e a piscina de águas límpidas, convidativa.

Abriu a janela, viu a paisagem cinza e percebeu que acordara. Fim do sonho. Se quisesse nadar um pouco teria que ser na piscina aquecida do palácio. Muito chato, pensou.

Logo o mau-humor se instalou nele.

Fechou a janela, deu meia volta, topou com o dedinho do pé na quina da enorme cama, e tropeçou nas pantufas. Caiu de nariz na pele de urso que fazia as vezes de tapete e gritou: Сукин сын!

Nisso, o ajudante de ordens entrou no aposento trazendo o café.

Estava frio.

Putin esmurrou a mesa de 8 metros com raiva. Nada dá certo por aqui, Блядь!?

Mandou executar o pobre homem.

Enquanto aguardava que lhe trouxessem o café quente, tentou se acalmar e refletir. Precisava extravasar sua ira, exorcizar os demônios que tinham tomado conta de sua mente naquela manhã. O dedinho inchado do pé doía muito e alguém precisava pagar por isso.

De repente, gritou: JÁ SEI! UCRÂNIA!

Sim, ordenaria que seu exército invadisse a Ucrânia para aplacar seu mau-humor. Em seguida, já mais calmo, dominaria todos os demais países da Europa e, mais tarde, todo o planeta!

Deu um sorrisinho maligno dos tempos da KGB, do James Bond e do agente 86.

_________________________________________________

 

Tirando a galhofa, parece que é essa a impressão que a mídia ocidental tenta vender. Putin, o ditador sanguinário, o novo Hitler, o bicho-papão, invadiu a Ucrânia somente para se divertir e dominar o mundo.

Não só os brasileiros, mas todo o Ocidente parece acreditar nisso. Basta ver as reportagens da televisão.

É preciso que o novo herói do mundo, Volodymyr Zelensky, juntamente com a OTAN, destruam Putin.

 

Embora não tenhamos a clareza necessária para analisar as causas do conflito, já que manipulações de informações acontecem dos dois lados, não devemos adotar a visão simplória e maniqueísta do mundo propagada pela mídia ocidental com seus interesses econômicos. Tudo tem sempre uma motivação.

Para tentar desatar esse nó, precisamos voltar um pouco no tempo para uma melhor compreensão desse imbróglio.

Com a queda da União Soviética, o então presidente Mikhail Gorbachev fez um trato verbal com o então secretário de Estado norte-americano James Baker. Foi acordado que a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) não avançaria “nem uma polegada em direção ao Leste da Europa”, afinal, o Ocidente, comandado pelos EUA, havia vencido a guerra fria.

Com o fim do Pacto de Varsóvia, seu oponente, a OTAN, havia perdido a razão de existir.

Mas a Rússia nunca foi convidada a integrar a aliança, continuando a ser tratada como inimiga. Além disso, havia ainda outro inimigo silencioso, a China.

Em 1997, a OTAN, enfim, decidiu desrespeitar o acordo entre Gorbachev e Baker, iniciando sua expansão e anexando, aos poucos, Polônia, Hungria e República Tcheca.

Mais tarde, agregaria mais 10 países, totalizando os 30 membros atuais.

A Rússia, aos poucos, se viu acuada pelos países membros da aliança, mas a Ucrânia ainda vinha se mantendo como o último obstáculo entre a OTAN e ela, servindo-lhe como uma espécie de barreira.

Putin assistia a isso sempre preocupado e com um olho no país vizinho.

Em 2014, os EUA decidiram iniciar uma manobra mais agressiva, enviando o então secretário de estado, John Kerry para Kiev, para manifestar o apoio dos EUA aos rebeldes que tomaram o poder na capital ucraniana.

Durante os anos que se seguiram, milícias neonazistas surgiram e assassinaram cerca de 14 mil russos, entre eles, muitas crianças, como foi noticiado à época, mas sem ter provocado a mesma comoção dos acontecimentos atuais.

Era preciso que os EUA impedissem a construção do gasoduto Nord Stream 2 porque ele seria responsável por dobrar a capacidade de fornecimento de gás para a Europa, tornando-a ainda mais dependente da Rússia e aumentando a entrada de vultosas divisas para o país de Putin.

