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terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Brasileiro valoriza mais a religião do que ter carro ou filhos

Por Fernando Castilho



Rezar se tornou atividade mais frequente que ouvir música, assistir filmes ou séries ou trabalhar à distância! Isso significa que as igrejas podem ter crescido mais que streamings como Netflix


O que você mais valoriza na vida?

Esta foi a pergunta da pesquisa Datafolha em parceria com a startup imobiliária, quinto Andar.

A pergunta poderia ser confundida com os sonhos que o brasileiro tem.

Diferentemente das pesquisas comuns, esta atribuiu notas aos resultados obtidos. Desta forma, ter uma casa própria e uma profissão receberam a nota 9,7.

Num país onde faltam moradias, não é de surpreender que o brasileiro queira um lugar próprio para morar. Mas, e a profissão?

Sabemos que grande parte das pessoas, senão a maioria, trabalha com aquilo que originariamente não escolheu, mas as circunstâncias as obrigaram. Os recém-formados nas faculdades sabem muito bem o que é isso. Portanto, deve haver muita frustração, por isso, a nota 9,7.

Em seguida veio: ter estabilidade financeira – 9,6. Quem não gostaria? Vejam quanta gente se submete a concursos públicos hoje em dia;

Ter uma família – 9,4. Interessante que esse item vem em 4º lugar, enquanto ter filhos aparece em 9º e casar, em 10º lugar;

Ter plano de saúde – 9,2. Acho surpreendente que tanta gente dê importância a planos de saúde depois do escândalo da Prevent Senior e do golpe que a Amil está aplicando a seus segurados.

Além disso, planos de saúde submetem seus associados a uma espera de meses para procedimentos. Durante a pandemia muita gente descobriu o SUS e passou a se tratar por ele porque em muitos casos acaba sendo mais ágil;

Ter uma religião – 9,0. Surpreendente! Vem bem antes de ter filhos.

Durante a pandemia a eterna disputa entre ciência e religião foi espetacularmente vencida pela primeira. Foi a ciência que descobriu e mapeou geneticamente o coronavírus e, em tempo muito curto, produziu as vacinas para combatê-lo. Além disso, nos mostrou como podemos evitar o contágio através de distanciamento social e uso de álcool em gel e máscaras.

Pode ser que neste momento de desemprego e fome, os brasileiros sem perspectivas estejam se refugiando na religião que exerce o papel de manter as esperanças;

Depois vem, pela ordem, ter um negócio próprio – 8,8, ter um carro – 8,5, ter filhos – 7,9 e casar – 6,9. Este último, o menos valorizado.

A pesquisa avança para esmiuçar qualitativamente, principalmente a questão da casa própria, mas é interessante destacar  as atividades que o brasileiro passou a fazer com mais frequência em casa, durante a pandemia, em %. Neste casos é melhor reproduzir o gráfico do Datafolha.

Rezar se tornou atividade mais frequente que ouvir música, assistir filmes ou séries ou trabalhar à distância! Isso significa que as igrejas podem ter crescido mais que streamings como Netflix. Quando a pandemia acabar, as igrejas poderão lotar novamente e crescer ainda mais. Isso, mesmo depois que, repito, a ciência foi mais importante para a preservação da vida que a religião.

Não há como saber se essa  pesquisa refletiria mais ou menos o que ocorre no resto do mundo, mas, podemos dizer que o brasileiro é um povo que sempre surpreende e dá dor de cabeça a antropólogos e cientistas sociais que tentam estudá-lo.

Para acesso à pesquisa completa, clique em https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/02/brasileiro-valoriza-mais-casa-propria-do-que-filhos-religiao-e-estabilidade.shtml


 

 

 

 

 


terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Olavo, o astrólogo, não previu a ômicron

Por Fernando Castilho



Passou também a escrever livros e um deles, O Que Você Precisa Aprender Para Não Ser Um Idiota, foi best-seller. Muitos compraram, mas poucos leram, pois como ele mesmo afirmava, seus seguidores eram todos idiotas


O filósofo alemão, Friedrich Nietzsche se autointitulava um homem póstumo. Sabia que seus escritos só seriam valorizados após sua morte.

