domingo, 11 de outubro de 2015

Depois do golpe paraguaio afogaremos as lágrimas num uísque idem?

Por Fernando Castilho

Imagem: folhapress
Votei num governo de esquerda e ganhei um quase de direita.

Essa frase está sendo dita por muitos que como eu se viram frustrados após a montagem dos ministérios de Dilma, além dos ajustes fiscais.

Mas votei num governo honesto e ganhei um governo honesto, frase não muito dita por aí.

E democrata que sou, aguardo 2018, afinal, há uma crise econômica no mundo todo e nem a oposição conseguiria resolver. Vejam que o ministro da fazenda é Joaquim Levy, que caberia como uma luva num hipotético governo Aécio Neves.

Mas e quem votou num deputado ou senador, imaginando-o honesto e ganhando um escroque?

Percebam que, por incrível que pareça, esse Congresso da atual legislatura parece um antro de bandidos da pior qualidade, chefiado na Câmara por Eduardo Cunha e no Senado por Renan Calheiros.

Salta aos olhos a injustiça que São Paulo cometeu com Eduardo Suplicy. Tantos anos como senador, com atuação dinâmica e importante, honesto, sem nenhum processo contra si, foi trocado por José Serra, com vários processos na Justiça e vendilhão do pré-sal, nossa maior riqueza, para os americanos. Uma vingancinha contra Haddad que pode virar uma vingança contra todo o povo brasileiro.

Bem, mas as pessoas saíram às ruas contra a corrupção!

Não, não, não. A indignação com a corrupção não foi o motivo, combinemos.

Foi só para acabar com o PT, esse partido meio esquerdista que quer igualar o pobre à classe média. Onde já se viu! Às nossas custas, não!

É icônica a faixa ''somos todos Cunha'' que circulou nas manifestações daquela gente de tez rosada envergando camisetas da seleção brasileira de futebol.

Gente para a qual a mídia dá destaque. Destaque que não vale para os estudantes e professores que saem também às ruas para protestar contra o fechamento de escolas estaduais por parte do governador Geraldo Alckmin. A tez agora é morena, as camisetas não são verde-amarelas, não sai na mídia e a repressão é violenta por parte da polícia militar.

Assistimos assustados e estupefatos a agenda do golpe sendo cumprida à risca.

A mídia, os partidos de oposição, o PMDB, Cunha, o Judiciário e o TCU estão unidos no que poderia ser chamado eufemisticamente de uma ''organização'' destinada a dar o golpe em Dilma Rousseff. Todos tem suas funções bem definidas e sabem exatamente quando executá-las.

A ''organização'' PRECISA derrubar Dilma o quanto antes, afinal, há investigações chegando a seus membros. A senha está vindo da Suíça.

A Operação Zelotes que jamais é citada pela mídia e que investiga um volume de corrupção três vezes maior do que a Lava-Jato, pode incriminar toda a corja.

Portanto, o impeachment e a consequente nomeação de outro presidente, seja Temer ou Cunha, pode acabar com a independência do Procurador Geral da República, do Ministério Público e da Polícia Federal, o que colocaria um fim nas investigações.

Ia tudo muito bem na agenda da ''organização''. A pisada na bola se deu com Cunha. Jamais a ''organização'' poderia supor que a Suíça o desmascarasse.

Ainda tentaram esconder o sol com a peneira, mas aquele país não parou de enviar documentos.

O TCU com seu bando de ministros de mentirinha, quase todos envolvidos em fraudes e denúncias, foi escalado para dar o soco final no estômago que derrubaria a presidenta.

As tais pedaladas fiscais que não passam de medidas destinadas a fazer cumprir prazos e evitar atrasos nos repasses do Bolsa Família, do Minha Casa, Minha Vida e também do Seguro Desemprego, apenas revelaram a preocupação da presidenta com os que mais precisam.

Foram classificadas como ilegais, mesmo não tendo causado prejuízos aos cofres públicos, mesmo não tendo sido embolsado um centavo e mesmo tendo todos os presidentes, desde Getúlio Vargas, lançado mão do instrumento, uns com motivos mais nobres, outros bem menos, como FHC que as usou para socorrer bancos.

