quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Bolsonaro é o plano B da mídia

 Por Fernando Castilho


Durante todo o processo que culminou no impeachment de Dilma Rousseff, todos os veículos da grande imprensa, fato raro, se alinharam para depor a ex-presidenta.
Os ataques aconteciam dia sim, dia também. Qualquer coisa que ela fizesse ou falasse, eles estavam ali na marcação.
Dilma viabilizou a Copa do Mundo, apesar de todas as apostas em contrário, mesmo assim, a grande mídia influenciou a plateia que compareceu ao jogo de estreia no Itaquerão a vaiá-la e xingá-la.
Quando o MBL e outros grupelhos de direita organizaram manifestações contra ela, esses veículos chegaram a fazer propaganda do “evento” e a convocar as pessoas para comparecerem.
Enfim, a marcação era cerrada mesmo ela sendo honesta e bem intencionada, o que a coloca na posição totalmente oposta do governante ora de plantão.
A grande mídia vinha até atacando o capitão com certa frequência, mas está evidente que perdeu fôlego e passou a poupá-lo. Nas últimas semanas tirou o pé do acelerador.
O maior exemplo disso foi a edição de ontem do Jornal Nacional. Foram cerca de 15 minutos, ou até mais, de noticiário sobre a tragédia na Bahia, mostrando várias cidades destruídas, gente desabrigada e auxílio de ONGs que se dispuseram a entregar alimentos básicos para quem perdeu tudo.
Enquanto isso, o presidente pescava em Santa Catarina alheio a tudo. Mas o JN preferiu poupá-lo e esconder esse fato da população. Por quê?
Mostrar ao telespectador que o vagabundo que governa o país está pouco se lixando para as 500 mil pessoas desabrigadas teria um poder devastador contra ele e poderia baixar os índices de aprovação ainda mais. Além disso, um processo de impeachment, apesar de muito longe no horizonte de Arthur Lira, poderia começar a se desenhar, já que a debandada do centrão começa a se delinear.
Lula lidera com folga as pesquisas de intenção de votos e nada indica que o candidato preferido da grande mídia, Sérgio Moro, possa chegar com ele ao segundo turno.
Caso a debandada do centrão cresça e a candidatura de Lula se torne ainda mais encorpada, quem iria com ele para um possível segundo turno? Claro, o Capitão Morte.
Mas Lula não seria um presidente muito melhor para o país que o vagabundo que está de férias? Para mim, para você, para o povo pobre, com certeza. Mas, e para a mídia que vive de patrocinadores que apoiam o capitão? E para os bancos que estão faturando muito alto com essa crise? E para os rentistas?
Se Lula e Bolsonaro chegarem ao segundo turno, o plano B desse pessoal é o Capitão Morte mesmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário