segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Prendam os suspeitos de sempre!

Por Fernando Castilho

Casablanca, de Michael Curtiz
No filme Casablanca, um dos maiores clássicos do cinema, o personagem principal Rick (Humphrey Bogart) ajuda sua amada Ilsa (Ingrid Bergman) a escapar às pressas de Casablanca num avião, com seu marido Victor Lazlo, um dos líderes da resistênciaTcheca, de modo que ele possa continuar sua luta contra os nazistas. Rick abdica assim, de seu amor.

Enquanto o avião decola, chega o Major Strasser, comandante nazista disposto a prender Lazlo, mas Rick atira nele quando ele tenta intervir. Quando a polícia chega, o capitão Reanult salva a vida de Rick ordenando "prender os suspeitos de sempre''.

Zé Dirceu é um dos ''suspeitos de sempre''.
Nesse caso, embora o ex-ministro seja o inimigo público número um, já parece forçação de barra. Dá a impressão de que Dirceu era um polvo com tentáculos a roubar compulsivamente em todas as frentes possíveis ao mesmo tempo.
Delação de Alberto Youssef.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O partido com maior poder no Brasil é clandestino

Por Fernando Castilho


Mídia, ''Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão...'' (trecho de Apesar de Você, de Chico Buarque)

Não pensem que o partido que comanda a direita no Brasil é o PSDB. Também não é o PMDB, embora possua maior número de cadeiras no Congresso.

O partido com mais poder no Brasil não é nenhum desses. Ele não tem sigla, não tem presidente nem número.

Nele não se vota, antidemocrático que é. E por não ser democrático, ajudou há mais de 50 anos atrás a derrubar a democracia do Brasil. E ainda hoje estimula golpes de estado , haja vista a pregação de colunistas a favor do impeachment da presidenta Dilma.

Dispõe de tempo ilimitado na TV, fora do horário político. Às vezes nem percebemos que está fazendo propaganda, pois utiliza-se largamente de mensagens subliminares.

Não tem plataforma política, projeto ou programa para o Brasil. Tem para si próprio, mas não os revela. Nem poderia, pois são contrários aos interesses da grande maioria da população.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Há esperança para Dilma e o PT sem os movimentos sociais?

Por Fernando Castilho


Lula em Vila Euclides
Este texto foi escrito na véspera da comemoração dos 35 anos do PT. Espero que Dilma , Lula e o partido falem aquilo que queremos ouvir.

Ao dar uma aula de sociologia esta semana, acabei entrando num tema interessante e espinhoso. A legitimização do Estado ao cometer violências contra a população.

Sim, quando o indivíduo comete ato violento contra um seu igual, está sujeito às penas da Lei e deve pagar por isso.

Mas e quando é o próprio Estado que comete o ato violento? Como quando a Polícia Militar, uma instituição do Estado, reprime com violência uma manifestação de um movimento social? Ela deve ou não ser punida?

No final da aula, um rapaz veio a mim e perguntou: O que é movimento social?
Empalideci.

O que veio à minha mente foram imagens do passado. De 35 anos atrás, quando o PT foi fundado.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Tirem essas garras imundas da Petrobrás!

Por Fernando Castilho


Recebi hoje uma petição intitulada DEFENDER A PETROBRÁS É DEFENDER O BRASIL

Parecia mais uma daqueles pedidos com argumentos ralos, porém bem intencionados, que quase que diariamente alguém compartilha na rede.

Qual minha surpresa ao ler o texto que arrazoa o requerimento. Longo, porém muito bem escrito, recheado de dados facilmente checáveis no site da Petrobrás, estimulante e necessário.

Além de obviamente deitar minha subscrição e divulgá-la porquanto importantíssima nestes dias em que as aves de rapina, saqueadoras da nação estão entretidas em seu ofício favorito, sentí a premência de reproduzir o texto neste blog.

