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quinta-feira, 27 de outubro de 2022

A difícil vida do bolsonarista-raiz

Por Fernando Castilho




Houve inúmeras ocasiões, em que o presidente, após atacar ferozmente alguém e prometer que “ACABOU!”, invariavelmente voltava atrás.


Todos assistimos no domingo, 23, o grotesco episódio em que o ex-deputado Roberto Jefferson recebeu a tiros de fuzil os policiais federais que foram cumprir mandado de prisão expedido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por desacato à sentença que o ministro Alexandre de Moraes lhe havia dado.

Durante as horas de resistência à prisão que se seguiram, vários populares seguidores do presidente da República compareceram às proximidades do local para dar apoio ao bandido, certos de que atendiam a um chamamento de seu mito. Não faltou uma covarde agressão ao cinegrafista da Inter TV, afiliada da Rede Globo, que foi levado imediatamente para a UTI de um hospital. O agressor, um assessor na câmara de Três Rios, foi exonerado da função e será investigado por lesão corporal.

O deputado federal Otoni de Paula chegou a gravar um vídeo em que afirmava que tinha informações de que o mito estaria acionando as Forças Armadas para intervir no caso.

O capitão, que costuma agir por impulso, algo próprio de pessoas autoritárias, acionou o ministro da justiça, Anderson Torres para comparecer ao local, mas a coordenação de sua campanha, percebendo que seria muito perigosa uma associação com o meliante, conseguiu demover o inominável de seu instinto.

O resultado é que, horas depois, ele declararia que quem atira em policial é bandido e que não defenderia Jefferson.

Imediatamente, as redes bolsonaristas que estavam defendendo o ex-deputado e atacando o Alexandre de Moraes, passaram a divulgar que Roberto Jefferson não tinha nada a ver com seu mito e que, na verdade, é homem ligado a Lula.

Um meme surgiu nas redes. Nele, um boi pergunta: “agora é pra defender ou pra atacar bandido?”

Mas esse não foi o único caso em que seguidores tiveram que dar cavalo de pau em suas opiniões. Houve inúmeras outras ocasiões em que o presidente, após atacar ferozmente alguém e prometer que “ACABOU!”, invariavelmente voltava atrás.

Um outro caso emblemático foi quando ele discursou nas comemorações do 7 de setembro de 2021. Na ocasião xingou Alexandre de Moraes de canalha e praticamente convocou seus seguidores para o golpe... que não veio porque não foram reunidas as condições ideais, como o apoio das Forças Armadas.

Mas os caminhoneiros e a população presente na Esplanada dos Ministérios e também em São Paulo, imaginaram que o golpe, enfim, aconteceria, que o exército implantaria a tão sonhada ditadura comandada por seu líder, que o STF seria fechado e que viveriam felizes para sempre.

À noitinha, apavorado com a possível prisão de seu filho Carluxo, que parecia prestes a acontecer, recorreu a Michel Temer para que este escrevesse uma cartinha a Moraes pedindo desculpas.

A reação a esse cavalo de pau covarde foi de incredulidade num primeiro momento, mas depois os seguidores conseguiram reunir todo tipo de desculpas para tentar justificar o recuo. Seria um recuo tático, disseram eles. Mas na próxima... a próxima, em 2022, não veio.

Lembram-se da ameaça que o presidente fez à Rede Globo?  Concessão não seria renovada! Embora estivessem acompanhando a novela Pantanal, bolsonaristas ficaram exultantes com o prometido fim da Globolixo, como eles chamam. Deu no quê? Mais uma vez o capitão recuou. Na verdade, a ameaça pareceu ser muito infantil, algo de menino da 5ª série que não mede consequências. Foi um blefe, mas os bolsonaristas acreditaram.

Imagino que, daqui a alguns anos, alguns poucos bolsonaristas colocarão a mão na consciência e conseguirão avaliar o erro que cometeram e lembrarão quantas e quantas vezes depositaram sua confiança em quem a traía invariavelmente logo no momento seguinte. Quanto tempo perderam com quem nada valia.

Outra parte dirá que não quer mais saber de política e fingirá que nunca apoiou seu mito. E todos nós sabemos quem são.

Mas, certamente o ovo da serpente foi chocado e o bolsonarismo, como uma espécie de corrente de extrema-direita, prosseguirá, mesmo sem o seu chefe.

Infelizmente, veio pra ficar.

 

 

 


sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Moraes foi correto e corajoso, mas não esperemos mais que isso dele

Por Fernando Castilho


Foto: Ricardo Stuckert


Lula está em primeiro lugar em todas as pesquisas e deverá vencer, se não no primeiro turno, no segundo. Somos a maioria no país, portanto, temos que pensar grande.