O comediante Zelensky foi eleito presidente fantoche dos EUA para justamente trabalhar para que se iniciassem as tratativas para integrar seu país a OTAN, o que seria o mesmo que apontar uma arma para a cabeça da Rússia, tamanha a proximidade de Kiev com Moscou (800 km em linha reta). A barreira deixaria de existir.

O timing preciso de Putin para impedir esse ingresso se deu quando Zelensky manifestou publicamente que iria tornar a Ucrânia um país membro. Não foi antes nem depois.

Se Putin agisse depois de firmado o acordo, o conflito não ficaria restrito a Ucrânia, mas ganharia proporções mundiais com uma guerra entre a Rússia e a OTAN.

É preciso lembrar que há centenas, talvez milhares de ogivas nucleares espalhadas pela Europa, todas apontadas para Rússia, China e Coreia Popular. E numa eventual guerra, todas entrariam em ação.

Por que a China apoia as ações de Putin?

Se a Rússia for tomada, todas as suas mais de 6 mil ogivas passarão para a OTAN, o que a tornará uma força inexpugnável até para a  China. É isso que Xi Jinping teme.

Será que há dúvidas de que Putin está realizando uma ação preventiva e com visão de longo alcance? Não se trata somente de defender a Rússia contra possíveis ataques da OTAN, mas talvez de também salvaguardar o planeta contra uma quase inevitável guerra nuclear em que perderíamos todos.

Já se passaram mais de duas semanas desde a invasão da Ucrânia e nada, absolutamente nada, foi feito por Zelensky para por fim ao conflito. Pelo contrário. Ele convoca a população civil a lutar como uma espécie de linha de frente contra os preparadíssimos soldados russos, apoia ações terroristas das milícias neonazistas que têm matado conterrâneos para culpar a Rússia e o tempo todo exige a entrada da OTAN na guerra.

A mídia brasileira deixou de se importar com a ética jornalística, esquecendo seus manuais de redação. Ela não diz que “a Ucrânia alega que foi a Rússia que bombardeou uma maternidade”, mas sim, que “foi a Rússia a autora do bombardeio”, incorporando a versão de Zelensky, sem o contraditório. Tornou-se icônica a divulgação do G1 de que um tanque russo esmagou o carro de um civil, quando, na verdade, o veículo militar era ucraniano. O portal de notícias nunca se retratou.

A OTAN, por outro lado, envia armamento pesado para a Ucrânia, prolongando ainda mais o conflito e enriquecendo os EUA pelo aumento da produção e comercialização desses artefatos bélicos que precisam ser repostos. Além disso, convida a Finlândia e a Suécia para engrossarem suas fileiras, num sinal inequívoco de provocação.

Para por fim à guerra, segundo Putin, a Zelensky bastaria tão e somente a assinatura de um acordo abrindo mão de se tornar país membro da OTAN, o reconhecimento de que a Crimeia é território russo e a independência de Donetsk e Luhansk (que já são independentes).

Embora não se possa cravar que, mesmo com um acordo assinado, a Putin não interessa incorporar a Ucrânia como parte da Rússia, isso a tornaria ainda muito mais próxima das ogivas da OTAN. Seria ilógico.

Estaria, ainda, Putin montando uma estratégia para reviver a antiga União Soviética, como Joe Biden afirmou?

Possível, mas improvável devido justamente ao gigantesco poderio bélico da aliança.

Na verdade, não está tão difícil acabar com esse conflito, mas ele só está se estendendo justamente porque o plano dos aliados americanos, que agora parece se  confirmar, era mesmo sufocar a Rússia num futuro próximo. Isso, a cada dia parece estar sendo demonstrado.

Será que daria certo?

Faltou combinar com os russos.


Também publicado no Jornal GGN:

https://jornalggn.com.br/cronica/a-midia-ocidental-fez-de-putin-um-boneco-de-vodu-por-fernando-castilho/


Também publicado no Piauí Hoje:

https://piauihoje.com/blogs/e-o-que-eu-acho/a-imprensa-ocidental-esta-fazendo-de-putin-um-boneco-de-vodu-394518.html

 

Também publicado no Medium:

https://medium.com/@fernandocastilho/a-m%C3%ADdia-ocidental-fez-de-putin-um-boneco-de-vodu-995c96647562

 


sábado, 5 de março de 2022

A paz... invadiu o meu coração...

Por Fernando Castilho


Obra de Susan Boerner



A paz... invadiu o meu coração...

