domingo, 20 de novembro de 2016

Por que os governos neoliberais gostam tanto do desemprego?

Por Fernando Castilho






Alto índice de desemprego significa trabalhador com medo de ser demitido, portanto, torna-se muito difícil para os sindicatos organizarem greves, protestos ou manifestações por melhores salários e condições de trabalho. Ou seja, é neste contexto que os empregadores podem aumentar a exploração sobre o trabalhador.


Percebam que quando a mídia fala em aumento do desemprego, é só uma retórica visando fritar governos.

A mídia nunca está preocupada com aumento de desemprego.

Assim como os governos neoliberais.

O desemprego é um dos motores do capitalismo, portanto, do neo-liberalismo.

Quando o indivíduo está desempregado, fica muito difícil ele se organizar em movimentos ou sindicatos para reivindicar.

Alto índice de desemprego significa trabalhador com medo de ser demitido, portanto, torna-se muito difícil para os sindicatos organizarem greves, protestos ou manifestações por melhores salários e condições de trabalho. Ou seja, é neste contexto que os empregadores podem aumentar a exploração sobre o trabalhador.

Numa situação de pleno emprego, pelo contrário, o trabalhador pode se dar ao luxo de recusar a executar tarefas que não constam de seu contrato de trabalho. Além disso, pode a qualquer momento trocar de emprego para buscar uma melhor condição de trabalho ou de salário.

Como passa a haver uma disputa entre as empresas para manter um bom funcionário, a tendência é de que os salários aumentem.

Nada disso é interessante ao capitalismo e ao neoliberalismo.

Em 2014 o Brasil praticamente chegou a uma condição de pleno emprego (4,3%) e todos nós vimos o que aconteceu.

Enquanto tínhamos motivos para comemorar, a mídia logo tratou de inventar (sim, naquela ocasião foi no início mesmo uma invenção) uma grave crise econômica cuja grande responsável era a presidenta Dilma, mesmo sendo ela reconhecida como ótima gestora.

A Fiesp, inconformada com o baixo índice de desemprego, tratou logo de financiar o golpe que iria tirar Dilma da presidência.

Pouco antes da derrubada de Dilma, os índices de desemprego voltaram a subir, mas nada comparável a Espanha, por exemplo.

Agora, com um governo usurpador e ilegítimo pós golpe, esses índices são alarmantes mas não vemos a mídia se incomodar com isso, por enquanto, tanto é que não são nem divulgados.

Fechamos agosto com 11,6%, na saída de Dilma, mas aguardamos ansiosos o índice do trimestre que fecha neste mês de novembro.

Só não sabemos se serão divulgados.

O governo Temer TEM que ser esticado até o fim do ano porque o golpe só pode ser concluído em 2017.

Explico: se o governo Temer cair em 2016, haverá eleições diretas para presidente. Lula poderá concorrer porque não foi condenado e certamente vencerá.

Se Temer cair em 2017 as eleições serão indiretas e quem votará serão os deputados federais.
Mamão com açúcar para os tucanos.


Portanto, aguardemos para 2017 as manchetes em letras garrafais sobre o “insuportável aumento do índice de desemprego que este governo incompetente não conseguiu conter”.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Paulo Freire nos ensinou mas não aprendemos

Por Fernando Castilho





''Olha, filho, não adianta. Político nunca olhou pra pobre e nunca vai olhar. Nós nascemos nessa desgraceira dessa vida e vai ser assim até o fim.''

O ano era 1989.

Lula estava em campanha para a presidência.

Eu fazia porta de fábrica na divisa com o município de Taboão da Serra.

Sentadas na calçada, em seu horário de almoço, duas operárias aparentando uns 50 anos.

Ao abordá-las, uma delas disse-me algo que nunca esqueci: ''olha, filho, não adianta. Político nunca olhou pra pobre e nunca vai olhar. Nós nascemos nessa desgraceira dessa vida e vai ser assim até o fim.''

Aquilo acabou com o meu dia.

Anos mais tarde, ao deparar-me com a obra de Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido, percebi que ele repetia, com outras palavras aquilo que a operária me dissera.

Há um dogma que o capitalismo passa aos pobres de pai para filho. O de que o fato de ter nascido pobre é como um desígnio de Deus. Portanto, é natural que ele aceite sua sina.

Então, a luta pela melhoria de sua situação no mundo é inglória e ele deve aceitar este fato com resignação.

Ao ver a direita vencer as eleições com tanta força em São Paulo, vejo que a operária e Paulo Freire nunca tiveram tanta razão.

Ficamos muitos de nós, do polo progressista, nas redes sociais e nas ruas, batalhando por um futuro melhor do povo paulistano, tentando reeleger um prefeito que possa fazer mais pela cidade e seus cidadãos.

Mas este povo, ao invés de juntar-se a nós, prefere simbolicamente dar o troco no partido do prefeito, que julga ser o único corrupto do país, coisa que a mídia lhe ensinou.

Mas Paulo Freire escreveu sua obra justamente para tentar por um fim nesse determinismo. Sua obra é libertadora.

