sábado, 9 de julho de 2016

80 horas semanais, 6 dias por semana

Por Fernando Castilho



Um projeto de um deputado aloprado e ignorante quer proibir que as escolas ensinem Marx. Ao mesmo tempo o presidente da CNI propõe ao interino golpista que a legislação trabalhista mude e adote uma jornada de trabalho de 80 horas semanais. Coincidência?


Ok, querem proibir doutrinação ideológica nas escolas.

Mas como não falar de Marx (o Cristo a ser crucificado pela direita), Engels ou mesmo Durkheim, Max Weber, Thomas Morus, ou mesmo, Milton Friedman e Adam Smith?

Como não falar de Hitler? Tem que falar de Hitler!

Mas enquanto este debate ocorre, vemos que um senhor, que representa a Confederação Nacional das Indústrias, vai ao interino golpista apresentar uma proposta de mudar a legislação trabalhista impondo uma jornada de trabalho de 80 horas semanais (12 horas por dia, 6 dias por semana) como forma de recuperar a indústria brasileira.

Ele se aproveita que o governo não é Lula e não é Dilma, mas é um interino fraco, neo-liberal e de direita.

Recuperar a indústria? Balela, aumentar o lucro. Aumentar a mais-valia de que Marx falou.
Marx, para a nossa consciência, já que não pertencemos à classe dominante, a burguesia, afirmou que há uma luta de classes necessária.

Quer queiramos ou não, ela existe e sempre existirá.

É um cabo de guerra constante. E se você cochila, o outro lado avança. A burguesia sempre, eternamente, há de impor sua busca incessante pelo lucro à custa de recursos naturais, destruição ambiental, trabalho escravo, o que for.

Cabe a nós, proletários (e é difícil e doloroso nos afirmarmos como proletários pois sempre achamos que fazemos parte de uma classe média prestes a chegar ao topo) rechaçar qualquer proposta indecorosa e injusta que nos faça retroceder até a Revolução Industrial.

1 (hum) por cento da população concentra metade da riqueza mundial.

Portanto, não estou escrevendo para eles, mas sim para os 99%.

Embora muitos se prestem ao trabalho de defender o 1% dominante.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Forte cheiro de uma grande trama sendo urdida

Por Fernando Castilho
Charge por Pataxó: http://pataxocartoons.blogspot.jp/


Charge: Pataxó



Após ficar claríssimo que uma trama foi costurada para afastar Dilma Rousseff da presidência e colocar em seu lugar seu vice para que a sangria da Lava Jato fosse estancada, o que estará sendo tramado neste exato momento nas caladas das noites do poder?



Era 21 de março de 2013. Dilma, segundo a pesquisa Datafolha, descansava tranquila com 65% de aprovação.

Em 28 de junho, após as manifestações, começou o inferno astral da presidenta. Despencou para 25%, queda de inacreditáveis 40% em apenas dois meses!

Pensando muito rapidamente, o que fez com que as pessoas deixassem de considerar seu governo como bom e passassem a achá-lo péssimo, tão rapidamente? O que mudou?

Nada.

E a presidenta só se reelegeu à custa de muito esforço, mas também com uma ajudazinha de Eduardo Campos que viria a falecer em condições ainda não satisfatoriamente esclarecidas, fazendo com que Marina Silva, sua vice, viesse a embolar a disputa.

Uma vez reeleita, Dilma mostrou um novo figurino, neoliberal, talvez destinado a tentar mais apoio para governar.

O tiro foi errado pois a direita tinha sua preferência, justamente o derrotado Aécio Neves que passou a ter noites insones na obsessão de, de alguma forma acabar com o novo nascituro governo.

Nesse intento, não poupou esforços para primeiro pedir recontagem de votos, depois pedir auditoria no TSE e por fim, entrar com ação de cassação do mandato de Dilma.

Naquele momento a operação Lava Jato começava a tomar mais corpo com as prisões de empreiteiros poderosos e do tesoureiro do PT, João Vaccari.

A mídia passou a trabalhar vigorosamente para colocar no banco dos réus da operação o PT todo, como se todos os bandidos fosse do partido.

Naquele momento ainda não tínhamos um quadro real do que estava acontecendo.
As melhores análises iam até o ponto de chegar a uma conclusão de que a Lava Jato pretendia tão somente o impeachment de Dilma e a prisão de Lula, conseguindo ao mesmo tempo depor a presidenta e inviabilizar a vitória do PT em 2018.

Mas desde o começo deste ano fomos percebendo que era cada vez maior o número de políticos de outros partidos envolvidos em delações premiadas e denúncias.

Cunha era o campeão das falcatruas, um exagero de gatunice. Roubava em qualquer ambiente em que estivesse e mandava na Câmara.

Aécio já vinha sendo denunciado várias vezes na lista de Furnas.