Olavo de Carvalho se autointitulava filósofo. Mas em pouco tempo será esquecido não totalmente porque sempre haverá quem insista em continuar sendo enganado.

Há muito tempo atrás assisti a um debate entre ele e o filósofo Mário Sérgio Cortella. Lembro-me que foi um debate com bom nível, mas Cortella o dominou. O que, então, de lá pra cá?

Olavo percebeu que era perda de tempo continuar a tentar ser filósofo e não ganhar dinheiro. Era hora de mudar de vida e faturar.

Descobriu que há muita gente disposta a ouvir bobagens sem contestar. Então, criou um curso pela Internet e passou a angariar suas vítimas.

Quem são as pessoas que se inscrevem em seus cursos?

Há empresários endinheirados, gente estudada como o ex-chanceler, Ernesto Araújo e os irmãos, Weintraub e políticos como os filhos do presidente. Mas o grosso mesmo é de jovens que precisam de um rumo a seguir e coisas estranhas em que acreditar, como a terra plana, por exemplo.

O que há em comum a todos eles? Eles não vão ler Kant para conferir se o que Olavo falou é verdade. Desta forma, a grana vinha fácil.

Porém, uma vez um de seus alunos, um estudante de filosofia, percebeu que o que Olavo falava sobre Kant numa de suas aulas não batia com o que seu professor na USP ensinava. Procurou o professor, um especialista no filósofo alemão e lhe relatou sua inquietação. O professor, então, acessou a aula de Olavo e descobriu que o que ele falava era para enganar incautos.

Esse professor, cujo nome já não me lembro, entrou em contato com Olavo e o convidou para um debate sobre Kant.

Qual foi a resposta do “filósofo”?

Sim, mandou-o tomar naquele lugar.

Essa era invariavelmente a resposta dele a qualquer questionamento.

Passou também a escrever livros e um deles, O Que Você Precisa Aprender Para Não Ser Um Idiota, foi best-seller. Muitos compraram, mas poucos leram, pois como ele mesmo afirmava, seus seguidores eram todos idiotas.

Em 2013 um desses exemplares chegou às mãos de Carlos e Eduardo Bolsonaro que ficaram muito impressionados com o escritor.

Durante a campanha presidencial de 2018, os filhos de Bolsonaro tentaram demonstrar ao pai a importância de ter uma base teórica anticomunista e de extrema-direita. E ainda por cima, era Trumpista roxo! O Capitão Morte a princípio não gostou da ideia porque jamais lhe passaria pela cabeça ler um livro daquele tamanho, mas foi convencido por Carlos.

Ao montar sua equipe de governo, lógico, o filho 02 impôs ao pai a necessidade de escalar a elite dos seguidores de Olavo para alguns ministérios. Assim, o governo Bolsonaro teria um pilar olavista e outro militar. Um nortearia as ideias de extrema-direita em que se destacariam nomes como Ernesto Araújo e Abraham Weintraub e outro as ações autoritárias.

O fato é que o capitão acabou, pressionado pela necessidade de se reeleger, abandonando a ala ideológica de Olavo e mantendo os militares porque estes jamais largariam o osso de seus altos salários acumulados com os das Forças Armadas. Foi preciso dar um cavalo de pau e se juntar aos políticos do centrão que evitariam que processos de impeachment fosse levados a cabo.

Olavo acusou o golpe e, numa live em que participaram Ernesto, Weintraub e Ricardo Salles, desabafou dizendo que Bolsonaro nunca leu sequer um livro seu e que seu governo agora pertencia ao centrão.

Após essa live Weintraub, já de olho no governo de São Paulo, entrou em rota de colisão com os filhos do capitão.

As últimas teses de Olavo que Bolsonaro seguiu fielmente foram a de que a pandemia não existia e que as vacinas eram ineficazes contra a Covid-19.

Mas Olavo viu que o capitão, embora corroborasse ardentemente de suas teses, não conseguia impor seu pensamento ao governo e, mesmo com Marcelo Queiroga como ministro da Saúde, não pode impedir a compra de vacinas e a imunização de 70% dos brasileiros porque estes eram majoritariamente favoráveis aos imunizantes. Para Olavo, Bolsonaro era um fraco.

