quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Bolsonaro é o plano B da mídia

 Por Fernando Castilho


Durante todo o processo que culminou no impeachment de Dilma Rousseff, todos os veículos da grande imprensa, fato raro, se alinharam para depor a ex-presidenta.
Os ataques aconteciam dia sim, dia também. Qualquer coisa que ela fizesse ou falasse, eles estavam ali na marcação.
Dilma viabilizou a Copa do Mundo, apesar de todas as apostas em contrário, mesmo assim, a grande mídia influenciou a plateia que compareceu ao jogo de estreia no Itaquerão a vaiá-la e xingá-la.
Quando o MBL e outros grupelhos de direita organizaram manifestações contra ela, esses veículos chegaram a fazer propaganda do “evento” e a convocar as pessoas para comparecerem.
Enfim, a marcação era cerrada mesmo ela sendo honesta e bem intencionada, o que a coloca na posição totalmente oposta do governante ora de plantão.
A grande mídia vinha até atacando o capitão com certa frequência, mas está evidente que perdeu fôlego e passou a poupá-lo. Nas últimas semanas tirou o pé do acelerador.
O maior exemplo disso foi a edição de ontem do Jornal Nacional. Foram cerca de 15 minutos, ou até mais, de noticiário sobre a tragédia na Bahia, mostrando várias cidades destruídas, gente desabrigada e auxílio de ONGs que se dispuseram a entregar alimentos básicos para quem perdeu tudo.
Enquanto isso, o presidente pescava em Santa Catarina alheio a tudo. Mas o JN preferiu poupá-lo e esconder esse fato da população. Por quê?
Mostrar ao telespectador que o vagabundo que governa o país está pouco se lixando para as 500 mil pessoas desabrigadas teria um poder devastador contra ele e poderia baixar os índices de aprovação ainda mais. Além disso, um processo de impeachment, apesar de muito longe no horizonte de Arthur Lira, poderia começar a se desenhar, já que a debandada do centrão começa a se delinear.
Lula lidera com folga as pesquisas de intenção de votos e nada indica que o candidato preferido da grande mídia, Sérgio Moro, possa chegar com ele ao segundo turno.
Caso a debandada do centrão cresça e a candidatura de Lula se torne ainda mais encorpada, quem iria com ele para um possível segundo turno? Claro, o Capitão Morte.
Mas Lula não seria um presidente muito melhor para o país que o vagabundo que está de férias? Para mim, para você, para o povo pobre, com certeza. Mas, e para a mídia que vive de patrocinadores que apoiam o capitão? E para os bancos que estão faturando muito alto com essa crise? E para os rentistas?
Se Lula e Bolsonaro chegarem ao segundo turno, o plano B desse pessoal é o Capitão Morte mesmo.

Querem acabar com a Ciência? Joguem seus celulares fora!

Por Fernando Castilho


O canal do Youtube, Olá Ciência, que tem tanto esclarecido sobre os vírus e seus perigos para este leigo em infectologia ávido por conhecer mais esta faceta da ciência, tem sido duramente atacado por bolsonaristas que não poupam ameaças de morte ao cientista idealizador.

Embora outros canais de divulgação científica como o do Átila Iamarino, por exemplo, estejam também sendo atacados, preferem se manter calados para não acusar o golpe para a súcia ignara.
Gente que debocha da Ciência e ameaça divulgadores científicos sérios deveria jogar fora seus celulares, pois estes são a prova materializada do que a Ciência pode produzir.
Se cientistas não tivessem descoberto o átomo e, consequentemente, o elétron, essa gente jamais teria um celular, uma TV ou um computador. É por causa do elétron que os aparelhos eletrônicos (daí vem a palavra) funcionam.
Mas não é só isso. Deveriam abandonar seus carros, suas motos (viu, presidente?), enfim, tudo que funciona porque gente que se dedicou a estudar transformou sonhos em realidade.
Essa gente que nega a vacina e tudo o que a Ciência diz deveria se mudar para os EUA (por aqui também existem!) e integrar aquelas comunidades chamadas de Quakers ou Amishes que ainda vive nos tempos do velho oeste americano com suas carruagens puxadas a cavalo e seus equipamentos agrícolas primitivos.
Dessa forma deixariam de nos encher o saco.



Estará o capitão mirando o senado?

Por Fernando Castilho




O ator Zé de Abreu me lembra muito um colega de FAU que quase toda semana vinha com a “notícia” de que a ditadura havia caído. Isso só foi se concretizar dez anos depois.