A conclusão definitiva do que realmente estava a acontecer já se delineava. A operação toda tinha a motivação de, além de criminalizar o PT, defenestrar Dilma para que outra pessoa fosse colocada no poder, no caso o vice, com a missão de desmontar a operação Lava Jato, impedindo que ela chegasse aos verdadeiros tubarões envolvidos nas propinas da Petrobras, os políticos do PMDB, PSDB e DEM.

Cunha tratou de rapidamente realizar aquela vexatória votação na Câmara que encaminharia Dilma para seu julgamento pelo Senado.

O Senado trataria de dar continuidade ao golpe nomeando como relator do processo o tucano Antonio Anastasia.

Não adiantou o PT esbravejar e o ministro José Eduardo Cardozo, com didatismo impressionante, fazer a defesa de Dilma. A oposição tinha a ideia fixa.

Foi quando apareceram as gravações de áudio de Romero Jucá, Sarney e Renan Calheiros gravadas por Sérgio Machado.

A partir disso ficou claríssimo o que já suspeitávamos sem nenhuma prova. Tudo nunca passou de um conluio entre a oposição, a mídia e o judiciário, inclusive com a participação de ministros do STF para que Temer assumisse o governo e desmantelasse a Lava Jato e estancasse essa sangria, nas palavras de Jucá.

Nem vou falar aqui da qualidade ou falta de, do governo Temer. Sem comentários.

Agora, no mais novo capítulo da trama, o próprio Temer tem seu nome citado em delação premiada.

Então entram três fatores nesta análise:
1 – a grande pressão popular, que poderia, nos moldes da que acontece na França em protesto contra as reformas trabalhistas, ser muito mais incisiva e menos pacífica;

2 – o nível baixíssimo do governo interino que quer atacar as conquistas sociais dos trabalhadores para ''resolver'' a crise mas não mexe um centavo sequer no dinheiro dos ricos, além das pesquisas desfavoráveis de opinião;

3 – grande número de envolvidos na Lava Jato que fazem parte do primeiro escalão de governo, Temer incluído.

Portanto, meus amigos, o governo interino golpista Temer está com os dias contados. Sua queda se dará muito brevemente. Possivelmente por renúncia.

Quem poderá assumir?

Simplesmente não há ninguém. Sobraria Lewandowski, mas duvido que ele queira.

A única saída é a volta de Dilma.

Uma grande trama pode estar sendo urdida neste exato momento.

Dilma volta, satisfaz a esquerda e os movimentos populares e cumpre o resto de seu mandato.

Em contra-partida, Moro prende Lula e impede que ele dispute as eleições de 2018.

Há um forte cheiro disso no ar.


sábado, 11 de junho de 2016

Uma reflexão sobre o plebiscito proposto por Dilma

Por Fernando Castilho

Charge: Renato Aroeira


Muita gente da esquerda ficou eufórica com a ideia.
Mas será que ela é viável, ou foi só uma cartada de Dilma para desmoralizar de vez essa classe política abjeta de nossos dias?


Em entrevista a Luís Nassif na TV Brasil, Dilma Rousseff afirmou que pode, caso venha a ser reconduzida à presidência, propor um plebiscito para saber se o povo quer ou não novas eleições.

Muita gente de esquerda ficou eufórica com a ideia. Inicialmente fui frontalmente contrário uma vez que temos defendido com ardor a Democracia e a Constituição e isto pressupõe que ela exerça seu mandato até o fim.

Porém, ao refletir mais sobre o assunto, percebo que Dilma acaba de jogar uma cartada inteligente e que pode colocar toda a classe política numa sinuca de bico. Mas só isso.

Primeiramente, Fora Temer. Em seguida, vamos analisar a jogada e seus desdobramentos partindo do cenário em que a presidenta sairia vitoriosa da votação do impeachment no Senado, uma vez que de outra forma não seria possível a ela apresentar sua proposta.

Dilma sustenta que um plebiscito seria necessário para que se conserte o grave erro do desrespeito à Democracia, ou seja, um referendo popular legitimaria a eleição do novo presidente ao mesmo tempo em que um pacto para a governabilidade se estabeleça.

Há duas possibilidades. Ou Dilma propõe novas eleições para presidente, deputados federais, senadores e governadores ou somente para presidente.

No primeiro caso não vejo possibilidade de que seu projeto seja aprovado, uma vez que a classe política envolvida não vai querer ter seu mandato encurtado e, mais ainda, estará despreparada para a disputa de uma eleição tão próxima. Além disso, temos que lembrar que a Câmara dos Deputados,se pauta pelo que Cunha, preso ou não,  diz e manda. Inclusive o golpista interino, Temer.

Acho muito arriscado Dilma defender este plebiscito agora, justamente o momento em que ela precisa dos votos do senadores indecisos que devem ter urticária somente ao ouvir falar da proposta.

Mesmo que haja grande pressão popular, não acho que deputados e senadores apoiem a emenda.

Caso a proposta valha somente para escolha de um novo presidente, há que se saber se o mandato será tampão, já que há eleições em 2018.