O que Olavo não conseguiu prever, mesmo sendo astrólogo, era que viria uma variante extremamente contagiante, a Ômicron que nem ele conseguiria vencer.

Como, ao contrário do fraco Bolsonaro (este afirma que não se vacinou, mas mantém sua caderneta de vacinação sob sigilo de estado por cem anos), Olavo se manteve fiel às suas teses, não se vacinando nem com uma primeira dose, contraiu o vírus com seus anticorpos totalmente despreparados para isso e faleceu.

Assim, a terra plana dá seu adeus a um enganador, negacionista, mentiroso, assassino de ursos, uma fraude e um dos responsáveis pelas mais de 400 mil mortes que poderiam ser evitadas se Bolsonaro abraçasse desde o início a política de vacinar rapidamente a população do país.

O imperativo categórico que se impõe agora é extirpar do poder essa gente que tanto mal fez ao povo brasileiro.

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

O perigo que nos rodeia

Por Fernando Castilho

 


O intervalo entre o surgimento de novas variantes do coronavírus parece que vem diminuindo. 

Nem bem entendemos ainda a ômicron e já há especialistas falando em novas variantes.

Cientistas vêm dizendo que a humanidade terá que aprender a conviver com o coronavírus.

Porém, a que custo? Se a cada nova variante enfrentamos novos lockdowns e novas proibições de viagens, de reuniões, de convívio social, enfim, de tudo que caracteriza o ser humano, como vamos ter que aprender a conviver com isso?

E as economias dos países que veem seus estabelecimentos comerciais fechando a cada novo lockdown?

Não, não será possível uma adaptação a menos que a humanidade experimente uma degradação sem precedentes do processo civilizatório que permitiu uma situação de bem-estar nas áreas urbanas, pelo menos para aqueles que não se enquadram na situação de extrema pobreza. Para estes será o fim.

O que constatamos hoje é que a imensa maioria dos cientistas que pesquisam sobre vírus trabalham com foco total no desenvolvimento de vacinas, até porque trabalham para grandes laboratórios.

A Pfizer, por exemplo lucrou e está lucrando quanto no desenvolvimento e comercialização de vacinas?

Não, não sou negacionista de vacinas. Elas são as responsáveis por uma barreira criada para evitar mortes e, por isso, no momento são extremamente importantes.

Sou leigo no assunto vírus, mas como conheço Física e como tenho pesquisado muito, posso definir minha opinião sobre eles no que diz respeito à sua natureza. Os cientistas se dividem sobre se os vírus são seres vivos ou não e isso parece que impede que ações de combate mais eficazes sejam desenvolvidas. Fico com a opinião de Átila Iamarino que defende que os vírus são seres vivos.

A partir dessa definição podemos avançar um pouco. Os vírus têm RNA e DNA e, por isso, podem sofrer mutações e também podem morrer.

Sabemos há muito tempo que radiações podem, de acordo com a intensidade e a natureza, causar mutações ou destruir o DNA de seres vivos.

Por este raciocínio, radiações bem dosadas poderiam teoricamente destruir o DNA dos vírus.

Para isso, antenas poderiam emitir radiações, da mesma maneira como emitem radiações eletromagnéticas para nossos celulares ou TVs. E essas radiações, não as mesmas dos celulares, teoricamente poderiam matar esses vírus globalmente sem causar danos relevantes aos seres humanos.

Há alguém trabalhando nisso? Desconheço, afinal, como escrevi acima, a imensa maioria dos cientistas trabalha focada no desenvolvimento de vacinas e os laboratórios lucram muito com isso. Caso se desenvolva uma nova forma de combate aos vírus, de maneira geral e global, como ficaria a comercialização de vacinas?

Mas como quem manda na humanidade atualmente é o deus mercado, poderá estar próximo o dia em que se descubra uma nova forma de erradicação, já que, como já disse, os países não vão conseguir assistir passivamente suas economias serem destruídas por sucessivos lockdowns decorrentes de novas variantes que surgirão quase todos os meses ou dias.