Zé tuitou que o Capitão Morte em vez de estar em campanha para a reeleição, na verdade disputará uma vaga no Senado por Santa Catarina. Não citou a fonte da “informação”.
Afastando o histrionismo do ator, refletindo um pouco, percebemos que há lógica em sua afirmação.
Já escrevi aqui há alguns dias que o comportamento do capitão é muito estranho para quem está na disputa por mais um mandato na presidência, ainda mais quando vê Lula bem à frente nas pesquisas de opinião. Há inúmeros exemplos disso e o mais recente foram suas férias justamente em Santa Catarina enquanto a Bahia submergia com mais de 600 mil desabrigados. A hashtag #BolsonaroVagabundo subiu rapidamente entre as mais vistas.
O fato é que o bozo PRECISA de um mandato eletivo para se blindar dos crimes que cometeu, sem o que pode ser preso já em 2023.
Já deve ter percebido que dificilmente se reelegerá e é por isso que faz uma anticampanha.
Mas uma candidatura ao Senado pode lhe ser muito mais atraente.
1 - Santa Catarina possui um eleitorado de perfil conservador e grande parte é bolsonarista, o que facilitaria sua eleição;
2 – Ficar somente mais quatro anos na presidência sabendo que em 2027 poderá ser preso não é mais atraente que ficar oito anos no Senado podendo se reeleger em 2030 para mais um mandato até 2038 quando terá 81 anos;
3 – O Capitão Morte, todos sabemos, ficou 28 anos na Câmara sem trabalhar. A presidência para ele é um saco. Mesmo assim, evita o trabalho a todo custo. No Senado repetiria sua atuação na Câmara e ainda exerceria seu esporte favorito que é ofender mulheres parlamentares e xingar senadores gays, além de defender a ditadura em discursos.
Se foi apenas um chute do Zé de Abreu, pode ser que tenha sido certeiro.
Deve ser mesmo nisso que o capitão está “trabalhando”.

Negacionismo na Academia: a opinião de um homem cansado

Por George Matsas





A segunda lei da termodinâmica, uma das mais bem testadas da física, afirma que a desordem de todo sistema fechado tende a aumentar. É por isso que você acordará com os cabelos despenteados por mais que os penteie à noite, e não o contrário.

Desafortunadamente, a segunda lei não é um problema apenas para os cabeludos. Ela também nos diz que, para arrumar qualquer bagunça, teremos que gastar alguma quantidade de energia. Porém, fomos condicionados pela evolução a economizar energia, não a gastá-la. O resultado é um mundo cada vez mais caótico.

A segunda lei é uma regra universal e não poupa nada nem ninguém. Nem mesmo a Academia, que deveria ser a última trincheira da racionalidade. Hoje, ela abriga alguns negacionistas do aquecimento global, da eficiência das vacinas, da evolução das espécies e sabe-se lá mais do quê.

Acontece que as universidades públicas são sustentadas pela sociedade, incluindo os seus segmentos mais pobres, para serem santuários da racionalidade. E a liberdade acadêmica não é um passaporte para negar a própria missão da Universidade. A conivência da comunidade acadêmica diante da presença de negacionistas em suas fileiras desmoraliza as universidades e trai o contribuinte que a sustenta. A pergunta óbvia, então, é: o que fazer diante desse quadro?

A maneira mais simples de se lidar com o problema é usando o “protocolo não-tenho-nada-a-ver-com-isso”, que inclui: (i) se isentar de toda a responsabilidade; (ii) arranjar algum bode expiatório (por exemplo, a segunda lei da termodinâmica); (iii) adicionar uma pitada de autopiedade; e (iv) se convencer de que há outros problemas mais urgentes a serem resolvidos — sempre há. Mas adotar essa opção não seria algo decente da minha parte.

Sendo assim, vamos aos fatos. A varíola foi erradicada, a AIDS foi controlada e nunca tantas vacinas foram produzidas em tão pouco tempo como ocorreu agora, com o fim de combater a covid-19. A ciência tem ajudado a salvar incontáveis vidas, e ainda outras mais poderiam ser salvas, se as pessoas ouvissem um pouco mais a ciência e usassem a máscara para cobrir nariz e boca, e não queixo e pescoço.

Seja como for, o saldo líquido é que, segundo dados do IBGE, a expectativa de vida do brasileiro aumentou 30 anos em seis décadas! Esse deveria ser argumento mais do que suficiente para convencer qualquer um do sucesso da ciência. Como é possível, então, que mesmo agora a ciência ainda dispute lugar com o “achismo” e que o negacionismo grasse por todos os cantos, e até em algumas vielas escuras da Academia?

A ciência não tem respostas finais

Antes de responder a esse questionamento, que fique claro que não estou advogando que a ciência possua respostas finais. A ciência não tem respostas finais, mas ela se diferencia do achismo por, pelo menos, quantificar suas incertezas. Não é uma opção negar a eficiência das vacinas em relação ao placebo só porque não se consegue ver com os olhos todo o processo de defesa que elas proporcionam ao organismo, assim como não se pode negar a esfericidade da Terra só porque não se pode abraçá-la com as mãos. Ainda não encontrei ninguém que negasse a existência dos smartphones. Provavelmente, porque é mais difícil negar algo que se pode tocar, mas com certeza ainda aparecerá alguém para argumentar que eles não passam de ilusão.

O negacionismo vai além da idiotice. A palavra “idiota” vem do grego “ίδιος”, que significa “mesmo” ou “igual”. O negacionismo está longe de ser “lugar comum”; trata-se de pura má-fé, completa falta de inteligência ou, mais provavelmente, uma combinação das duas!

A Academia não tem o direito de fechar os olhos à presença dos negacionistas em seus quadros. É urgente que os comitês de ética sejam acionados para que tais casos sejam analisados, e sanções, aplicadas. Se eu acho que isso vai acontecer? Minha resposta, tristemente, é não!

Recentemente conversei com colegas da Academia de Ciências do Estado de São Paulo e da Academia Brasileira de Ciências — lugares que, surpreendentemente, sequer possuem comitês de ética — para expor o problema, e algumas reações de reputados cientistas explicam meu pessimismo.