Não que tenha a ilusão de ver as raposas dizendo: ''Oh, vamos desistir de assaltar o galinheiro pois tem um grupo de pessoas nos observando.'' Não. não há esse poder. Porém, será possível medir o quanto pode haver de gente consciente e realmente informada sobre o assalto.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O homem do celular venceu, ou O riso sem graça das hienas

Por Fernando Castilho


Não adiantou Lula, ainda uma voz lúcida dentro do PT, pedir que o partido fizesse um acordo com o PMDB, já que a derrota parecia provável.

A insistência na chapa de Arlindo Chinaglia na base do ''vamos ver no que dá para ver como é que fica'' demonstrou uma cegueira e uma imaturidade muito grandes por parte dos deputados petistas.

O fato de Eduardo Cunha ter vencido Chinaglia por 267 a 136 votos, uma diferença significativa de 131 votos (!) causa-nos surpresa pela nossa condição de espectadores externos à Câmara, mas aos parlamentares governistas, internos à Casa, esses números já deveriam ser familiares há uma semana pelo menos.

Podem dizer que o PSDB traiu Júlio Delgado do PSB, com o qual estava fechado (e traiu mesmo pois faz parte de sua natureza), votando em Cunha, mas mesmo assim, Chinaglia já entrou derrotado na disputa. Os homens são ''profiças''.

Apesar dos avisos de Lula...

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Alckmin e a arte de nos fazer sentir idiotas

Por Fernando Castilho

O Sistema Cantareira está com 5,1% de seu volume de água, um triste record . A situação é extremamente preocupante para a população do mais importante estado da Federação.

Com a falta de água e com as perspectivas nada animadoras para o futuro, as indústrias começam a cogitar a transferência de suas plantas para outros estados, o comércio e os serviços já acumulam prejuízos sem retorno, e o povo já se prepara para enfrentar 5 dias por semana sem tomar banho.

É certo que a economia do país será duramente afetada. Pela sua importância, por ainda ser a locomotiva do país, São Paulo puxará o PIB nacional para baixo, ao mesmo tempo em que eleverá a inflação. E o governo federal mais uma vez será apontado pela mídia como sendo o único responsável.

Mas e o Governador Geraldo Alckmin? Este não se abala. Não precisa. A grande mídia lhe dá cobertura. Tranquilo.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Marta, a nova Marina da direita?

Por Fernando Castilho


Marta Suplicy detonou Dilma Rousseff em seu artigo publicado na Folha de São Paulo.

Entre muitos escritos que lí sobre o assunto, um chamou minha atenção: o comentário de ninguém menos que o pitbull da Veja, Reinaldo Azevedo.

O homem escreveu: ''Aguardem. Nesta terça, o PT procurará fazer picadinho de Marta nas redes sociais. Vai tachá-la de dondoca deslumbrada, de riquinha enjoada, de perua descompensada. As características que antes eram vendidas como virtudes serão vistas como vícios. Mais do que se juntar a antigos adversários, o PT sabe mesmo é enlamear a reputação dos dissidentes.''

Tá certo. É mais ou menos o que também farei aqui.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Je ne suis pas manipulable

Por Fernando Castilho


Já ouví e lí de tudo um pouco sobre o massacre dos cartunistas do Charlie Hebdo.

Muitos compararam o jornal com o antigo O Pasquim.
Algumas semelhanças, tantas diferenças...

O O Pasquim, como o Charlie, era um jornalzinho (sem desmerecimento) satírico, com muitas charges, de esquerda e que ousava muito.

As semelhanças param por aí.
Ao contrário do Charlie, o O Pasquim era uma resistência à ditadura. Criado pelo cartunista Jaguar e os jornalistas Tarso de Castro e Sérgio Cabral, mais tarde teve a participação de nomes como Ziraldo, Millôr, Prósperi, Claudius e Fortuna. Colaboradores não lhe faltavam, como Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa, Carlos Leonam, Sérgio Augusto, Ruy Castro, Fausto Wolff, Chico Buarque, Antônio Callado, Rubem Fonseca, Odete Lara, Gláuber Rocha e diversos outros intelectuais cariocas. Deu pra sacar a qualidade?

