domingo, 10 de maio de 2015

A Volta dos Mortos Vivos

Por Izaías Almada

Este é um texto daqueles que fala o que todo blogueiro gostaria de escrever, mas o atropelar dos fatos dificulta. Trata-se de um texto que eu gostaria que se estendesse muito mais, delicioso que é. Trata-se de um texto que lamentei ter chegado ao fim. Queria mais.

Escrevo ao som de panelas e gritos de crianças (coitadinhas) de “Fora PT”. O som, desagradável, incomoda mais pela ignorância, pela intolerância e pela tristeza de ver a que ponto pode chegar a manipulação de consciências.

Entorpecido pela campanha sórdida de uma imprensa que não pensa no país, mas tão somente em seus próprios interesses comerciais e corporativos, defendendo seu ultrapassado conceito de neoliberalismo como fruto de um pensamento e uma postura autocrática, para usar uma linguagem civilizada, e tendo ainda a seu favor a ajuda vergonhosa de juízes de direito que estão mais para capitães do mato e chefes de jagunços, o Brasil vem sendo aos poucos empurrado para a vala comum da idiotia, da intolerância, do preconceito e do ódio, se já não bastasse o baixo índice de politização de grande parte de sua sociedade.

Não é por acaso que o imortal que ninguém leu deita falação pelos jornais “convocando” o país a repudiar o ex-presidente Lula. Logo ele que abriu as comportas da Petrobrás para as grandes jogadas sem licitação e que, por pouco, não vende a empresa a preço de banana no mercado das almas. Ele que comprou a sua reeleição e que chegou com os apaniguados ao limite da irresponsabilidade. Ele e outros liderados de seu partido que outra coisa não fazem, após as eleições do ano passado, senão procurarem chifres em cabeças de cavalo. Hipocrisia em altíssimo grau.

Globo, a gente dá barrigada por aqui!

Por Fernando Castilho

Uma das regras do jornalismo (e não só do jornalismo, funciona também nas redes sociais) diz que aquilo que você publica certamente vai ser lido por alguém, nem que seja por uma só pessoa, mas alguém. E quem foi que leu? Nada menos que um dos autores do livro. Pêgo na mentira!

Meu pai era leitor do Estadão e da Folha.

Foi natural portanto, que eu assumisse o hábito.

Em tempos de ditadura, quando inúmeras vezes, devido à censura, me deparava com capas contendo receitas de bolo, percebia o esforço de jornalistas de primeira linha tentando escapar do cerco imposto pelo regime, para nos passar alguma informação, pequena que seja, porém, verdadeira. Havia profissionalismo mesmo no jornal que deu apoio logístico à ditadura.

Hoje, porém, as coisas mudaram. Descrente da mídia, de há muito deixei de ser assinante de jornais e revistas.

Mas ainda dou minhas fuçadas pela internet.

Foi numa delas, mais precisamente no O Globo, que li pasmo que Lula havia sido citado na biografia de Pepe Mujica, ''Uma ovelha negra no poder'', como ciente do mensalão. Aquela velha história do ''Lula sabia!''

sábado, 9 de maio de 2015

Estar no século XXI é tão ruim assim?

Por Fernando Castilho

Esta semana ocorreu na Câmara dos Deputados em Brasília um episódio que evidencia de uma vez por todas como certos homens estão na realidade se sentindo inferiorizados, nem sempre pela maior capacidade das mulheres, mas muitas vezes por terem sua própria capacidade colocada em xeque.

Imagem: internet
Dos tempos da juventude, guardo várias lembranças.

Eram os anos de chumbo, mas também a época do paz e amor, dos Beatles e dos Rolling Stones.

Ficava difícil para um jovem, participante em certo grau do Movimento Estudantil, ver tanta gente sendo presa e torturada e ao mesmo tempo ouvir frases como ''faça amor, não faça a guerra'' ou ''all you need is love''.

A mim parecia que o Brasil estava na periferia do mundo, onde tudo acontecia ao contrário.

Mas se a ditadura nos impedia de pensar livremente, fazendo-nos crer que tudo ia às mil maravilhas, vivíamos o milagre econômico, o Brasil fora tri-campeão mundial, ''Brasil, Ame-o ou deixe-o'', etc., também nós, o povo brasileiro acabávamos por nos tornar de certa forma, cúmplices do regime, ao nos acomodarmos e nos conformarmos numa situação.

Explico.

Na TV eram inúmeras as piadas com gays, negros, mulheres, pobres e portugueses, japoneses, etc..

Todo mundo brincava com gays porque eles eram praticamente invisíveis numa sociedade extremamente machista. Onde eles estavam? Escondidos, confinados nos salões de cabeleireiros, nas oficinas de corte e costura e nos balés. Ah, e nos quadros humorísticos dos programas de TV, como por exemplo, Haroldo o hétero, personagem homossexual de Chico Anísio, que tentava se tornar hétero, mas sempre dava suas recaídas. Bastante conveniente.