Houve quem tenha me dito, por exemplo, que poderíamos ser acusados de ‘caça às bruxas’”. Ora, o capítulo funesto da Inquisição foi causado, justamente, por preconceitos e crendices, não pelo pensamento racional. Outra resposta, na mesma linha, foi a de que poderíamos ser acusadosde estar voltando à época da “censura do AI-5”. O AI-5 foi um ato baixado por um regime ditatorial. Nada tem a ver com comitês de ética eleitos, democraticamente por pares, e que dariam pleno direito de defesa ao denunciado. Finalmente, outros quiseram me consolar, dizendo que aAcademia de Ciências da França tem problemas semelhantes, como se pudéssemos ser absolvidos de nossos pecados pela existência de outros pecadores.

Tudo isso me leva à minha última pergunta: O que pode explicar a inação da Academia diante da verdadeira infecção que sofre por parte de corpos estranhos a ela?

A resposta mais direta possível é que o salário dos negacionistas não é pago pelos demais acadêmicos. Ah, sim, porque a primeira coisa que um cirurgião faria, se descobrisse que o homem que pensou ter contratado como instrumentista é, na verdade, um lutador de MMA, seria demiti-lo por justa causa.

A luta entre razão e instinto

Já uma resposta mais diplomática, e talvez mais sofisticada, passaria por perceber que o ser humano e o chimpanzé comungam de 96% dos seus genes. Aquilo que chamamos de razão está nos outros 4%. Já o instinto de corporativismo deve pertencer aos 96%  de genes comuns, pois suponho que tenha suas origens nas savanas africanas, quando nossos antepassados dependiam fortemente do grupo para sobreviver. 

Além de 96% ser um valor superior a 4%, as forças instintivas sempre tendem a falar mais alto — do contrário, alguém me explique como o fanatismo das torcidas esportivas poderia ser fruto da razão.

A consequência é que a academia é rápida para criticar cortes de verbas usando um discurso muito coerente, de que tal conduta terminará por prejudicar a sociedade em médio e longo prazo. Mas é lenta quando se trata de cortar na própria carne, por mais que isso se mostre igualmente necessário a fim de defender o interesse da população, que alega ser sua prioridade.

Em resumo: os instintos gritam, a razão sussurra e o embate começa na escuridão de nosso íntimo. Os argumentos são pinçados a posteriori para defender o vencedor, que quase sempre já foi aclamado muito antes, pelos genes que integram o grupo dos 96%.

Claro que o leitor pode contra-argumentar dizendo que este mesmo artigo seria um contraexemplo à minha tese, pois, longe de me tornar mais popular no grupo, estaria ferindo meu próprio instinto de sobrevivência.

Para resolver esse paradoxo, voltemos ao ponto de onde começamos. A desagregação das instituições, a relativização da ética e a omissão das responsabilidades não favorecem em nada o sucesso da espécie. Quando alguém realmente se dá conta deste fato, os instintos voltam a se agitar, e, então, alguns são levados a gritar o óbvio: “O REI ESTÁ NU”.

A permissividade da Academia diante da existência de negacionistas confessos em suas fileiras é inaceitável do ponto de vista ético, irracional do ponto de vista lógico e um estelionato do povo que a sustenta – mas isso todos nós já sabemos, certo?

George Matsas é professor do Instituto de Física Teórica (IFT) da Unesp e membro titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP).


ESGOTO

Por Virgílio Almansur

 



Irá para o ralo da história aqueles que desde 16 aceitaram o discurso do terror. Sabemos muito bem qual era o mote à época: “... Tiremos a Dilma! Depois, se não der certo, a gente tira o próximo; tira de novo...”.

E como tira, hein!? Tiram nada! E ainda botaram um tira vagabundo na presidência... Na seara médica, o que vimos foi o exercício negacionista. Médicos, como esse coronel vagabundo no MS, que primam em cuspir no juramento hipocrático — num momento em que nos damos conta de 500.000 mortes evitáveis! —, devem ser identificados como irmanados à tortura.

Não pode haver perdão! E quando digo irmanados à tortura é porque são conhecedores de todo o processo que marcou as forças armadas em seu périplo assassino. Poucos — ou quase ninguém! — podem ignorar o que se dava nos porões da ditadura civil-militar-empresarial que barbarizou nos anos ditos de chumbo. Ninguém!!!

Basta atentarmos às 5as.fs. hediondas quando das lives no Planalto; ali, o chefe da nação não só é tartamúdico ou anacolútico, mas é muito mais um porta-voz do milicianato incrustrado no poder com ameaças veladas, numa latência a autorizar o guarda da esquina resoluto como um ustra brilhante.

Durante as manifestações ocorridas nos recentes anos de 15/16, corria solta a idéia da volta dos militares (e voltaram!!!) ao poder. Queriam a ditadura: exatamente para acabar com a “corrupção crônica” da esquerda, do PT, do Lula e companhia... A corrupção, historicamente, acompanha os regimes capitalistas, sendo inerente aos sistemas de dominação e exploração de difícil solução. Não há instituição isenta!