Sinto que o erro da esquerda foi o de não fazer um trabalho junto ao povo para mostrar sua força. Nós não fomos libertadores, não formamos lideranças, não fortalecemos os movimentos sociais. O resultado está aí: Votação expressiva de Dória até na Zona Norte, onde sempre fomos fortes.

Serão dois anos de Dória na prefeitura. Depois ele sai para ser governador, enquanto Alckmin sai para ser presidente. Em seu lugar, fica Bruno Covas.

Dois anos de desmonte de tudo quanto é avanço. Um retrocesso.

Dois duros anos.

E nós, do campo progressista, o que faremos?

Continuaremos na quase desanimadora tarefa de tentar botar na cabeça do pobre que...ele é pobre, e pobre não pode esperar nada de governante rico.


A não ser descaso.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Por que Gilmar Mendes está armando um teatro?

Por Fernando Castilho





A Lava Jato foi criada não para prender os corruptos do país, mas sim para obter de empreiteiros, através de longas prisões preventivas, a tão almejada delação premiada que impicharia Dilma, prenderia Lula e destruiria o PT para que este nunca mais voltasse ao poder.

Eu vou tentar explicar a ''crise'' no Judiciário conforme a leitura que faço dos fatos.

Tudo na verdade começa em junho de 2013. Inicialmente foi pelos 20 centavos mas a mídia percebeu que tinha uma oportunidade de ouro para fazer despencar a popularidade de Dilma que caiu de cerca de 60% para 30% naquele mês.

A partir daí a mídia não deu um instante sequer de sossego para a presidenta. E por isso, ela quase perdeu o pleito da reeleição.

Iniciado o novo governo, foi a vez de Aécio e Aloysio Nunes começarem a sangrar Dilma como eles prometeram. A sabotagem foi tão grande que nada mais foi aprovado no Congresso e o país começou a ficar à deriva.

A mídia novamente começou a culpar a presidenta pelo insucesso de seu novo governo e tratou de começar a construir no imaginário popular a tese de que ela e Lula teriam levado propinas da Petrobras.

Começou a Operação Lava Jato comandada por um juiz que se travestiu de delegado, algoz e carcereiro.

A Lava Jato foi criada não para prender os corruptos do país, mas sim para obter de empreiteiros, através de longas prisões preventivas, a tão almejada delação premiada que impicharia Dilma, prenderia Lula e destruiria o PT para que este nunca mais voltasse ao poder.

Sobre a presidenta, como o juiz Moro não lograsse sucesso, criou-se uma obra de ficção que o povo desconhece, chamada de pedaladas fiscais que deveriam soar como crime de responsabilidade.

Ao mesmo tempo, Moro foi atrás de cotas que a esposa de Lula comprou de um apartamento tríplex que na verdade era a junção de 3 unidades de 90 m² no Guarujá. Compra a que Dona Marisa desistiu no início do ano e que pela qual pede devolução das parcelas pagas.

Em outra frente Moro tentava incriminar Lula por ele e sua família frequentarem um sítio em Atibaia, propriedade do filho de seu compadre e companheiro antigo de lutas, Jacó Bittar e de seu sócio.

Notas fiscais de um depósito de materiais de construção davam conta de que um engenheiro de uma empreiteira investigada teria comprado alguns materiais para reforma de uma cozinha.

Numa votação absolutamente constrangedora em que todos os motivos para o impeachment de Dilma foram citados menos o crime de responsabilidade, ela foi derrotada por deputados que têm contra si inúmeros processos.

Aprovado o golpe pela Câmara, chegou a vez do Senado afastar a presidenta pelas pedaladas fiscais.

O empresário Sérgio Machado, com medo de ser preso pela Lava Jato, gravou sua conversa com o senador Romero Jucá, um dos golpistas, obtendo dele a confirmação de que era preciso impichar Dilma e colocar Temer na presidência para que a sangria da Lava Jato fosse estancada.

Estava confirmada a verdadeira razão por trás do desejo do afastamento de Dilma.

O Ministério Público Federal inocentou Dilma dos crimes de responsabilidade. Mas isto não bastou para que ela fosse reconduzida ao cargo. A acusação agora passaria a ser ''conjunto da obra'', coisa que ninguém sabe dizer do que se trata.

Não havendo como incriminar Dilma e Lula na Lava Jato, Moro passou a aos poucos soltar os empresários que todo mundo que idolatra o juiz jurava que seriam condenados e presos, pois estes começaram a citar não Dilma, não Lula e não José Dirceu (este ninguém sabe dizer porque está preso), mas sim Aécio Neves (10 vezes), Aloysio Nunes e mais recentemente, José Serra (23 milhões) e o interino Temer (10 milhões).

Ou seja, os empreiteiros não têm mais ninguém do PT para delatar. Estão delatando tucanos e peemedebistas a rodo.

É preciso acabar agora com a Lava Jato. Urgente.

O problema é que primeiro Dilma tem que ser impichada e Temer assumir em definitivo para que a operação seja extinta.

O ministro do STF Gilmar Mendes nunca antes havia se oposto aos diversos vazamentos que ocorreram. Mas bastou a revista Veja mencionar em artigo que seu cãozinho de estimação, Dias Toffoli teria sido citado como tendo interferido na Lava Jato, para que ele passasse a odiar os vazamentos e a criticar severamente Moro.