De qualquer forma, se a proposta for aprovada, Lula poderá ser imediatamente ou mais para a frente preso pois, segundo a última pesquisa CNI, o ex-presidente está à frente dos demais com folga. A plutocracia não correrá o risco.

Dilma na verdade busca, além dos 54 milhões de votos que recebeu, obter de volta sua legitimidade.

A jogada de Dilma conta com o fator tempo.

Fiz um cálculo rápido e concluí que após todos os precedimentos para que o plebiscito e as eleições se realizem, restará apenas um ano de governo para o novo presidente eleito.

Fica a pergunta: qual o candidato que se contentaria em governar por um ano apenas?

Portanto, falta à Dilma combinar com os russos.



domingo, 5 de junho de 2016

O fim próximo da aventura golpista

Por Fernando Castilho

Imagem do julgamento de Nuremberg


Até que a ponte para o futuro sombrio seja implodida, muita coisa ainda poderá acontecer, mas há a grande possibilidade de que Dilma seja reconduzida ao poder. A aventura golpista, terá então consequências devastadoras na vida dos principais atores envolvidos nela.

Vinte longos dias de presidência interina de Michel Temer.

Não vou perder tempo falando da qualidade deste governo porque todos já sabemos que ela não existe.

O fato, que se percebe pelos protestos nas ruas, é que o povo brasileiro não aceita Temer, portanto, ele, sem querer, com sua política que pune e sacrifica os pobres, acaba por se tornar a mola motriz da resistência no país inteiro.

Das medidas impopulares contra a população trabalhadora, Temer evoluiu para a mesquinhez de tirar a alimentação e proibir as viagens por avião da FAB da presidenta.
Tiro no pé. O povo brasileiro ainda é muito solidário e não tolera injustiças como essa.

Enquanto isso, pelos lados do Senado, Anastasia, relator do processo de golpe, não aceita a inclusão dos áudios vazados que comprovam que o impeachment foi uma armação para derrubar Dilma e possibilitar que um novo governo desse fim à Lava Jato. Além disso, quer apressar a votação para que não haja tempo para os senadores indecisos se decidirem pelo voto contrário.

O advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo recorre ao ministro Lewandowski para que este determine a inclusão dos áudios no processo. Se este cumprir a lei, o golpe sofrerá um duro golpe.

De qualquer forma, senadores como Cristovam Buarque, Romário e Acir Gurgacz já estão balançando e poderão votar pela permanência de Dilma. A corrida é contra o relógio mas há realmente agora a grande possibilidade da recondução de Dilma ao poder.

O fator povo é que pesa imensamente neste momento. A pressão popular é algo sensível aos senadores, homens sempre dependentes de votos que sabem que a maioria da população neste momento (cerca de 67%) já é contra o golpe.

Mas se Dilma voltar, qual será o novo cenário?

Dilma terá sua legitimidade dobrada e sua idoneidade atestada. Isto é muito forte.

O banho de povo que a presidenta está tomando também há de lhe fazer bem. Esperamos um governo mais à esquerda e mais voltado exatamente para os pobres.

Temer, que passará a ostentar na testa para todo o sempre a cicatriz risonha e corrosiva onde se lê GOLPISTA deverá sofrer o castigo amargo de sua aventura. Deverá renunciar.

Aécio Neves, duplamente derrotado, sairá muito enfraquecido do episódio. Pode ser até que tenha de deixar a presidência do PSDB, além da possibilidade em aberto de seu processo no STF, onde não se descarta a prisão.

José Serra, empenhado em destruir todo o trabalho diplomático edificado em anos anteriores de elevar a importância do Brasil no cenário mundial, sofrerá a humilhação de ver tudo voltar à normalidade. Seu sonho de vir a ser presidente vai virar um pesadelo.

Eduardo Cunha, derrotado em seu projeto golpista e já sem função dentro do consórcio constituido somente para tirar Dilma do poder, deverá enfim ser preso.

O senador Anastasia também é outro que deverá ser investigado pelo STF.

A mídia, principalmente a Globo, Estadão, Folha e Abril, por perderem a oportunidade de se apresentarem como pluralistas e optarem por insuflar o golpe, terão cada vez menos credibilidade e enfrentarão cada vez mais a concorrência da internet.

O STF, uma vez conquistado o reajuste salarial pretendido, poderá, enfim agir em defesa da Constituição, prendendo muitos dos políticos com foro privilegiado.

Lula poderá ser a moeda de troca do STF. Destrói-se o golpe, reconduz-se a presidenta ao poder, recupera-se a Democracia, mas em contra-partida prende-se Lula para que ele não possa disputar as eleições em 2018. Mas falta combinar com o povo.

Há atores menores que também traçaram seu futuro na aventura golpista.

É o caso de Janaína Paschoal que, de carro novo comprado com os 45 mil do PSDB, enfrentará o desconforto de ser uma professora sem nenhuma credibilidade junto aos seus alunos.