O Brasil vivia o regime militar, e em novembro de 1970 a redação inteira do O Pasquim foi presa depois que o jornal publicou uma sátira do célebre quadro de Dom Pedro às margens do Ipiranga, (de autoria de Pedro Américo).

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Apocalípse now?

Por Fernando Castilho


Sim, eu lí ''Inferno'' de Dan Brown.
No livro, Robert Langdon, o mesmo personagem de ''O Código da Vinci'', tenta evitar uma catástrofe que envolverá toda a humanidade, desvendando obras relacionadas ao épico poema de Dante Alighieri, a "Divina Comédia".

O que mais chama atenção no livro é a obsessão de um dos personagens, Bertrand Zobrist em mostrar que a população da Terra está em um número acima de sua capacidade em fornecer recursos. Para esse personagem, a situação da Terra seria como uma população de algas num lago se reproduzindo sem um predador. A população aumentaria exponencialmente até que faltariam nutrientes e oxigênio, causando a extinção em massa das algas.

Embora haja uma significativa diferença entre seres humanos e algas, uma vez que estas não produzem seu próprio alimento, há que se levar Zobrist em consideração, principalmente quando ele fala no crescimento exponencial da população já alertado no fim do século XVIII por Thomas Malthus no livro ''Ensaio sobre o princípio da população''.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Oração do carreirista bem sucedido na grande mídia brasileira

Por Fernando Castilho
Texto de Nilson Lage

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Abro os jornais e leio a notícia que assustou toda nação dando conta de que as ações da Petrobrás haviam despencado, induzindo os leitores a crer que a empresa estava falida, principalmente devido aos desvios que estão sendo investigados pela Operação Lava Jato. Pesquiso sobre o assunto e descubro que as ações de todas as grandes petrolíferas caíram praticamente na mesma proporção que as da Petrobrás.

Evidente a má intenção da mídia, principalmente a Rede Globo que prega o fim do regime de partilha do pré-sal e é a favor da privatização da companhia, motivo pelo qual Dilma Rousseff falou de ''predadores internos e externos'' em seu discurso de posse.

Pior é em seguida ler os colunistas opinarem a respeito da notícia. Hoje em dia 90% dos que escrevem nos jornalões, o fazem em consonância com o pensamento de seus donos (interpretem como donos dos jornais ou donos dos colunistas, tanto faz, é a mesma coisa).

sábado, 3 de janeiro de 2015

O oportuno discurso de Dilma

Por Fernando Castilho

Sobre o discurso de Dilma Rousseff em 1º de janeiro de 2015, o blogueiro pinçou algumas frases e gostaria de comentá-las.

A presidenta reeleita falou de tudo um pouco. Com rara (para ela) boa oratória, soube reafirmar compromissos de campanha, desabafar aquilo que estava na garganta e dar um tapa com luva de pena de ganso na oposição, na mídia e nos eternos predadores, sempre interessados em vender o país por quantias módicas, desde que garantido o seu.

Aos que saíram às ruas em junho de 2013:
''Isso que era tanto para uma população que tinha tão pouco, tornou-se pouco para uma população que conheceu, enfim, governos que respeitam e que a respeitam, e que realmente se esforçam para protegê-la. (...)

Por isso, a palavra mais repetida na campanha foi mudança e o tema mais invocado foi reforma. Por isso, eu repito hoje, nesta solenidade de posse, perante as senhoras e os senhores: fui reconduzida à Presidência para continuar as grandes mudanças do país e não trairei este chamado. O povo brasileiro quer mudanças, quer avançar e quer mais. É isso que também eu quero.''

Com esse parágrafo, Dilma reafirma que reconhece o movimento que saiu às ruas e quer ser a condutora das mudanças reinvindicadas por ele, uma vez que a oposição jamais compreendeu o sentido dos protestos e jamais procurou assumir um papel diante deles, talvez porque as mudanças tenham obrigatoriamente que passar por uma reforma política, para ela, o horror dos horrores.