A ideia por trás de toda essa encenação é pressionar Moro (que já cumpriu seu papel e pode ser descartado como foi Joaquim Barbosa após concluído o processo do mensalão) para que este encerre a Lava Jato.

É preciso agora vender a ideia de que o Ministério Público e Moro estão fazendo tudo de maneira ilegal.

A mídia deverá ter um papel decisivo na trama. Ela manipulou as pessoas para acreditarem no MP e no Moro. Agora deverá inverter o raciocínio. Observe que ela já começou a demonstrar ''indignação'' com o fato de promotores defenderem meios ilícitos para obterem resultados.

Gilmar navega na mesma onda do PT que sempre demonstrou muito descontentamento com os vazamentos. Observo nas redes sociais que muita gente da esquerda agora tece loas a Gilmar por ele criticar Moro. Ele vai conseguindo o que quer aos poucos. É esperto.

Encerrada a Lava Jato uma anistia deverá ser votada pelo Congresso para livrar todos os envolvidos na operação (menos Dirceu e Vaccari), inclusive Eduardo Cunha que voltará à presidência da Câmara. Isto já está em fase de elaboração.

Dilma deverá voltar a Porto Alegre.

Lula ainda poderá ser preso por qualquer coisa que inventarem pois ele precisa estar fora do pleito de 2018 porque se as atuais pesquisas de opinião se confirmarem, ele será eleito novamente. E isso a plutocracia que tão bem organizou o golpe, não pode tolerar.



quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Destruindo 10 mentiras que te contam e que te alienam

Por Fernando Castilho





Assim é que as mentiras ou as induções de pensamento agora são publicadas em manchetes garrafais nos jornais que ficam expostos nas bancas. Sabem que as pessoas que por ali passarão as lerão mesmo sem querer e já farão uma ideia e um juízo de um texto que jamais lerão.

O Brasil se tornou um país de milhões de alienados.

Pesquisa recente confirmou que 64% da população brasileira não acredita no que a mídia lhe informa.

O motivo são as manipulações, as meias-verdades, o conteúdo selecionado e até mesmo as mentiras que mais tarde não são desmentidas.

Sendo assim, é lógico que o brasileiro cada vez menos consome informação verdadeira.

As redes sociais deveriam se tornar um contra-ponto a este estado de coisas. Em certa partida, até são, com os diversos blogs de jornalistas sérios que checam as informações antes de tecer seus comentários.

Mas a grande verdade é que os mal-intencionados de plantão se aproveitam dessa fragilidade das pessoas e divulgam mentiras descabidas e boatos sem nenhum fundamento, alguns até mesmo bizarros, que serão compartilhados à exaustão e acabarão por se tornar ''verdades''.

A grande mídia, sabedora de que as pessoas já não querem mais ler, preferindo continuar em seu ''seguro'' mundo cor-de-rosa, apelam para mensagens quase subliminares.

Assim é que as mentiras ou as induções de pensamento agora são publicadas em manchetes garrafais nos jornais que ficam expostos nas bancas. Sabem que as pessoas que por ali passarão as lerão mesmo sem querer e já farão uma ideia e um juízo de um texto que jamais lerão.

O mesmo acontece com os tele-jornais, mormente o Jornal Nacional da Rede Globo. O programa é transmitido entre duas novelas. Neste intervalo as pessoas estão entregues a afazeres domésticos, mas a mensagem de seus locutores têm ótima dicção, são claras e até carregadas de certa emoção teatral, sendo impossível que os ouvidos não as captem mesmo sem querer.

Por isso, tomei a liberdade de juntar alguns fatos consagrados como ''verdades'' e destruí-los, à luz de simples pesquisas que as pessoas, por seu estado de torpor e de alienação, não se dispõem a fazer.

1 – JOSÉ DIRCEU FOI CONDENADO NO MENSALÃO POR SER O CHEFE DA QUADRILHA QUE ASSALTOU O BRASIL!
Fato: Nada ficou provado contra Zé Dirceu. Ele foi condenado com base num instrumento criado na 2ª Grande Guerra para poder punir os comandantes militares nazistas que, de outra forma não poderiam ser condenados pois eles mesmos, por suas próprias mãos, não teriam cometido crimes de guerra. O Domínio do Fato pune alguém que, por sua posição de comando, teria necessariamente que ter conhecimento de crimes praticados.
Zé Dirceu era o sucessor lógico de Lula para a disputa da presidência em 2010 e portanto teria que ser condenado para que ficasse inelegível. Lula não teria outro nome a lançar, o que o obrigou a investir seu prestígio na candidatura de Dilma Rousseff, até então uma quase que desconhecida.

2 – A OPERAÇÃO LAVA JATO PRENDEU O TESOUREIRO DO PT, JOÃO VACCARI NETO POR RECEBER PROPINAS PARA O PARTIDO!
Fato: Vaccari foi condenado por receber doações de empreiteiras para as campanhas do PT. Essas doações foram devidamente registradas.
É impossível distinguir dinheiro advindo de propina com dinheiro legal, uma vez que ele não é marcado. Os outros partidos também receberam doações, sendo que o PSDB recebeu um montante ainda maior que o PT. O tesoureiro do PSDB jamais foi incomodado.