A corrupção penetra em tudo, de tal sorte que o modus operandi já se alinha integralmente ao modus pensanti, e, na hierarquia mediocrática a servir a tropa ignara, sobrevem naturalmente um componente gravíssimo: a dominação e subjugação de uma parte pela outra — não necessariamente uma maioria sobre minorias, mas o cumprimento ordenado que se faz mister pela continência gradual.

O mito de que as ffaa são infalíveis e honestas é produto de desinformação. Nas barbas do oficialato sempre se primou pelo contrabando, pela propina desavergonhada e não raro esses maganos engalanados arrotam incorruptibilidade sonegando, terceirizando ao roubar afrontando e submetendo.

Quantos de nosso congresso não foram pegos com a mão na botija no day after da autorização do impedimento da presidenta. “Contra a corrupção e pela minha vovozinha e cachorrinha, digo sim ao impeachment e não à corrupção!” Dois dias depois apareciam o contrabando, o roubo, o desvio e as sonegações... Assim como o presidente antisistema, deputado, carregava seus contrabandos desde a AMAN.

Um Brasil sadio se faz com educação, educação cultural e nacionalismo revolucionário. Estamos longe... O produto que se nos apareceu é o lixo de sempre. É essa gentalha, espelhada no banditismo crônico de viés golpista. A marca é a covardia! São todos covardes!

Nosso presidente é fruto desse esgoto em que nossa justiça também se meteu. Pouco Direito e muito direito juristocrático, que intenta uma submissão de nossos pretos, pardos e pobres — esgarçados nesse backyard periférico e dependente que nos tornamos —, é o legado deixado por uma mediocracia atrasada que não olha para esse outro brazil que tem donos.

Não temos muita saída! A que existe, não posso publicar... Não há limpeza para a farda! A imprensa brasileira, em parte, já endossou nos 60 e aceitou assassinatos. Agora... Bem, agora é olhar e observar as mesmas viúvas de sempre tentando suas recuperações. 


terça-feira, 11 de janeiro de 2022

O perigo que nos rodeia

Por Fernando Castilho

 


O intervalo entre o surgimento de novas variantes do coronavírus parece que vem diminuindo. 

Nem bem entendemos ainda a ômicron e já há especialistas falando em novas variantes.

Cientistas vêm dizendo que a humanidade terá que aprender a conviver com o coronavírus.

Porém, a que custo? Se a cada nova variante enfrentamos novos lockdowns e novas proibições de viagens, de reuniões, de convívio social, enfim, de tudo que caracteriza o ser humano, como vamos ter que aprender a conviver com isso?

E as economias dos países que veem seus estabelecimentos comerciais fechando a cada novo lockdown?

Não, não será possível uma adaptação a menos que a humanidade experimente uma degradação sem precedentes do processo civilizatório que permitiu uma situação de bem-estar nas áreas urbanas, pelo menos para aqueles que não se enquadram na situação de extrema pobreza. Para estes será o fim.

O que constatamos hoje é que a imensa maioria dos cientistas que pesquisam sobre vírus trabalham com foco total no desenvolvimento de vacinas, até porque trabalham para grandes laboratórios.

A Pfizer, por exemplo lucrou e está lucrando quanto no desenvolvimento e comercialização de vacinas?

Não, não sou negacionista de vacinas. Elas são as responsáveis por uma barreira criada para evitar mortes e, por isso, no momento são extremamente importantes.

Sou leigo no assunto vírus, mas como conheço Física e como tenho pesquisado muito, posso definir minha opinião sobre eles no que diz respeito à sua natureza. Os cientistas se dividem sobre se os vírus são seres vivos ou não e isso parece que impede que ações de combate mais eficazes sejam desenvolvidas. Fico com a opinião de Átila Iamarino que defende que os vírus são seres vivos.

A partir dessa definição podemos avançar um pouco. Os vírus têm RNA e DNA e, por isso, podem sofrer mutações e também podem morrer.

Sabemos há muito tempo que radiações podem, de acordo com a intensidade e a natureza, causar mutações ou destruir o DNA de seres vivos.

Por este raciocínio, radiações bem dosadas poderiam teoricamente destruir o DNA dos vírus.

Para isso, antenas poderiam emitir radiações, da mesma maneira como emitem radiações eletromagnéticas para nossos celulares ou TVs. E essas radiações, não as mesmas dos celulares, teoricamente poderiam matar esses vírus globalmente sem causar danos relevantes aos seres humanos.

Há alguém trabalhando nisso? Desconheço, afinal, como escrevi acima, a imensa maioria dos cientistas trabalha focada no desenvolvimento de vacinas e os laboratórios lucram muito com isso. Caso se desenvolva uma nova forma de combate aos vírus, de maneira geral e global, como ficaria a comercialização de vacinas?

Mas como quem manda na humanidade atualmente é o deus mercado, poderá estar próximo o dia em que se descubra uma nova forma de erradicação, já que, como já disse, os países não vão conseguir assistir passivamente suas economias serem destruídas por sucessivos lockdowns decorrentes de novas variantes que surgirão quase todos os meses ou dias.

 

 

 

 


O contra-almirante do contra

 Por Fernando Castilho



O contra-almirante Barra Torres participou da campanha que elegeu Jair Bolsonaro, obtendo por isso a indicação para ser o presidente da Anvisa. Como o capitão nunca escondeu de ninguém seu caráter canalha, é certo que naquela época o militar da marinha comungava das mesmas ideias.