E é com isso que os bandidos vão tentar dar o golpe final na próxima terça-feira, 13. O circo está montado.

A ideia é brilhante: Cunha apresentará o pedido de impeachment feito por Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior, mesmo que não tenha sido considerado consistente pelos técnicos que os analisaram. Mandará arquivá-lo.

Então a oposição presente entrará com recurso no plenário, baseado no parecer do TCU, imaginando que poderá ter 342 votos dos 513 deputados.

Assim, não caberá a Cunha, desacreditado e morto politicamente, deflagrar o processo.

Simples. Depois disso, ele poderá ser afastado da Câmara. Cumpriu seu papel, será descartado.

Estaria então deflagrado o chamado ''Golpe Paraguaio'', em alusão ao golpe sofrido pelo presidente Fernando Lugo em 2012. Lembro que Lugo não tinha contra si nenhuma acusação de improbidade, mas mesmo assim foi destituído do cargo por, digamos assim, não gostarem dele. O Tribunal Superior Eleitoral daquele país foi quem julgou procedente o impeachment, mesmo tendo sido desrespeitada a Constituição.

Dessa forma o Paraguai é hoje conhecido no mundo inteiro como uma republiqueta das bananas.

Seria esse o futuro do Brasil?

É interessante observar que o primeiro mandato de Dilma teve ampla aprovação por ter sido exitoso.

Porém, em junho de 2013, a presidenta viu despencar sua popularidade de 57% para 30% e nunca mais a recuperou.

Após isso veio a campanha eleitoral, culminando em sua vitória apertada por 51,64% dos votos.

Já faz um ano que o golpe vem sendo construído dia a dia por aqueles que não se conformam com o resultado das eleições.

Imaginam eles que os 7% de aprovação que Dilma tem hoje lhes dão legitimidade e segurança para prosseguir.

Imaginam que a transição será tranquila.

Sequer passa por suas cabeças que essa pesquisa pode não refletir a verdade.

Explico. A pergunta era: ''aprova o governo Dilma Rousseff?''

Ora, se eu fosse pesquisado também responderia que não. Não está bom mesmo.

Mas se a pergunta fosse: ''apoia um golpe contra Dilma Rousseff?'', o índice não seria o mesmo, podem crer.

E as pessoas vão sair às ruas, não os rosados, mas os morenos, aqueles que viram sua vida melhorar nos últimos 12 anos e não querem um retrocesso. E eles não serão, digamos assim, cordatos.

A convulsão social, seguida da econômica trará grandes problemas ao país.

Não se trata de exercício de futurologia. Os investimentos estrangeiros certamente serão cortados, uma vez que a confiança no país despencará, a inflação subirá, o desemprego aumentará e a população precisará ser reprimida pelo exército.

Enfim, o cenário é apocalíptico.

Se esses bandidos irresponsáveis não enxergarem isso o quanto antes, isso é o que o futuro pode estar nos reservando.

E no futuro próximo, a História haverá de cobrar suas responsabilidades,





segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Roberto Inaba: O país dos sonhos

Por Roberto Inaba


Imagem: Internet
Como seria o país dos sonhos?

Provavelmente teria o PIB chinês, a educação e disciplina japonesa, os políticos suecos e a precisão e produtividade alemã.

Teria também os direitos trabalhistas da França e um sistema público de saúde como da Inglaterra.

A educação só poderia ser padrão da Finlândia.

O trânsito seria tranquilo como na Holanda e o transporte público como na Dinamarca.

O preço da gasolina da Venezuela seria o ideal, já o salário mínimo deveria ser igual ao da Austrália e a segurança como na Islândia.

Esse país dos sonhos ficaria num lugar do planeta com clima ameno o ano inteiro e onde não houvesse terremotos, furacões, vulcões e nem tsunamis.

O país dos sonhos teria ainda grandes extensões de terra boas para lavoura, muitos rios com abundância de água potável e praias lindas como as do Caribe.