Give Peace a Chance.

War Is Over, If You Want It.

Os poetas sempre são os primeiros a pedir paz.

Nestes tempos temos ouvido falar muito em paz. NÃO À GUERRA! DEEM UMA CHANCE À PAZ! Vejam como sai muito fácil das bocas.

Todos nos tornamos pacifistas, mesmo que nem sempre sejamos, não é?

A Rússia invadiu a Ucrânia e até parece que é a primeira vez em que o mundo assiste a uma guerra.

Durante a guerra fria, havia duas forças antagonistas: a OTAN, patrocinada pelos Estados Unidos, e o Pacto de Varsóvia, liderado pela hoje extinta União Soviética. E esse termo “extinta” é muito importante para que possamos compreender o que está em jogo hoje, 31 anos após.

O Pacto de Varsóvia, que impunha um equilíbrio no mundo, apesar do temor constante de que um dos loucos apertasse o botão vermelho que destruiria o mundo, acabou.

Mas a OTAN permaneceu, apesar dos protestos de Mikhail Gorbatchov, o homem que deu início à queda da URSS e do Pacto de Varsóvia e que foi traído pela aliança.

Naquela época, ela congregava 16 países e de lá pra cá, embarcou mais 14.

A pergunta que não quer calar é: se não existe mais o Pacto de Varsóvia, qual o sentido de uma OTAN cada vez mais forte?

Seria pelo fato de que podemos ser, a qualquer momento, atacados por alienígenas?

Não, porque nesse caso, o mundo todo teria que se unir, inclusive a Rússia e a China.

Então, qual é o inimigo da OTAN? E por que cresce cada vez mais?

QUAL É O INIMIGO DA OTAN?

Sabem o que ela prega? Pois é, a paz!

Mas o que é que ela está neste momento fazendo no Iêmen? Promovendo a paz, enquanto apoia a Arábia Saudita na matança de milhares de civis? O que ela fez quando os EUA promoveram uma matança na Síria? O que ela fez quando os americanos invadiram o Iraque e exterminaram 600 mil pessoas?

Então temos uma contradição aqui.

Será que a OTAN está mesmo se empenhando para pacificar o conflito na Ucrânia?

Em vez de ajudar nas negociações de paz, a aliança envia armas para o país de Zelensky, o que prolongará o conflito e causará mais mortes.

Em vez de redigir uma declaração abrindo mão da adesão da Ucrânia para contribuir para o fim das animosidades, convida a Finlândia e a Suécia para se tornarem membros.

Na realidade, sem hipocrisia, como se luta pela paz?

Com ações concretas para isso.

Mas fica claro que não é a paz que a OTAN deseja, afinal, é preciso vender armas e construir mais bases pelo mundo inteiro. E isso enriquece muita gente.

Enquanto nós, simples mortais, junto com os poetas, esperançosos de verdade pela paz, acompanhamos horrorizados os resultados do conflito e acreditamos que a ONU está empreendendo grandes esforços para dar um basta nas lutas, o que a aliança quer na realidade é arrastar esse conflito até o máximo possível para enfraquecer tanto a Rússia quanto a Ucrânia, afinal, a estratégia dos EUA sempre foi a de dividir para conquistar.

Se se quer paz de verdade, basta Zelensky assinar uma simples declaração que abre mão de ingressar na OTAN.

Pronto!

War is Over! 

 

 

 

 

sexta-feira, 4 de março de 2022

Ainda não há uma guerra de fato, mas pode haver

Por Fernando Castilho




Estranhou o título?

Será possível que Putin esteja planejando reeditar a União Soviética, como dizem?

Duas questões.

Vamos raciocinar um pouco.

Antes do conflito, Joe Biden vinha afirmando todos os dias que a Rússia iria invadir a Ucrânia, ao passo em que Wladimir Putin negava.

Não deu outra, Moscou avançou com tanques sobre Kiev.

Começava a guerra.

Mas será que o termo “guerra” está mesmo correto?

O embaixador da Rússia na ONU, Gennady Gatilov, sustenta que não. Segundo ele, “trata-se de uma operação militar especial”.

Ele pode ter razão.

