Meu
pai faleceu em janeiro de 2000, vítima de um câncer que o consumiu
ao longo de cinco meses.
Embora
tenha sido um período relativamente curto, nós, familiares fomos,
ao vê-lo definhando todos os dias, nos acostumando à ideia de sua
partida.
Mesmo
assim, na semana de sua morte, quando já tomava injeções de
morfina contra a dor insuportável, reuni a família e disse que
deveríamos nos preparar para os próximos dias.
Lembro-me
da revolta de minha mãe e de minha irmã com minha atitude. ''Não
crê em Deus?'', ''não sabe que a fé move montanhas?''
A
fé não moveu as montanhas e meu pai faleceu dias após.