Miguel Reale Jr. será até o fim de sua vida apontado como co-autor de um parecer fraquíssimo, incapaz de servir de base ao impeachment de uma presidenta.

Hélio Bicudo, já no final da vida, queimou sua respeitável biografia. Não será lembrado como o homem que enfrentou o esquadrão da morte, mas sim como o jurista que agiu por sentimento de vingança e foi incapaz de discernir entre o Direito e o rancor.

E depois disso tudo, passamos à contagem regressiva para 2018, cujo cenário é por demais nebuloso neste momento.


terça-feira, 24 de maio de 2016

Teria sido a hora da Folha pular fora do barco do golpe?

Por Fernando Castilho



O áudio completo está em mãos do procurador geral da República, Rodrigo Janot, mas tudo sugere que a Folha já tinha em mãos a conversa e a manteve em sigilo durante todo este tempo por dois motivos.


Depois de revelado pela Folha de São Paulo o que boa parte do Brasil já sabia, que Dilma foi afastada por golpe, cabem algumas reflexões.

Por que o áudio da conversa, gravado em março, algumas semanas antes da votação do impeachment de Dilma pela Câmara, e só foi divulgado em 23 de maio?

O áudio completo está em mãos do procurador geral da República, Rodrigo Janot, mas tudo sugere que a Folha já tinha em mãos a conversa e a manteve em sigilo durante todo este tempo por dois motivos:

1 – aguardar o afastamento da presidenta.

2 – manter a posse de um tesouro.

E tento fundamentar o por quê de ''tesouro''.

Toda a grande mídia, Globo, Estadão, Abril e a própria Folha está em situação financeira muito ruim.

É certo que há um pacto antigo com o PSDB para que este, uma vez no poder, socorra as empresas.

Montou-se um complexo consórcio composto pela oposição, a mídia e, agora se confirma, também o Judiciário, para que Dilma fosse afastada do poder.

Tudo fora providenciado, exceto um crime para justificar a deposição da presidenta.

Mas pagando-se 45 mil reais para a advogada Janaína Paschoal, aproveitando-se do fato do jurista Miguel Reale Jr. ser filiado ao PSDB e do rancor vingativo de Hélio Bicudo para com o PT, conseguiu-se um parecer que depositou nas costas de Dilma as pedaladas fiscais e os créditos suplementares que, de maneira alguma configuram crimes de responsabilidade. Mas valeu, os deputados votaram pelo sim (Deus, família, esposa) e o Senado a afastou por 180 dias.

Tudo ia muito bem, exceto por um imenso detalhe: havia no caminho o povo.

E quem mais insuflou o povo a sair às ruas para protestar foi o próprio presidente interino, Michel Temer, ao anunciar um ministério só de homens, como 7 investigados na Lava Jato, duras medidas econômicas e a supressão de vários programas sociais, além da extinção do Ministério da Cultura.

Muitas pessoas que antes apoiavam a saída de Dilma passaram então a não apoiar o governo interino pois perceberam que tiraram o ruim para colocar o péssimo no lugar. Temer chegava a 94% de rejeição.

A imprensa internacional se manifestou contra o golpe e nenhum presidente de nenhum país reconheceu o novo governo.

Em Cannes, os atores do filme Aquarius, numa cena comovente, mostraram plaquetas denunciando o golpe para o mundo todo ver.

Além disso, pode ter pesado na decisão da Folha o próprio teor da gravação. Sérgio Machado, se enviado para Moro, haveria fácil fácil de fazer delação premiada para salvar sua pele. E ele sugere que delataria mesmo. A casa cairia pra muita gente e o primeiro ''a ser comido'' seria Aécio Neves.

O governo Temer começou a ficar insustentável.

A Folha, que tinha como trunfo o áudio guardado, ao perceber o barco afundando, deve ter resolvido então fazer uso dele para detonar o governo Temer.

Por que?

Bem, uma vez isolando-se como único órgão de imprensa a adotar uma atitude que pode reconduzir Dilma de volta à presidência, a Folha pode teoricamente se cacifar como a única empresa de mídia apta a negociar com o governo uma ajuda do BNDES. Se Dilma aceitaria, não é muito provável mas continuar a apoiar o golpe parece que já não daria mais. Afinal, mais dia, menos dia, a casa haveria de cair mesmo.

Então tanto faz se cair daqui há pouco tempo ou agora.

Teria sido esta a hora de saltar do barco?


domingo, 22 de maio de 2016

Quase tudo pode ser de esquerda ou de direita

Por Walter Falceta



Nem de longe, a definição binária de esquerda e direita oferece caminho na busca de uma filiação ideológica.
Considerando que a interrogação se apresenta todos os dias, seguem as pistas.