 O que levou um homem culto (ao contrário do general Heleno, inculto e não belo) como ele a trabalhar para Bolsonaro ninguém sabe.

Em março de 2020 Barra Torres participou, de livre e espontânea vontade, junto com o Capitão Morte, de uma manifestação em Brasília que pedia a volta do AI-5 e o fechamento do Congresso e do STF. Ele estava lá num momento em que a Covid-19 se alastrava fortemente pelo país. Mais tarde, em depoimento à CPI da Covid, declarou que se tivesse refletido por cinco minutos não teria participado da manifestação.

Naquele mesmo ano a Rússia desenvolveu a vacina Sputinik V e uma farmacêutica brasileira requereu junto a Anvisa sua aprovação para uso emergencial, o que foi negado pelos técnicos uma vez que faltavam documentos importantes. Imediatamente muita gente questionou a decisão alegando que a agência discriminava a vacina por ser ela de origem russa. Uma bobagem que eu mesmo refutei em um texto. Os técnicos estavam certos em não aprovar o imunizante, como se constatou mais tarde.

Pois bem, de lá pra cá a Anvisa tem agido de forma muito profissional e independente. Seu presidente, Barra Torres chegou a depor na CPI da Covid defendendo seus técnicos e criticando duramente o presidente e o ministro da saúde à época, general Pazuello, que colocavam todo tipo de obstáculos para vacinar as pessoas.

Como a Anvisa, de maneira muito responsável, aprovou a vacina da Pfizer para uso em crianças de 5 a 11 anos, o atual ministro Queiroga e o Capitão Morte passaram a criticar a agência.

Bolsonaro chegou a exigir que os nomes dos técnicos fossem divulgados para que as redes de apoio bolsonaristas pudessem iniciar seus ataques e promover ameaças, inclusive de morte, fato gravíssimo que as instituições somente observaram de longe.

Em sua live semanal recheada de mentiras e fake news que não sabemos porquê ainda está no ar, o capitão novamente atacou a Anvisa e a questionou sobre o interesse em aprovar a vacina infantil, insinuando que os técnicos e seu presidente estariam ganhando dinheiro com isso.

Barra Torres, abandonando de vez o bolsonarismo e abraçando seus técnicos como uma mãe defende seus filhos, redigiu uma nota cuja característica é ímpar.

Escrita de forma elegante, altiva e objetiva, a nota traça uma brevíssima biografia do almirante realçando sua dignidade na carreira da marinha para fazer contraste com a vida pregressa do capitão expulso do exército. Uma bofetada.

A nota ainda busca amarrar as mãos e amordaçar a boca do presidente ao solicitar que se ele tiver informações contra ele, que determine abertura de investigações, pois, se não o fizer, poderá incorrer em crime de prevaricação. Vai ser difícil o Capitão Morte responder a isso.

Não sabemos se Barra Torres é mais um dos arrependidos, mas está claro que Bolsonaro perde dentro das Forças Armadas um apoio de peso que poderá influenciar outros militares, a exemplo talvez do comandante do exército, general Paulo Sérgio, que determinou que toda a tropa se vacinasse, contrariando o capitão.

Bolsonaro, perdendo, apoio de Olavo de Carvalho e seus seguidores, das Forças Armadas (menos os que estão mamando nas tetas do governo) e dos deputados do centrão que já iniciam suas campanhas eleitorais em seus estados tentando desvincular seus nomes do presidente que fazia estrepolias enquanto a Bahia mergulhava em sua maior catástrofe climática, caminha para a impossibilidade de sua reeleição.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Falhamos com Lula?

Por Fernando Castilho



Foto: Ricardo Stuckert


Será que o partido confiou que as leis iriam prevalecer e Lula não poderia ser condenado porque o tríplex simplesmente não é dele? Agora ainda acredita que no TRF-4 os desembargadores enfim farão Justiça?



Escrever influenciado pela indignação e pela revolta não costuma render bons textos e não é salutar, por isso aguardei um pouco até manifestar minha opinião sobre a condenação do ex-presidente Lula.

Mesmo assim, a crítica vai pra todos os lados, vamos combinar.

Em primeiro lugar, não há como não execrar a conduta de um magistrado de primeira instância, inflado pela mídia e vaidoso por natureza, cuja única missão na Lava Jato, conferida pelo imperialismo americano, acaba de ser cumprida.

A sentença que condenou Lula é algo indigno de um juiz. Uma torpeza sem igual.

Durante a maior parte de seu arrazoado de 238 páginas, Moro tratou de tentar se defender de críticas, algo impensado e inédito para uma sentença.

Quem acompanhou na íntegra o depoimento de Lula (4 horas e meia) percebeu que em nenhum momento Moro acatou qualquer intervenção do advogado Dr. Zanin, o que certamente constitui completo cerceamento da defesa. Tudo já estava decidido desde que a Operação Lava Jato começou.

A sentença totalmente previsível condena Lula a 9 anos de prisão. Poderiam ser 8 ou 10 anos, mas Moro preferiu usar o número 9 em alusão aos 9 dedos do ex-presidente, já que ele mesmo se refere a Lula pela alcunha de “nine”. Um sarrinho, portanto que deve ter lhe rendido algumas boas risadas enquanto redigia o texto.

Moro extrapola suas funções ao tornar Lula inelegível por 19 anos. Além de praticamente decretar o fim político do ex-presidente, esse juiz não tem atribuição para negar a quem quer que seja o direito de se candidatar a um cargo eletivo. Lula somente se tornará inelegível caso seja condenado antes das eleições. Interessante que o presidente do TRF-4 que vai julgar o recurso de Lula já se apressou em garantir que o veredito sairá antes de agosto do ano que vem, que é o prazo final para inscrição das candidaturas.

Tenhamos certeza, Lula será condenado em segunda instância e se tornará inelegível se cruzarmos os braços.

Ainda sobre Moro, é inconcebível que um juiz, ao receber as alegações finais da acusação (MPF) que diziam claramente não haver provas contra Lula mas somente convicção de sua culpa, não tenha simplesmente arquivado o caso. Qualquer um arquivaria.

Outra crítica vai à mídia que comemorou a sentença. Quem assistiu ao Jornal Nacional certamente viu Bonner abrir a edição dizendo quase rindo: “Nunca antes na história do país um presidente foi condenado por corrupção!” O início da frase é um bordão amplamente usado por Lula. Outro sarrinho, portanto.

Em nenhum momento os colunistas dos jornais fizeram qualquer questionamento, muito menos alguma crítica à decisão de Moro, mesmo esta sendo explicitamente injusta. Pelo contrário, os jornais entrevistaram juristas de direita para justificarem a sentença de Moro. Esses mesmos colunistas jamais manifestaram qualquer indignação ou crítica ao fato de Aécio Neves, Rocha Loures e Geddel Vieira Lima estarem soltinhos da silva.

Também não se importaram em ver a corrupção escancarada ao vivo e em cores da compra de votos dos deputados feita por Michel Temer para se livrar da aceitação do relatório de Sérgio Sveiter na CCJ que recomendava abertura de investigações pelo STF. Aliás, a condenação de Lula, decidida já há 3 anos, ocorreu ao mesmo tempo que a aprovação da reforma trabalhista, a vitória de Temer na CCJ, a volta de Aécio ao Senado e a soltura de Loures e Geddel.

Maquiavel dizia que as medidas duras contra o povo deveriam acontecer todas ao mesmo tempo e as boas em conta-gotas. Moro aproveitou bem o timing.

Também não há como não criticar a postura da esquerda que, enquanto não saia a decisão de Moro já tratava de buscar uma alternativa a Lula em 2018. Além do enorme desrespeito, parece que virou uma briga pra ver quem consegue ficar com o osso.

Só queria saber se o PSOL acha mesmo que Luciana Genro é capaz de vencer as eleições de 2018.

Sobre Ciro Gomes e Marina Silva, é necessário lembrar que, embora dissimulem, ambos são candidatos de direita, vamos combinar.

Além disso, li artigos de juristas de esquerda aplaudindo a decisão do ministro do STF, Marco Aurélio Mello de reconduzir Aécio Neves ao senado e libertar sua irmã.

Houve até quem aplaudiu Edson Fachin por ter libertado Loures.

E sobre o Geddel, afirmaram que ele não deveria ter sido exposto na TV com a cabeça raspada por ser humilhante.

A esquerda se preocupou mais com as Diretas Já (e eu fui um dos críticos a isso) do que com a defesa de Lula. Era por Lula que deveríamos ter saído às ruas pois não há alternativa a ele em 2018.

E o PT?

Bem, aí já é um problema crônico, antigo.

Durante as gestões de Lula e Dilma, o PT esqueceu-se das bases.

O partido confiou que Dilma não seria enxotada da presidência por causa de um hipotético Estado de Direito que se revelou não existir mais em nosso país.

O ministro Lewandowski do STF, que tinha a missão de salvaguardar a Constituição, mostrou-se um vendido na decisão que o senado tomou de retirar Dilma à força, sem ter cometido crime algum. Estado de Direito uma ova!

O partido ainda confiou que as leis iriam prevalecer e Lula não poderia ser condenado porque o tríplex simplesmente não é dele. Agora ainda acredita que no TRF-4 os desembargadores enfim farão Justiça. Vive um conto da carochinha. Por isso não reage.

Por fim, crítica a mim também.

Por várias vezes afirmei neste blog que se Dilma fosse derrubada, haveria convulsão social no país. Não houve.

Por várias vezes afirmei que se a reforma trabalhista fosse para a Câmara, haveria convulsão social no país. Também não houve.

Por várias vezes afirmei que se Lula fosse condenado haveria convulsão social no país.

Parece que afinal somos frouxos e vamos deixar rolar a injustiça diante de nossos olhos sem reação.

Lula afirmou: Quem tem direito de decretar meu fim é só o povo brasileiro”. 

Ele espera que não o deixemos sozinho.

Desculpem a acidez.


terça-feira, 11 de julho de 2017

Pra onde vai o brasileiro?

Por Fernando Castilho



Imagem: Internet


Que tal se fosse feita aos brasileiros a seguinte pergunta: Você é a favor da reforma trabalhista?

Ou esta: Você é a favor da reforma da previdência?


No dia 3 de julho último o Instituto Datafolha publicou uma pesquisa de opinião acerca de uma série de temas comportamentais e econômicos visando aferir a atual tendência dos brasileiros dentro do espectro político, notadamente se se situam mais à direita ou mais à esquerda.

