Doutor
Hélio Bicudo, há uma atitude que o senhor ainda pode tomar para
corrigir seu erro, restabelecer a Democracia, reconduzir Dilma à seu
cargo legítimo, restabelecer a garantia dos direitos dos
trabalhadores e de quebra, limpar sua biografia.
Doutor Hélio, em
3 de dezembro de 2015 este blogueiro escreveu-lhe uma carta aberta.
O
senhor tinha acabado de concluir juntamente com Miguel Reale Jr. e
Janaína Paschoal, o parecer que conclui que Dilma Rousseff praticou
crime de responsabilidade.
Foi
com este parecer que Eduardo Cunha se vingou da presidenta
proporcionando ao mundo inteiro aquele espetáculo circense que
culminou com a aprovação do impeachment de Dilma pela Câmara dos
Deputados.
Na
ocasião não sei se o senhor ficou envergonhado com o fato de que
aqueles representantes do povo sequer citaram seu parecer e o crime
de responsabilidade da presidenta, preferindo dedicar seus votos à
família, à esposa e a Deus. Eu fiquei.
O
processo foi encaminhado ao Senado e desta vez quem deu espetáculo
vexatório foi sua colega de parecer, a Dra. Janaína Paschoal. O
senhor não compareceu, talvez já prevendo que sua colega iria
repetir a performance do ato em frente à Faculdade de Direito do
Largo São Francisco.
Embora
o senhor e Miguel Reale Jr. sejam juristas muito conhecidos,
convenhamos, o parecer foi muito fraquinho e não resistiu à brava
defesa que o ministro da AGU, José Eduardo Cardozo fez da presidenta
Dilma. A defesa foi tão didática que permitiu que este blogueiro,
um neófito em Direito, enfim compreendesse o que são créditos
suplementares e pedaladas fiscais.
Não
são crimes e o senhor e os senadores sabem disso. Mas Dilma foi
afastada mesmo assim.
Não
sei se recebeu 45 mil reais do PSDB, como Janaína, ou até mais por
ter mais nome que ela. Não sei.
Pois
bem, agora o senhor se diz preocupado com os encaminhamentos dados
pelo governo interino Michel Temer. Não exterioriza, mas, pelo tom
das palavras, parece arrependido.
Por
acaso o senhor é adolescente inexperiente e não percebeu o que
viria depois do golpe? Veja o ministério de homens brancos
investigados pela Lava-Jato.
Por
acaso o senhor é neófito em política e não conseguiu fazer uma
simples análise de conjuntura para prever que os direitos dos
trabalhadores seriam retirados?
Por
acaso não conhece suficientemente os golpistas que nunca aceitaram o
resultado das urnas e não sabia que eles iriam arrochar o país com
um retrocesso de mais de vinte anos? O senhor conviveu com eles ao
apresentar-lhes o parecer.
Por
acaso o senhor não tem apreço pela Democracia que o seu parecer
acaba de destruir?
Não,
seu ódio e instinto de vingança venceram a ética e a coragem,
aquelas mesmas ética e coragem que o senhor teve ao combater o
esquadrão da morte contra as ameaças do delegado Fleury. E ainda
causou um racha com seus filhos.
A
mídia do mundo todo critica o processo contra Dilma e o chama de
golpe.
Países
de várias partes do mundo chamam o impeachment de golpe.
Pois
é, doutor, seu parecer é o fato gerador desse golpe.
Sua
biografia que era das mais respeitadas será manchada. O senhor será
muito mais lembrado como coautor do golpe do que lutador contra o
esquadrão da morte.
E o senhor sabe muito bem que a resistência está crescendo no Brasil e este governo não há de aguentar muito tempo.
Então, há uma atitude que o senhor ainda pode tomar para corrigir seu erro,
restabelecer a Democracia, reconduzir Dilma à presidência,
restabelecer a garantia dos direitos dos trabalhadores e limpar sua
biografia.
RETIRE
SEU NOME DO PARECER, DOUTOR!
Se
o senhor fizer isso, o parecer perde consistência e credibilidade,
uma vez que ele é valorizado muito mais pela sua assinatura
simbólica de ex-filiado ao PT, do que pelas de Miguel Reale Jr. e
Janaína Paschoal.
Reconhecer
e arrepender-se é muito mais digno do que persistir num erro que
certamente não fez Justiça e que causará o sofrimento de milhões
de brasileiros.
Retira,
doutor!
Não sei como pode ter gente tão ingenua que não consegue entender que se há de um lado um pequeno grupo insatisfeito com os últimos acontecimentos e querem por toda custa forçar a volta da presidente Dilma, uma situação rejeitada por mais de 80% do povo brasileiro. Por outro lado esse povo tem o mesmo direito de fazer valer aquilo que a maioria almejam que é a volta de um pais de fato democrático sem divisões politicas, econômicas, religiosas, racial, moral, etica.
ResponderExcluirUm pais onde se vive a democracia de verdade não precisa leis especificas para proteger grupos aleatórios pois todos são iguais perante a lei.
O preconceito não é apenas contra a este ou aquele grupo que provoca desequilíbrio e falta de respeito, qualquer pessoa que se sinta ofendido por maus tratos ou desonra a sua conduta tem o direito de entrar na justiça e requer o amparo que a lei lhes permita.
Isso independente da raça, da cor, ou da condição social. Isso são direitos de todo cidadão e assim deve ser a lei a assim deve ser as atitudes de qualquer governante.