Seria muito bom também que o país dos sonhos contasse com o petróleo dos países Árabes, minério de ferro como o Brasil e cobre como o Chile.

Esse pais dos sonhos deveria ter também o avanço tecnológico dos EUA mas com a preocupação ecológica da Suiça.

Infelizmente esse país dos sonhos não existe.

sábado, 3 de outubro de 2015

1954, 1964 e 2015, semelhanças e e diferenças

Por Fernando Castilho


Tanta gente ressaltando as semelhanças do momento político atual com os anos de 1954 e 1964 e muito, mas muito mais gente com deficiência no conhecimento de uma perspectiva histórica que não sabe, não viu e não conhece as semelhanças e as diferenças entre os três períodos, me motivaram a fazer esta tabela, uma espécie de infográfico.

Foram ressaltados os pontos principais, podendo haver outros que não lembrei ou não considerei expressivos.

No caso do governo Dilma, por não ter sido concretizado, ao menos até esta data, o golpe, pode haver um certo exercício de futurologia.


Convido o leitor a analisar o gráfico e fazer uma análise dos dados.

Se houver alguma imprecisão nos dados, por favor, me corrijam.

sábado, 26 de setembro de 2015

Para as Marias que vão com as outras

Por Fernando Castilho


Imagem: Blog do Aluisio Amorim
As pessoas que defendem a defenestração de Dilma Rousseff do Palácio do Planalto, a prisão de Lula e o fim do PT, não o fazem por causa da corrupção, está claro.

Sobre a honestidade da presidenta não paira dúvidas, fato reconhecido até por FHC.

Sobre Lula, a mídia e a oposição tentaram criminalizar o lícito de apresentar empresas para obras no exterior e de receber doações dessas mesmas empreiteiras, mas esbarraram nas corretas prestações de contas do Instituto Lula e também na coincidência de que naquele exato momento Obama levava empresas americanas para Cuba. Além disso, FHC também recebe doações para seu instituto. Então não deu.

Eduardo Cunha até agora é o único político que pode ser preso com provas (esqueçam o tesoureiro do PT, Vaccari que está preso sem nenhuma prova, já que não haveria como saber se as doações para campanhas eram dinheiro de propinas ou não, certo?), mas nem por isso alguém saiu às ruas para protestar contra ele.

Aécio Neves, além do aeroporto construído em terras de seu tio-avô, tem agora contra sí a divulgação feita pela Folha a pedido, possivelmente de José Serra ou de Geraldo Alckmin, de que fez 124 viagens ao Rio de Janeiro em finais de semana com jatinho oficial. E ninguém bateu uma mísera panelinha que fosse. Talvez só Serra ou Alckmin.

Portanto, não é pela corrupção.

E se o motivo não é esse, qual seria?

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Renata Gouveia Delduque: 1968 - O ano que não terminou

Por Renata Gouveia Delduque no http://gvive.org.br/

Antes do texto gostaria de fazer algumas considerações.

O Brasil possuía em alguns colégios chamados vocacionais um ensino de qualidade equivalente aos países de primeiro mundo. 

Porque é muito mais fácil destruir que construir, uma vez que a ditadura acabou com esses colégios, enfrentamos hoje a luta diária de tentar melhorar a Educação.

As verbas do governo federal existem e são repassadas aos estados e municípios que são os encarregados de gerenciar sua aplicação até o Ensino Médio.

Como a maioria dos estados e municípios são governados pela direita que representa a continuidade do pensamento dos militares, a Educação continua patinando. Não há perspectivas boas no horizonte.

Porém, a nos dar alguma esperança, há ações importantes no âmbito do governo federal, como PROUNI, FIES, cotas, Pronatec, criação de 18 universidades federais, enquanto FHC não criou nenhuma.

Mas vale muita a pena ler este texto, pois além das questões políticas, há também aquela delícia de conhecer como era um colégio vocacional, através das lembranças de uma aluna, Renata Gouveia Delduque. E com que tenura ela o faz!

Vamos ao texto!