Segundo a enquete, as pessoas que se definem como sendo de direita ou centro-direita totalizam 40% e as que se dizem de esquerda ou centro-esquerda somam 41%. Os restantes 19% são de centro.

Segundo o próprio instituto, para chegar a essa classificação os brasileiros foram consultados sobre uma série de questões envolvendo valores sociais, políticos, culturais e econômicos, mais ou menos como aqueles teste que de vez em quando o Facebook nos propõem para pura diversão.

De acordo com o Datafolha, posições contrárias ou a favor de homofobia, porte de armas, aborto, criminalização do uso de drogas, neoliberalismo ou crença em Deus, definem a orientação ideológica das pessoas.

Os dados de semelhante pesquisa feita em 08 de setembro de 2014, pouco antes da vitória apertada de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais daquele ano e um ano depois das manifestações de junho de 2013, revelou dados diferentes.

Segundo o Datafolha, em 2014 as pessoas que se definiram como sendo de direita e centro-direita totalizavam 55% e as que se diziam de esquerda ou centro-esquerda representavam somente 25% dos brasileiros.

Percebe-se que naquela época, embora Dilma tenha vencido as eleições, o ponteiro do espectro ideológico se situava bem mais à direita, fruto do descontentamento com o governo do PT.

Mas o que mudou na opinião do brasileiro de lá para cá que seja capaz de explicar essa divisão meio a meio atual?

Primeiramente deve ser a percepção de que uma presidenta foi impedida de continuar governando devido a acusações tênues e sem comprovação de corrupção.

Segundo, que justamente os políticos que a defenestração são os mesmos que agora ocupam o poder e que estão envolvidos em graves denúncias.

O relator da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados acabou de defender que a denúncia de ilícitos cometidos pelo presidente Michel Temer seja encaminhada ao Supremo Tribunal Federal para que lá seja julgado, justamente o vice que assumiu o lugar de Dilma.

Mas, ainda assim, como explicar o empate técnico entre direita e esquerda atualmente, se as denúncias contra o governo são tão graves?

O Datafolha não divulgou o questionário apresentado na pesquisa por isso não podemos ter certeza sobre todos os itens perguntados às pessoas.

Mas, que tal se fosse feita a seguinte pergunta: Você é a favor da reforma trabalhista?
Ou esta: Você é a favor da reforma da previdência?

Poderia ser feita mais uma: Você é a favor do congelamento dos investimentos em saúde e educação por 20 anos?

Ora, o brasileiro, sabe-se, é por demais influenciado pela mídia, porém, nestes casos elencados acima, a grande maioria vai se posicionar contrariamente. E é cristalino que desta forma essa maioria seria classificada como sendo de esquerda porque essas propostas, aplaudidas pelos empresários, não são boas para o povo mais pobre.

Já ouvi muito brasileiro pobre se dizer a favor do estado mínimo e das privatizações, influenciado diretamente pela mídia, mas pergunte a qualquer pessoa se ela quer saúde e educação privadas.

Se as pessoas preferem saúde e educação públicas, ou seja, garantidas pelo Estado, certamente elas se enquadram mais à esquerda.

Portanto, há que se desconfiar e muito desses dados do Datafolha.
Provavelmente o número de esquerdistas hoje supera em muito o de direitistas.

Embora não compreenda o que significa luta de classes (até porque são proibidos de ter conhecimento sobre o tema), o povo tem percepção de quem quer lhe ajudar ou prejudicar.

E é lógico que a Folha de São Paulo, representante da elite, não vai demonstrar isso em números.


sexta-feira, 7 de julho de 2017

Lava Jato - Crônica de uma morte anunciada

Por Fernando Castilho

Imagem: Internet


Os procuradores da Força Tarefa, entre eles Dallagnol e Carlos Santos, que durante a campanha para as eleições presidenciais postavam impropérios a Dilma e elogiavam Aécio nas redes sociais, agora se dizem indignados. Será que só eles não perceberam o que estava por vir? Não teria sido interessante acompanhar um pouco os blogs de esquerda, inclusive este, que já alertava para o desmanche? Como assim, foram pegos de surpresa? Afinal, Lula não era o chefe, segundo o PowerPoint?


A foto acima já diz tudo, não?

Quem assistiu ao Jornal Nacional ontem talvez tenha percebido que William Bonner e Vasconcellos que sempre se superam como bons atores ao noticiar qualquer coisa que possa comprometer a dignidade do ex-presidente Lula, levantando ou abaixando as sobrancelhas, contorcendo os lábios e alterando o tom de voz, noticiaram o desmanche da Operação Lava Jato como se fosse um fato corriqueiro que não causasse nenhum tipo de comoção.

E talvez seja mesmo.

Há mais de um ano atrás, o senador Romero Jucá foi flagrado em gravação de áudio feita pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, onde afirmava, entre outras coisas, que era preciso uma resposta política para evitar que investigações caíssem na mão do juiz Sérgio Moro.

Em suas próprias palavras: “Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria .”

Estava claro que a quadrilha que se instalou no governo e no Congresso depois do golpe contra Dilma, precisava parar a Lava Jato antes que ela atingisse os golpistas.