Até agora, pelo menos, Putin enviou somente tanques e soldados, poupando a Ucrânia de ataques de caças e helicópteros que poderiam lançar bombas e mísseis com poder destruidor muitas vezes maior do que o que está sendo utilizado. Até agora contabiliza-se poucas centenas de mortos, quando era de esperar, após mais de uma semana de conflito, milhares.

Além disso, as intervenções russas parecem ser cirúrgicas. Foram destruídos uma antena de televisão (o que impede a transmissão de informação ou desinformação), uma usina nuclear, um edifício do governo, uma fábrica de tanques e alguns poucos prédios de apartamentos. Lembrando que a Usina Nuclear de Chernobyl também foi tomada.

Quem se lembra da invasão dos Estados Unidos no Iraque, certamente recordará que em poucos dias, a capital, Bagdá foi quase que totalmente destruída pelos mísseis americanos, resultando em 600 mil civis mortos. Tornou-se um amontoado disforme de escombros. Portanto, pode ser que realmente ainda não haja uma guerra de fato.

Mas Biden acertou quando previu que a Rússia invadiria a Ucrânia, não vamos questionar.

Agora o Ocidente novamente prevê que Putin planeja anexar outros países para reeditar a URSS.

Isso é de uma estupidez monumental.

Putin é um capitalista. Jamais pensaria em ressuscitar o comunismo por aquela parte da Europa.

Mas talvez queira somente anexar e aumentar o domínio da Rússia?

Pode até ser. Utilizando alguns países como escudo, poderia instalar bases nesses territórios e fazer um contraponto à OTAN. Mas notaram o tamanho do território russo? É enorme. Cabem quase que exatamente dois Brasis na Rússia! Bastaria instalar bases por todo o país.

A tarefa de anexar territórios seria extremamente árdua e arriscada, pois jamais a OTAN permitiria que sua hegemonia fosse ameaçada. A operação poderia resultar numa terrível guerra com consequências devastadoras para a humanidade.

Voltando ao embaixador, ele garante que “a Rússia não quer ocupar a Ucrânia. Isso está fora de questão", disse. "O que queremos é desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia".

Na verdade, o intento de Putin é impedir que Zelensky torne seu país membro da aliança, o que fragilizaria a Rússia.

Se Zelensky quiser colocar Putin à prova e desmascará-lo, bastaria aceitar seus termos. Caso o presidente russo, mesmo assim, não se retirasse, ficaria provado junto à comunidade mundial que a invasão é um pretexto para intenções maiores.

Então, na verdade, está fácil acabar com o conflito. O problema é que o Ocidente e Zelensky não querem porque o plano é realmente o ingresso da Ucrânia na OTAN e o cerco a Rússia como Putin denuncia.

Biden se reuniu com o grupo dos quad, EUA, Japão, Índia e Austrália para discutir a possível invasão da China a Taiwan, coisa em que o presidente americano aposta.

Caso tenha razão, o que poderão fazer? Cercar a China? Bombardeá-la?

Não poderão fazer nada, nem militarmente, nem economicamente através de sanções. Temos que lembrar que a China é fortíssima militarmente e credora poderosíssima dos EUA.

O que Biden pretende, na verdade, é melhorar sua aprovação, que está em baixa, pelos americanos, ao mesmo tempo em que pode dar uma implementada na economia de seu país através da produção e comercialização de armas pesadas.

Nessa ambição, o risco a que expõe o mundo que assiste à essa briga de cachorro grande, é o de iniciar guerras de verdade, guerras que podem levar a humanidade à sua extinção.

Esse é o grande risco.


(sugiro a leitura de "Será que já dá pra entender melhor a guerra da Ucrânia?)

https://bloganaliseeopiniao.blogspot.com/2022/03/sera-que-ja-da-pra-entender-melhor.html


quarta-feira, 2 de março de 2022

Será que já dá pra entender melhor a guerra da Ucrânia?

Por Fernando Castilho

 

Foto: Alexey Furman


O que pode ligar o apoio de Wladimir Putin à eleição de Donald Trump, a acusação de que o filho de Biden tem negócios escusos na Ucrânia, o gasoduto Nord Stream 2, o avanço da OTAN pela Europa, a guerra e o comércio de armas pesadas?

Antes de tudo, é sempre um pisar em ovos escrever sobre o conflito da Ucrânia com a necessária imparcialidade, já que se trata de uma guerra e guerras significam retrocesso no processo civilizatório da humanidade.

