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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

O golpe continua. Mesmo com Bolsonaro de papelão

Por Fernando Castilho



A ilustração fala mais que mil palavras

Jair Bolsonaro está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília e, para suprir sua ausência, a extrema direita precisou improvisar: fizeram um boneco de papelão. Sim, um totem. Afinal, sem o “mito” em carne e osso, não há culto. E sem culto, não há extrema direita. Daqui a alguns meses, sem ele e sem pautas que interessem ao povo, o centrão pragmático abandonará esse barco furado e correrá para o navio que realmente navega: Lula.

Foi por isso que Flávio Bolsonaro saiu de uma reunião com o pai alardeando que havia sido ungido pelo mito para dar continuidade ao projeto da família. Aqui, cabe um parêntese: Bolsonaro, mesmo preso, segue o manual de Marcola e Fernandinho Beira-Mar: dar ordens de dentro da prisão como se estivesse solto. E o STF, aparentemente, acha isso normal. Voltemos.

É claro que tanto pai quanto filho sabiam que, com o vasto telhado de vidro de Flávio, sua candidatura não tinha como florescer. O anúncio foi apenas uma jogada para abrir negociação, já que o nome preferido para a sucessão de Seu Jair é Tarcísio de Freitas. Nos bastidores, a leitura é que o acordo foi fechado: ofereceram as cabeças de Carla Zambelli (presa na Itália, em vias de ser extraditada e cassada, perdendo seus direitos políticos por oito anos) e Eduardo Bolsonaro (punido por faltas, mas sem perda de direitos). Em troca, entrou em pauta, de forma sorrateira e relâmpago, para que não houvesse tempo de manifestações nas ruas, o PL da Dosimetria. De brinde, a abertura do processo de cassação de Glauber Braga, por ter chutado um militante do MBL que insultava sua mãe. Dois pesos, duas medidas, como sempre.

Braga, inconformado, sentou-se por duas horas na cadeira da presidência da Câmara e previu, diante de deputados surpresos: “Ainda hoje, um de vocês me trairá.” Ah, não. Isso foi Jesus quem falou. Hugo Motta, que tolerou a usurpação da mesa diretora pela extrema direita por 48 horas, ordenaria sua retirada à força pela Polícia Legislativa. Acertou. Mas ninguém imaginava a violência desproporcional que feriu a ele e a vários deputados que lhe davam apoio. De quebra, Motta, o mesmo que evocou Ulisses Guimarães em seu discurso de posse, mandou cortar o sinal da TV Câmara, expulsar jornalistas e, como se nada tivesse acontecido, colocou projetos em votação, incluindo o PL da Dosimetria. Ouviu os discursos indignados com cinismo, sem esconder sorrisos. Motta está deslocado no tempo. Deveria tentar a sorte em 1968.

Este é o resumo da situação: o PL da Dosimetria foi aprovado, como se esperava, e segue para o Senado. Lá, Davi Alcolumbre, que não hesita em prejudicar o país para se vingar do governo por não ter emplacado Rodrigo Pacheco no STF, já prometeu votação célere. E pode passar.

O projeto altera artigos do Código Penal para reduzir penas dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. Os bagrinhos já fizeram acordo ou cumpriram pena. Portanto, o alvo real são as lideranças: o totem Jair Bolsonaro e seus generais. Até os que planejaram assassinar Lula, Alckmin e Moraes no chamado Plano Punhal Verde-amarelo. Pelo texto, Bolsonaro poderia deixar o regime fechado em apenas 2 anos e 4 meses. Em prisão domiciliar, montaria um QG do Golpe em casa, coordenando novas ações. Quem sabe uma nova tentativa, sem incorrer nos mesmos erros, daria certo daqui a alguns anos?

Se aprovado, Lula provavelmente vetará. A Câmara derrubará o veto. Restará a possibilidade de algum partido representar uma ADI ao STF. Mas, ao contrário do PL da Anistia, a inconstitucionalidade aqui é nebulosa. Três ministros: Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux, já sabemos que não veriam problema. Gilmar Mendes alertou: abrir a porteira da dosimetria é escancarar a anistia. E Sóstenes Cavalcanti profetizou que ela vem ano que vem. Um Judiciário refém do Congresso será engolido por ele.