O juiz Moro já tinha incriminado vários deputados do PP, prendera José Dirceu sem que tivesse qualquer culpa comprovada, prendera João Vaccari baseado somente em delações sem comprovação e estava na cola de Lulas, tentando condená-lo pela posse de um apartamento triplex que nunca foi seu.

Se parasse por aí, tudo bem, mas a operação haveria de chegar à verdadeira quadrilha cujo chefe, sem sombra de dúvidas, é Temer. Aécio é o segundo.

Quando Temer nomeou o juiz Torquato Júnior para ministro da Justiça, já estava claro que sua primeira missão seria enfraquecer a Polícia Federal.

Há alguns meses atrás, grupos simpáticos à direita saíram às ruas para defender a Lava Jato. Estranhamente ninguém se revoltou com o desmanche que agora acontece.

Os procuradores da Força Tarefa, entre eles Dallagnol e Carlos Santos, que durante a campanha para as eleições presidenciais postavam impropérios a Dilma e elogiavam Aécio nas redes sociais, agora se dizem indignados. Será que só eles não perceberam o que estava por vir? Não teria sido interessante acompanhar um pouco os blogs de esquerda, inclusive este, que já alertava para o desmanche? Como assim, foram pegos de surpresa? Afinal, Lula não era o chefe, segundo o PowerPoint?

O fato é que esses procuradores, a PF e também Moro, foram usados durante estes três anos de Lava Jato.

A quadrilha aproveitou-se do fato de que a direita conseguiu introduzir muitos quadros nesses órgãos enquanto o PT cochilava e esqueceu-se de formar quadros tanto nos movimentos sociais quanto nos vários escalões de governo.

Esses quadros já serviram ao propósito de derrubar Dilma e o PT do governo e propiciar a volta da direita ao poder. Agora já não importam mais. Jucá tinha avisado mas eles não acreditaram.

Resta agora saber qual será a reação de Sérgio Moro.

Eu, no lugar dele, olharia no espelho e diria: “otário!”

Mas como Moro tem uma missão que lhe foi dada pelo governo americano, a quem na verdade serve, prosseguirá em seu objetivo.

A Lava Jato, a operação menina dos olhos de 10 entre 10 coxinhas, que nasceu com o firme propósito de acabar com a corrupção no país, mas que na prática só serviu para punir injustamente petistas e destruir empresas nacionais, vai dar agora seu último suspiro. Seremos mais uma vez motivo de chacota no mundo inteiro.

Se as pessoas que saíram de verde amarelo e bateram panelas já não se importam com nada, resta saber qual será o comportamento da esquerda neste momento.

sábado, 24 de junho de 2017

FHC X Doria, a briga dos fakes

Por Fernando Castilho


Imagem: internet


Briga entre tucanos fakes esquenta em São Paulo. Mas será isso também mais um fake?


FHC X Dória, a briga dos fakes

Em palestra em São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou o prefeito de São Paulo, João Dória, afirmando que este sabe muito bem manipular (tirando o celular do bolso) isto.

O que ele quis dizer? Ora, que Dória usa a comunicação para tentar parecer o que não é aos olhos da população de São Paulo. Ou seja, o gestor é puro marketing e mais nada. É apenas um out-door ambulante de si mesmo.

Dória rebateu dizendo que FHC precisa visitar mais São Paulo. Não sei se foi uma indireta ao ex-presidente que costuma ir muito a Paris onde possui um apartamento na Avenida Foch, no edifício mais caro e chique da cidade luz.

O fato é que os tucanos estão se bicando. E não é de hoje.

FHC tem história na esquerda, sobressaindo-se como um dos mais importantes intelectuais de sua época. Depois, quando assumiu a presidência, pediu que esquecêssemos tudo o que escreveu e passou a vender o Brasil numa onda de privatizações que prejudicou enormemente o país.

Recentemente FHC se reafirmou como sendo de esquerda. Apenas um fake porque sendo de esquerda não poderia ser neo-liberal, convenhamos.

O ex-presidente é conhecido nos meios intelectuais por ter se apoderado da Teoria da Dependência de Ruy Mauro Marini. Além disso se autoproclamou autor do plano Real.

Doria, por sua vez, nas redes sociais é referido como prefake, ou seja, um falso prefeito porque não cria, não inova, não administra, não equaciona nem resolve problemas da cidade. Somente faz marketing pessoal de si mesmo, talvez visando galgar postos mais altos no futuro. A impressão que dá é que iniciou campanha eleitoral já no dia 1o de janeiro de 2016.

Mas se FHC e Dória são fakes, seu próprio partido também não deixa de ser.

O PSDB, que se originou de uma dissidência de esquerda dentro do MDB, adotou o nome de Partido da Social Democracia Brasileira, ou seja, se deslocou do centro para a esquerda, configurando-se como centro-esquerda.

Mas ao se deixar converter ao neoliberalismo, os tucanos se posicionam já há algum tempo à direita, portanto, o nome “Social” agora não tem mais nada a ver com o partido que defende a reforma trabalhista que prejudicará enormemente os trabalhadores e a reforma da previdência que porá fim à aposentadoria de grande parte dos brasileiros.

Então, nada mais lógico do que termos dois políticos fakes protegidos pelas asas de um partido também fake.

Portanto, eles não deveriam brigar, deveriam se congratular.


Ou essa briga também é fake?