Wladimir Putin é um presidente autoritário, misógino, homofóbico, cruel, insensível. Cometeu crime internacional ao invadir a Ucrânia. Que um dia seja punido por isso.

Volodymyr Zelensky é um presidente que tolera grupos neonazistas como o Svoboda e, segundo matérias jornalísticas anteriores à guerra, apoia o Batalhão Azov, o principal deles, com ramificações inclusive no sul do Brasil.

Esclarecido? Então vamos prosseguir.

Depois que a guerra começou, com a invasão da Ucrânia pela Rússia, foi preciso um tempo para acompanhar as informações que chegavam, quase que na totalidade, do Ocidente, para poder detectar possíveis linhas soltas que podem, caso amarradas, tecer uma rede para uma melhor compreensão dos fatos históricos que estamos vivenciando.

1 – Segundo a BBC, "o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ajudou o então candidato republicano Donald Trump a vencer as eleições nos Estados Unidos. A informação é do relatório de uma investigação liderada pelos serviços de inteligência americanos, divulgado em janeiro de 2017.

Conforme o documento, o líder russo "encomendou" uma campanha com o objetivo de influenciar a eleição.

Foto: Mikhail Klimentyev/Sputnik/AFP

Ainda de acordo com o relatório - de 25 páginas -, o Kremlin desenvolveu uma "preferência clara" por Trump. Os objetivos da Rússia com isso seriam "minar a fé do povo americano" no processo democrático do país e "denegrir" a imagem da adversária democrata Hillary Clinton, prejudicando sua candidatura e possível mandato".

Quem quiser mais informações, pode acessar https://www.bbc.com/portuguese/internacional-38525951

Parecia claro o interesse de Vladimir Putin em desestabilizar a democracia americana, através de Trump. O objetivo em parte foi alcançado quando o ex-presidente se negou a aceitar sua derrota nas eleições de 2020 e insuflou seus seguidores a invadir o Capitólio, num claro atentado à Democracia.

 

2 – Segundo o site Poder 360, "Joe Biden, candidato à Presidência dos EUA, teria influenciado nas relações comerciais de seu filho Hunter Biden com o grupo Burisma. A empresa é uma grande produtora de gás natural sediada na Ucrânia. As informações foram obtidas de uma troca de e-mails existente em 1 laptop que Hunter Biden teria deixado para consertar em uma loja de Delaware, nos EUA, em abril de 2019. O aparelho não foi buscado pelo dono e o conserto nunca foi pago. A informação foi publicada pelo jornal New York Post na 4ª feira (14.out.2020).

O presidente dos EUA à época, Donald Trump, fez acusações relacionadas ao caso. O ex-vice-presidente, por sua vez, negou qualquer atuação que teria influenciado os negócios de seu filho." Mais em https://www.poder360.com.br/internacional/entenda-a-historia-sobre-a-possivel-ligacao-de-joe-biden-e-de-seu-filho-com-a-ucrania/

Pode haver, embora Biden negue, uma ligação entre o rpesidente norte-americano e a construção do gasoduto Nord Stream 2, a menina dos olhos de Putin.

 

3 – De acordo com a Deutsche Weller, “o Nord Stream 2 é o segundo gasoduto de gás natural entre o oeste da Rússia e o nordeste da Alemanha, passando sob o Mar Báltico. Assim como o Nord Stream 1, inaugurado em 2011, ele tem uma capacidade de transportar 55 bilhões de metros cúbicos de gás natural por ano. Ao todo, as duas instalações enviariam 110 bilhões de metros cúbicos de gás natural anualmente à Alemanha. Desde o início dos planos, os Estados Unidos e vários parceiros europeus da Alemanha se posicionaram contrários ao Nord Stream 2 e pressionaram o governo da então chanceler federal alemã Angela Merkel a desistir do acordo.

© Sputnik / Sergei Guneev

Os aliados alertaram que o Nord Stream 2 tornaria a Europa dependente demais do gás russo, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, poderia usar essa dependência como ferramenta de persuasão e pressão em disputas com o Ocidente.

Atualmente, grande parte do gás natural da Europa chega ao bloco via Ucrânia, que recebe taxas de trânsito de Moscou. 

Cerca de 18 empresas europeias desistiram, incluindo a alemã Wintershall, por medo de sanções financeiras. A russa Gazprom declarou que continuaria a instalação do gasoduto, e o projeto foi concluído, apesar das ameaças americanas.”