Nosso problema de grosso calibre é a referência da cartilha. Segundo ela, a esquerda cerra fileiras com o trabalho; a direita, com o capital.
Nem de longe, no entanto, essa definição binária oferece caminho na busca de uma filiação ideológica.
Considerando que a interrogação se apresenta todos os dias, seguem as pistas.
O humano de esquerda busca a felicidade. Ponto! O humano de direita também, mas pelo sucesso. E quase sempre o sucesso se mede pelo patrimônio.
Não bastou?!
Sigamos, pois!
O humano de esquerda busca o avanço. O humano de direita também, mas não se importa de chegar sozinho (ou com poucos pares) ao destino.
Percebeu agora a diferença? Não? Vamos em frente...
Durante a caminhada, o humano de esquerda usa a mão como apoio. Ela frequentemente está voltada para trás ou para baixo, para trazer ao trajeto aquele que se atrasou ou caiu.
O humano de direita também, mas sua mão busca a corda que o levará antes ao outro lado do rio. É aquela que vai remar mais rapidamente. E agarrará, ainda que solitária, a última passagem no trem que atravessa a fronteira.
O humano de esquerda tende a adorar sua família, aquela que começou na África e que hoje habita todos os continentes. Ela se inaugura em anônimos remotos e se resume em seus filhos.
O humano de direita também adora sua família, mas é aquela de seu núcleo particular e privado. Em defesa desta pequena célula social, ele estabelece seu código particular de valores.
O humano de esquerda busca a satisfação, é evidente. Porém, muito mais satisfeito está quando seus semelhantes gozam do mesmo conforto físico, mental e espiritual.
O humano de direita igualmente busca a satisfação, mas contenta-se com a própria ou aquela de seu clã.
O humano de esquerda adora competir, mas consigo mesmo. Ele pretende fazer melhor do que fez ontem e contribuir com seu coletivo. Quer dar a ele de acordo com suas possibilidades.
O humano de direita também compete, todos os dias, nas horas todas em que permanece desperto. Mas assim o faz para superar seus semelhantes. Quer dar a si mesmo todas as oportunidades.
O humano de esquerda coopera, cultivando um sentimento de solidariedade que atravessa as classes sociais. O humano de direita também coopera, mas com suas corporações de ofício, na defesa de seus interesses classistas.
O humano de esquerda exercita dia e noite a projeção dialética. Ele se sente também na pele dos famintos, dos desterrados, das vítimas do preconceito, dos escravizados, dos injustiçados, de todos os excluídos.
O humano de direita também se projeta dialeticamente no outro. Ele se mira nos que seguem no pelotão da frente. É essa conduta que pretende emular. É este êxito que pretende reproduzir.
O humano de esquerda ama as pessoas, especialmente quando elas se chamam comunidade. O de direita também, especialmente quando elas se chamam mercado.
O humano de esquerda pensa em compartilhar seu excedente. O de direita também, mas costuma cobrar juros altos pelo que entrega.
O humano de esquerda, diante do colega sem merenda, é generoso e divide parte da sua própria.
O humano de direita também é generoso. Diante do famélico, aconselha-o gentilmente a trabalhar mais.
O humano de esquerda tende a compreender a causa da miséria. Associa-a à exploração, à restrição de acessos e à negação de direitos.
O humano de direita também compreende bem a causa da miséria. Para ele, é resultado da falta de esforço.
Nesse sentido, o humano de esquerda valoriza demais o talento. Para isso, luta para que todos desenvolvam suas potencialidades.
O humano de direita também venera o talento, e lamenta que os pobres tenham nascido sem essas qualidades especiais.
O humano de esquerda pode ou não acreditar em Deus. Quando crê, imagina que Ele instrua a mais perfeita comunhão. O humano de direita também. Mas imagina que Ele defina e premie os escolhidos.
No fundo, ninguém é 100% de esquerda ou 100% de direita, mas não é tão difícil assim definir qual caminho desliza melhor sob nossos pés.
E você, viaja de que lado?



Walter Falceta é jornalista, pintor e músico

sábado, 21 de maio de 2016

E aí, coxinhas? Ficou só para os mortadelas limpar a lambança que vocês fizeram?

Por Fernando Castilho

Charge: Aroeira


Com a sua enorme ignorância política, foram eles que colocaram toda a Nação de joelhos diante de um gangster. E agora quem é que vai à luta para restabelecer a Democracia e o Estado de Direito?

Em junho de 2013 as pessoas que saíram às ruas exigiam basicamente combate à corrupção e reforma política.

Dilma, como ninguém, combateu a corrupção. Não interferiu uma vírgula nas investigações da Lava Jato, deixando a Polícia Federal totalmente à vontade para apurar a corrupção.

Dilma também enviou um projeto de reforma política ao Congresso que não deu em nada.
Portanto, ela fez sua parte naqueles dias.

Mas logo após as eleições de 2014, com um quadro econômico diferente dos anos anteriores, com uma crise mundial se alastrando sobre o Brasil, Dilma precisava de ajuda de todos, inclusive da oposição, para que os dias difíceis que se aproximavam fossem vencidos patrioticamente por todos nós unidos.