Reagindo ao ódio dos conservadossauros

Por Bárbara Gancia

Não será talvez por esse tipo de "licença poética" que o sonho de um Estado democrático está naufragando e, mais uma vez, grileiros, corruptores manjadíssimos, patrocinadores de candidatos marionetes, falsos profetas, contrabandistas, pilhadores e gente que usa o governo como mero entreposto para seus fantásticos negócios está vencendo a parada novamente e pela undécima vez?


Rodrigo Oller
Não sou PT, nunca fui. Mas, só de birra, está começando a me dar vontade de deixar crescer uma barba e/ou a sibilar. O que vier com mais facilidade, eu mando ver.
Explico. Esse ódio crescente e tão palpável quanto um transatlântico que jorra do coração dos "conservadoressauros" na direção daqueles que, juntos são milhões, mas não conseguem nunca acumular mais riqueza do que o famoso 1% dos ricos, já deu.
Pessoal alega que foi o Lula que começou a "luta de classes", mas, sejamos sinceros, já se vendia carro blindado e já existia cadeia superlotada, rebelião na Febem, tiro na cara pra roubar Rolex na Oscar Freire bem antes de o Lula ir trabalhar na Villares.
Mas voltemos a essa gentalha pobre que incomoda.
Hoje, eles não só ocupam espaço e saem gritando no shopping em rituais primitivos chamados de rolezinhos, como passaram a ser identificados por "massa de manobra" ou "vagabundos que votam no PT pra ganhar Bolsa Família".

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Um bispo contra todas as cercas

Por Fernando Castilho


Adepto e uma das maiores expressões da Teologia da Libertação, Dom Pedro Casaldáliga foi ameaçado de morte inúmeras vezes, e alvo de vários processos de expulsão do país durante os anos de chumbo.

Dom Pedro Casaldáliga
Peço a licença de Ana Helena Ribeiro Tavares para me apossar temporariamente deste título.

O tempo passa, vou me tornando velho.

Lembro-me dos anos de chumbo, do tempo da ditadura, em que surgiram nomes de triste lembrança.

Os generais que usurparam a Presidência da República e resgaram a Constituição do país.

Os políticos que deram sustentação ao regime, entre eles, Auro de Moura Andrade, José Maria Alkmin, Filinto Müller, Armando Falcão, Magalhães Pinto, José Sarney, Abreu Sodré, Aureliano Chaves, Herbert Levy, Pedro Aleixo, Petrônio Portela, Flávio Marcílio, Nelson Marchesan, Marco Maciel, Prisco Viana. Olavo Setúbal, Paulo Egydio Martins, Jarbas Passarinho, Ney Braga. Paulo Maluf, Antônio Carlos Magalhães, Antônio Delfim Netto,Roberto Campos e Mário Henrique Simonsen.

Generais repressores como Golbery do Couto e Silva, Newton Cruz e o coronel torturador Brilhante Ustra.

A lista é grande.

domingo, 3 de maio de 2015

Kataguiri é só uma nádega?

Por Fernando Castilho


A direita deve estar eufórica com o surgimento de Kim, Fernando Holiday e sua turma. Logo logo serão engolfados por ela, caminho natural da vida, já que a esquerda não se interessa por eles e deles desdenha.

Kim Kataguiri.

Guardem esse nome.

O jornalista Pedro Zambarda de Araújo tentou, através do DCM, entrevistar o rapaz, mas dele recebeu como resposta somente uma foto de sua bunda (que eu acho que nem é dele, meio gorda que é).

Kim esnobou o DCM.

Kim Kataguiri também desancou Jean Wyllys em um vídeo, após ter sido criticado pelo deputado no Havana Connection.

Enfim, o rapaz não é fraco, não.

Não se trata aqui neste texto de supervalorizar o moleque de 19 anos apenas.

Trata-se de fugir ao tentador lugar comum ao qual blogueiros de esquerda estão afluindo, que é o de ridicularizá-lo e subestimá-lo.

Outro erro é atribuir-lhe características ou alcunhas do tipo ''pasteleiro'', somente por ser descendente de orientais. Isso é xenofobia e não fica nada bem.

sábado, 2 de maio de 2015

Dilma 8, Lula 80?

Por Fernando Castilho

Podemos em análise dar um desconto à fala contida de Dilma, afinal ela é a presidenta de todos os brasileiros e precisa ter bastante cuidado com o que diz, enquanto Lula não tem cargo nenhum e ainda pode falar da maneira que bem entender.


Dilma na internet
Neste 1° de maio, pela primeira vez um presidente discursou pelas redes sociais sem fazer uso da televisão.