Leia mais em https://www.dw.com/pt-br/nord-stream-2-e-a-luta-pelo-poder-entre-ocidente-e-r%C3%BAssia/a-60662250

Os EUA ainda não engoliram a construção do gasoduto e ela só não foi sabotada por agentes americanos por causa das fortes vigilâncias da Rússia e da Alemanha. 

Com a entrada em operação do Nord Stream 2, vários países da Europa passarão a comprar gás russo, o que significará fortalecimento do comércio e entrada de grandes divisas na Rússia.

 

4 – Segundo a CNN, “a República Tcheca se comprometeu no sábado a realizar um “envio de armas para a Ucrânia” no valor de mais de US$ 8,5 milhões para um “local de escolha dos ucranianos”.

A Holanda fornecerá à Ucrânia 200 mísseis antiaéreos Stinger. Outros materiais de defesa já estão a caminho”, tuitou o conselheiro de defesa e relações exteriores do primeiro-ministro, Geoffrey van Leeuwen.

O governo holandês também fornecerá 50 armas antitanque Panzerfaust-3 e 400 foguetes, disse o ministério em uma carta ao parlamento.

O país também está considerando em conjunto com a Alemanha enviar um sistema de defesa aérea Patriot para um grupo de batalha da OTAN na Eslováquia. É nosso dever apoiar a Ucrânia tanto quanto pudermos nos defender contra o exército de invasão de Putin. Portanto, entregaremos 1.000 armas antitanque e 500 mísseis Stinger para nossos amigos na Ucrânia”, disse o chanceler alemão Olaf Scholz”.

Leia mais em https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/paises-da-europa-enviam-reforcos-para-a-ucrania-em-meio-a-invasao-da-russia/

Portanto, vários países da Europa estão enviando armamento pesado para a Ucrânia, burlando as próprias normas da OTAN que proíbem estados membros de interferir em guerras entre países que não fazem parte da aliança. E esse número ainda vai crescer com a adesão da Finlânia, Suécia (não membros ainda) e de outros.

O resultado disso é que esses países, por estarem sendo desfalcados de suas armas, estão propondo revisão de seus orçamentos de guerra a seus parlamentos para que possam renovar seus estoques.

Pergunto: comprarão de quem?

Bingo! Você acertou! Comprarão dos EUA, o país responsável por 36% das exportações de armamentos pesados no mundo e, de longe, os mais sofisticados e mortíferos.

 

Agora, outras pontinhas captadas nos noticiários locais. E por que elas?

Porque às vezes é nas entrelinhas que conseguimos captar alguma informação importante.

 

5 – No Jornal Nacional da última segunda-feira, a correspondente na Itália, Ilze Scamparini, rompeu, deliberadamente ou não, o padrão do noticiário totalmente alinhado ao Ocidente, que deveria ser jornalístico e imparcial.

A repórter afirmou que a Itália não possui nenhuma ogiva nuclear, mas, por ser integrante da OTAN, há em seu território quatro bases da aliança, leia-se, Estados Unidos, com um total de 50.

Imagem: Partners-LA STAMPA

Fica claro que, quando um país ingressa na aliança, automaticamente permite que os EUA construam bases e instalem armas nucleares. A OTAN confunde-se com os Estados Unidos.

Dá pra sentir a insegurança de estar cercado por 14 dos 30 países integrantes da OTAN, espalhados e cada um com muitas ogivas nucleares? Mais em https://www.youtube.com/watch?v=RV_uF5U36Oc

 

6 – Um jornalista brasileiro que está na Ucrânia, Gabriel Chaim, aproveitou que a Rede Globo não enviou, por questões de segurança, nenhum correspondente àquele país e decidiu vender material jornalístico à emissora.

No Jornal Nacional da segunda-feira, mostrou em vídeo a população ucraniana e as, segundo ele, milícias, se armando. Essas milícias são as nazistas alimentadas pelo presidente Volodymyr Zelensky que nega seguir essa ideologia por ser judeu. Mais em https://www.youtube.com/watch?v=RV_uF5U36Oc 

Batalhão Azov - Foto: Azov.org.ua

 

7 – Zelensky conclamou a que a população se arme e defenda seu país. Imagino como seria um confronto entre cidadãos e soldados russos fortemente treinados e armados com metralhadoras.

