terça-feira, 28 de março de 2017

Precisamos reagir impávidos como Muhammad Ali

Por Fernando Castilho




Temer tem muita pressa. Por isso, as medidas contra o povo brasileiro vêm numa sequência de golpes como naquela luta.

Acusamos o golpe, fomos a lona e agora ensaiamos levantar enquanto o juiz conta 6, 7, 8...


Lembro-me de uma luta de Muhammad Ali, semelhante a muitas cenas de filmes de lutas. O adversário consegue pegar o herói desprevenido e aplica-lhe vários golpes até que este cai na lona. O juiz então conta até dez. No nove, nosso herói se levanta e dá o troco derrotando o adversário.

Após Dilma Rousseff ter sido apeada do poder por um golpe parlamentar, seu vice, Michel Temer assumiu o governo com a missão de nocautear a esquerda, os programas sociais e devolver o país aos seus antigos donos, a elite que sempre mandou por aqui desde o descobrimento.

E Michel, como aquele adversário do filme, veio com todo seu ímpeto.

Michel congelou o salário mínimo e os investimentos em Saúde e Educação por 20 anos, o que beneficia os planos de saúde e as empresas de educação privada.

O golpista quer a reforma da Previdência cujos maiores interessados são os bancos que passarão a lucrar ainda mais com seus planos de previdência privada.

Temer sanciona a nova lei que implantará a terceirização total, enriquecendo as empresas que terceirizam mão de obra.

Particularmente, esta terceirização atingirá o estômago dos sindicatos que, perdendo sua razão de existir, se desmantelarão.

O trabalhador terceirizado não terá mais um sindicato a lhe dar apoio. Portanto, não terá mais a quem recorrer em caso de desrespeito aos direitos trabalhistas que se multiplicarão. Não poderá mais também se organizar nem participar de graves.

Em seguida, a CUT, a maior central de trabalhadores do Brasil que congrega 3500 sindicatos, perderá sua força e sua importância.

Quebrada a CUT, o PT, partido que tem enorme penetração junto à classe trabalhadora, deixará de ser o maior partido da esquerda brasileira e se diluirá entre os menores.
Ficaremos sem a esquerda.

A direita, então, reinará e implantará seu projeto de um Estado fascista, sem que haja oposição a isso.

Sem a esquerda, o imperialismo americano ficará livre para transformar o Brasil numa republiqueta a seu serviço.

Este é o grande projeto deste governo.

Ocorre que Temer tem muita pressa. Por isso, as medidas contra o povo brasileiro vêm numa sequência de golpes como naquela luta.

Acusamos o golpe, fomos a lona e agora ensaiamos levantar enquanto o juiz conta 6, 7, 8...

A pressa de Temer tem razão de ser. Ele sabe que tem pouco tempo. Sabe que vai cair pois não tem mais forças. Tem que derrubar a esquerda por nocaute.

Só com o povo maciçamente nas ruas, com as greves paralisando tudo e com a desobediência civil, conseguiremos nos reerguer e desferir um contra-golpe certeiro para derrubar esse regime espúrio e corrupto que se instalou no Brasil.

Pode esperar, Temer.

Estamos só começando a nos reerguer.

Impávidos que nem Muhammad Ali.



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