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Estaria o Japão se pintando para a guerra?

Por Fernando Castilho

Não costumo enveredar muito pelo caminho da política internacional, uma vez que a nacional já toma um tempo precioso.

Mas neste caso, como as peças no tabuleiro de xadrez tem sido movimentadas com certa previsibilidade, há que analisar e opinar.

É muito delicado entrar neste assunto, até porque o Japão ostenta o título de pacifista há 70 anos.


Primeiro um pouquinho de História para entender a origem de tudo.


Em 1938 o Japão invadiu a China, entrando oficialmente na Segunda Guerra Mundial.

Com uma alta população em relação ao seu pequeno território, aliada à dificuldade na agricultura pela existência de muitas montanhas, o país do sol nascente sentiu que precisava se expandir economicamente. Como?

A solução veio de empresas como a Mitsubishi, que desejava fabricar tanques de guerra, aviões e submarinos, a Mitsui que cresceu durante a Primeira Guerra, fabricando munições e mais tarde, atuando no fornecimento de uniformes e também em capitalizações, a Sumitomo, empresa de capitais e a Yasuda, atuando no ramo de seguros, que vieram a compor um cartel poderosíssimo chamado de Zaibatsu, que viria a ser extinguido após a derrota do Japão, pelo General MacArthur.

O mesmo aconteceu na Alemanha de Hitler quando empresas como Siemens, Mercedes Benz ou Bayer lucraram muito.

Embora o Zaibatsu oficialmente tenha sido extinto, as empresas em questão são hoje gigantes no mundo inteiro.


Indo para os dias atuais

domingo, 13 de setembro de 2015

Os corruptos derrubarão a presidente não corrupta por corrupção

Por Fernando Castilho


Desta vez o bicho pega
Jango foi derrubado não só por políticos corruptos, mas também pela imprensa e principalmente pelo poder de canhões, fuzis e metralhadoras.

Dilma será derrubada ''dentro dos ditames da democracia'' como dizem os ratos daquele porão fétido que se tornou o Congresso Nacional.

Para justificar os atos desses gandulos da Pátria, a democracia teve que ver seus limites tão extrapolados, esticados, distendidos, espíchados, que a ela não mais se reconhece. Olha-se no espelho e se vê uma quenga. Melhor não olhar. Não que este blogueiro tenha preconceito contra as prostitutas, vamos combinar, mas é óbvio que a democracia não pode ser usada como tal.

Uma presidente foi eleita por uma democracia ainda jovem e em plena exuberância.

Essa presidente procurou preservar a virtude da jovem até onde fora possível.

Com o escândalo da Petrobras explodindo em seu colo, foi à televisão e afirmou que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal teriam toda a liberdade de investigar e entregar os criminosos para julgamento. Não vai restar pedra sobre pedra, afirmou.

Se Dilma Rousseff quisesse se segurar no cargo até o fim de seu mandato, teria agido de maneira diferente. Profanaria a sacralidade da democracia determinando que o Procurador Geral da República, tal qual um Geraldo Brindeiro dos tempos efeagalícios, arquivasse qualquer denúncia ou pedido de investigação.

Dilma confiou que as instituições fossem republicanas como ela. Santa ingenuidade.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Uma Chamada ao afeto, ou pela criação de cidades-refúgio

Por Ada Colau Ballano, Prefeita de Barcelona

Antes de ontem 50 pessoas morreram por asfixia no porão de um barco.

Hoje, mais de 70 pessoas dentro de um caminhão.

Hoje acordamos com dois naufrágios: pode ser mais uma centena de mortos.

Temos um mar que está cheio de mortos. Limites que são preenchidos com fios, pregos, lâminas ... e pessoas mortas.

Homens, mulheres e crianças, mortos. E uma parte da Europa chora, grita, quer que sejam salvos, quer que eles não morram, mas ... mas que não venham, que se vão, que vão embora, que não existam e que parem de vê-los na TV, e menos ainda em nossas ruas, com seus cobertores, no metrô, ou nos degraus de nossas casas.