3 – DILMA ROUSSEFF FOI AFASTADA DO GOVERNO POR CRIME DE RESPONSABILIDADE PREVISTO NA CONSTITUIÇÃO!
Fato: Embora os crimes de responsabilidade estejam realmente previstos na Constituição e possam efetivamente serem motivo de impeachment do mandatário da Nação, foi provado que tais crimes chamados de pedaladas fiscais não aconteceram. O Ministério Público Federal já inocentou Dilma quanto a isto.
Porém, no Senado a presidenta agora responde a algo intitulado como ''conjunto da obra'', uma tese totalmente abstrata e subjetiva para tentar impedi-la de voltar.
Agora sabemos, através dos áudios vazados do senador Romero Jucá, principalmente, que o real motivo de pedido de impeachment da presidenta é o fato de que a Lava Jato estaria chegando no PSDB, PMDB e DEM. É preciso afastá-la definitivamente o mais rápido possível pois só assim, com Temer à frente do governo a operação será desmantelada.

4 – O JUIZ MORO QUER PRENDER LULA PORQUE ELE É CRIMINOSO!
Fato: Moro quer prender Lula mesmo que não haja crimes. O tríplex no Guarujá e o sítio em Atibaia não são de propriedade do ex-presidente e mesmo que fossem, possuir propriedades em valores coerentes com suas possibilidades não é crime.
A verdade é que Lula lidera todas as pesquisas de intenção de votos para a presidência em 2018 com cerca de 10 pontos percentuais em relação ao segundo colocado em todos os cenários possíveis. E a burguesia que manda no país não pode correr o risco de ficar mais 8 anos afastada do poder.

5 – A JUSTIÇA BRASILEIRA É CEGA E PRENDERÁ TODOS OS CORRUPTOS PELA OPERAÇÃO LAVA JATO, QUE COMO O PRÓPRIO NOME DIZ, LAVARÁ TODA INIQUIDADE DA NAÇÃO, DOA A QUEM DOER!
Fato: A Operação Lava Jato, desde o começo só tinha a intenção de direcionar seu jato contra os políticos ligados ao PT. Mais ninguém.
As pessoas ficaram extasiadas ao ver que o juiz Moro prendeu executivos da Petrobras, um doleiro criminoso e poderosos de empreiteiras que praticaram corrupção na empresa, mas a verdade é que, com as delações premiadas, um a um eles estão sendo soltos e vivendo felizes em suas mansões que construíram com dinheiro público.

6 – O STF É GUARDIÃO DA CONSTITUIÇÃO E A DEFENDERÁ A QUALQUER CUSTO!
Fato: o STF, se fosse realmente guardião da Constituição já teria reconduzido a presidenta ao seu cargo, uma vez que não há crimes contra ela.
O Supremo já deveria ter afastado o juiz Moro do comando da Lava Jato pela sua parcialidade. Um homem que conduz Lula coercitivamente sem acusação nenhuma, sem riscos para a sociedade e sem intenções de fuga, ao mesmo tempo em que não consegue localizar a esposa de Eduardo Cunha que já está há dois meses aguardando sua intimação, já deveria ter sido afastado do caso.

7 – O JUIZ MORO É A GRANDE ESPERANÇA DE SE LIMPAR O BRASIL!
Fato: Como já expliquei acima, Moro é parcial mas não é só isso.
Não se pode admitir um juiz que investiga, acusa e condena. Moro não é juiz, é inquisidor.
Além disso, o juiz já afirmou que lança mão, sem nenhum problema ético, de provas obtidas por meios ilegais, o que é uma ilegalidade.

8 – DILMA ACABOU COM O BRASIL E O VICE MICHEL TEMER ESTÁ EMPENHADO EM RECUPERAR O PAÍS!
Fato: Dilma não acabou com o país. As reservas são de 300 trilhões de reais (no governo FHC elas eram 10% disso), a inflação era muito mais baixa que no tempo de FHC e a credibilidade dos investidores estrangeiros, apesar de termos algumas notas rebaixadas, continuava alta.
O que Temer está fazendo é um verdadeiro desmonte das conquistas sociais de Lula e Dilma, um verdadeiro atentado contra a população mais sofrida do país aos trabalhadores.
Acabar com o SUS e criar planos populares de saúde atende aos planos de saúde que financiaram a campanha do ministro da saúde.
Acabar com o Ciência sem Fronteiras, o Fies e outras conquistas importantes na área da Educação faz parte do plano de privatizar todo o ensino público.
Acabar com o Minha Casa Minha Vida elimina qualquer possibilidade de que o pobre venha a conseguir atingir seu sonho de ter uma casa própria.
Acabar com o Bolsa Família criará uma legião de esfomeados que, sem ter outro recursos à sobrevivência, se retirará para as cidades e inchará ainda mais as favelas e áreas de risco.
Acabar com 13° salário e férias é um tiro no trabalhador assalariado.
Aumentar a idade mínima de aposentadoria para 70 anos destrói o sonho de quem está prestes a se aposentar e gozar o pouco que lhe resta de vida.
E tudo isso, sem passar pelo crivo da população, o que daria legitimidade às propostas.