A Constituição prevê separação e harmonia entre os poderes. Harmonia pressupõe diálogo. É hora de Lula e Fachin chamarem Hugo Motta e perguntarem: Qual é a sua? Quando a água bater na sua bunda, vai fazer o quê?

Enquanto isso, cabe ao povo ocupar as ruas, como fez contra a PEC da Bandidagem.

Ulisses Guimarães já dizia: deputado só tem medo das ruas.

terça-feira, 16 de julho de 2024

A peça de teatro montada por Bolsonaro e Ramagem

Por Fernando Castilho

Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil | Evaristo Sa / AFP


Mas, na verdade, parece que foi montada uma peça de teatro que só faltou ser gravada em vídeo.

A divulgação da existência de uma gravação em áudio de uma conversa entre Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e o ex-presidente Jair Bolsonaro suscitam preocupações sérias sobre a integridade das instituições democráticas no Brasil. Analisar se esse evento constitui um fator de risco à democracia requer examinar vários aspectos relacionados ao conteúdo do áudio, ao contexto político, e às consequências do vazamento.

O conteúdo do áudio trata de analisar estratégias para livrar o filho de Bolsonaro, o senador Flávio, das acusações de rachadinha (prática corrupta que fere a ética e a legalidade no serviço público, configurando-se em crimes como peculato, concussão e corrupção passiva, além de envolver associação criminosa) em seu gabinete.

A gravação, sabe-se, tem a duração de uma hora e oito minutos, portanto é longa e contém grande número de detalhes reveladores do modus operandi da quadrilha que se instalou no Planalto.

Mas, na verdade, parece que foi montada uma peça de teatro que só faltou ser gravada em vídeo.

Vejam os personagens principais:

1 – Alexandre Ramagem, chefe da Abin. Seu papel principal é o de gravar a peça. Porém, em todos os momentos o ator representa o agente republicano que procura rechaçar propostas para a salvação do Flávio que ele considera ilegais.

2 – Advogadas Luciana e Juliana. Seus papéis são o de defensoras da legalidade. Elencam possíveis atos ilegais cometidos por auditores fiscais para justificar que ações devam ser empreendidas pela Abin e pelo GSI contra eles para defender Flávio. São elas as protagonistas.

3 – Augusto Heleno, então ministro chefe do GSI. Seu papel é o de coadjuvante. Porém, ele devia estar um tanto longe do microfone, sendo difícil ouvi-lo e entender o que ele fala. Mau ator.

4 – Jair Bolsonaro, então presidente. A personalidade do capitão impõe a ele que seja o comandante de toda e qualquer reunião, como vimos em duas reuniões ministeriais em que bradava a todo momento amedrontando os demais. Porém, desta vez ele não foi o protagonista e, por isso, se superou como ator. Foi capaz de controlar seus impulsos representando um personagem que mais ouve do que fala. Papel muito difícil para ele. Sua fala mais importante e reveladora foi: “Tá certo. E deixar bem claro, a gente nunca sabe se alguém tá gravando alguma coisa. Que não estamos procurando favorecimento de ninguém.”

Nessa frase o capitão entrega o jogo. A reunião parece ter sido uma armação para tentar emplacar a tese, caso o caso chegasse a PF para uma possível investigação, de que nunca houve intenção alguma de defender seu filho das acusações de peculato. Algo que revela a primariedade de seu raciocínio, pois a reunião em si foi ilegal. Usar a máquina pública para vantagens pessoais é crime.

A ideia parece ser a de tentar se vacinar contra possíveis acusações no futuro. Fica patente, ao deixarem as duas advogadas livres para falarem durante quase toda a reunião, que, se houve alguma coisa ilegal, a culpa foi delas que propuseram soluções criativas (falsamente rechaçadas em sua maioria por Ramagem) para salvar Flávio Bolsonaro.

Portanto, Jair, Ramagem e Heleno procuraram sair blindados da reunião.

Assim como no caso das joias roubadas, em que desconhecemos com que frequência esse crime vinha sendo cometido, já que houve 150 viagens à Arábia Saudita (o que pode implicar em inúmeros outros presentes que conseguiram entrar ilegalmente no país), também não sabemos por quantas vezes conversas entre Ramagem e Bolsonaro foram gravadas e de quais crimes elas trataram.

Que as investigações da PF não parem por aí.





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