Segundo o JN, “Volodymyr Zelensky afirmou nesta segunda-feira (28) que vai soltar prisioneiros com experiência militar que estiverem dispostos a se unir à luta contra a Rússia”. Leia mais aqui https://g1.globo.com/mundo/ucrania-russia/noticia/2022/02/28/ucrania-vai-soltar-prisioneiros-que-aceitem-lutar-contra-a-russia-diz-presidente.ghtml

Imaginem prisioneiros de todos os graus de periculosidade portando armas? Isso não funciona mais como retórica para tentar demonstrar ao mundo que o povo ucraniano é heróico e está disposto a morrer por seu país?

 

8 – Conforme noticiou o Midiamax do UOL, “o tanque apontado como russo nas redes sociais, que aparece atropelando um carro nas ruas de Kiev é, na verdade, ucraniano. Um vídeo que circula nas redes sociais mencionava que um tanque russo havia passado por cima do carro na capital da Ucrânia. Mas o correspondente de guerra, Elijah J Magnier, que tem 37 anos de janela cobrindo conflitos no Irã, no Líbano, na Síria e outros país, disse se tratar de um Tanque Estrela 10 ucraniano. “E o motorista não estava prestando atenção, então passou por cima de um carro que vinha do outro lado”, relatou.

Em seu perfil no Twitter, o correspondente fez diversas postagens comentando o conflito e respondeu a um internauta, que havia mostrado o suposto vídeo. “Ainda não há tanques russos nas ruas de Kiev. 1.780 retuítes e 2.353 curtidas O motorista do carro sobreviveu ao acidente. Cuidado com as informações (falsas) nas redes sociais”, escreveu". Para ler mais, acesse https://midiamax.uol.com.br/mundo/2022/video-tanque-que-atropelou-carro-em-kiev-era-ucraniano-e-nao-russo

 

9 – Ainda na segunda-feira, houve uma reunião de representantes da Rússia e da Ucrânia em Belarus para negociar o fim da guerra.

De acordo com o Jornal Nacional “os ucranianos colocaram na mesa o objetivo deles para o encontro: um cessar-fogo imediato, mas não só. Também a retirada de todas as tropas russas, incluindo da Crimeia, península anexada pela Rússia oito anos atrás, e também da região de Donbass, dominada por separatistas russos e reconhecida como independente por Vladimir Putin.

Já os diplomatas russos não divulgaram os objetivos de Putin nessa conversa. O encontro terminou com o anúncio de que haveria uma segunda rodada de negociação Ou seja, de combinado mesmo, só que eles vão continuar se falando. E foi só as conversas terminarem para as sirenes voltarem a soar em Kiev”. Veja mais em https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/02/28/ucrania-e-russia-se-reunem-pela-primeira-vez-para-negociar-a-paz-nova-reuniao-e-marcada.ghtml

 

10 - No mesmo dia, segundo o UOL, “o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, assinou nesta segunda-feira (28) um pedido para que o país faça parte da União Europeia. A informação foi divulgada pelo canal verificado do governo no Telegram. Nas imagens divulgadas pelo país, Zelensky assina o documento. Mais cedo, ele havia pedido que a UE admitisse "urgentemente" a entrada do país no bloco". Veja mais em https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2022/02/28/zelensky-ucrania-entrada-uniao-europeia.htm

Telegram/Reprodução

Essa é a atitude de quem deseja o fim imediato da guerra?


O objetivo deste texto, embora alguns possam não reconhecer, não é definir por um lado de uma questão geopolítica extremamente complexa, mas mostrar que em todo conflito sempre há dois lados, e que neste momento só um deles nos está sendo mostrado pelos veículos de imprensa. Seria extremamente salutar que a cobertura jornalística fosse profissional abrangendo as razões que causaram a guerra em sua origem.

Ainda muita água vai rolar e em breve teremos mais informações.

Continuamos a ficar atentos a todas os noticiários de nossa imprensa ocidental, afinal como dizia William Shakespeare, há mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens possa imaginar.

Fonte: BBC


Publicado também em Piauí Hoje

https://piauihoje.com/blogs/e-o-que-eu-acho/sera-que-ja-da-pra-entender-melhor-a-guerra-da-ucrania-393115.html