Mas qual! A oposição, a mídia e setores do Judiciário vislumbraram rapidamente a possibilidade de aproveitar o difícil momento para sabotar o governo onde pudessem.

Enxergaram também a oportunidade de defenestrá-la do poder e de quebra, prender Lula, acabando assim com o PT e com qualquer possibilidade de pluralismo de ideias na condução da Nação.

A mídia tratou de enganar os coxinhas fazendo-os crer que Dilma estava enlameada em meio à corrupção.

A falta de disposição e a preguiça em checar dados estatísticos, notícias e fontes se encarregaram de motivar os coxinhas a disseminar seu ódio pelas redes sociais. Além do Jornal Nacional e da Veja, o Facebook se tornou a única fonte de informação assimilada pelos analfabetos políticos.

Pois bem, eles conseguiram.

Num golpe aplicado, primeiro pela Câmara, cujos deputados votaram pela esposa, pela família e por Deus ( mas nunca por crimes de responsabilidade de Dilma), e mais tarde, pelo Senado, cujos membros pacientemente ouviram o ministro da AGU, José Eduardo Cardozo, fazer a defesa mais brilhante que alguém poderia fazer, mesmo assim, Dilma Rousseff foi afastada.

Estava feita a merda (desculpem). Um monstro sairia da toca.

Temer, o vice decorativo assumiu o governo interino, nomeou 7 ministros investigados pela Lava Jato, extinguiu o Ministério da Cultura (devido à enorme pressão, pode ser que volte atrás) e começa a desmontar os programas sociais, mudar a legislação trabalhista a favor dos patrões, extinguir o reajuste automático do salário mínimo, sucatear o SUS e a fazer muitas outras maldades contra os menos favorecidos do país.

A classe média que só porque não precisa de programas sociais e educação e saúde públicas, ao desdenhar das medidas de Temer, não percebe que se a desigualdade social se agravar, ela é que será penalizada num futuro próximo?

Não vai adiantar se mudar para condomínios fechados com toda a segurança e andar em carros blindados. Quando os pobres sofrem com a ausência do Estado, eles próprios tratam de tentar resolver pelos seus próprios meios a desigualdade social.

Dirão, mas mesmo com os programas sociais a violência continua. Mas se eles não existissem a violência poderia estar muito pior, não percebem?

Os coxinhas não vão assumir o monstro que ajudaram a criar. Alguns, nas redes sociais, buscam desesperadamente argumentos a defender Temer, mas não conseguem achar e pagam mico.

Outros simplesmente mudaram de assunto. Agora, mais do que nunca, no Facebook, compartilham fotos de cãezinhos e gatinhos fofos, lindos salmos e frases motivadoras. Nada, mas nada mesmo de política.

Não percebem ou não querem admitir que quem governa de fato o país, através de Temer, é Eduardo Cunha, aquele que possui imenso capital corrupto, outrora objeto de sua ''indignação''?

Pois bem, apesar da imprensa tentar esconder, as manifestações ''FORA TEMER'' acontecem em grande número em todo o país. Fico emocionado ao ver tanta gente.

Caetano e Erasmo Carlos fizeram show no Ministério extinto da Cultura, numa demonstração de que os artistas, os verdadeiros, não aceitarão o golpe.

Mas quem está nas ruas lutando com todas as suas forças e com todo o seu suor pela volta da Democracia, pela saída de Temer e pela volta de Dilma?

Seus eleitores.

Os coxinhas, responsáveis por essa merda que se acumula com esse governo interino espúrio e ilegítimo não têm sequer a dignidade de ajudar a fazer a faxina e deixam nas nossas costas todo o trabalho sujo.

Nós é que temos que limpar a sujeira que eles fizeram.

Vamos fazer.

Vamos tirar Temer.

Vamos reconduzir Dilma ao governo para que ela conclua o mandato para o qual foi eleita.

Vamos restituir a Democracia ao país.

Não será tarefa fácil, mas percebo que a disposição só vem aumentando, a imprensa internacional só fala de golpe e nenhum país reconhece esse governo ilegítimo.

Vocês, coxinhas não terão nenhum mérito nisso. São covardes!

Uma cicatriz profunda foi aberta e jamais se fechará caso não reconheçam a besteira que fizeram e não se desculpem com cada um que está agora fazendo o sacrifício de eliminar o monstro que ajudaram a criar.

Não esqueceremos.


sexta-feira, 20 de maio de 2016

Quem sabe faz a hora... a hora é agora!

Por Fernando Castilho





O tempo vai passando e há a perigosa tendência à acomodação frente à ditadura que vai se instaurando Brasil.
Ou a derrubamos agora, ou poderá ser tarde demais.


Direto ao ponto.

Não é preciso perder meu tempo escrevendo e nem é preciso esclarecer ao leitor os motivos. Eles estão aí para quem quiser ver.

