Charge: Simanca |
Na
França bastou Hollande cogitar em mudar a legislação trabalhista e
o povo francês saiu às ruas e pôs fogo em carros, fechou estradas
e ameaçou incendiar o país. O governo voltou atrás.
No
Brasil, como a confirmar Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do
Brasil, o brasileiro continua conciliador e avesso aos extremismos.
Bem,
gente, o espetáculo de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de
Janeiro foi realmente muito lindo e mostrou ao mundo a enorme
capacidade que os brasileiros têm de organizar, como foi com a Copa
do Mundo.
A
mídia, agora, não fala em outra coisa. Parece que nada mais
acontece no Brasil. Só as Olimpíadas.
O
grande perigo é deixar-nos inebriar pelas competições e esquecer o
mundo real, perigoso e hostil.
A
presidenta Dilma Rousseff está sofrendo um processo de impeachment
com base em crimes de responsabilidade, devido às pedaladas fiscais.
A Câmara dos Deputados já a condenou.
No
Senado, enquanto as discussões ocorriam, o Ministério Público
Federal inocentou Dilma dos crimes de responsabilidade fiscal.
Mas
mesmo assim, o Senado vai adiante alegando agora que o impeachment
será fundamentado num abstrato ''conjunto da obra''.
Dilma
foi derrotada por goleada na comissão, por 14 a 5.
Não
tenham dúvidas de que ela será afastada e o interino será
confirmado no cargo.
Temer,
já durante as Olimpíadas, vem mostrando a que veio. Muita
truculência com quem leva faixas e cartazes aos estádios,
contrárias a ele.
Não
há lei que proíba os manifestantes, mas a lei, ora a lei, ele
desrespeita.
Temer
fará o desmonte do Estado.
Todos
os programas sociais serão extintos.
A
CLT será extinta.
O
SUS será extinto.
O
salário mínimo não mais será reajustado automaticamente.
A
idade mínima para a aposentadoria será estendida.
A
Educação será privatizada.
O
Supremo não mais se posiciona sobre nada do que está acontecendo no
Brasil. Os delitos contra a Constituição são flagrantes mas o STF
não age, parecendo mesmo ser parceiro nas ilegalidades.
Na
mesma frente, o ministro tucano Gilmar Mendes, abre processo para
extinção do Partido dos Trabalhadores, o que serve muito bem à uma
ditadura.
Há
um ano atrás, o jornalista Paulo Nogueira e o ex-deputado Ciro Gomes
garantiram ao povo brasileiro que não haveria golpe.
Nogueira
já reviu sua posição mas até agora, Ciro não.
Agora
não se fala mais na possibilidade de golpe. Ele já se consolidou.
Agora
é hora de aceitarmos que já está tudo consolidado.
Agora
é hora de passarmos a acreditar que vivemos sob uma ditadura.
Não
é uma ditadura militar, mas sim, civil.
Na
França bastou Hollande cogitar em mudar a legislação trabalhista e
o povo francês saiu às ruas e pôs fogo em carros, fechou estradas
e ameaçou incendiar o país. O governo voltou atrás.
No
Brasil, como a confirmar Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do
Brasil, o brasileiro continua conciliador e avesso aos extremismos.
Extremismos
de que precisamos urgentemente neste momento.
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