9 - VIVEMOS EM UMA DEMOCRACIA!
Fato: Ela acabou com o golpe dado em Dilma, legitimamente eleita e ilegitimamente afastada.
Além disso, o presidente interino vem adotando medidas somente utilizadas nos tempos da ditadura, tentando, por exemplo, calar a voz daqueles que protestam contra ele. 

10 – A PETROBRAS ESTÁ FALIDA! VAMOS VENDER RÁPIDO!
Fato: A Petrobras nunca esteve falida. A empresa vem batendo recordes em cima de recordes e é exatamente por isso que o governo interino quer privatizá-la. Não tem nenhum compromisso com o país.

BÔNUS
11 - LULINHA É DONO DA FRIBOI!
Ah, aí já é demais. Nem vou perder mais meu tempo.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Temos que botar fogo nesse apartamento. você não acredita?

Por Fernando Castilho



Nos dias de hoje, escrevo, não sem nenhum receio pois sei que a Internet e as redes sociais possuem meios de detectar certas palavras-chave que podem comprometer o blogueiro perante este governo interino autoritário como nos tempos da ditadura.


Marx escreveu em meados de 1840, a maior verdade sobre como seria a convivência das pessoas após a Revolução Industrial.

De um lado, a burguesia que detém os meios de produção. Em número, insignificante.
De outro, o proletariado, que vende sua força de trabalho. Em número, a grande maioria.
Estas duas classes lutam entre si. São antagônicas.

O século 21 não envelheceu o pensador alemão. Ele continua atual.

Paulo Freire, marxista, afirmou que entre os oprimidos (nome que ele deu aos proletários) há uma grande maioria que, ingenuamente ou não, defende o opressor (burguês) por várias razões.

Após acompanhar a votação no Senado que colocou Dilma Rousseff no banco dos réus sem ter cometido nenhum crime, com a total anuência do presidente do Supremo, Lewandowski, observei as reações, não de meus amigos progressistas, mas sim dos outros.

Nada.

A imensa maioria da classe média brasileira joga o jogo da burguesia, como se dela fizesse parte.

É essa classe média, que Darcy Ribeiro classificou de ranzinza, que assiste calada à injustiça cometida contra Dilma e ao desmonte dos programas sociais empreendido pelo interino golpista, Michel Temer.

E é essa mesma classe média que Marilena Chauí classificou de atraso de vida, estúpida, reacionária, conservadora, ignorante, petulante, arrogante e terrorista.

A burguesia brasileira que comandou o país por 500 anos vê agora sua última chance de colocar a casa grande em ordem e, por isso, convoca sua eterna massa de manobra, a classe média e também a pobre, para fazerem o jogo sujo.

Para isso, lança mão de lacaios subservientes e populares para seu intento, como Suzana Vieira, por exemplo.

Após a derrota de Dilma, fica evidente que ela será defenestrada na votação final, a menos que algum fato novo aconteça.

O fato novo, na verdade não é novo.

Estamos constantemente vivendo uma luta de classes, como disse Marx. Nada mais antigo, portanto.

E como se vence uma luta em que nós somos 99% e os dominadores, apenas 1%?

Não é hora de contemporizar.

Não é hora de perdermos tempo refletindo sobre nossas ações.

É hora de irmos pras cabeças, como dizia meu pai.

É hora de fazer valer os 99%, ou que seja, os 54 milhões de votos.

Invadir o congresso, tirar de lá os corruptos inimigos do povo.

Nos dias de hoje, escrevo, não sem nenhum receio pois sei que a Internet e as redes sociais possuem meios de detectar certas palavras-chave que podem comprometer o blogueiro perante este governo interino autoritário como nos tempos da ditadura.

Mas arrisco a defender que temos que botar fogo nesse apartamento. Você não acredita?

A hora é agora, não espera acontecer.

Ou acabamos já com a palhaçada, ou enfrentaremos um retrocesso que nos levará de volta, pelo menos aos anos 80.

Portanto, não se trata mais de protestos aqui e ali. Precisamos de ações concretas e marcantes.


domingo, 7 de agosto de 2016

Do golpe à ditadura

Por Fernando Castilho

Charge: Simanca

Na França bastou Hollande cogitar em mudar a legislação trabalhista e o povo francês saiu às ruas e pôs fogo em carros, fechou estradas e ameaçou incendiar o país. O governo voltou atrás.
No Brasil, como a confirmar Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil, o brasileiro continua conciliador e avesso aos extremismos.


Bem, gente, o espetáculo de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro foi realmente muito lindo e mostrou ao mundo a enorme capacidade que os brasileiros têm de organizar, como foi com a Copa do Mundo.

A mídia, agora, não fala em outra coisa. Parece que nada mais acontece no Brasil. Só as Olimpíadas.

O grande perigo é deixar-nos inebriar pelas competições e esquecer o mundo real, perigoso e hostil.

A presidenta Dilma Rousseff está sofrendo um processo de impeachment com base em crimes de responsabilidade, devido às pedaladas fiscais. A Câmara dos Deputados já a condenou.

No Senado, enquanto as discussões ocorriam, o Ministério Público Federal inocentou Dilma dos crimes de responsabilidade fiscal.