Tendo a seu lado o atual, Jair Bolsonaro e à sua frente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Alexandre de Moraes, empossado como novo mandatário do Tribunal Superior Eleitoral, foi autor de um discurso forte em defesa das urnas eletrônicas, da Democracia, do Estado de Direito e da punição a quem divulgar fake news durante a campanha eleitoral que ora se inicia.

O capitão acusou o golpe recusando-se a aplaudir a corajosa fala enquanto que Lula, encerrada a cerimônia, recebeu efusivo cumprimento do novo presidente do TSE.

Imediatamente nas redes sociais, petistas utilizaram novamente o apelido de Xandão para manifestarem sua alegria, carinho e confiança pelo mais novo herói nacional.

Ao ler as postagens, me senti pequeno.

É claro que a atitude de Moraes foi corretíssima e muito importante para pulverizar qualquer tentativa de golpe por parte do capitão, mas ela não se deve porque ele esteja querendo contribuir para a eleição de Lula. Ele fez apenas seu papel, ou seja, o que se espera dele enquanto defensor da Constituição e da legislação eleitoral, embora, repito, de maneira corajosa.

Outros petistas preferiram lembrar de maus posicionamentos de Moraes com relação a Lula e ao PT, como se valesse cobrar dele um broche com a estrelinha vermelha no peito. Ele foi colocado no STF por Temer, lembram-se?

Nós, que desejamos Lula mais uma vez na presidência do país, não o fazemos se não pela confiança que temos nele como o único motor que sinceramente vai trabalhar 24 horas por dia para recuperar a terra arrasada em que o Brasil se tornou após mais de 3,5 anos de desgoverno do capitão.

Lula está em primeiro lugar em todas as pesquisas e deverá vencer, se não no primeiro turno, no segundo. Somos a maioria no país, portanto, temos que pensar grande.

Devemos compreender que existem dois passos fundamentais para que o povo brasileiro volte a experimentar o bem-estar social a partir do próximo ano.

Primeiro passo: a realização das eleições, ainda ameaçadas por golpe. Sem elas, Lula não se elege;

Segundo passo: a consagração de Lula como vitorioso.

Para que o primeiro passo seja dado, toda e qualquer força que se disponha a se engajar nessa luta, é muito bem-vinda. É aí que entra Alexandre de Moraes, dentro dessa perspectiva histórica, sem paixões ou emoções.

Se Moraes se apresentou como essa força poderosa, afinal, é presidente do TSE, que a utilizemos a nosso favor.

Sejamos realistas no dia em que ele se posicionar contrariamente a medidas do governo Lula porque esse dia virá, com certeza.

No mais, tenhamos consciência de nossa força, demonstrada no comício de Belo Horizonte.

E que a demonstremos mais uma vez em São Paulo, 20 de agosto!

 


sábado, 19 de março de 2022

A acertada decisão de Alexandre de Moraes

Por Fernando Castilho


Foto: Cristiano Mariz/Veja


Carlos Bolsonaro, o responsável pelo marketing de campanha do pai, apostava todas suas fichas em poder utilizar este ano milhares de robôs, chamados de bots, para disparar as mais constrangedoras e caluniosas notícias falsas contra Lula e, assim, reverter a desvantagem nas pesquisas de opinião.


Antes de tudo, segundo o dicionário Michaelis, censura é o exame de trabalhos artísticos ou de material de caráter informativo, a fim de filtrar e proibir o que é inconveniente, do ponto de vista ideológico ou moral.

Na quinta-feira, 17 de março, o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, decidiu bloquear o aplicativo Telegram em todo o Brasil.

As reações do presidente Jair Bolsonaro, seus ministros e seus seguidores, foram imediatas. O capitão considerou a decisão como inadmissível.

Não poderia ser de outra forma, afinal, foi, principalmente, através das fake news divulgadas por compartilhamentos em massa pelo WhatsApp e demais redes sociais, que ele se elegeu presidente, além da condenação de Lula pelo ex-juiz Sergio Moro para afastá-lo das eleições.

Carlos Bolsonaro, o responsável pelo marketing de campanha do pai, apostava todas suas fichas em poder utilizar este ano milhares de robôs, chamados de bots, para disparar as mais constrangedoras e caluniosas notícias falsas contra Lula e, assim, reverter a desvantagem nas pesquisas de opinião.