Temer, o interino usurpador veio com tudo para acabar com os programas sociais, privatizar a Educação e a Saúde e livrar os cupinchas que estão sendo investigados pela Lava Jato.

Vai recuar algumas vezes numa tática para tentar convencer as pessoas de que ele não é inflexível e nem insensível.

Porém, o que está por trás de todos os seus atos é muito, mas muito maior.

É a privatização da Petrobras. E a cereja do bolo, a entrega do pré-sal às sete irmãs do petróleo.

É com isso que a gangue vai faturar horrores. Uma pirataria comandada por Serra contra a Nação.

O povo tem feito o que pode. Organiza grandes protestos aqui e ali, porém a mídia cumpre muito bem seu papel de esconder do brasileiro as manifestações. Parece que está tudo em paz.

Precisamos de duas coisas:
1° - fazer manifestações nos domicílios eleitorais dos senadores indecisos. Há eleições para governadores e senadores em 2018 e o que sensibiliza essa turma é voto. Mais nada.

2° - fazer uma mega-manifestação nos moldes das Diretas Já.

Precisamos juntar artistas, intelectuais, juristas, profissionais liberais, assalariados, CUT, MST, MTST, deputados federais, governadores, senadores e prefeitos num local só, com palanque bem grande.

Ônibus devem chegar a esse lugar, vindos de todas as partes do país.

Delegações de outros países, inclusive com presidentes devem também estar presentes
.
Uma manifestação como esta é cara mas poderemos arrecadar recursos para financiá-la. Afinal, se a Diretas Já foi possível, esta também há de ser.

E temos de colocar mais de um milhão de pessoas num domingo, talvez no mesmo Anhangabaú daquele longínquo 16 de abril de 1984, num evento de dia inteiro para chamar a atenção contra o golpe.
 É isto ou eles, os golpistas, vencerão! É hora do tudo ou nada!

Corremos contra o tempo.!

À medida que os dias passam, a tendência é de acomodação, justamente o que não queremos.

''Quem sabe faz a hora, não espera acontecer''.

E a hora é agora!



segunda-feira, 16 de maio de 2016

Retira, Bicudo!

Por Fernando Castilho



Doutor Hélio Bicudo, há uma atitude que o senhor ainda pode tomar para corrigir seu erro, restabelecer a Democracia, reconduzir Dilma à seu cargo legítimo, restabelecer a garantia dos direitos dos trabalhadores e de quebra, limpar sua biografia.

Doutor Hélio, em 3 de dezembro de 2015 este blogueiro escreveu-lhe uma carta aberta.

O senhor tinha acabado de concluir juntamente com Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal, o parecer que conclui que Dilma Rousseff praticou crime de responsabilidade.

Foi com este parecer que Eduardo Cunha se vingou da presidenta proporcionando ao mundo inteiro aquele espetáculo circense que culminou com a aprovação do impeachment de Dilma pela Câmara dos Deputados.

Na ocasião não sei se o senhor ficou envergonhado com o fato de que aqueles representantes do povo sequer citaram seu parecer e o crime de responsabilidade da presidenta, preferindo dedicar seus votos à família, à esposa e a Deus. Eu fiquei.

O processo foi encaminhado ao Senado e desta vez quem deu espetáculo vexatório foi sua colega de parecer, a Dra. Janaína Paschoal. O senhor não compareceu, talvez já prevendo que sua colega iria repetir a performance do ato em frente à Faculdade de Direito do Largo São Francisco.

Embora o senhor e Miguel Reale Jr. sejam juristas muito conhecidos, convenhamos, o parecer foi muito fraquinho e não resistiu à brava defesa que o ministro da AGU, José Eduardo Cardozo fez da presidenta Dilma. A defesa foi tão didática que permitiu que este blogueiro, um neófito em Direito, enfim compreendesse o que são créditos suplementares e pedaladas fiscais.

Não são crimes e o senhor e os senadores sabem disso. Mas Dilma foi afastada mesmo assim.

Não sei se recebeu 45 mil reais do PSDB, como Janaína, ou até mais por ter mais nome que ela. Não sei.

Pois bem, agora o senhor se diz preocupado com os encaminhamentos dados pelo governo interino Michel Temer. Não exterioriza, mas, pelo tom das palavras, parece arrependido.

Por acaso o senhor é adolescente inexperiente e não percebeu o que viria depois do golpe? Veja o ministério de homens brancos investigados pela Lava-Jato.

Por acaso o senhor é neófito em política e não conseguiu fazer uma simples análise de conjuntura para prever que os direitos dos trabalhadores seriam retirados?

Por acaso não conhece suficientemente os golpistas que nunca aceitaram o resultado das urnas e não sabia que eles iriam arrochar o país com um retrocesso de mais de vinte anos? O senhor conviveu com eles ao apresentar-lhes o parecer.

Por acaso o senhor não tem apreço pela Democracia que o seu parecer acaba de destruir?