Mas mesmo assim, o Senado vai adiante alegando agora que o impeachment será fundamentado num abstrato ''conjunto da obra''.

Dilma foi derrotada por goleada na comissão, por 14 a 5.

Não tenham dúvidas de que ela será afastada e o interino será confirmado no cargo.

Temer, já durante as Olimpíadas, vem mostrando a que veio. Muita truculência com quem leva faixas e cartazes aos estádios, contrárias a ele.

Não há lei que proíba os manifestantes, mas a lei, ora a lei, ele desrespeita.

Temer fará o desmonte do Estado.

Todos os programas sociais serão extintos.

A CLT será extinta.

O SUS será extinto.

O salário mínimo não mais será reajustado automaticamente.

A idade mínima para a aposentadoria será estendida.

A Educação será privatizada.

O Supremo não mais se posiciona sobre nada do que está acontecendo no Brasil. Os delitos contra a Constituição são flagrantes mas o STF não age, parecendo mesmo ser parceiro nas ilegalidades.

Na mesma frente, o ministro tucano Gilmar Mendes, abre processo para extinção do Partido dos Trabalhadores, o que serve muito bem à uma ditadura.

Há um ano atrás, o jornalista Paulo Nogueira e o ex-deputado Ciro Gomes garantiram ao povo brasileiro que não haveria golpe.

Nogueira já reviu sua posição mas até agora, Ciro não.

Agora não se fala mais na possibilidade de golpe. Ele já se consolidou.

Agora é hora de aceitarmos que já está tudo consolidado.

Agora é hora de passarmos a acreditar que vivemos sob uma ditadura.

Não é uma ditadura militar, mas sim, civil.

Na França bastou Hollande cogitar em mudar a legislação trabalhista e o povo francês saiu às ruas e pôs fogo em carros, fechou estradas e ameaçou incendiar o país. O governo voltou atrás.

No Brasil, como a confirmar Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil, o brasileiro continua conciliador e avesso aos extremismos.


Extremismos de que precisamos urgentemente neste momento.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

O Socialismo nunca dará certo no Brasil, sabe por quê?

Por Fernando Castilho







Sérgio Buarque de Holanda em sua grande obra Raízes do Brasil, nos ensina que os colonizadores portugueses impuseram ao povo brasileiro, como herança, um enorme senso personalista.
É assim que, nós, brasileiros, somos fadados a um comportamento bastante diferente dos povos do resto do mundo.

Somos, principalmente, incapazes de pensar coletivamente, sempre descambando para o mais completo individualismo.

Pensar individualmente significa negar qualquer possibilidade de ajuda ao próximo, de trabalho em equipe, de cooperativismo, enfim, de tudo aquilo que seja para o bem de uma coletividade.

Antes da abolição, os escravos eram discriminados menos por sua cor e mais pela sua pequena importância enquanto simples trabalhadores braçais, incapazes de colocar em sua obra sua assinatura.

Após a libertação dos escravos, os pobres é que passaram a ser discriminados pela elite e continuam assim até hoje.

Vou chamar aqui de brasileiro aquele pobre que se julga capitalista e de direita, a classe média e a elite mais rica que manda no Brasil, incluindo a classe política, o Judiciário e a mídia. Que me desculpem os outros brasileiros.

Peço também que não se interprete o texto como uma simples manifestação de viralatice. Não é isso.

Assim é que:
o brasileiro odeia o bolsa família porque não suporta que uma migalha seja retirada de seus impostos para matar a fome de crianças que nada têm a ver com ele;

o brasileiro não suporta a ascensão das classes menos favorecidas que realizam trabalhos sem importância;

o brasileiro odeia ver pobre viajando de avião porque não tem mérito para isso;

o médico brasileiro se recusa totalmente a clinicar nos grotões mas também odeia que outros médicos mais altruístas o façam;

o brasileiro esperneia ao ver que dinheiro de seu imposto está sendo aplicado na construção da transposição do Rio São Francisco, revoltando-se com o fato de que milhões de pessoas que não fizeram nada para adquirir o direito à água, serão beneficiadas;

o brasileiro não gosta da Democracia porque esta pressupõe direitos iguais para todos, ou seja, de maneira coletiva e não individualmente, onde ele pudesse ser privilegiado;

o brasileiro não gosta da Democracia também, pelo fato de que ela pressupõe que o poder seja emanado do povo e seja exercido pelo povo e para o povo. Ele não é povo, ele é ele;

o brasileiro gosta de ser manipulado, afinal, a liberdade de pensamento pressupõe um certo grau de organização coletiva que ele odeia;

o brasileiro também gosta da ditadura pois esta vai contra a Democracia que ele odeia. Os ditadores e também seus heróis passageiros como Cunha, Moro, Bolsonaro, Frota, são homens que se afirmam com pensamento individualista, egoísta e autoritário. Suas decisões nunca serão tomadas dentro de um coletivo, respeitando as opiniões divergentes e acatando a maioria;

o brasileiro adora a meritocracia embora ele a persiga e nunca a alcance. A meritocracia é o símbolo máximo de que o trabalho individual, e não em equipe, eleva o homem ao seu patamar mais alto;

o brasileiro adora Miami pois a cidade é o símbolo de que as ações individuais e egoístas do capitalismo deram certo. Cada um brigou pelo seu e todos prosperaram. Só se recusa a ser informado de que na mesma cidade há uma enorme favela onde moram aqueles que foram destruídos pelo sistema;

o brasileiro adora pagar planos de saúde. Assim ele evita o SUS, que embora tenha algumas unidades que funcionam muito bem, é coisa para pobre. E muitas vezes quando necessita de algum procedimento cirúrgico, escolhe médicos e hospitais fora da rede conveniada e paga do próprio bolso. Afinal, por que se utilizar de um plano de saúde que atende um grande número de pessoas se ele pode ser atendido de maneira diferenciada?