É preciso lembrar que o Telegram, responsável por abrigar grupos de pedófilos, contrabandistas e todo aquele lixo que não encontraria guarida em outras redes, foi notificado a se comprometer em se enquadrar nas leis e normas eleitorais vigentes, mas não respondeu aos inúmeros e-mails enviados pelo TSE.

Como foi bloqueado e, de um dia para o outro perdeu milhões de usuários, o aplicativo apressou-se em pedir desculpas alegando que as notificações foram enviadas para endereço errado.

Mas, se a turma do Bolsonaro se revoltou contra o bloqueio, parte da esquerda não fez por menos.

Sob a alegação de que Alexandre de Moraes estaria promovendo a censura, muita gente fez coro com o capitão.

Como consta no primeiro parágrafo, não houve censura, mas bloqueio por desobediência às leis do país.

Outra alegação é que a liberdade de expressão, constante da Constituição, foi violada.

Liberdade de expressão é um conceito relativo. Ou acaso, divulgar mentiras para reeleger um presidente, ao mesmo tempo que se destrói uma reputação, é liberdade de expressão? 

Portanto, há muito equívoco sendo propagado nas redes sociais.

O que vai acontecer daqui pra frente?

O Telegram vai se adaptar às exigências do TSE, como as demais redes sociais, e voltará ao ar.

Desta forma, poderemos ter eleições mais limpas com a vitória de quem tiver melhores propostas para nosso sofrido povo e as expuser.

                                                                                                


sábado, 29 de janeiro de 2022

A jogada ensaiada de Bolsonaro para provocar uma nova crise com o STF

Por Walter Maierovitch


Em futebol, os comentaristas diriam que foi jogada ensaiada, preparada nos treinamentos.

Sim, de caso pensado, Bolsonaro deixou, hoje, de comparecer à Polícia Federal.

Assim agiu para voltar à sua guerra antidemocrática e paranóica. Guerra que fora suspensa em 7 de setembro, quando tentou golpear o Estado de Direito.

Agora e desafiando ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro volta à carga e joga para desmoralizar a Corte excelsa.

Poucas semanas atrás, Bolsonaro retomou os ataques e voltou a ofender a honra dos ministros Alexandre de Moraes e Roberto Barroso.

Com essas provocações recentes, Bolsonaro busca, de imediato, uma crise institucional e cavar os impedimentos legais de Moraes e Barroso.

Sob o prisma legal e relativamente ao não comparecimento à Polícia Federal, o caso é de solução simples. Bolsonaro é investigado.

Como todo mortal comum, o investigado tem de comparecer à delegacia para prestar depoimento. Se o cidadão comum não comparece, é conduzido coercitivamente e, à luz do Código Penal, comete crime de desobediência.

A Constituição faculta a todo suspeito ou acusado o direito de silenciar. Na velha forma romana do "meno tenetur se detegere": ninguém está obrigado a se auto a acusar. O ônus de comprovar é do acusador, em resumo.

Como explicou o então ministro decano do STF, Celso de Mello, o presidente, como testemunha, tem o direito de enviar o seu relato por escrito, ou seja, não precisa comparecer.

No caso, Bolsonaro não é testemunha, mas, sim, suspeito. É objeto de uma investigação. Tem de comparecer, como um brasileiro comum.

Além do foro especial, o presidente da República tem outra prerrogativa. A prerrogativa de marcar dia, local e hora para comparecer perante a autoridade de polícia judiciária.

Na verdade, a determinação de Moraes, - depois de anteriormente atender Bolsonaro e adiar a sua ouvida pela Polícia Federal -, veio de bandeja para um presidente que sente a derrota eleitoral se aproximar. pelas pesquisas mostradas no momento, Bolsonaro, não emplacará a sua reeleição à presidência do Brasil.

criar crise institucional, trombar com o STF e os seus ministros, é o caldo em preparação e, na visão de Bolsonaro, ideal para um golpe.

Moraes será, a partir de 17 de agosto, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por consequência, presidirá as eleições deste ano.

Tornando-se inimigo público e notório de Moraes, Bolsonaro tudo fará para afastá-lo dos julgamentos. a inimizade capital é causa legal de suspeição.

atenção: o vice presidente do TSE será o ministro Kássio Nunes Marques, observado o critério de rodízio costumeiro.

Kássio Nunes Marques, como se sabe e apontam as suas decisões, é, como se diz no popular, bolsonarista "desde menininho".

Por último. Bolsonaro sente, e por isso se anima para as suas ilegítimas e ilegais lutas, ter "costas quentes".

No caso, o crime de desobediência fica sujeito à avaliação de Augusto Aras, procurador-geral da República e filobolsonarista.