Não, seu ódio e instinto de vingança venceram a ética e a coragem, aquelas mesmas ética e coragem que o senhor teve ao combater o esquadrão da morte contra as ameaças do delegado Fleury. E ainda causou um racha com seus filhos.

A mídia do mundo todo critica o processo contra Dilma e o chama de golpe.
Países de várias partes do mundo chamam o impeachment de golpe.

Pois é, doutor, seu parecer é o fato gerador desse golpe.

Sua biografia que era das mais respeitadas será manchada. O senhor será muito mais lembrado como coautor do golpe do que lutador contra o esquadrão da morte.

E o senhor sabe muito bem que a resistência está crescendo no Brasil e este governo não há de aguentar muito tempo.

Então, há uma atitude que o senhor ainda pode tomar para corrigir seu erro, restabelecer a Democracia, reconduzir Dilma à presidência, restabelecer a garantia dos direitos dos trabalhadores e limpar sua biografia.

RETIRE SEU NOME DO PARECER, DOUTOR!

Se o senhor fizer isso, o parecer perde consistência e credibilidade, uma vez que ele é valorizado muito mais pela sua assinatura simbólica de ex-filiado ao PT, do que pelas de Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal.

Reconhecer e arrepender-se é muito mais digno do que persistir num erro que certamente não fez Justiça e que causará o sofrimento de milhões de brasileiros.

Retira, doutor!



sábado, 14 de maio de 2016

Depois do golpe, a ditadura

Por Fernando Castilho





As palavras-chave do governo Temer são golpe, ilegitimidade, neo-liberalismo, privatizações em massa, extinção de programas sociais e repressão aos movimentos sociais. Está fechado o círculo que lhe dá a cara de uma ditadura.

O golpe foi dado. Todos nós já o esperávamos porque para o consórcio que se formou para derrubar a presidenta eleita não importava se houve crime de responsabilidade ou não. A decisão foi meramente política porque faz parte da agenda.

Mas até onde vai essa agenda?

Michel Temer assumiu o governo e tratou rapidamente de dar uma cara ao seu ministério.
Há entre os novos ministros 7 investigados pela Lava-Jato.

Não há nenhuma mulher e nenhum negro em sua equipe de governo.

Foram extintos os ministérios da Cultura, Previdência Social, Mulheres, Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos, ou seja, tudo aquilo poderia importar às minorias.

As medidas impopulares ou como chamam, o pacote de maldades de Temer são muito numerosas e atingem, como era de se esperar, o trabalhador e as pessoas mais humildes.

Os programas sociais sofrerão revisão ou até mesmo extintos.

As privatizações voltarão com força ao cenário brasileiro.

O pacote de maldades pretende se estender até a extinção da Saúde e Educação públicas!

E a Controladoria Geral da União, hein? Extinta. Ninguém vai mais investigar nada dentro do governo.

Para o ministério da Justiça foi chamado o ex-secretário de Segurança Pública de Alckmin, aquele que reprimiu violentamente os estudantes secundaristas que ocupam escolas e que ocuparam a Alesp. É este homem que foi premiado pelos seus valorosos serviços prestados em São Paulo, o estado mais fascista do Brasil.

Alexandre de Morais, é este o nome, já prometeu que irá reprimir os movimentos que fizerem manifestações ''violentas''. As aspas vão por conta de que é ele quem julgará o que é manifestação pacífica ou violenta.

E é aí o ponto nevrálgico da política neo-liberal que Temer quer implantar.

O povo de maneira geral, aquele que vive no Brasil mais profundo ou que não está ainda bem informado do que está acontecendo, ou que ainda está perplexo tentando se convencer de que tudo não passa de um pesadelo, ao sentir no bolso o vazio que essa política vai lhe provocar, poderá se juntar aos protestos contra o golpe que ocorrem em todo o país.

Para não dar tempo para que essa percepção ocorra, o Senado não esperará muito para proceder à votação do impeachment.

Mas se o povo em grande número sair às ruas, Alexandre Morais fará uso das Forças Armadas para conseguir reprimir o movimento. E aí caberá à mídia se autocensurar e não mostrar as barbáries cometidas. Como após 1964.

Para completar a agenda golpista, Lula terá que ser preso, não importa que não haja crime algum cometido, pois o consórcio não correrá o risco de vê-lo candidato em 2018.

No mais a Lava-Jato será desativada aos poucos, os empreiteiros serão soltos pois Temer precisa deles pra concluir as obras de Dilma e posar para as fotos.

Pois bem, se ainda alguém não percebeu, após a Constituição ter sido rasgada, após o Estado de Direito estar sendo desrespeitado com as mais variadas arbitrariedades, inclusive por parte do STF, já estamos vivendo numa ditadura.

Por enquanto ela não é militar.

Para acabar com tudo isso e voltarmos à normalidade, só precisamos convencer 5 senadores a votarem contra o golpe. A pressão tem que ser feita em suas bases eleitorais, já que em 208 há eleições para renovação de dois terços do Senado.

Dilma ainda pode voltar.