Imagem: folhapress |
Essa
frase está sendo dita por muitos que como eu se viram frustrados
após a montagem dos ministérios de Dilma, além dos ajustes
fiscais.
Mas
votei num governo honesto e ganhei um governo honesto, frase não
muito dita por aí.
E
democrata que sou, aguardo 2018, afinal, há uma crise econômica no mundo todo e nem a oposição conseguiria resolver. Vejam que o ministro da fazenda é Joaquim Levy, que caberia como uma luva num hipotético governo Aécio Neves.
Mas
e quem votou num deputado ou senador, imaginando-o honesto e ganhando
um escroque?
Percebam
que, por incrível que pareça, esse Congresso da atual legislatura
parece um antro de bandidos da pior qualidade, chefiado na Câmara
por Eduardo Cunha e no Senado por Renan Calheiros.
Salta
aos olhos a injustiça que São Paulo cometeu com Eduardo Suplicy. Tantos anos como
senador, com atuação dinâmica e importante, honesto, sem nenhum
processo contra si, foi trocado por José Serra, com vários
processos na Justiça e vendilhão do pré-sal, nossa maior riqueza,
para os americanos. Uma vingancinha contra Haddad que pode virar uma vingança contra todo o povo brasileiro.
Bem,
mas as pessoas saíram às ruas contra a corrupção!
Não,
não, não. A indignação com a corrupção não foi o motivo, combinemos.
Foi
só para acabar com o PT, esse partido meio esquerdista que quer igualar o
pobre à classe média. Onde já se viu! Às nossas custas, não!
É
icônica a faixa ''somos todos Cunha'' que circulou nas manifestações
daquela gente de tez rosada envergando camisetas da seleção
brasileira de futebol.
Gente
para a qual a mídia dá destaque. Destaque que não vale para os
estudantes e professores que saem também às ruas para protestar
contra o fechamento de escolas estaduais por parte do governador
Geraldo Alckmin. A tez agora é morena, as camisetas não são
verde-amarelas, não sai na mídia e a repressão é violenta por
parte da polícia militar.
Assistimos
assustados e estupefatos a agenda do golpe sendo cumprida à risca.
A
mídia, os partidos de oposição, o PMDB, Cunha, o Judiciário e o
TCU estão unidos no que poderia ser chamado eufemisticamente de uma
''organização'' destinada a dar o golpe em Dilma Rousseff. Todos
tem suas funções bem definidas e sabem exatamente quando executá-las.
A ''organização'' PRECISA derrubar Dilma o quanto antes, afinal, há investigações chegando a seus membros. A senha está vindo da Suíça.
A Operação Zelotes que jamais é citada pela mídia e que investiga um volume de corrupção três vezes maior do que a Lava-Jato, pode incriminar toda a corja.
Portanto, o impeachment e a consequente nomeação de outro presidente, seja Temer ou Cunha, pode acabar com a independência do Procurador Geral da República, do Ministério Público e da Polícia Federal, o que colocaria um fim nas investigações.
Ia tudo muito bem na agenda da ''organização''. A
pisada na bola se deu com Cunha. Jamais a ''organização'' poderia
supor que a Suíça o desmascarasse.
Ainda
tentaram esconder o sol com a peneira, mas aquele país não parou de
enviar documentos.
O
TCU com seu bando de ministros de mentirinha, quase todos envolvidos
em fraudes e denúncias, foi escalado para dar o soco final no
estômago que derrubaria a presidenta.
As
tais pedaladas fiscais que não passam de medidas destinadas a fazer
cumprir prazos e evitar atrasos nos repasses do Bolsa Família, do
Minha Casa, Minha Vida e também do Seguro Desemprego, apenas revelaram a
preocupação da presidenta com os que mais precisam.
Foram classificadas como ilegais, mesmo não tendo causado prejuízos aos
cofres públicos, mesmo não tendo sido embolsado um centavo e mesmo
tendo todos os presidentes, desde Getúlio Vargas, lançado mão do
instrumento, uns com motivos mais nobres, outros bem menos, como FHC que as usou para socorrer bancos.
E
é com isso que os bandidos vão tentar dar o golpe final na próxima
terça-feira, 13. O circo está montado.
A
ideia é brilhante: Cunha apresentará
o pedido de impeachment feito por Hélio Bicudo e Miguel Reale
Júnior, mesmo que não tenha sido considerado consistente pelos
técnicos que os analisaram. Mandará arquivá-lo.
Então
a oposição presente entrará com recurso no plenário, baseado no
parecer do TCU, imaginando que poderá ter 342 votos dos 513
deputados.
Assim,
não caberá a Cunha, desacreditado e morto politicamente, deflagrar o processo.
Simples.
Depois disso, ele poderá ser afastado da Câmara. Cumpriu seu papel,
será descartado.
Estaria
então deflagrado o chamado ''Golpe Paraguaio'', em alusão ao golpe
sofrido pelo presidente Fernando Lugo em 2012. Lembro que Lugo não
tinha contra si nenhuma acusação de improbidade, mas mesmo assim
foi destituído do cargo por, digamos assim, não gostarem dele. O
Tribunal Superior Eleitoral daquele país foi quem julgou procedente
o impeachment, mesmo tendo sido desrespeitada a Constituição.
Dessa
forma o Paraguai é hoje conhecido no mundo inteiro como uma
republiqueta das bananas.
Seria
esse o futuro do Brasil?
É
interessante observar que o primeiro mandato de Dilma teve ampla
aprovação por ter sido exitoso.
Porém,
em junho de 2013, a presidenta viu despencar sua popularidade de 57%
para 30% e nunca mais a recuperou.
Após
isso veio a campanha eleitoral, culminando em sua vitória apertada
por 51,64% dos votos.
Já
faz um ano que o golpe vem sendo construído dia a dia por aqueles
que não se conformam com o resultado das eleições.
Imaginam
eles que os 7% de aprovação que Dilma tem hoje lhes dão
legitimidade e segurança para prosseguir.
Imaginam
que a transição será tranquila.
Sequer
passa por suas cabeças que essa pesquisa pode não refletir a
verdade.
Explico.
A pergunta era: ''aprova o governo Dilma Rousseff?''
Ora,
se eu fosse pesquisado também responderia que não. Não está bom
mesmo.
Mas
se a pergunta fosse: ''apoia um golpe contra Dilma Rousseff?'', o
índice não seria o mesmo, podem crer.
E
as pessoas vão sair às ruas, não os rosados, mas os morenos,
aqueles que viram sua vida melhorar nos últimos 12 anos e não
querem um retrocesso. E eles não serão, digamos assim, cordatos.
A
convulsão social, seguida da econômica trará grandes problemas ao
país.
Não
se trata de exercício de futurologia. Os investimentos estrangeiros
certamente serão cortados, uma vez que a confiança no país
despencará, a inflação subirá, o desemprego aumentará e a
população precisará ser reprimida pelo exército.
Enfim,
o cenário é apocalíptico.
Se
esses bandidos irresponsáveis não enxergarem isso o quanto antes, isso é
o que o futuro pode estar nos reservando.
E no futuro próximo, a História haverá de cobrar suas responsabilidades,
E no futuro próximo, a História haverá de cobrar suas responsabilidades,