Crime de responsabilidade, a gerar impeachment, é sempre brecado pelo presidente da Câmara, o bolsonarista Arthur Lira.

Caso denunciado e em face de crime comum por Aras, existe a barreira dos 2/3 da Câmara. Ou seja, os deputados podem não autorizar o recebimento da denúncia.

 

Walter Maierovitch é professor, desembargador e jurista




Capitão Morte X Xandão

Por Fernando Castilho


É certo, porém, que o capitão cometeu crime de responsabilidade de acordo com a Polícia Federal. O presidente da Câmara, Arthur Lira, se sentará sobre mais um pedido de impeachment e tudo ficará na mesma


Bom dia, amigos!

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a todos que têm visitado este blog que estava desativado e que volta agora com entusiasmo.

Bem, vamos lá!

28 de janeiro de 2022. Dia cheio, minha gente! Dia cheio.

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, já de saco cheio com os adiamentos do depoimento do presidente Jair Bolsonaro, determinou que ele comparecesse hoje às 14:00  para esclarecer sobre a live em que vazou informação sigilosa sobre o ataque hacker que o TSE sofreu, mas que não afetou em nada os dados das eleições.

O Capitão Morte havia pedido adiamento e concordado em comparecer.

Logicamente, de acordo com a Constituição, poderia ficar calado diante das perguntas, mas optou pelo não comparecimento.

Com isso abre nova crise com o STF e se coloca nas mãos de Moraes. Não se sabe ainda qual será a resposta do ministro.

É certo, porém, que o capitão cometeu crime de responsabilidade de acordo com a Polícia Federal. O presidente da Câmara, Arthur Lira, se sentará sobre mais um pedido de impeachment e tudo ficará na mesma.

Na mesma? Pera lá! Tudo converge, se não houver algum acontecimento excêntrico, para a derrota de Bolsonaro nas eleições. Esse será mais um dos crimes pelos quais terá que responder se perder o mandato.

Ontem, ainda, o ex-juiz, ex-ministro e ex-consultor, Sergio Moro fez uma live junto ao deputado Kim Kataguiri, em que tentou se defender das desconfianças que pairam acerca de seu trabalho de consultor junto a empresa Alvarez&Marsal, responsável pela liquidação extrajudicial da Odebrecht, justamente uma das empreiteiras quebradas pela Operação Lava Jato.

Moro não quis dar uma entrevista coletiva para esclarecer o caso. Preferiu a live porque não precisaria responder às indagações de repórteres.

O ex-juiz recebeu, segundo ele, por um ano de trabalho, a quantia de 3,5 milhões de reais, montante que ele próprio considera de acordo com os padrões americanos.

Negou haver um conflito de interesses, mas esse é o assunto do qual o TCU está se encarregando em desvendar. No mínimo, trabalhar para a liquidadora da Odebrecht foi antiético e isso será utilizado contra ele durante os debates que virão antes das eleições.

Ainda, em 28 de janeiro, o ex-presidente Lula teve seu processo sobre o tríplex do Guarujá encerrado atendendo a pedido do próprio MPF que não vê prazo hábil para reiniciar as ações devido à idade avançada de Lula.

A Rede Globo noticiou o fato de maneira correta, mesmo com certa expressão irônica de William Bonner. Desta vez, reportou corretamente que os supostos crimes prescreveriam. De outra feita, suprimiu o termo “supostos”.

Ao verificar a agenda do presidente para o dia de ontem, este blogueiro verificou o todo mundo anda comentando, ou seja, que desde as “férias”, há mais de um mês, o capitão praticamente não trabalha. Ontem se limitou a falar pela manhã no cercadinho (isso não consta da agenda), das 9:30 às 10:30, participou do lançamento do Programa Nacional de Prestação de Serviço civil Voluntário e das 15:00 às 15:30, encontrou-se com Pedro Cesar Sousa, Subchefe para Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência da República. Uma hora e meia de trabalho, mais nada.

Ontem também, (ufa!) a Folha de São Paulo teve acesso a uma nota técnica da ministra Damares Alves que diz que pessoas que se sentirem "discriminadas" por serem contrários à vacinação contra Covid-19 poderão denunciar os casos ao Disque 100.

Um absurdo! A corrida negacionista no governo continua a todo vapor e vai na contra-mão do desejo das pessoas em se vacinar.

Trata-se de mais crime contra a saúde pública e certamente será contestado pelo STF.

Como vemos, meus amigos, as campanhas eleitorais para 2022 já começaram e prometem muto.