Foto: autoria desconhecida |
Tudo deteriorado, lixo pelas rampas. Os salões vazios e SEM as pranchetas. Infiltrações de água. Parece que houve uma guerra ali.
Ontem
precisei ir à USP. Fazia décadas que não ia lá.
Fui
de metrô desde a estação Campo Limpo e depois tomei o trem da CPTM
até a estação Cidade Universitária.
Constatei
o óbvio. E o óbvio ao vivo e em cores é particularmente cruel.
Saí
às 9:30, justamente para não pegar o horário de entrada das
pessoas no trabalho.
Mas
não adiantou. Os trens saiam lotados. Imaginem às 7:00.
Nas
estações o fluxo de pessoas a qualquer tempo era intenso. Um
verdadeiro formigueiro humano.
Ao
chegar à estação Cidade Universitária, cadê ela?
Ao
pedir informações, me explicaram que teria que atravessar uma ponte
e andar ainda um bocado para entrar no campus. A estação que
deveria atender milhares de estudantes NÃO ENTRA no campus. Um
absurdo de falta de planejamento.
Após
finalmente chegar, outra surpresa: acabaram-se os ônibus circulares
gratuitos que eu tanto utilizei no passado. Agora eles são de
empresas comuns e são pagos.
Ao
chegar à FAU, quase chorei de tanta tristeza com o cenário.
Tudo
deteriorado, lixo pelas rampas. Os salões vazios e SEM as
pranchetas. Infiltrações de água. Parece que houve uma guerra ali.
O
barulho ensurdecedor de escola de samba ecoava nos corredores. Eram
estudantes fantasiados e pintados como se fosse carnaval.
Estranhei,
mas fui informado de que era preparação para os atos de protesto de
hoje contra a PEC do fim da USP, que eu desconhecia. Palavras de
ordem ecoavam.
A
reitoria, no afã de cortar custos, vai demitir inúmeros
funcionários e professores, além de reduzir drasticamente os
recursos da universidade.
Trata-se
do projeto de sucateamento levado adiante pelo eterno governo do
PSDB, visando a privatização do campus.
Saí
de lá sem ter cumprido o objetivo de minha visita e profundamente
abalado.
Concluí,
com enorme tristeza e revolta, que a população do Estado de São
Paulo escolheu manter um governador que, se não odeia, sente enorme
desprezo pelo povo paulista, uma vez que o submete a crueldade diária
de ter que utilizar um meio de transporte projetado precisa e
cirurgicamente para ele sofra e se mantenha colocado no seu devido
lugar, que é o de pertencer eternamente à senzala e nunca sonhe
sequer com sua ascensão social.
Concluí
também, que esse governador odeia a Educação gratuita e não
medirá esforços, não só para fechar escolas estaduais de ensino
médio, mas também acabar com a universidade pública, projeto
neoliberal por excelência.
Enfim,
tendo voltado recentemente ao Brasil, sofro logo de cara na pele o
choque de gestão dos tucanos, do qual havia me esquecido ao viver no
exterior.
Pobre
povo paulista e brasileiro.
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