O brasileiro não sai às ruas para reivindicar segurança pública. Ele prefere individualmente se mudar para um condomínio fechado, com segurança privada e blindar seus carros;

o brasileiro detesta reuniões onde vários pontos de vista são discutidos para se chegar a uma decisão. Prefere que alguém dê um soco na mesa e decida, mesmo que ele tenha argumentos contrários;

o brasileiro entra nas redes sociais para mandar nelas, afinal, elas lhe garantem esse espaço e esse direito. Ele revelará, ainda que anonimamente, que segue fielmente seus instintos mais selvagens sem se preocupar com qualquer reflexão sobre o que seja certo ou errado. No Facebook o brasileiro, enfim é rei;

o brasileiro viu seu time que só tinha Neymar perder de 7 a 1 para uma Alemanha que praticou o futebol coletivo. Mas sonha em dar o troco justamente utilizando-se do mesmo futebol baseado em jogadas individuais de um único jogador;

o brasileiro quer ser VIP, mesmo que em sua própria casa seu cachorro tenha mais importância que ele;

o brasileiro quer as leis a seu favor, afinal, ele é egoísta e individualista. Às favas com as leis que servem para todos. É por isso que o brasileiro idolatra o juiz Moro que pune somente as pessoas ligadas ao PT e poupa todos os outros que são a grande maioria no escândalo investigado pela Operação Lava Jato;

O brasileiro não suporta um governo de esquerda, mesmo que seja esquerda meia boca como foram os do PT, e mesmo que ele ganhe dinheiro com isso, como realmente ganhou. Governo de esquerda está ligado a Socialismo.

E Socialismo lhe causa arrepios, não porque seus bens tivessem que ser expropriados, mas sim porque os pobres iriam melhorar de vida com isso.

E, egoísta como é, ele não suporta isso. 

Pode o socialismo ser implantado em todo o mundo, um dia. O Brasil será o último a aderir.

Se aderir...


quarta-feira, 27 de julho de 2016

Poderíamos ser decentes, mas não somos

Por Fernando Castilho

Charge: Renato Aroeira

Após Dilma ter sido INOCENTADA pelo MPF, o Senado agora defende que ela deve ser afastada por uma abstração chamada ''conjunto da obra''.
Nessa caixinha cabe qualquer coisa que se queira colocar dentro dela, inclusive que ela é dentuça.

O motivo alegado pelo Congresso para o impeachment de Dilma foram as pedaladas fiscais.

Ninguém sabia o que era isso. Alguns pesquisaram e descobriram que não eram crimes. Outros se limitaram a repetir como papagaios o que a mídia e os deputados e senadores diziam e passaram a se manifestar como quem é dono da razão.

O tempo passou e os peritos que depuseram no Senado provaram que pedaladas não eram crimes.

O Ministério Público Federal se pronunciou e determinou que não foram cometidos crimes de responsabilidade. Dilma foi INOCENTADA, mas nem por isso o Supremo acabou com a palhaçada. .

Os que juravam de pés juntos que havia crimes se calaram. Mas nunca se envergonharam ou se arrependeram. Nunca admitiram que cometeram uma injustiça.

Agora o Senado encontrou outra forma para prosseguir com o impeachment.

Defende que Dilma deve ser afastada por uma abstração chamada ''conjunto da obra''.
Nessa caixinha cabe qualquer coisa que se queira colocar dentro dela, inclusive que ela é dentuça.

A condenação pelo ''conjunto da obra'' é totalmente inconstitucional pois a Carta Magna prevê que um presidente só pode sofrer impedimento caso haja comprovação de crimes de responsabilidade cometidos diretamente por ele. Não há.

Mas a casa encontrou um artifício para isso.

Agora os senadores alegam que o legislativo tem o direito de fazer um julgamento político.

Ora, se antes havia quem negasse, agora fica totalmente escancarado o golpe.
E esse golpe não é somente contra Dilma ou seu partido, mas sim contra a Democracia.
É muito chato mas é verdade. Se as pessoas que apoiam o golpe tivessem um mínimo de apreço pela Democracia tão duramente conquistada, já teriam parado o Brasil e restabelecido o governo.

Mas não. Democracia é um conceito vago e desprezível para elas.

Preferem ficar escondidinhas, morrendo de medo das medidas totalmente impopulares do vice golpista que as atingirão em cheio também.

Hanna Arendt disse que não há como condenar alguém por omissão, mas há que se lhe dar o desprezo.