Alguns, de forma irresponsável promovem o medo ao "outro", ao "ilegal", "àqueles que vêm para vender sem licença", "gastar a nossa saúde", "ficar com nossos recursos", "para ocupar o nosso lugar nas escolas" , "vão pedir", "vão mendigar" "vão delinquir" ...

O amigo da onça voltou?

Por Fernando Castilho


Em 05 de agosto a Folha de São Paulo publicou uma matéria em que o vice-presidente Michel Temer afirmava em reunião com líderes do Senado, da Câmara e ministros do governo, que o país precisava de alguém capaz de ''reunificar a todos'' na crise.

O discurso procurou demonstrar que o governo reconhece que há uma crise política e econômica que poderá se agravar perigosamente caso não haja união e disposição.

A dubiedade ficou por conta do termo ''alguém''. Quem seria?

Após receber um puxão de orelhas da presidenta Dilma Rousseff, Temer passou a negar que o ''alguém'' fosse ele mesmo.

E eis que na Folha online de 7 de agosto a matéria continua publicada, desta vez com um ''ERRAMOS''.



O trecho foi retirado da reportagem? Então havia um trecho em que ele se apresentava como o salvador da Pátria?

sábado, 5 de setembro de 2015

Mauro Santayana: O Pato e a Galinha

Por Mauro Santayana


Embora não o admita - principalmente os países que participaram diretamente dessa sangrenta imbecilidade - a Europa de hoje, nunca antes sitiada por tantos estrangeiros, desde pelo menos os tempos da queda de Roma e das invasões bárbaras, não está colhendo mais do que plantou, ao secundar a política norte-americana de intervenção, no Oriente Médio e no Norte da África.

Não tivesse ajudado a invadir, destruir, vilipendiar, países como o Iraque, a Líbia, e a Síria; não tivesse equipado, com armas e veículos, por meio de suas agências de espionagem, os terroristas que deram origem ao Estado Islâmico, para que estes combatessem Kadafi e Bashar Al Assad, não tivesse ajudado a criar o gigantesco engodo da Primavera Árabe, prometendo paz, liberdade e prosperidade, a quem depois só se deu fome, destruição e guerra, estupros, doenças e morte, nas areias do deserto, entre as pedras das montanhas, no profundo e escuro túmulo das águas do Mediterrâneo, a Europa não estaria, agora, às voltas com a maior crise humanitária deste século, só comparável, na história recente, aos grandes deslocamentos humanos que ocorreram no fim da Segunda Guerra Mundial.

Lépidos e fagueiros, os Estados Unidos, os maiores responsáveis pela situação, sequer cogitam receber - e nisso deveriam estar sendo cobrados pelos europeus - parte das centenas de milhares de refugiados que criaram, com sua desastrada e estúpida doutrina de "guerra ao terror", de substituir, paradoxalmente, governos estáveis por terroristas, inaugurada pelo "pequeno" Bush, depois do controvertido atentado às Torres Gêmeas.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Que tragédia é preciso acontecer para que se comece a prender fascistas?

Por Fernando Castilho


Eles começaram, ainda de maneira um tanto tímida, fazendo críticas à presidenta e ao PT nos comentários feitos nos jornalões.

Ainda preferiam se esconder no anonimato (alguns ainda o fazem), sob pseudônimos ao lado do quadradinho sem foto.

Após as chamadas jornadas de junho em 2013, encorajados pela mídia que enxergou nas manifestações sua grande oportunidade de desbancar a popularidade de Dilma Rousseff, que àquela altura era alta, eles começaram a sair aos poucos da toca fétida em que se encontravam.

Durante a Copa do Mundo os recém-saídos vaiaram e xingaram a presidenta em rede mundial, deixando o mundo perplexo não só pela falta de educação mas também pela injustiça que se cometia, afinal ela acabava de viabilizar aquela que seria a copa das copas.

Passaram-se dois anos desde aquele junho, com a imprensa diuturnamente batendo de pau na presidenta, sendo ela Chico e Francisco ao mesmo tempo.