Sobre o que eu esperava desta iniciativa já escrevi no texto Dilma no 1° de maio: na TV ou na Internet?

O discurso foi dividido em 3 curtas partes.

Como sempre, Dilma foi técnica, precisa e fria.

Esquentou um pouco, porém, ao criticar a terceirização e a redução da maioridade penal.

Nada além disso.

A emoção, que este blogueiro gostaria de ver estampada em seu rosto, em seu olhar, e decodificada em sua voz, que ela deve estar guardando para si, não veio...

Atingiu o trabalhador, o povo?

O panelaço não existiu, uma vez que o discurso ficou diluído, à medida que blogueiros e internautas iam compartilhando. Não existiu aquele momento certo.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Dilma no 1° de maio. Na TV ou na Internet?

Por Fernando Castilho



Dilma na Internet
Dilma não vai falar na TV no 1° de maio, já sabemos.

A preferência recaiu sobre as redes sociais.
Pessoalmente, acho que a presidenta devia falar na TV sim, dependendo do tipo de discurso. E na internet também.

Mas qual o discurso adequado ao momento?

O da emoção, penso eu.

Dilma deveria fazer opção pelos pobres, esquecendo aqueles que vivem de panelaços.

Fico imaginando a dona de casa com a TV ligada na Dilma enquanto está cozinhando ou lavando roupa ou cuidando da criança pequena.

Fico imaginando a reação desta dona de casa ao ouvir a emotiva Dilma, o ser humano como ela. Dilma, a sofrida Dilma. A xingada Dilma. A caluniada Dilma.

Fico imaginando esta dona de casa largando tudo que estava fazendo, para sentar-se no sofá e prestar atenção na fala da presidenta.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

CARTA ABERTA A UMA SENHORA

Por Francisco Costa

Investiram contra os nossos artistas e pensadores, mutilando textos, calando canções, destruindo obras de arte, impondo a adesão cega ao senso comum, e justamente quem, por dever de ofício, deveria estar ao lado da rebeldia, do inconformismo, da resistência, mais que aderir, compactuou.


Imagem: Internet
Bom dia, senhora.

Cabe-me, por cavalheirismo, dar-lhe os parabéns, afinal hoje é o seu aniversário, mas confesso não ver motivos para comemorações maiores.

Nossas vidas sempre estiveram ligadas, crescemos juntos, ficamos adultos juntos e agora envelhecemos juntos.

Sempre próximos, confesso que tivemos momentos de flertes, ou de azaração, como os meninos de agora dizem, e até trocamos uns beijinhos, mas não passou disso.

Como eu poderia manter um namoro firme, noivar e até casar com uma mulher volúvel, afeita à afetação, sedenta de dinheiro, não envidando esforços para chegar ao ambicionado, ainda que para isso tivesse que se valer de todos os meios, onde não se exclui a prostituição?

Ainda menina seu caráter se pôs a descoberto, quando os nossos amiguinhos foram maltratados, presos, torturados, muitos deles mortos ou tendo que fugir para longe da família, e a senhora, mais que silenciar, optou por ficar ao lado dos responsáveis pela desgraça imposta, fazendo a apologia dos fabricantes de gritos nas masmorras, de cadáveres adolescentes, de fugitivos.

domingo, 26 de abril de 2015

Judiciário: aqui se faz política

Por Fernando Castilho

O Judiciário há tempos deixou de ser um poder que segue estritamente aquilo que a Constituição manda, para ser o lugar onde se interpreta as leis de acordo com a conveniência política ou dos interesses daquilo que chamamos comumente de elite.

Imagem: Reprodução/Internet
Em todo o período democrático a partir da Nova República, após a ditadura de Vargas em 1945, e interrompido de 1964 a 1985 pela ditadura militar, os poderes Executivo e Legislativo nunca gozaram de confiança e respeito por parte da população brasileira.

Privatizações desonestas, maracutaias, confisco de poupanças, compras de votos para mudança de período de mandato, convivência promíscua com empreiteiras e outros vícios, contribuíram muito para que o povo brasileiro perca a confiança nos governos.

Ao mesmo tempo, ao praticar a democracia, elegendo seus deputados e senadores, vemos que a população vem errando muito em suas escolhas para o Legislativo que, afinal, deveriam refletir sua preocupação em ver atendidos seus anseios.

Assim é que deputados como Jair Bolsonaro, que é contrário à Democracia, pregando a ditadura que, afinal de contas, significa entre outras coisas, a privação das liberdades individuais para o próprio povo que o escolheu, são eleitos.

Nesta última legislatura o que vimos foi a composição de uma Câmara de perfil extremamente conservador, não faltando um Eduardo Cunha, achacador federal, sendo escolhido como seu presidente.