As
palavras-chave do governo Temer são golpe, ilegitimidade, neo-liberalismo, privatizações
em massa, extinção de programas sociais e repressão aos movimentos
sociais. Está fechado o círculo que lhe dá a cara de uma ditadura.
O
golpe foi dado. Todos nós já o esperávamos porque para o consórcio
que se formou para derrubar a presidenta eleita não importava se
houve crime de responsabilidade ou não. A decisão foi meramente
política porque faz parte da agenda.
Mas
até onde vai essa agenda?
Michel
Temer assumiu o governo e tratou rapidamente de dar uma cara ao seu
ministério.
Há
entre os novos ministros 7 investigados pela Lava-Jato.
Não
há nenhuma mulher e nenhum negro em sua equipe de governo.
Foram
extintos os ministérios da Cultura, Previdência Social, Mulheres,
Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos, ou seja, tudo aquilo
poderia importar às minorias.
As
medidas impopulares ou como chamam, o pacote de maldades de Temer são
muito numerosas e atingem, como era de se esperar, o trabalhador e as
pessoas mais humildes.
Os
programas sociais sofrerão revisão ou até mesmo extintos.
As
privatizações voltarão com força ao cenário brasileiro.
O pacote de maldades pretende se estender até a extinção da Saúde e
Educação públicas!
E a Controladoria Geral da União, hein? Extinta. Ninguém vai mais investigar nada dentro do governo.
E a Controladoria Geral da União, hein? Extinta. Ninguém vai mais investigar nada dentro do governo.
Para
o ministério da Justiça foi chamado o ex-secretário de Segurança
Pública de Alckmin, aquele que reprimiu violentamente os estudantes
secundaristas que ocupam escolas e que ocuparam a Alesp. É este
homem que foi premiado pelos seus valorosos serviços prestados em
São Paulo, o estado mais fascista do Brasil.
Alexandre
de Morais, é este o nome, já prometeu que irá reprimir os
movimentos que fizerem manifestações ''violentas''. As aspas vão
por conta de que é ele quem julgará o que é manifestação
pacífica ou violenta.
E
é aí o ponto nevrálgico da política neo-liberal que Temer quer
implantar.
O
povo de maneira geral, aquele que vive no Brasil mais profundo ou que
não está ainda bem informado do que está acontecendo, ou que ainda
está perplexo tentando se convencer de que tudo não passa de um
pesadelo, ao sentir no bolso o vazio que essa política vai lhe
provocar, poderá se juntar aos protestos contra o golpe que ocorrem
em todo o país.
Para
não dar tempo para que essa percepção ocorra, o Senado não
esperará muito para proceder à votação do impeachment.
Mas
se o povo em grande número sair às ruas, Alexandre Morais fará uso
das Forças Armadas para conseguir reprimir o movimento. E aí caberá
à mídia se autocensurar e não mostrar as barbáries cometidas.
Como após 1964.
Para
completar a agenda golpista, Lula terá que ser preso, não importa
que não haja crime algum cometido, pois o consórcio não correrá o
risco de vê-lo candidato em 2018.
No
mais a Lava-Jato será desativada aos poucos, os empreiteiros serão
soltos pois Temer precisa deles pra concluir as obras de Dilma e
posar para as fotos.
Pois
bem, se ainda alguém não percebeu, após a Constituição ter sido
rasgada, após o Estado de Direito estar sendo desrespeitado com as
mais variadas arbitrariedades, inclusive por parte do STF, já
estamos vivendo numa ditadura.
Por
enquanto ela não é militar.
Para acabar com tudo isso e voltarmos à normalidade, só precisamos convencer 5 senadores a votarem contra o golpe. A pressão tem que ser feita em suas bases eleitorais, já que em 208 há eleições para renovação de dois terços do Senado.
Dilma ainda pode voltar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário