Por Fernando Castilho
É inegável que os tristes acontecimentos de domingo (8) foram a coroação do trabalho realizado pelo capitão nos 4 anos em que se instalou no Palácio do Alvorada.
26
de maio de 2019.
Foi
nessa data, ainda no início do governo, que manifestações em defesa de Jair Bolsonaro
pipocaram por quase todo o país. Pregavam o fechamento do Congresso, com a
consequente prisão do então presidente da Câmara, Rodrigo Maia e fechamento do
STF, com a prisão de todos os ministros. Não faltaram também faixas pedindo intervenção
militar com o capitão no comando.
Após
isso, aconteceram muitas outras manifestações com pautas semelhantes, já com a
participação do presidente.
A
política de facilitação da compra e do registro de armas pesadas, com a
desculpa de que povo armado jamais será escravizado, foi a estratégia para que
a população se armasse para, num futuro próximo, caso Jair perdesse as
eleições, defendesse sua permanência no poder.
As
conversas diárias no cercadinho e as lives semanais, em que, invariavelmente
tentava convencer seus apoiadores de possíveis fraudes nas urnas e que estaria
jogando dentro das 4 linhas da Constituição enquanto o ministro Alexandre de
Moraes o perseguia, fizeram parte da estratégia de lavagem cerebral que impôs
às mentes mais fracas.
Ao
longo de todo seu mandato, o capitão nunca deixou de insuflar um golpe e, mesmo
depois que perdeu as eleições, fez declarações dúbias justamente para despertar
o gatilho que colocaria milhares de pessoas acampadas em frente a quartéis
Brasil afora, pedindo intervenção militar.
Portanto,
é inegável que os tristes acontecimentos de domingo (8) foram a coroação do
trabalho realizado pelo capitão nos 4 anos em que se instalou no Palácio do
Alvorada.
Mesmo
agora, em Orlando, Jair “condena” os atos terroristas sem condenar de fato.
Suas declarações continuam tendo sentido abstrato, o que, para seus seguidores
mais radicais, significam senhas.
Bolsonaro
precisa ser extraditado e preso, pois é cristalino que as condições para uma
prisão preventiva já foram satisfeitas, afinal, solto, ele continua a colocar
as instituições democráticas em risco e pode fugir do país. Aliás, já o fez.
O
governo norte-americano estuda uma saída para enviá-lo de volta ao Brasil.
Biden e os democratas não desejam que a imagem de seu país seja ligada a um
fascista genocida que repetiu no Brasil os atos de Donald Trump com mais
gravidade que nos EUA. Para eles, Jair agora é só Jair. Não vale mais nada.
Porém, há o aspecto legal do visto especial de presidente que ele ainda mantém
e que precisa ser transposto.
O ministro
da Justiça Flávio Dino respondeu à pergunta de uma jornalista sobre uma
possível prisão de Bolsonaro. Ele se esquivou dizendo que legalmente não há nada
contra ele. Há sim, e muito.
O
capitão é, juntamente com seus asseclas mais próximos, Braga Netto e Augusto Heleno,
o mentor e responsável pelos atos terroristas e precisa ser punido com
disposição e rigor, ainda que na forma da lei.
Se
Flávio Dino está com receio de pedir a Alexandre de Moraes uma prisão
preventiva, é preciso lembrá-lo que, após o domingo, Bolsonaro já não tem o apoio
de grande parte de seus antigos eleitores que condenaram os atos de vandalismo e
não querem ter seus nomes confundidos com aqueles que defecaram no STF,
quebraram todas as vidraças e destruíram patrimônio histórico e obras de arte.
O momento é justamente agora.
SEM
ANISTIA!
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