Demos o desprezo, então.

sábado, 23 de julho de 2016

Por uma escola libertadora!

Por Fernando Castilho


O que me surpreende na aplicação de uma Educação realmente libertadora é o medo da liberdade.
Paulo Freire

O senador pastor evangélico Magno Malta é o autor do projeto Escola sem Partido.

O nome do projeto é equivocado de propósito. Ninguém realmente gostaria que professores filiados a um partido político fizessem de suas aulas palanques eleitorais. Nisso o pastor foi bem malandro.

O nome correto do projeto seria Escola sem Pensamento Crítico.

É isso que o senador pastor quer emplacar. Por que?

Desde cedo as crianças são levadas às igrejas pelos seus pais para ouvir salmos e outras belas passagens da Bíblia que doutrinam seu pensamento. Outras passagens mais crueis não são mostradas.

A criança cresce e, se prossegue nos estudos, começa a receber aulas de História, Sociologia, Filosofia, Física, Biologia...

Seu pensamento então vai aos poucos mudando ao receber conhecimento dessas áreas variadas.

E é lógico que o poder de crítica também vai se desenvolvendo.

De repente, o jovem deixa de comparecer aos cultos porque já não os vê com o mesmo sentido de antes.

Os questionamentos passam a ser vários, afinal, já há explicação para quase tudo na Ciência.

A figura do pastor ficou distante, uma vez que aquele homem não tem a formação adequada para manter esse jovem dentro do rebanho.

O pastor falava que gay não era filho de Deus mas na escola tem uns caras bem legais e a turma toda tolera. Por que eu não toleraria também, pensa o jovem.

Com o pensamento crítico desenvolvido, o jovem passa a questionar a validade de se pagar um dízimo todo mês para manter não só a igreja mas também as despesas e o padrão de vida do pastor, que ele percebe, ultrapassa em muito sua própria condição.

Pronto. O jovem nunca mais volta à igreja. Uma ovelha foi perdida. E o que é pior, muito pior, mais um dízimo deixou de ser arrecadado. É só isso que importa. Mais nada.

Escola sem Pensamento Crítico faz os jovens pensarem e isso os liberta dos pastores.

Certíssima a frase de Paulo Freire lá em cima. E é por isso que os defensores do Escola sem Partido o atacam.



sexta-feira, 22 de julho de 2016

Feliz Dia dos Amigos! Ma non troppo!

Por Fernando Castilho




E passou o Dia do Amigo.

Pensei em postar algo legal, mas por fim achei que seria hipocrisia de minha parte pois não sairia do meu coração.

Tenho 600 amigos no Facebook, mais do que gostaria de ter, afinal, quantidade não significa qualidade.

Mas uma boa parte deles, nestes tempos de modernidade líquida em que vivemos, correspondem muito bem às minhas expectativas. Alguns nem conheço pessoalmente ainda, mas quero conhecer.

Porém, a maioria de meus amigos do Facebook não me torna feliz. Pelo contrário.

Amigo é pra se guardar no lado esquerdo do peito, assim falava a canção. 

Numa situação como esta em que vivemos, um verdadeiro divisor de águas ideológico, cada um se define por um lado.

Até aí, natural, afinal temos que conviver com as diferenças. E eu tento ser plural.

O problema é quando nos deparamos com uma situação em que estamos sobre o fio de uma navalha.

A maioria de meus amigos, embora respeitosamente tenham se mantido discretos em seu posicionamento, não gosta da presidenta Dilma. Normal, afinal, eu também não gosto.

Porém, ao se votar o impeachment de Dilma, o motivo alegado foram as pedaladas fiscais consideradas crimes de responsabilidade.

Óbvio, todo criminoso tem que ser punido e Dilma não fugiria à regra.

Sair às ruas pedindo o impeachment de Dilma, para quem não conhecia os detalhes do que significam as pedaladas, também seria natural, afinal, a mídia bombardeava isso dia e noite e muitos incautos foram enganados.

Agora, porém, quando o Ministério Público Federal inocentou a presidenta, já não há mais o motivo de crime.

Embora ainda não goste de Dilma, por Justiça, ela deve ser reconduzida ao cargo. E terminar seu mandato, pois foi eleita para isso.

Achava que meus amigos do outro lado iriam rever suas posições e dizer: ah, mas então ela é inocente! Foi injustiça! Ela deve continuar, então.

Qual nada.

Acho que o pensamento é que pelo menos uma vez na vida vão ser a favor da injustiça porque querem Dilma fora.

Ou seja, deixa eu pecar uma vezinha só. Depois eu volto ao meu normal que é ser justo, honesto e de consciência limpa.

Não, a Democracia foi desrespeitada e meus amigos estão maculados.

Não se pronunciaram, não reviram suas posições, não se retrataram.

Que me desculpem se quiserem.

Se não quiserem, fiquem à vontade. Sei quem são e embora possa tratar bem a todos pois sou educado, saibam que a relação nunca será a mesma.

Não julguem que é por divergências ideológicas que se acirram nestes tempos. Não é. Como disse acima, convivo bem com isso.

E nem falei dos verdadeiros criminosos que ajudaram a colocar no poder e que podem lhes retirar os direitos trabalhistas.